31/03/2009

PORNOGRAFIA: POR QUE AINDA É DIFÍCIL FALAR SOBRE O ASSUNTO NAS IGREJAS?

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(Por João Neto) - No ano de 2006, o renomado ministro de louvor, Kirk Franklin, participou do famoso talk show norte-americano ”Oprah”. Durante aquela edição do programa, o maestro assumiu publicamente, enfrentar um vício que já o afetava desde a infância: a pornografia. ”Havia sempre aquele menino cujo irmão mais velho tinha revistas pornográficas. A primeira vez que vi uma, devia ter uns oito ou nove anos. A partir daí me tornei um viciado. E levei isso para meu casamento. Minha esposa ficou ciente da situação somente no segundo ano de casados”, relatou o músico.

Casos como o de Kirk Franklin já não são mais tão raros como se imagina. A Igreja tem sido afetada pela pornografia, que está presente nos lares de muitos jovens, crianças e adultos cristãos. Líderes de ministérios mantém este vício oculto em suas vidas e, muitas vezes, usam de seus cargos dentro da comunidade para esconder tal fraqueza. Em entrevista exclusiva ao Guia-me, Julio Severo — escritor de temas relacionados à sexualidade — falou das dificuldades para se tratar do assunto no meio cristão e medidas a serem tomadas para que as igrejas previnam-se contra este perigo. Confira, na íntegra, a entrevista feita com o pesquisador cristão.

Guia-me: Você enxerga motivos específicos para a Pornografia ainda não ser tratada, remediada ou até prevenida nas igrejas cristãs?

Julio Severo: A principal razão é a secularização das igrejas. Por secularização, quero dizer que os sentimentos e reações do mundo se tornaram parte das igrejas. O mundo nada vê de errado ou anormal em novelas, filmes e programas com conteúdo de nudez e sexo - em menor ou maior grau. O mundo também pouco se importa com a exposição de nudez, dentro de cada lar ou por meio da mídia. As igrejas não querem parecer diferentes do mundo. Daí, acabam caindo nas mesmas ciladas, onde programações patentemente pornográficas não são reconhecidas como tais, porque todos já se acostumaram às cenas. É a mundanização dos sentimentos e reações dos cristãos e a perda do ”antiquado” temor a Deus.

Guia-me: Existe alguma forma das igrejas se prevenirem, evitando que a pornografia afete os seus jovens, crianças e adultos? Se sim, em que consistem estas medidas?

Julio Severo: O ministério sacerdotal consiste em ensinar diferenças ao povo, isto é, o líder tem a responsabilidade de ensinar frequentemente a diferença entre o santo e o profano, o certo e o errado, o puro e o impuro, etc. A pregação e estudos bíblicos nos lares precisam tratar diretamente dos prejuízos e perigos que programas de TV, cinema e uso inadequado da internet podem trazer. É preciso especificar aos jovens regularmente o que é bom e o que é inaceitável nas ofertas deste mundo. Por outro lado, há uma necessidade premente de encorajar os jovens a ler abundantemente a Palavra de Deus. Para eles, recomendo a Bíblia NTLH — Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

Guia-me: Quais necessidades você identifica em uma pessoa que já se encontra envolvida por este vício? Necessidades espirituais, psicológicas, físicas etc?

Julio Severo: Se é alguém que não conhece Jesus, precisa de liberação e salvação, quer esteja na igreja ou não. Se é alguém que conhece o Evangelho, a necessidade urgente é cultivar o temor do Senhor, a santificação. Marido e esposa precisam entender que pelo simples fato de poderem ver sua própria nudez eles não estão também autorizados a verem a nudez de todos os outros.

Guia-me: Por que as pessoas procuram tanto a pornografia? O que elas buscam saciar ao ver filmes, revistas ou acessar sites com este conteúdo?

