27/02/2010

O QUE ESTÁ FALTANDO PARA O HOUSE?

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House é uma das séries de maior audiência em todo mundo. Exibida originalmente nos Estados Unidos pela Fox, no Brasil pode ser assistida no Universal Channel e na Rede Record.

Alguns ingredientes são garantia quase certa de sucesso, por pertencerem a aspectos da vida interna de cada um de nós: dinâmicas de personalidade complexas, difíceis de definir por generalizações de bom e mau, mas indivíduos com características marcantes, sem uma moralidade tradicional, que cativam por suas especificidades.

Pessoas que desempenham muito bem seu lado profissional, mas emocionalmente imaturas, como tantos de nós. Realmente é mais fácil desenvolvermos nosso intelecto do que nossa maturidade emocional, já que essa depende da maturidade de quem nos cerca intimamente.

A medicina é uma profissão encantadora, que gera muita curiosidade. Os médicos de pronto atendimento, especialmente, lidam diariamente com a dor física e psíquica intensa, urgente, dos pacientes. Para tal, contam com seu conhecimento e com os tratamentos existentes na atualidade, que obviamente são limitados.

A maneira como o médico encara as questões relativas a vida e morte bem como lidam com o próprio sofrimento são cruciais na formação de sua capacidade para lidar com os sentimentos dos pacientes. Como não perder a humanidade, a empatia com o sofrimento do outro e, ao mesmo tempo, conseguir um distanciamento racional para lidar com a doença?

Muitos médicos adotam uma postura distanciada, como proteção. O pouco envolvimento com as questões do paciente pode poupá-lo da dor, mas o preço a pagar é o de tornar-se um médico medíocre, pois uma das coisas que um paciente mais precisa, seja no sofrimento físico ou psíquico, é a presença real de um ser humano capaz de compreender sua dor e tratá-lo integralmente.

House M.D.

A série se passa em um hospital escola e os principais personagens integram a equipe de diagnósticos liderada pelo Dr. Gregory House, interpretado pelo ator inglês, Hugh Laurie, um excelente médico no que diz respeito a montar quebra-cabeças no caso de diagnósticos difíceis.

Para apimentar o personagem, embora ele consiga identificar doenças raras e curar pacientes é incapaz de lidar com sua depressão de maneira sadia. Algumas pessoas consideram essa característica excitante, mas a questão é: “o que tem de excitante nessa característica?”

Penso que possa despertar, em alguns, a vontade de montar o quebra-cabeça mais difícil de todos, de usarmos nosso poder de sedução para descongelar sentimentos, o desejo pelo inatingível, o inatingível nos protege da entrega, pois o outro já está defendido pelos dois.

A parte de si que ele mostra ao mundo, às pessoas, é resultado das defesas bem organizadas que ele teve que construir para sobreviver a algo que um dia ele teve, como amor, por exemplo, mas perdeu. Sabemos que ele já teve algum dia porque ele busca, e nós só buscamos o que sabemos ou pensamos existir.

A elaboração do diagnóstico alheio pode ser o ensaio de uma busca pelo diagnóstico individual que vá curá-lo. A busca e o interesse são motivados pelo interesse individual em resolver enigmas, por trás está o seu próprio.

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Muletas emocionais

A defesa, neste caso, o protege de possíveis frustrações mas, ao mesmo tempo, o impede de vivenciar algo espontâneo, verdadeiro e que pode machucar, como provavelmente foi o que aconteceu em sua vida. Ele não quer uma reedição dos acontecimentos, mas uma vivência parecida com um final diferente.

Ele faz uso de auto medicação utilizando uma substância que fornece sensação de euforia, já que ele não deve suportar seu humor depressivo habitual. Porém, isso só alivia o sintoma, mas não trabalha a causa. Esta é uma de suas muletas emocionais que utiliza e, curiosamente, ele usa uma muleta-objeto para andar.

Um médico que não suporta sua própria dor e quer anestesiar-se não gosta mesmo de olhar nos olhos de um paciente e realizar um comunicado delicado, estabelecer uma conversa, uma conexão mais pessoal. Para isso ele utiliza suas muletas contratadas (Foreman, Chase, Cameron, Taub, Kutner e Remy “Treze” Hadley) para exercer essas tarefas “sujas” e outras com as quais ele tem dificuldade em lidar.

Introspectivo, depressivo, traumatizado, rude, agressivo (para manter uma distância emocional que considera segura) e com poucos momentos onde revela sua humanidade, sua sensibilidade. Ou seja, um ser humano machucado em busca de si, ou do que foi perdido, protegido pela profissão e pelo status, mas impulsionado pelo trauma profundo que o torna um médico genial. A dor pode criar formas incríveis, embora nem sempre saudáveis.

por Fernanda Davidoff

Psicóloga com especialização em Psicoterapia Breve e orientação Winnicottiana e colaboradora do Portal “O que eu tenho?”.

(Imagens: Divulgação)

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FONTE:   Psicologia nas Telas: “Dr. House, um ser humano machucado em busca de si” | O que eu tenho?

Uma pergunta: o que você faz para fugir de si  mesmo?

