23/10/2008

LIVRARIAS CRISTÃS SÃO ABERTAS NA CHINA

A mais nova livraria cristã aberta foi em Xangai no dia 1 de abril. No entanto, não há Bíblias para vender. Essa livraria é administrada por um jovem empresário cristão e é uma das poucas livrarias cristãs que funcionam na China hoje.

Apesar de ser paracida com uma livraria cristã estrangeira, não está à venda uma Bíblia sequer. De fato, o proprietário de outra livraria cristã no norte da China foi multado recentemente em 10.000 RMB (1.200 dólares) por vender Bíblias ilegalmente.

O gerente de Xangai explicou que agora é possível obter permissão do governo municipal para abrir livrarias "especializadas", e ele orgulhosamente mostrou seu novo certificado. Entretanto, somente é permitida a venda dos livros com o número do ISBN. O ISBN, ou Número Padrão Internacional do Livro (ISBN, em inglês), é um número com dez dígitos que identifica cada livro e produtos similares publicados internacionalmente.

Os livros cristãos, incluindo Bíblias, publicados oficialmente pelo Conselho Cristão da China e pela Editora Amizade não têm o ISBN e só recebem autorização provincial para impressão e portanto não podem ser vendidos livremente ao público em livrarias.

Há umas poucas centenas de grandes igrejas oficiais na China que operam nas cidades com livrarias e pequenas bibliotecas. Elas estão normalmente abertas somente aos domingos aos fiéis e não estão disponíveis ao público em geral. O número de títulos nas bibliotecas das igrejas oficiais ainda são muito limitadas. O catálogo de 2002 para o Conselho Cristão da China lista apenas 88 títulos (excluindo Bíblias e hinários).

Avanço pioneiro

Numa cuidadosa distinção, esses novos pontos de venda estão abertos ao público e representam um avanço pioneiro. Pelo menos cinco lojas estão agora abertas nas cidades maiores. A maioria abriu nos últimos meses. A de Xangai atrai cerca de cinqüenta clientes e curiosos a cada dia, dos quais mais da metade não são cristãos. A existência da loja foi passada de boca em boca.

O proprietário não espera ter lucro a curto prazo. É caro estocar a loja com livros cristãos. Na China, muitos editores seculares, por razões de lucro estão publicando de vez em quando livros cristãos. Eles vão de livros acadêmicos eruditos sobre teologia de Tomás de Aquino ou Lutero a dicionários bíblicos e até histórias bíblicas ilustradas. A maioria sae em modestas edições de 2.000 a 10.000 exemplares.

O contínuo crescimento da Igreja Chinesa significa que existe uma necessidade insaciável por literatura cristã de todo tipo. Significa também que o suprimento de livros cristãos do exterior ainda é uma necessidade urgente.

Entretanto, a abertura dessas poucas livrarias cristãs é um significativo, ainda que modesto, avanço. A esperança é que a censura e o controle diminua ainda mais, para permitir a publicação de material cristão dentro da China numa escala compatível com o que provavelmente é a maior comunidade evangélica do mundo.
FONTE: http://www.semipa.org.br

PARA MEDITAR


OREMOS, SIM, MAS NÃO PARA SOLUCIONARMOS PROBLEMAS DE FORMA MÁGICA. A ORAÇÃO É A PRÁTICA DA PACIÊNCIA. SITUAÇÕES DIFÍCEIS, ÀS VEZES, NÃO SE RESOLVEM, MAS QUANDO ORAMOS SOMOS TRANSFORMADOS. NÓS NOS CONSAGRAMOS A DEUS E SOMOS SANTIFICADOS DE MODO QUE, EM CERTAS OCASIÕES, NÃO É A CIRCUNSTÂNCIA QUE MUDA, MAS O NOSSO OLHAR.
Osmar Ludovico

AS MUITAS FACES DA HUMILDADE

 