Julio Severo: Modernamente, a procura vem por desleixo moral. A pornografia visual — seja de revistas, TV e internet — é um vicio majoritariamente masculino. Esse vício vem sendo cultivado em lares liberais e permissivos onde meninos e meninas são literalmente criados aos pés de entretenimentos onde a nudez ou semi-nudez é normal. Há também a exposição de nudez dentro da própria família, onde crianças criadas em ambientes afetados por teorias psicológicas de criação de filhos acabam desde cedo sendo acostumadas a ver a nudez do pai e da mãe e dos irmãos. Meninos de lares assim não têm dificuldade nenhuma de se viciar em pornografia e tratar as meninas e mulheres como meros objetos sexuais. Meninas criadas em lares desse tipo conseguem facilmente se deixar fotografar ou filmar pornograficamente, ou coisas piores.

Guia-me: Como uma pessoa de dentro da igreja pode buscar esconder o seu vício (no caso, em pornografia)? De quem ela busca esconder esta fraqueza? De Deus, do pastor, da família, dos amigos, dela mesma?

Julio Severo: Sim, há casos em que se esconde o vício da pornografia. Até mesmo alguns líderes escondem não só o seu vício de pornografia, mas outros pecados ocultos da igreja, como a prática do nudismo fora do relacionamento conjugal entre marido e esposa, onde crianças e adolescentes ficam expostos à nudez do pai e da mãe. Eles não se preocupam com Deus, por não temê-Lo, mas se preocupam com a reação das outras pessoas da igreja.

Guia-me: Após descobrir que a pessoa está sofrendo com tal fraqueza, qual a atitude que a Igreja deve tomar diante desta situação?

Julio Severo: Se o viciado em pornografia e nudismo é um pastor, ele precisa se consertar com Deus e com sua família e, se possível, pedir ajuda a um pastor de confiança bem mais velho. Se for um membro de igreja, ele precisa buscar em Deus sua libertação e procurar a ajuda de alguém de confiança e que seja maduro espiritualmente para fazer um acompanhamento da situação.

Fonte: Portal Guia-me

 

30/03/2009

COMO OBTER UM CORAÇÃO PERDOADOR?

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Mágoas, corações partidos, feridas, decepções, dores profundas, angústia, depressão, vertigem, desesperança. A lista pode ser interminável quando tentamos descrever o tamanho da dor e do sofrimento que passamos quando alguém a quem consideramos nos fere de maneira profunda.

Muitos são os feridos de alma com tremendo sofrimento e dor, estes tais foram atingidos por pessoas que lhe eram fundamentais. Filhos rebeldes, esposas agressivas, amigos magoados, irmãos com ressentimentos, cristãos decepcionados com a igreja, pessoas desiludidas consigo mesmas.

Perdoar torna-se algo quase impossível para estas pessoas. Na maior parte das vezes resta-lhes apenas juntar os cacos do que sobrou e tentar remendar uma nova vida que jamais será como poderia ter sido, não fosse a dor da agressão que, na maioria das vezes, sequer conta com arrependimento por parte do agressor.

Sim, são muitos os feridos na alma,  são muitas as pessoas agredidas sem que o seu algoz jamais lhe venha pedir perdão pela dor causada. O sofrimento é, portanto, ainda mais angustiante.

O que fazer? Como perdoar dores tão profundas? Como superar e recomeçar?

São perguntas freqüentes. E o que temos, como cristãos,  de mais valioso a oferecer são nossas lágrimas e  orações, pois somente Ele tem o poder de consolar os corações mais feridos. E o Senhor faz isto,  quando concede-nos a  alegria de presenciarmos vidas sendo reedificadas, às vezes lentamente, às vezes dolorosamente, mas sendo edificadas em Cristo, com novas perspectivas, novos horizontes.

É bem difícil lidar com o perdão. As dores não passam, pois há um constante ressentimento. Um sentir de novo, e de novo, e de novo, num ciclo interminável de perpétua dor. Tal estado de alma, muitas vezes impede que se possam alcançar novos ideais, então eles nos travam, nos aprisionam. São filhos magoados que não conseguem ser pais abençoadores; esposas traídas que não conseguem reconstruir suas vidas emocionais; crentes feridos que não sentem mais comunhão com Deus. A verdade é que a falta de perdão nos coloca em profunda prisão.

É uma lógica difícil: aquele que é magoado, ferido, humilhado, excluído é o que sofre as maiores seqüelas e o que se encontra em prisão. Daí a dificuldade do perdão; não há como não desejar o mal a quem nos agride de maneira tão profunda, não há como esquecer, não dá para fingir que está tudo bem quando o coração grita desesperado, aprisionado, atormentado.