Estudo de Oração e Intercessão

 

Estudo de Oração e Intercessão

 

Jesus, uma vida de oração

  • Jesus buscava o Pai nas madrugadas.  (Mc.1:35)
  • Jesus buscava o Pai antes de grandes decisões. (Lc.6:12,13)
    Ex: A vigilia solitária, orando pelos doze.
  • Jesus sabia recorrer ao Pai, depois dos sucessos.(Mat 14:22-23)
    Ex: A multiplição dos pães e peixes.
  • Os momentos de sucesso podem ser perigosos, onde tendemos a relaxar a guarda.
  • Jesus passa tempo com os mais íntimos.
  • Ele procura orar com seus discípulos mais íntimos; Pedro, João e Tiago, pois eles seriam os futuros líderes entre os doze. (Lc.9:28-36)
  • A vida de oração de Jesus inspira os discípulos.
    Sua vida de oração inspira-os a ponto de pedirem que Jesus os ensine a orar. (Lc.11:1-3)
  • Jesus em agonia no Getsêmane.
    Ali, Jesus agonizava lutando contra principados e potestades. (Lc.22:39-46)
  • No Getsêmane, Ele agonizou mais do que na cruz.
    - Ele agonizou com profunda dor.
    - Ele lutou com sua carne. (vontade da alma)
    - Lutou e venceu principados e potestades.
    - Jesus antecipou a dor da separação do Pai.

O PRIVILÉGIO DE ANDAR COM JESUS, NOS FAZ PARTICIPAR, TANTO DA SUA DOR, QUANTO DA SUA GLÓRIA!!

No esconderijo do Altíssimo

Salmos 91:1 – “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará”

Habitar, significa morar, residir, permanecer. Quem mora, não está de passagem, não é visitante, mas sim morador, habitante. Só quando habitarmos verdadeiramente no esconderijo do Altíssimo é que vamos desfrutar de toda  provisão e bênção do Senhor para nossas vidas.

Sl.91:9 – Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação.

Precisamos eleger o Senhor como nossa habitação oficial levando como numa mudança tudo o que nos pertence: corpo, alma e espírito. Não podemos simplesmente passar de vez em quando por ele, mas sim habitar Nele.

“Nós só teremos tudo de Deus, quando Ele tiver tudo de nós.¨

Intercessor, colaborador de Deus

I. Definição

Interceder significa: ir, passar entre, atuar entre dois partidos com a intenção de reconciliar aqueles que divergem, interpor-se, mediar ou fazer intervenção, medição.

Intercessor é aquele que faz o papel de advogado, Paracletos (1 Jo 2:1).

Jesus como intercessor, coloca uma mão em Deus e a outra no homem. (Jó 9:32,33)

II. Os anjos e a intercessão

Os anjos são mobilizados por Deus, através das orações e intercessões.

Sal 91:11-12 – “Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.”

Dan10:12 – “Então me disse: Não temas, Daniel; porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras, e por causa das tuas palavras eu vim.

Atos 12:5;7 – “Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele…. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias.”

Atos 10:3-4 – “cerca da hora nona do dia, viu claramente em visão um anjo de Deus, que se dirigia para ele e lhe dizia: Cornélio! Este, fitando nele os olhos e atemorizado, perguntou: Que é, Senhor? O anjo respondeu-lhe: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus”

III. O que dizem os grandes homens de Deus?

Samuel Chadwick – ¨O diabo não se impressiona com estudos maravilhosos, sermões inflamados. Mas, ele treme, quando um homem ou uma mulher começam a orar, por que ele sabe que Deus vai agir…¨

John Wesley – ¨Deus nada faz a não ser responder oração.¨

Watchman Nee – ¨Os céus esperam a ordem da terra. Se a terra não der ordens, os céus não efetuam.¨

Portanto o intercessor é aquele que recebe de Deus, a revelação do desejo do Seu coração, da Sua ordem, do seu plano, da Sua estratégia, do seu peso, para colocá-los em andamento, em prática.

Ele  é aquele que ora, pede e intercede por aquilo que está no coração do Pai.

IV. Intercessores dentro do ministério

O dom da intercessão é a capacidade que Deus dá a certos membros do Corpo de Cristo, de orarem por períodos prolongados de tempo, recebendo respostas específicas e frequentes de suas orações. Os intercessores são aqueles que colocam em execução a vontade de Deus sobre a terra. Os pastores tem o papel de autoridade na igreja e os intercessores um papel profético. Todos os crentes oram, mas nem todos são intercessores. Numa congregação os intercessores somam mais ou menos 5% dos membros e estes influenciam através da oração, 80% da vitalidade e poder manifesto na igreja, formando um ¨Escudo de Oração¨.

V. FAZEDORES DA HISTÓRIA COM DEUS.

Deus nada faz antes de compartilhar com seus amigos.

Exemplos:

  1. Sodoma e Gomorra (Abrãao é avisado e intercede)
  2. Nínive (Jonas)
  3. Ana geme e trás a existência Samuel (1 Sam1:10-13)

VI. TIPOS DE INTERCESSORES:

  1. Intercessor regular
    É uma pessoa metódica, que ora com constância, regularidade e perseverança.
  2. Intercessor de crise.
    Quando Deus diz: Ore por tal situação!
  3. Intercessores pessoais
    Pelo pastor, pelo líder de um ministério
  4. Intercessor para a Guerra.
    Estrategista: para nação, para tomar cidades, para lutar contra principados e potestades

VII. PERIGOS E TENTAÇÕES NA VIDA DOS INTERCESSORES

FOFOCA

Igrejas onde os pastores começam ter problemas por que todos os assuntos da intercessão e os problemas para se interceder começam a se espalhar pela igreja. Os intercessores começam a ser conhecidos como fofoqueiros e maledicentes.

EXIBICIONISMO E VAIDADE.

“Somos especiais, somos melhores…”
“Nós ouvimos Deus, a igreja depende de nós.”
Tudo o que você faz para se mostrar, para aparecer, é rejeitado por Deus, pois a Sua glória Ele não divide com ninguém.
Mt.6:5-8 – Vocês que fazem a oração longa, para serem vistos,…

ORGULHO

Alguns autores dizem que os intercessores se constituem a elite da igreja.
Aí está o grande problema!!
No reino de Deus, o primeiro será o último, e o último o primeiro.