Por Philip Yancey

Fiz, recentemente, um exercício. Relacionei o nome das pessoas que mais me influenciaram, cujas qualidades gostaria de imitar. Examinei a lista durante algum tempo antes de perceber que todas possuíam uma característica em comum: a humildade.
Durante algum tempo, rejeitei a humildade, por considerá-la expressão de auto-imagem negativa. Cristãos humildes parecem rastejar, fugindo de todos os elogios com expressões como “Não fui eu, foi obra do Senhor”. Como um amigo matemático intelectual uma vez disse, a situação dos humildes é autoconsumidora: quando a pessoa adquire a consciência de seu valor é rebaixada no mesmo instante.
Porém vejo, hoje, que nenhuma dessas queixas se aplica às pessoas que mais admiro. Um grande cientista, um poeta talentoso, um teólogo que trabalha com os pobres – nenhum deles possui auto-imagem negativa. Todos se destacaram nos estudos, receberam prêmios e não têm motivos para duvidar de seus dons e habilidades. Para eles, a humildade é uma escolha permanente de conceder a Deus, e não a eles mesmos, os talentos naturais que possuem, e de usar esses talentos no serviço do Senhor.
Segundo muitos historiadores, os pensadores pagãos nunca exaltaram a humildade. Enquanto que os filósofos mundanos admiravam as virtudes das realizações e da autoconfiança, os cristãos viam uma grande tentação em tudo que leva a pessoa a se sentir superior às outras. Em outra direção, incentivavam a admiração devida a si mesmo e a dependência total de Deus.
Jesus falou abertamente sobre seus momentos mais estressantes: sobre quem mais leríamos no Novo Testamento falando sobre a tentação solitária no deserto, ou a luta no Getsêmani enquanto seus amigos dormiam? O apóstolo Pedro parece ser pior no evangelho de Marcos que, ao que parece, foi baseado em seu relato (e João Marcos teria acrescentado, como enigma, ele mesmo como o personagem nu correndo para longe da cena da prisão de Jesus). João e Pedro, heróis da Igreja, foram os mais censurados em todos os evangelhos. Paulo prossegue no mesmo tom, aprendendo, através do “espinho na carne”, a se gabar apenas das fraquezas, ocasião que dava lugar à força de Deus.
A humildade tem muitas dimensões. Meu primeiro patrão demonstrou isso, na forma bondosa e paciente com que me tratava, eu, um escritor ainda por ser formado. Ele nunca fez uma alteração editorial em meu texto sem me convencer, com muito esforço, de que a alteração iria, realmente, aprimorar minha obra. Esse homem considerava sua missão não apenas aprimorar textos, mas também aprimorar os escritores.
Outros de meus heróis exercitavam a humildade encontrando um grupo de pessoas esquecidas e desprezadas. Penso no Dr. Paul Brand, jovem médico promissor que foi para a Índia como voluntário, sendo o primeiro cirurgião ortopédico a trabalhar com pacientes leprosos. E também Henri Nouwen, professor nas Universidades de Notre Dame, Yale e Harvard, que acabou entre pessoas que possuem apenas uma fração da inteligência dos alunos dessas universidades: os deficientes mentais dos lares L’Arche, em Toronto e na França. Esses dois homens me mostraram que se rebaixar pode levar ao sucesso que é importante de verdade.
Os Estados Unidos assistiram o Presidente Jimmy Carter passar pela humilhação de perder uma eleição e em seguida ser rejeitado por seu partido. Tendo sido o homem mais poderoso do mundo, rejeitou a idéia de se limitar a jogar golfe e participar de programas de entrevistas, pegou um martelo e foi construir casas para a Habitat for Humanity. Mais tarde, presidentes reconheceram sua capacidade como negociador – para estabelecer a paz – e ele se tornou respeitado em todo o mundo.
“Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos”, disse Jesus aos discípulos. Mais tarde, Paulo expandiu o princípio em uma metáfora digna de nota:
“Os membros do corpo que parecem mais fracos são indispensáveis, e os membros que pensamos serem menos honrosos, tratamos com especial honra. E os membros que em nós são indecorosos são tratados com decoro especial, enquanto os que em nós são decorosos não precisam ser tratados de maneira especial. Mas Deus estruturou o corpo dando maior honra aos membros que dela tinham falta” (1 Coríntios 12.22-24, NVI).
Nunca ouvi um pregador ter coragem para citar as “partes indecorosas” que tratamos com vergonha especial. Eu votaria para essa posição nas células do cólon e dos rins, que desempenham as funções de limpeza do corpo. Damos muita atenção às partes visíveis, como os olhos e o cabelo. Porém, cegos e carecas provam que é possível ter uma vida rica e recompensadora sem olhos que funcionem e fios de cabelo. Já uma pessoa cujos rins ou cólon parem de funcionar viverá apenas algumas horas, caso não receba cuidados médicos.
Durante a maior parte de sua vida, Albert Einstein manteve na parede o retrato de dois cientistas, Newton e Maxwell, como exemplos para inspirar sua vida. Todavia, quando o fim de sua vida se aproximava, trocou pelos retratos de Albert Schweitzer e Mahatma Gandhi. Afirmou que precisava de novos exemplos a seguir – não de sucesso, mas sim de serviço humilde.


FONTE: Cristianismo Hoje