Mas, por mais paradoxal que possa parecer, o grande beneficiado pelo perdão é justamente aquele que foi agredido. Sim, aquele que recebe o perdão, é claro que é beneficiado, pois não havendo mais a possibilidade da vingança, nem terá que lidar com o ódio e a rejeição do outro. Mas para quem consegue vencer o desafio de perdoar há recompensas ainda maiores, e a maior de todas as recompensas: A liberdade.

PERDOE E LIBERTE UM PRISIONEIRO, E DESCUBRA QUE ESTE PRISIONEIRO ERA VOCÊ!

Este sentimento de liberdade que vem junto com o perdão é inefável, quando perdoamos, somos automaticamente libertos das prisões espirituais que nos travavam, vemos os grilhões que nos escravizavam romperem e podemos voltar a erguer nossas cabeças. O desafio do perdão é uma batalha interior, talvez a maior batalha a ser travada. Ter um coração perdoador é ter a liberdade em todos os momentos, é ser senhor e não servo, é ganhar auto estima, é poder se olhar no espelho e ver alguém melhor, renovado pelo Espírito Santo de Deus.

Comece a cultivar um  coração perdoador. Mas há muita confusão em relação a perdoar, muitos confundem perdão com uma violência a seu próprio eu, e é claro que isto jamais poderá trazer saúde para a alma. Perdoar jamais poderá significar anulação, humilhação, medo, vergonha ou servilismo. Muito pelo contrário, o verdadeiro perdão, o perdão que traz cura, é de outra natureza.

Perdoar não é exercício de servilismo, perdoar é exercício de poder. É exercer poder para curar a si mesmo, para ser dono de sua vida, para romper se for necessário, para não permitir que ninguém tenha poder sobre você, para caminhar com determinação para o alvo que está reservado para todo aquele que tem a coragem de assumir seus sentimentos, mas não ser dominado por eles.

Perdoar é, enfim, saber-se livre e, sendo livre, poder viver em paz.

Que o Senhor nos dê a cada dia um coração perdoador!

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ZAGUEIRO ITALIANO PROVOCA POLÊMICA AFIRMANDO: HOMOSSEXUALIDADE É PECADO!

 

19 DE MARÇO. O zagueiro Nicola Legrottaglie, da Juventus, causou polêmica ao lançar sua autobiografia, entitulada "Fiz uma promessa". Em um dos trechos controversos do livro, o jogador, evangélico, afirma que o homosexualismo é pecado.
"Hoje se vê a homosexualidade como uma moda, uma maneira de ser 'do contra'. Mas na Bíblia está claro que tanto a homossexualidade masculina quanto a feminina são pecado. Mesmo assim, as reuniões que fazemos também estão abertas a eles", declara o italiano.
Ao longo da obra, Legrottaglie revela ainda que acredita na importância da castidade e de preservar o corpo e aconselha os gays, "como heterosexual e cristão", a lerem a Bíblia. O zagueiro também provoca discussões ao escrever sobre outras religiões.
Ao comentar o fracasso de sua negociação com o Besiktas, da Turquia, ele declara: "Tinha consciência que o ambiente alí podia ser hostil à minha crença espiritual e me repetia: 'Por que, Senhor, quer me mandar aos muçulmanos? Deus estava trabalhando por mim".
Legrottaglie já havia gerado comentários negativos ao dizer que Israel estava "Pagando as consequências de ter ofendido a Deus depois de ter sido o povo escolhido". Na época, o atleta teve que se retratar pelas suas declarações.

FONTE: NOTÍCIAS CRISTÃS: Zagueiro italiano provoca polêmica: "Homosexualidade é pecado"

O PERIGO DAS SEITAS: MENOR SE NEGA A IR EMBORA COM OS PAIS…

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Tabernáculo 'longe de Deus': menor se nega a ir embora com pais

29 de março de 2009. Na última segunda-feira, dia 23, às 9 horas, Claudinéia Ubner Morais, 37 anos, tentava mais uma vez: "Meu filho, volta com a gente, aqui não tem futuro pra você". Chorando muito, a mãe apelava ao filho Ricardo Ferreira de Carvalho Júnior, 17 anos, integrante da Tabernáculo, para que desistisse de acompanhar o pastor Inereu.