SANTIDADE E PODER

I. INTRODUÇÃO

Aqueles que são chamados para interceder, devem refletir a vida de Jesus, a sua imagem e semelhança, em todos sentidos, ou seja, o seu caráter, a sua retidão, a sua justiça e a sua santidade.
Devem ter uma vida santa, limpa, pura e irrepreensivel.

Sal 66:18-19- “Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido; mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido à voz da minha oração.”

II. MÃOS SANTAS

A mão na Biblia significa a vida das pessoas. Quando você levantar a mão diante de Deus, como intercessor, você terá de levantar mãos santas:

1 Tim 2:8 – “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.”

SEM IRA

Efe 4:26-27 – “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo”

A ira é uma das obras da carne:

  1. Uma característica dos insensatos Prov 12:16; 14;29 e 27:3,4
  2. Alimentada por palavras pesadas Prov 15:1
  3. Leva à prática do mal Sal 37:8
  4. Sinal de que não houve perdão Mt 6:14,15; Mc 11:25

Exemplos de algumas variantes da IRA:

  • Depressão – ira contida, ira voltada para si
  • Amargura, raiz de amargura (Tg 3:14)
  • Traz enfermidade (Heb 12:15)
  • Quando a ira manifesta  repetidamente, abre brecha para o espírito de ira

NEM CONTENDA

A contenda é excitada pelo ódio.
Seis coisas aborrecem ao Senhor, mas a sétima Ele abomina; o que semeia contenda entre irmãos (Pv.6:16-19)

III. ORAÇÃO DE PODER

Sabemos que temos que orar como convém, mas, mais do que isso, temos que orar com Poder. Porque não oramos corretamente? Porque não oramos com poder?

  1. Porque temos pouca comunhão com o Pai
    A Bíblia diz:¨Orai sem cessar¨ (1 Tess 5:17)
  2. Porque fazemos a oração ¨irresponsável¨
    Temos que orar pelo problema real (raiz) e não pelos sintomas. Precisamos ter revelação!
  3. Porque não oramos segundo a ¨justiça¨ de Deus
    Não podemos orar o que não é justo. Não podemos ignorar os direitos legais que Satanás e seus demônios tem diante de uma determinada situação ou circunstância. Temos que quebrar e desfazer o direito legal primeiro, através de arrependimento e confissão  de pecados, para depois amarrar e saquear os bens.
    ¨Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa.¨ (Mt.12:29)
  4. Porque não estamos com o Senhor
    ¨Pai a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. ¨(Jo.17:24)
    Precisamos aprender a andar com o Senhor constantemente, e não esporadicamente.
  5. Porque, como intercessores, temos que desenvolver a nossa fé
    Temos que ter uma fé crescente.
    Ex: A mulher cananéia que intercedeu pela filha, recebeu a resposta de Jesus, porque creu e não desistiu. (Mt.15:22-28)
  6. Porque temos que desenvolver os dons espirituais
    ¨Segui o amor e procurai, com zêlo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis.¨(1 Cor 14:1)
    ¨Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando.¨(1 Cor 14:3)
  7. Porque não oramos segundo a ¨Vontade de Deus¨
    ¨Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus. E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa SEGUNDO A SUA VONTADE, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito. Se alguém vir a seu irmão cometer pecado não para morte, pedirá, e Deus lhe dará vida, aos que não pecam para a morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que rogue. (I Jo.5:13-16)
    Precisamos depender da Vontade do Pai, porque a nossa vontade está contaminada pelo pecado.(Mt.16:23)

Quando feita corretamente:

¨A súplica de um justo pode muito na sua atuação.¨ (Tg.5:16)

FORMAS DE ORAÇÃO

Paulo, recomenda à Timóteo a prática de suplicas, orações, intercessões e ações de graças; que são formas de oração.(1 Tim 2:1)

  • Súplica – pedido intenso, clamar a Deus, pedir com instância e humildade; rogar, implorar.
  • Orações – espontânea, escrita ou decorada.
  • Intercessões – para os outros.
  • Ações de graça – expressar gratidão ao Senhor.

PARA QUEM DEVEM SER REALIZADAS?

As orações devem ser realizadas em favor de todos os homens em geral e  pessoas que se acham investidas de autoridade (1 Tim 2:2).
O objetivo da Intercessão é: Santificar o nome do Pai e estabelecer o Reino de Deus.

TIPOS DE ORAÇÃO

I. DEUS COMO CENTRO DE NOSSA ORAÇÃO

  • ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇA – Agradecemos à Deus pelo que Ele tem nos feito. Sl 9:1; Sal 136:1-4
  • ORAÇÃO DE LOUVOR – O louvor se concentra nas obras de Deus; Sal 135:1-3; Sal 147:1;7. O louvor é a porta de entrada para a ADORAÇÃO; 2 Cro 5:13,14
  • ORAÇÃO DE ADORAÇÃO – É a oração que exalta à Deus pelo que Ele é, o Seu caráter e seus atributos.

II. NÓS MESMOS COMO CENTRO DAS NOSSA ORAÇÕES

Neste tipo de oração, nos apresentamos à Deus nossas necessidades pessoais.

  • ORAÇÃO DE PETIÇÃO – É quando oramos à Deus por uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus (Mar 11:24; Fil 4:6-7)
  • ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO OU DEDICAÇÃO – Esse tipo de oração é para ocasiões em que nós desconhecemos a vontade de Deus (Ex: qual carreira seguir, qual emprego escolher?)
  • ORAÇÃO DE ENTREGA – É a transferência de um cuidado ou problema para Deus e descansar Nele
  • ORAÇÃO DE SÚPLICA – Fil 4:6 / Tg 5:16 / I Pe 3:12 / Dn 9:3

III. OS OUTROS COMO CENTRO DE NOSSAS ORAÇÕES

Aqui, nós vamos a Deus, como sacerdotes, como intercessores, levando a Deus a carga de outra pessoa, é pleitear a sua causa, como se fosse nossa.