O NOTÍCIA AGORA acompanhou, durante todo o dia, o drama de Claudinéia, seu marido, Ricardo Ferreira de Carvalho, 37, e o filho caçula, Carlos Henrique, 9 anos. Na porteira da comunidade Recanto das Águias, ela chorava e pedia. O adolescente, sem demonstrar qualquer expressão, explicava, de cabeça baixa: "Só vou com um papel de juiz mandando eu ir".
Claudinéia saiu da comunidade no final do ano passado, quando percebeu que o pastor ia contra os princípios religiosos. "Ele disse uma vez que se alguma jovem aparecesse grávida, era para que ninguém se assustasse, pois seria algo comum. Depois disso, sua esposa foi embora e ele se casou informalmente com uma menina de uns 20 anos", relata.
Segundo ela, além do comportamento controverso do pastor, a falta de comida, remédios e roupas foi ficando pior, e quem adoecia não tinha chance de ir ao médico. "Era uma espécie de cativeiro, onde não tínhamos dinheiro, não tínhamos mais para onde ir, porque nossos bens ficaram com o pastor. E quando procurávamos por ele, sequer éramos recebidos", lembra a ex-integrante da Recanto das Águias.
Durante um ano, a comunidade viveu em alojamentos. Só depois pode mudar para as casas que ainda não ficaram prontas.
Família recupera filho com ajuda de juiz e de policiais
Depois de uma longa negociação, a família de Ricardo Ferreira de Carvalho, 17 anos, pode, finalmente, tê-lo de volta. Claudinéia e o marido, que vivem hoje em Belo Horizonte, Minas Gerais, esperaram por duas horas a chegada do rapaz no centro de Ecoporanga. O jovem só saiu do Recanto das Águias com o mandado de um juiz e o auxílio de policiais.
"Isso é influência do pastor. Tivemos sorte de sair de lá, de conseguir condições financeiras de voltar para Minas. É claro que meu filho tem que ir junto", fala Claudinéia. No Conselho Tutelar de Ecoporanga, o presidente da casa, Remi Ferreira Alves, explica que os jovens estão matriculados na escola de ensino médio local, mas não estão frequentando as aulas.

"Os representantes da comunidade explicaram que é por falta de transporte e garantiram que eles voltam às aulas até dia 6 de abril", conta. Por lei, todo menor tem que estudar. As crianças do ensino fundamental da seita estão cumprindo essa determinação, mas os de ensino médio não.
"Meu filho ficou todo esse tempo (quatro meses) sem escola, sob a responsabilidade de uma pessoa cheia de más intenções. Ele só trabalhava em obra e roça, sem remuneração", emociona-se mãe.
Pai: "tinha que implorar por um chinelo para meu filho"
A família do caminhoneiro Ricardo Ferreira de Carvalho, 37, se diz sortuda. Todos os passos dados foi com a intenção, de um dia, serem arrebatados por Jesus Cristo. E, mesmo com a triste caminhada no Recanto das Águias, não perderam a fé.  
Ricardo conta detalhes de como se tornou fiel e o que acontecia no sítio enquanto ainda vivia lá.
Quando você veio para Ecoporanga?
Logo no início, com os outros. Eu saí de Belo Horizonte, em Minas Gerais, com minha família, inspirado no incentivo de nosso pastor de lá, que regia a Tabernáculo do bairro Cabana. Passei um mês no condomínio de Vitória e depois fui para o Recanto das Águias. Mas, antes disso, fui expulso pelo pastor ainda na igreja em Vitória, diante de todos os fiéis, acusado de traição. Inereu disse que eu escondi dinheiro da venda de um carro meu, e não foi nada disso. Vendi o carro e dei todo o valor a ele, assim como R$ 50 mil de um imóvel. Ainda assim, de longe, mandei vários e-mails pedindo perdão, pedindo para voltar. Então, ele aceitou.
O que mais o intrigou no Recanto?
Muita coisa. Lá, uns tem muito, outros, nada. Eu tinha que implorar para ter um chinelinho para meu filho. Já outros, considerados de confiança pelo pastor, tinham tudo que precisavam. Também via o absurdo de mulheres que o Inereu "selecionava" para ficar perto dele. E ainda vi casamentos desfeitos, infidelidade. O pastor não aceita críticas, e tínhamos que assistir a tudo aquilo como se fosse normal criar filhos diante de preceitos que vão contra a família.
Por que você acha que seu filho não quis ir embora com vocês?
Porque está influenciado pelas ideias do pastor. Soube que a juventude lá se perdeu, e o Inereu não se importa. Soube que teve garrafa de conhaque rodando entre os rapazes, e ainda não é proibido os namorados se relacionarem intimamente, mesmo muito jovens.
FONTE 1 : Gazeta Online

FONTE 2):  NOTÍCIAS CRISTÃS: Tabernáculo 'longe de Deus': menor se nega a ir embora com pais

24/03/2009

DE OLHO NOS MÓRMONS E OS DIREITOS RELIGIOSOS

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POR: Mary Schultz


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Muitos cristãos evangélicos são atraídos pelas idéias teológicas supostamente conservadoras dos Mórmons, fazendo restrições à sociedade moderna. Eles parecem ficar ao lado dos cristãos em assuntos tais como Aborto, Oração nas escolas públicas, Homossexualidade, etc. Façamos uma ligeira comparação entre a Teologia Mórmon e a Teologia Cristã Evangélica, no que se refere a tais assuntos e veremos que as intenções são totalmente opostas.
Aborto - Para os cristãos evangélicos, que lutam pela vida, posicionando-se contra o Aborto, a base teológica é a própria natureza de Deus. A Bíblia ensina que Deus é vida e o autor da vida. Sobre este fundamento muitos cristãos se opõem ao que consideram o assassinato de bebês inocentes, os quais não têm como se defender.
Superficialmente os Mórmons parecem declarar o mesmo, mas, como sempre acontece no Mormonismo, tudo não passa de aparência. Eles se opõem teologicamente ao Aborto, não por causa da natureza de Deus, mas por causa da natureza do homem. Todos os homens são filhos literais de Deus e suas esposas, no céu. E quando um Aborto é cometido, o feto, que é o espírito de um filho de Deus no céu, não terá oportunidade de ganhar um corpo físico e continuar a sua escalada até à divindade, que a Igreja SUD considera como sendo também a vida eterna.
Oração nas Escolas - Liderando a campanha a favor da oração nas escolas públicas, no Congresso Americano, está Earnest J. Istook e outros cristãos que a ele se juntaram. Os cristãos que desejam oração nas escolas públicas assim agem porque verificam a falta que tal prática tem feito às crianças em matéria de influência religiosa, no que estão corretos. Mr. Istook está elaborando a legislação e muitos cristãos evangélicos estão trabalhando com ele no sentido de chegarem todos a um acordo comum.
Os Mórmons desejam também a oração nas escolas públicas, mas por outra razão bem diferente. Pode-se afirmar com segurança que alguns deles fora de Utah constatam a falta de qualquer Igreja na vida de um jovem em idade escolar e se preocupam com o fato. Entretanto, quando a Igreja SUD se posiciona a favor da oração nas escolas públicas ela está apenas fazendo questão de aparentar uma boa imagem. Para os Mórmons, o fato de se juntarem aos cristãos evangélicos, lutando em favor desse decreto, os apresenta como parte integrante da Fé Cristã, sem, contudo, terem necessidade de mudar suas doutrinas definitivas.
Interessante é que vários cristãos em Utah são contra a oração nas escolas públicas, uma vez que lá são os Mórmons quem vão redigir e liderar tais orações.
Homossexualidade - Os cristãos evangélicos são contra a Homossexualidade simplesmente porque a Bíblia declara que isso é pecado. Está claro que no princípio Deus criou um homem para uma mulher. Ainda bem que a maioria dos cristãos evangélicos se opõe ao Homossexualismo, mas ama os homossexuais.
Isso pode soar familiar aos Mórmons, porém eles se opõem às relações homossexuais porque tais práticas não produzem bebês. Em conseqüência, os espíritos infantis resultantes
das relações de Deus com suas esposas no céu não terão oportunidade de ganhar seus corpos físicos e progredir até a exaltação e divindade.
Adaptação - Aparentemente os Mórmons parecem se enfileirar com os cristãos evangélicos em muitas de suas reivindicações dentro da comunidade cristã. Porém as razões da Igreja SUD por trás de tais reivindicações são totalmente diferentes das dos cristãos. Muitos problemas surgem para todos os cristãos que desejam cooperar com esta Igreja em tais assuntos. O que acontece é que tais convênios sempre conferem uma imagem cristã à Igreja SUD, barateando, assim, o Evangelho de Jesus Cristo.
Quem desejar entrar num acordo religioso com a Igreja SUD, primeiro faça uma pesquisa de suas doutrinas de ontem e de hoje. Compare todas elas com a Bíblia e veja as discrepâncias que existem. Uma doutrina de ontem (como a Poligamia) pode já estar fora de prática, mas continua nos livros doutrinários, que são muitos, pois além do Livro de Mormon, que não prega a Poligamia, nem o Serviço no Templo, nem que Adão é Deus Pai, etc., existem outros livros, escritos pelos líderes que surgiram após o fundador do Mormonismo, os quais pregaram abertamente essas doutrinas espúrias, como por exemplo, Brigham Young, Orson Pratt, etc.
O Mormonismo queria chegar à casa dos 10 milhões de membros, antes do novo milênio e conseguiu. Para tanto, abriu mão de várias doutrinas antigas, conformando-se a algumas doutrinas bíblicas, mas somente para enganar os incautos. No fundo, o Mormonismo é uma religião falsa, herética e terrivelmente perigosa!
Informações colhidas no jornal "The Evangel", edição julho/Agosto de 1997.
FONTE: MinistérioCACP - Os mórmons e os direitos religiosos