A intercessão tem dois lados: Um de encontro e um de confronto. Quando intercedemos oramos para que a vontade de Deus seja estabelecida ao mesmo tempo que confrontamos as forças opositoras da maldade, que querem impedir que a vontade de Deus seja estabelecida.

FORMAS DE ORAÇÃO

  • ORAÇÕES PARTICULAR- Mat. 6:6 – Esta é a oração que fazemos sozinhos, pensando ou com palavras audíveis.
  • ORAÇÃO DE CONCORDÂNCIA- Mat 18:18-20 – Nesta oração de concordância, há um poder imenso liberado.
  • ORAÇÃO COLETIVA OU DE CLAMOR – At.4:23-31 – Esta oração é feita quando o Corpo de Cristo ora em concordância levantando a voz à Deus , unânimes, no mesmo Espírito.

ASPECTOS IMPORTANTES DA ORAÇÃO BEM SUCEDIDA:

  1. ORE AO PAI, EM NOME DE JESUS – Jo.14:13 – é o nome de Jesus que garante vitória.
  2. CREIA QUE DEUS RESPONDE SUA ORAÇÃO – Mc.11:24 – a oração sem fé, não produz resultado.
  3. PERDOE A TODOS OS QUE LHE OFENDEM – Mc.11:25 – A falta de perdão impede a resposta de Deus.
  4. DEPENDA DO ESPÍRITO SANTO EM SUA VIDA DE ORAÇÃO – Rm.8:26,27 e 8:16
  5. APRENDA A ORAR PELOS OUTROS – Ef.6:18 – Quando nos envolvemos com o Corpo de Cristo, orando por ele, Deus levantará outros para orarem por nós. È a lei de semeadura e ceifa no mundo espiritual.
  6. EDIFIQUE-SE A SI MESMO, ORANDO NO ESPÍRITO- Judas 1:20 – 1 Cor 14:4 – Temos que perceverar, para não abortarmos nossa oração.

ARMAS OFENSIVA, ARMAS DE ATAQUE E DE COMBATE.

  • O NOME DE JESUS – é a arma mais poderosa da face da terra. Fl.2:9,10
  • A PALAVRA DE DEUS – Precisamos conhecer a Palavra de Deus, para poder discernir e resistir aos ataques do inimigo.

ARMADURA DE DEUS.
A armadura é para resistir no dia mau, no dia da adversidade, do problema, da dificuldade.

A única maneira de estarmos revestidos de toda Armadura de Deus é  vivermos esta armadura diáriamente, não basta simplesmente verbalizá-la ou citá-la como um mantra.

COMO VIVER A ARMADURA DE DEUS? (Efe 6:11-18)

  • CINGIR O LOMBO COM A VERDADE.
    A verdade é Jesus Cristo. O cinto servia para prender a túnica, deixando o soldado livre para correr ou lutar.
    Significa, viver em verdade, sem mentiras, é estar livre para caminhar na vida cristã.
    Quem tem o cinto da verdade, não mente, só existe a verdade.
    Ex: Sem o cinto, a armadura se desarticula.
  • VESTIR A COURAÇA DA JUSTIÇA.
    Temos que vestir essa couraça diariamente, confessando todos os pecados.
    A couraça cobre as partes vitais do nosso corpo: o coração e os pulmões. Temos que ter uma vida reta diante de Deus, pois Ele é a nossa justiça.
  • CALÇAR OS PÉS COM A PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ.
    É termos paz com Deus, através de Jesus Cristo. (Rm.5:1)
    Quando estamos calçados com o evangelho da paz, deixamos as pegadas do Evangelho da Reconciliação por onde passamos. (II Co.5:19)
    Nós éramos inimigos de Deus, mas através de Jesus, fomos reconciliados com Ele.
  • ESCUDO DA FÉ.
    Serve para apagar os dardos inflamados do Maligno.
    Um dardo é lançado à distância e incendeia rapidamente.
    Ex: pode ser um pensamento, uma palavra lançada pelo Maligno que você acolhe e incendeia as emoções e os relacionamentos.
    A fé é um escudo que nos ajuda a permanecermos firmes. (Rm.11:20)
    Efe 6:16 – Livres dos dardos do Malígno.
  • CAPACETE DA SALVAÇÃO
    Protege a nossa mente, para que o lixo do mundo e do diabo, não entrem na nossa mente.
    Só assim, não seremos um depósito de lixo, mas um depósito da Palavra de Deus.
  • ESPADA DO ESPÍRITO.
    É usada na boca é a Palavra de Deus; Rm.10:8; Heb 4:12;
    Em Lucas 4 e Mateus 4. Jesus venceu à Satanás pela Palavra. Ap.12:11
  • E DEPOIS DE TER TOMADO TODA A ARMADURA, ORAR E VIGIAR EM TODO TEMPO.

Quando dizemos que existem brechas na armadura, significa, o mesmo que ¨haver pecado em nossa vida¨.

Se for o pecado da mentira ou falsidade, a brecha está no cinturão da verdade, se forem pecados por pensamento; a brecha está no capacete da salvação; se forem pecados de uma vida não reta, a brecha está na couraça da justiça; se for pecado decorrente de onde a pessoa está, a brecha está na sandália do evangelho da paz; se for incredulidade, a brecha está no escudo da fé; se for desconhecimento da Palavra, a brecha está na espada do Espírito.

OS GEMIDOS NA INTERCESSÃO

I. O QUE É GEMIDO?

É diferente da oração em línguas; é uma oração sem palavras – são gemidos que não podem ser expressos por palavras. Os gemidos acontecem, muitas vezes, nos quartos fechados, no choro, na angústia e na solidão.
Ex: Ana gemia. Som nenhum saia da sua boca, a ponto de ser confundida como bêbada, porque as palavras não saiam da sua boca. (1 Sam1:13-18)

¨O clamor do Espírito Santo é por demais profundo para as palavras humanas. Assim ele se torna gemido dentro dos nossos corações e manifesta um desejo intercessório tão infinito que é impossível ser totalmente expresso.¨ Wesley L. Duewel

Neste trecho de RM.8:18-26, temos três tipos DIFERENTES de GEMIDOS:

  1. GEMIDOS DA CRIAÇÃO.
  2. GEMIDOS DO HOMEM NASCIDO DE NOVO.
  3. GEMIDOS DO ESPÍRITO SANTO.

Exemplos:

¨Ouvindo Deus o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abrão, com Isaque e com Jacó.¨  Êx.2:24

II. GEMIDOS DO HOMEM NASCIDO DE NOVO

  1. Aguardamos a redenção do nosso corpo, porque pela fé e na esperança é que fomos salvos; aguardamos então a adoção de filhos; a saudade do lar eterno; a busca de uma intimidade maior com Deus, interrompida e limitada pelo pecado.
  2. Gememos e esperamos o estado final da nossa salvação. Gememos porque desejamos ardentemente  ser revestidos do corpo incorruptível e com todas as faculdades em pleno funcionamento. (2 Cor 5:1-10)
    Gememos pelas nossas cidades, nações e pelo mundo; gememos pela Igreja; gememos pelos entes queridos…
  3. Dores de parto.
    - Ex: Paulo geme pelos gálatas, sentia dores de parto para ver Cristo formado neles. (Gl.4:19)
    - Dores de parto podem  manifestar-se em várias circunstâncias: Para dar a luz a uma igreja; para santificar a Igreja havia dores de parto. (2 Cor 12:4)
    - Ex: A dor de parto de Elias, quando ele orou por chuva. (1 Reis18:41-43)
  4. ¨Orar sem palavras, orar com gemidos, orar em angústia…¨
    Não importa a forma, ORE, ORE, ORE…GEMA, GEMA, GEMA…SEM PALAVRAS, COM PALAVRAS, EM LÍNGUAS, SEM LÍNGUAS, ORE!!!!!!!!

III. GEMIDOS DO ESPÍRITO SANTO – Rm.8:26,27

Os gemidos nascidos do Espírito Santo estão sempre de acordo com a vontade de Deus. O Espírito não vai desejar outra coisa senão aquilo que Deus deseja. e Deus pode interpretar perfeitamente esses gemidos produzidos pelo Espírito Santo através de nós, e fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou imaginamos. (Ef.3:20)

Não se pode separar o gemido genuíno do Espírito Santo no homem. Pois os dois se fundem num só, para gemer, transformar, salvar, mudar, criar coisas novas diante de Deus. È no coração do homem que se produz o gemido do Espírito de Deus.

  • Seu gemido é inexprimível
  • Ele usa da oração sem palavra
  • Ele faz o papel de intercessor pelos santos, através dos santos

Não sabemos orar como convém.
Os santos tem suas fraquezas, suas limitações e por isso falta discernimento e percepção de Deus.

  • Não temos um quadro completo do problema ou dificuldade.
  • Não conhecemos a mente de Deus
  • Não conhecemos o futuro.

Por isso, é que precisamos da ajuda do Espírito Santo que conhece a mente do Pai, para nos ensinar a orar à Ele corretamente.
Quando Deus diz: o clamor do povo chegou até mim. Na realidade, o clamor veio Dele, desceu até nós, seus servos, e subiu novamente através da intercessão feita pelo Espírito Santo através de nós.

Deus compartilha conosco o gemer e as dores de parto, fazendo-nos participantes da geração de novas coisas como: maturidade, santidade, avivamento…

¨O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO NÃO TEM MONOTONIA.
A ORAÇÃO NOS LEVA A VER O INVISÍVEL, A OUVIR O INAUDÍVEL E A REALIZAR O IMPOSSÍVEL¨

fonte: studo de Oração e Intercessão | Igreja Brasileira Expansão Ágape em Houston Texas

Se eu fosse mais velho!

Ricardo Gondim Rodrigues

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Foto de Thomas Kempis, autor de “A Imitação De Cristo”