22/03/2009

O QUE A TEMPESTADE NOS ENSINA?

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Uma coisa que o crente depressa descobre é que "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos... diz o Senhor» (Is.55:8). Nem sempre nos é fácil descobrir a vontade do Senhor, ou discernir qual o seu alvo em certas circunstâncias, e faz parte da nossa educação espiritual  investigar o que Ele tem para nós nas circunstâncias em que nos encontrarmos.
Em Mateus 14:22,36 lemos que o Senhor tinha dito aos Seus discípulos para irem para o outro lado do lago no seu barco. Naturalmente pensavam que, como o Senhor lhes tinha dito isso, tudo deveria correr às mil maravilhas! Mas foi precisamente o contrário! O Senhor mandou-os para o meio duma grande e medonha tempestade! O Senhor tinha se enganado?
Não temos nós tido a mesma experiência? Ouvimos tão claramente a voz do Senhor, obedecemos esperando que tudo seja bom, e encontramo-nos no meio da maior confusão! Quantas dúvidas, quantas ideias, quantas horríveis tentações não nos encheram a mente e coração, e muitas vezes acabamos convencidos de que foi a voz do diabo que ouvimos e não a do Senhor!
Os discípulos fizeram o que qualquer homem teria feito, tentaram sair dessa situação o  quanto antes. Mas, não podiam, pois fatigavam-se em remar e parece que não faziam progresso. O seu alvo era um, e o do Senhor era outro; eles queriam SAIR dessa tempestade, e o Senhor queria ensinar-lhes alguma coisa NELA.
Quão depressa desejamos livrar-nos das provações!
Muitas vezes, com a nossa pressa, perdemos a revelação que o Senhor tinha para nós. Quando nos encontrarmos em tais circunstâncias, descansemos e deixemos soprar o vento, esperemos na escuridão e perguntemos «Senhor, o que tens Tu nisto para mim?» A revelação virá. Há duas coisas que não devemos fazer: entrar em pânico e voltar  atrás. Isso só trará mais confusão.
Estes discípulos não perderam, de todo, o alvo, que eles sabiam o Senhor tinha para eles. O Senhor tinha-os mandado para o outro lado, e eles persistiram no seu propósito, ainda que não fizessem progresso!
Temos um exemplo desta verdade, na vida de Paulo, em Atos 23:11. O Senhor disse-lhe que ele havia de testificar em Roma. Por tudo quanto se seguiu: prisão, tribunais, alvoroços, tempestades, etc., Paulo nunca perdeu essa certeza nem largou a promessa do Senhor, que ele de qualquer maneira havia de chegar a Roma.
Uma vez possuidor de uma promessa do Senhor, o crente pode firmar-se nela, ainda que os montes sejam transportados para o meio do mar!
No meio da sua confusão, medo e fadiga, naquela noite, o Senhor apareceu por cima do mar. A Sua Presença, a Majestade do Seu andar, a maravilha do Seu domínio sobre ventos, ondas, o Seu «Tende bom ânimo», tudo isso devia ser maravilhoso para os Seus discípulos; devia ser uma grande lição de confiança e de fé, mais uma vez, de que o Senhor Jesus nunca chega tarde.
Mas, com tudo isso, e com tudo quanto podemos receber de tal manifestação do Seu Poder e Glória, creio que os discípulos receberam uma lição ainda mais maravilhosa.