Não estou com pressa de envelhecer. Meu pai padece há anos de uma doença que lhe deixou senil e caquético. A velhice me intimida. Sei que na terceira idade não só perderei a impetuosidade típica dos jovens, como me tornarei mais vulnerável às doenças degenerativas. Mesmo assim espero pelos meus dias de ancião, porque só os velhos podem dizer coisas proibidas aos jovens. Estou ansioso para que chegue o tempo de poder dizê-las.
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que desistam do sonho de galgarem a fama em nome de Deus. Contaria que já presenciei o desespero de alguns, almejando se destacarem como referenciais de sua geração para depois descerem do trem fatigados e destruídos pelo ônus da fama. Descreveria os bastidores da algumas “grandes” agências evangelísticas e de outras para-eclesiásticas e como me enojei com a petulância de alguns evangelistas famosos. Falaria de minhas lágrimas, quando um deles afirmou que passaria por cima de qualquer pessoa desde que conseguisse estabelecer o que chamou de “reino de Deus”. Incentivaria os jovens a buscarem uma vida discreta sem o glamour do mundo, que preferissem a senda do Calvário. Pediria que optassem por beber o cálice do Senhor a desejarem os loiros da glória humana.
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que ambicionam subir os degraus denominacionais, que eles perigam chegar no topo sem alma. Narraria os conchavos da política eclesiástica como ridículos e fúteis. Candidamente, contaria casos de traição, logro e delação nas reuniões secretas de algumas cúpulas religiosas. Pediria para fugirem da ganância pela autoridade institucional. Ensinaria a desejarem autoridade espiritual, que não vem de negociatas, mas de uma vida piedosa e íntima com Deus.
Se eu fosse mais velho.
Diria aos mais jovens que não se iludissem com o academicismo. Eu lhes revelaria como alguns acadêmicos usam da sua erudição para se esconderem de Deus. Não teria medo de mostrar que muita bibliografia citada em rodapés, vem da uma vaidade boba. Algumas pessoas buscam se mostrar mais cultas do que na verdade são. Diria que certos eruditos são pessoas insuportáveis no contacto pessoal e que eles também padecem dos mesmos males que todos nós: intolerância, indiferença e muita, muita soberba. Contudo, eu lhes pediria para serem amigos dos livros. Pediria que lessem muito e diversificadamente; que usassem o conselho de Tiago na busca da sabedoria: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. A Sabedoria, porém, lá do alto, é primeiramente pura; depois pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”. (Tg 3.13,17).
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que tomassem muito cuidado para não gastarem todas as suas energias nos primeiros anos de ministério. Exortaria, ilustrando o serviço a Deus como uma maratona e que não adianta se apressar nos primeiros anos. Relataria os exemplos de tantos que se arrebentaram antes da linha de chegada. Quantos pastores destruíram suas famílias e filhos no afã de serem úteis e produtivos! Quando chegaram os anos da meia idade, já se encontravam estressados e cansados! Falaria daquele dia em que o meu semblante descaiu ao ouvir um pastor dizer que só não saía do ministério porque, já muito velho, não sabia como retornar ao mercado de trabalho. Pediria que não perdessem a oportunidade de passear com os filhos no parque, de lerem livros que não fossem úteis ao ministério, de curtirem a sua mulher e de praticarem algum esporte. Eu lhes pregaria um sermão baseado em Mateus 16.26 e explicaria que, para Jesus, perder a alma tem um sentido mais amplo do que simplesmente morrer e ir para o inferno. Basearia minha mensagem na afirmação de que é possível, pastor ou evangelista, ganhar o mundo inteiro e acabar perdendo os afetos do cônjuge, os sentimentos dos filhos e dos amigos, a auto-estima, o sorriso, a capacidade de amar poesia e de cantar canções de ninar. Enfim, perder a alma!
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que não desejassem o espalhafato espiritual e as demonstrações exuberantes do poder carismático. Revelaria que alguns desses evangelistas americanos, que muitos acreditam super ungidos, passam a tarde na piscina do hotel em que se hospedam, antes de encenarem a sua super espiritualidade em mega eventos. Não temeria denunciar alguns que se trancam nos seus aposentos, assistindo filmes na televisão e logo depois subirem às plataformas com o ar de santos da última hora. Não hesitaria alardear, que muito daquilo que se rotula como demonstração de poder espiritual, nasce de uma mentalidade que busca levar as pessoas a uma falsa euforia religiosa.
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que a sexualidade é terreno minado e cheio de armadilhas. Contaria tantos exemplos de ministérios que ruíram pela sensualidade. Alertaria que o grande perigo do sexo não vem da beleza, mas da solidão e do poder. Tantos pastores naufragaram em adultério porque se sentiram sós. Não possuíam amigos verdadeiros. Viviam rodeados de assessores, sem um amigo com quem pudessem abrir o coração e pedir ajuda. Incentivaria a desenvolverem amizades, preferivelmente fora de seus quintais denominacionais. Suplicaria que fizessem amigos com coragem de falar coisas duras, olhando nos olhos. Lembraria que são fiéis as feridas feitas por aquele que ama.
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos mais jovens que tomassem cuidado com os modismos teológicos, ventos de doutrina e novidades eclesiásticas. Falaria das inúmeras ondas que varreram as igrejas com pretensas visitações de Deus. Vermelho de vergonha, lembraria aquele culto em que se alardeou que Deus estava trocando as obturações por ouro. As pessoas se sujeitando ao ridículo de investigarem a boca uns dos outros e depois, ao confundirem as restaurações amareladas de material de baixa qualidade, com ouro, saírem proclamando um milagre de Deus. Relataria a pobreza doutrinária daqueles que jogaram os evangélicos na paranóia da guerra espiritual. Ensinaram as mulheres a vigiarem mais durante a menstruação, porque há demônios que se alimentam daquele tipo de sangue. Imploraria que se mantivessem fiéis ao leito principal do Evangelho, à Doutrina dos Apóstolos; que não deixassem de anunciar o significado do Calvário.
Se eu fosse mais velho.
Eu diria aos jovens para não procurarem imitar ninguém. Lamentaria a tentativa patética de alguns líderes de quererem ser clones de pastores e evangelistas de renome. Mostraria vários exemplos ridículos de igrejas que tentaram reproduzir no sofrido Brasil, o modelo de igrejas abastadas dos subúrbios americanos. Admoestaria que soubessem aceitar-se. Pediria para não ficarem procurando repetir gestos, neologismos, tom de voz e maneirismos dos outros, pois acabarão sem identidade. Eu mostraria na Bíblia que Deus não nos cobrará por não ensinarmos com a destreza de Paulo, nos portarmos com a ousadia de Pedro, ou escrevermos com o mesmo amor de João. Deus nos pedirá contas apenas por não termos vivido nossa própria identidade.
Se eu fosse mais velho.
Diria aos jovens que a obra que Deus tem para fazer em nós é muito maior que aquela que ele tem para fazer através de nós. Diria que somos preciosos como filhos e não como servos. Melancolicamente falaria que na velhice, muitos sentem saudade dos tempos que poderiam ter sido íntimos de Deus, mas acabaram chafurdados nos pântanos de sua própria vaidade. Diria que na velhice muitos choram por saberem que o tempo da partida está próximo e não escolheram a melhor parte, como fez Maria.
Eu deveria esperar para dizer essas coisas quando estivesse mais velho. Por impetuosidade acabei dizendo antes do tempo. Contudo, acredito que não me arrependerei de tê-las dito agora.
Soli Deo Gloria.

Fonte:    Fora da Zona de Conforto!: Se eu fosse mais velho!

Você realmente é um Cristão? William Guthrie (1620 - 1665)

 

Você é cristão? Essa é a pergunta que estou fazendo e solicitando que pense a respeito. Quero que você pergunte a si mesmo como pode ter certeza que Jesus Cristo é seu Salvador, e que a misericórdia de Deus já lhe alcançou. Nos capítulos anteriores eu disse que podemos saber estas coisas - e examinamos as diferentes formas em que Deus age para trazer as pessoas a Si.

Agora quero apresentar alguns sinais ainda mais evidentes que mostram que uma pessoa é cristã autêntica. A fé é um desses sinais, pois a fé é necessária para que sejamos salvos do pecado. Como Paulo e Silas disseram ao carcereiro em Filipos, "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo" (Atos 16:31).

Apesar disso, às vezes as pessoas pensam que a fé é misteriosa - tão estranha e misteriosa que jamais a podem atingir. Para elas eu diria: a fé não é tão difícil como muitos pensam. Sim - a fé é dádiva de Deus, e não podemos produzi­da. Mas, "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rom. 10:9). Leia a passagem inteira em Romanos, capítulo 10, versículos 5 a 13, e verá que Paulo está dizendo que a fé não é coisa difícil. De fato é uma questão da vontade e do coração. Significa chegar-se a Jesus Cristo, descansar e confiar nEle, apoiar-se nEle e achar nosso tesouro nEle. Fé é questão de querer a Jesus Cristo, e procurá-1o para salvação do pecado. Significa receber a Jesus desse modo. João diz: "a todos quantos o receberam, deu lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (João 1:12). Fé significa vir a Cristo, buscando-O com anseio. "Tudo o que o Pai me dá virá a mim", diz Jesus, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (João 6:37). Fé significa buscar a Jesus e querer a Sua salvação -"Olhai para mim, e sereis salvos, vós todos os termos da terra" (Is. 45:22).

Assim a fé, do modo que estou falando no momento, não é algo difícil; não significa ter o entendimento de coisas difíceis sobre Deus. Inicialmente, fé não implica em crer que Deus me escolheu, ou que Deus me ama, ou que Cristo morreu por mim. Essas coisas são, de fato, difíceis. Mas a fé que traz a todos nós para as bênçãos de Deus não é assim; a fé que nos traz à salvação é questão de querer a Cristo, ser levado a Ele, apoiar-se e ter confiança nEle.

Mesmo assim, para alguns, essa fé salvadora é reivindicação excessiva. Dizem-nos que é excesso de confiança dizer que foram levados a Jesus Cristo. Entretanto, se devemos ser salvos, temos que ter aquela fé que nos conduz a Jesus Cristo e não nos deixa afastar dEle. Sem essa fé confiante, nada mais será suficiente. A não ser que creiamos, ainda estamos condenados por Deus. "Quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus" (João 3:18). Assim, ter fé salvadora não e nada demais para reivindicar. Se não podemos reivindicá-la, não temos esperança nenhuma.

Ainda assim, as pessoas dizem que não podemos ter certeza de possuirmos fé. O apóstolo João, no entanto, nos diz em sua Primeira Epístola que aquele que crê tem um testemunho em si mesmo (1 João 5:10). Noutras palavras,podemos saber que estamos confiando em Cristo. Como podemos saber disso? Bem, no último capítulo expliquei que muitas vezes descobrimos que Deus nos predispôs para a fé. Ficamos convencidos de que estamos perdidos; percebemos que não podemos nos salvar do pecado, e que somente Cristo é capaz de nos salvar completamente. Sabemos que essa é a única coisa boa que podemos fazer. Esse tipo de predisposição ocorre muitas vezes antes da vinda da fé verdadeira.

Outras coisas vêm com essa fé verdadeira. Se estamos confiando em Cristo, vamos querer que Ele controle as nossas vidas; aprenderemos do Seu ensino; vamos querer nos entregar completamente e sem reserva a Ele. Todas estas coisas, e outras mais, acompanham a fé autêntica; mas embora sejam evidências para nós, devo dizer ainda que, à parte delas, podemos saber em nós mesmos, pela ajuda costumeira do Espírito Santo, se realmente temos fé no Senhor Jesus Cristo -ou se não a temos.

Talvez ajude se eu disser um pouco mais sobre a natureza desta fé. A Bíblia a descreve de vários modos -pois a fé é uma experiência diferente para pessoas diferentes. Às vezes é descrita como querer se unir a Deus e à Sua paz. Isaías chama isso de "olhar para Deus": "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra" (Is. 45:22). Olhar pode parecer um ato de fé muito fraco, pois podemos olhar àquilo que não devemos aproximar nem tocar; podemos olhar a alguém a quem não temos coragem de falar. Contudo, Deus prometeu que aqueles que olharem para Ele com fé serão salvos do pecado. Isso é simplesmente evidenciado como olhar para Deus, querer ser unido a Deus. É dessa fé que a Bíblia fala ao se referir como "querer": "Quem quiser, tome de graça da água de vida" (Apoc. 22:17). Essa fé que olha para Deus também é descrita como ter "fome e sede de justiça" (Mat. 5:6).