Pedro queria ter a certeza de que era o Senhor, de modo que exclamou «...Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas!». O Senhor responde com uma só palavra «Vem!» (Mt.14:28).
Pedro desce do barco para ir ter com Jesus. Ora Pedro estava acostumado ao mar, mas não a andar por cima dele! Cheio de fé põe os pés sobre as águas, e maravilha das maravilhas, começa a andar! Mas Pedro nunca o tinha experimentado e as ondas eram alterosas e o vento forte, e o Senhor ainda estava a alguma distância dele. O vento assopra ainda mais fortemente, e Pedro cambaleia com as ondas debaixo dos pés; começa a ter medo, a perder a fé, e os pés a afundarem-se nas águas. Ele clama ao Senhor e o Senhor estende a Sua Mão e o segura (o que prova que Pedro já tinha andado bastante!)
Sim, uma outra lição de fé para Pedro e os outros discípulos: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?».
Temos pensado em como Pedro voltou para o barco?
Estavam a alguma distância dele, e a Palavra diz que subiram para o barco.
Estou certo de que o Senhor não levou Pedro nos braços! Havia de andar. Foi o mesmo mar, no mesmo temporal, com o mesmo vento (só quando subiram para o barco é que o temporal parou) mas sem cair, sem medo e com toda a confiança.
A única diferença, mas a enorme diferença, era que tinha a sua mão segura na Mão do Senhor! Foram juntos para o barco. Sim, a lição mais maravilhosa era que os discípulos tinham um Senhor que dominava sobre terra, mar e ar, e o Senhor nos diz «...Sem Mim nada podeis fazer» (Jo.15:5).
Nós, como os discípulos, talvez saibamos que temos um Salvador Todo-Poderoso, Aquele que tem todo o poder no céu e na terra.
É bom termos tal visão do Senhor, que já pôs todas as coisas debaixo dos Seus pés. Pedro tinha-a, mas, ainda assim, ia para o fundo, falhava. Pode ser que nós, com esse conhecimento, ainda falhemos quando vêm os temporais.
Conhecimento, não basta; precisamos da experiência, da união com o Senhor. Assim, ligados com Ele, onde a «ida» tem sido tempestuosa, cheia de medo, cambaleando e caindo, a «volta» será segura, vitoriosa, no poder d'Aquele que morreu por nós. Senhor Jesus não tira as provações, dá-nos vitória nelas.

20/03/2009

EXCESSOS…

 

Não sejas excessivamente nada...
Nada em excesso faz bem...
Não sejas excessivamente bom, para que não te enredes em tua própria bondade, e, assim, te corrompas na presunção de tuas próprias leis de nobreza e misericórdia.
Não sejas excessivamente justo, para que a tua justiça não se torne em perversidade.
Não tentes ser amor, mas apenas ama. Somente Deus é amor. Nós não sabemos como é ser amor.
Não sejas completamente inclusivo, pois, assim, perderias o teu caráter.
Não sejas completamente exclusivo, pois, assim, perderias a tua alma e tornar-te-ias empedrado.
Um santo tem que antes ser um bom pecador. E o caminho para a santidade é vereda do reconhecimento do pecado.
Não busques nem as alturas e nem os abismos. Se tu chegares num desses pólos... que tenhas sido apenas levado pela vida, não por ti mesmo. Antes, busca o caminho do equilíbrio e a vereda plana.
Todo excesso destrói o ser!