Às vezes a fé é descrita com "dependendo do Senhor", ou "descansando" em Jesus Cristo. É colocada também como "confiando em Deus". Isaías nos diz que Deus conservará em paz perfeita aqueles cujas mentes estão fixas nEle, porque confiam nEle (Is. 26:3).

A fé também é descrita como "esperando por Deus". Deus prometeu: "os que confiam em mim não serão confundidos" (Is. 49:23). De fato, a Bíblia nos mostra claramente que Cristo pode fazer o bem aos pecadores segundo a necessidade deles. A fé nos leva a Cristo nos modos como Ele é descrito: quando ouvimos sobre Cristo como o pão da vida, a fé tem fome dEle; quando ouvimos sobre Cristo levantado da morte, a fé crê que Deus O levantou. A fé crê no nome de Jesus, conforme todos os modos em que Jesus é descrito.

Deixem-me repetir, entretanto, que nem todos experimentam a fé do mesmo modo ou com o mesmo ímpeto. No Novo Testamento Jesus fala de certas pessoas que tinham uma grande fé. Um caso desses é o centurião (Mat. 8:10). Dessas falas de Jesus podemos perceber que enquanto outros tinham a fé autêntica, nem todos tinham uma grande fé. Assim, não imaginem que a fé tenha que se mostrarem todas as formas que descrevi, a fim de ser real.

Lembrem-se também, que a fé varia em vigor, até na mesma pessoa. As vezes a fé de alguém está forte e pode ser facilmente percebida; depois pode se tornar fraca e a incredulidade se torna mais forte.

Então, a fé se evidencia de muitos modos; mas o que está no âmago da fé verdadeira é o seguinte: estar contente e satisfeito com o plano da salvação de Deus, através de Jesus Cristo. Quando alguém está agradecido pela morte de Cristo no lugar dos pecadores (o que significa que Deus pode, em justiça, perdoar pecadores), então aquela pessoa tem a fé que salva pecadores. A fé salvadora significa desistir totalmente de pensar em conseguir o favor de Deus por meio das obras, e em lugar disso, descansar no que Cristo fez para tomar sobre Si o castigo devido ao pecador. Essa fé está em todos os que nasceram de novo - em todo o verdadeiro cristão -mesmo que não seja evidenciada por todas as maneiras sobre as quais falei.

Assim, o que devemos perguntar a nós mesmos é simplesmente o seguinte: estou satisfeito com o Senhor Jesus Cristo? Ele é aquele a quem dou mais valor do que a qualquer outra coisa? É precioso para mim, por ser o único caminho para Deus? Estar satisfeito com Jesus Cristo como aquele que carregou os nossos pecados e é o nosso único Salvador, é fé autêntica. Isso é crer com o coração. É estar satisfeito com o caminho de Deus para a salvação de pecadores através de Cristo; é concordar com o caminho de Deus para a salvação, e recebê-lo com alegria, através de Jesus Cristo. Deixem-me repetir, podemos saber se temos fé assim, pois não podemos ter dúvidas sobre isso se estamos descansando inteiramente em Jesus Cristo para nos levar a Deus, e se valorizamos o Senhor Jesus Cristo acima de todos e de tudo o mais. Aquele que crê desse modo não perecerá, mas terá "a vida eterna" (João 3:16).

Todavia, seria possível existir uma fé falsa que seja como a verdadeira e tão parecida que não podemos perceber a diferença? Ora, muitos admiram Jesus hoje, assim como muitos creram nEle quando viram os milagres que fez. Como poderemos distinguir essa falsa fé, fé simulada, da fé genuína, verdadeira?

Primeiro, a fé falsa nunca desiste totalmente da idéia de que podemos ajudar, ao menos um pouco, em nossa própria salvação do pecado. Fé falsa faz com que as pessoas perguntem, como o homem em Lucas 10:25: "que farei para herdar a vida eterna?" A falsa fé também quer apegar-se a outras coisas além de Cristo. Assim, a falsa fé nunca confia completamente em Cristo, e somente em Cristo.

Em segundo lugar, pessoas com falsa fé não querem que Cristo as dirija, ou faça a paz entre elas e Deus em todos os tempos, ou ensine-as e as guie. A falsa fé de fato não recebe a Cristo como rei, sacerdote e profeta.

Em terceiro lugar, a falsa fé não está pronta a seguir a Cristo pelas agruras, perdas e sofrimentos. A fé verdadeira quer somente a Cristo, não importa o que custe.

Explicarei depois outras diferenças entre a fé autêntica e a falsa. Por exemplo, somente a fé autêntica tem o efeito de purificar a vida interna da pessoa (Atos 15:9). Onde houver fé autêntica, sempre haverá também todas as virtudes espirituais (Gal. 5:22-23).

fonte:   SEMAR BESSA: Você realmente é um Cristão? William Guthrie (1620 - 1665)

A ORAÇÃO DE UM TEÓLOGO

 

Santo Deus, Não me negue…

O deleite de conjecturar sobre o Teu agir

O prazer de formular equações acerca do Teu caráter

A deliciosa matemática da argumentação apologética

Perdoa-me…

Por tentar Te defender

Por tentar me apropriar de Ti

Por tentar colocá-Lo em uma proveta

Por tentar torna-Lo um mero objeto de estudo… Quando Tu só desejava ser meu Pai

Ensina-me…

A entender que Teu Evangelho é simples

A entender as sutilezas da Tua atuação

A entender a singeleza do Teu amor

A entender que a lógica fria é incapaz de contemplar a Tua graça

A entender que nem todas as coisas estão ao alcance da minha compreensão

A aceitar o fato de que é impossível racionalizar o escândalo da Cruz

Obrigado, meu Pai, amém
fonte:  Por Ele