Caio Fábio, em texto de 2004.

FONTE: PavaBlog

19/03/2009

DESTE “deus” SOU ATEU

Marcos Inhauser
Recebi o seguinte e-mail do meu amigo, pastor Marcos Kopeska: “(No) censo [...] divulgado pelo IBGE [...] me chamou a atenção [...] o aumento [...] do contingente de pessoas que se declaram sem religião. Até os anos 70, este percentual estava abaixo de 1% [...]. Nos anos 90 subiu para 5,1%. Atualmente, chega a 7,3%. A cifra global, inferior a 10%, pode não ser tão expressiva, mas o ritmo de crescimento impressiona. Penso que o crer ou não na existência de Deus já é uma disputa ultrapassada e fora de moda [...]. Albert Einsten [...] declarou: ‘Quanto mais acredito na ciência, mais acredito em Deus. O universo é inexplicável sem Deus’. Abraham Lincoln, uma das dez maiores personalidades de todos os tempos, concluiu: ‘Eu entendo que um homem possa olhar para baixo, para a Terra, e ser um ateu; mas não posso conceber que ele olhe para os céus e diga que Deus não existe’. [...] O que me preocupa são os conceitos deformados que estão se formando a respeito de Deus. Confesso que já encontrei muitos ‘deuses’ diferentes nesta ‘teologia tupiniquim’ que pairou sobre nossa pátria a partir dos anos 80 e pegou em cheio o cristianismo. O Deus soberano, criador e sustentador do universo foi trocado pelo ‘deus do mercado da fé’, disposto a leiloar sua imagem em cada reunião. Trocamos o Deus Altíssimo, onisciente e onipresente, que independe de nós, pelo ‘deus Papai Noel’ (aquele que, para conquistar admiradores e adoradores, sai distribuindo presentes a granel). Trocamos o Deus que nos guia mesmo nos vales escuros da vida pelo ‘deus paternalista e superprotecionista’, que, em nome de um triunfalismo barato e sem propósitos, não nos deixa passar pelas provações. Trocamos o Deus que nos ensina a viver em paciência e longanimidade pelo ‘deus micro-ondas’ [...] imediatista, que é obrigado a fazer o que eu quero aqui e agora. Concluo que crer ou não crer não é mais a questão. A questão é em que Deus temos crido”.
Quando ouço os pregadores que fazem da fé um show, que fazem seu reino universal, e mesmo outros em igrejas chamadas históricas, preciso dizer que, se Deus é o que estas pessoas dizem que é e ensinam, eu não acredito nele. Sou ateu do deus deles. O deus dos pregadores televisivos e anunciadores do sucesso é um deus mecânico, muito ao estilo das “vending machines”: basta colocar a moeda e pegar a benção. É um deus subserviente, mecânico, previsível, movido pela gasolina das ofertas, impiedoso, que não conhece a graça.
De minha parte, prefiro o Deus do evangelho de João, que vai em busca dos necessitados, que dá a quem não pediu, que abençoa quem não merece, que ama os seus até o fim.


Marcos Inhauser é pastor, presidente da Igreja da Irmandade e colunista do jornal Correio Popular.

FONTE: Editora Ultimato - formação e informação

MAS O QUE É A JUSTIÇA DE DEUS?

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Uma definição simples da justiça divina é que ela é o atributo que reflete a integridade moral de Deus. A justiça de Deus não inocenta os culpados, por mais escondidos que eles estejam, nem culpabiliza os inocentes, por mais caluniados que eles sejam. Deus é onisciente e conhece a dimensão exata da nossa culpa, e também sabe quando alguém está transferindo sobre outrem uma falsa culpa. Assim, quando Adão lançou a sua acusação contra Deus e sua esposa, pelo seu pecado, o Senhor puniu todos segundo a iniqüidade de cada um. Não há injustiçados, nem omissões no tribunal divino.

A justiça de Deus tem motivo certo e medida certa. Embora a santidade ofendida seja de grau infinito, exigindo uma punição eterna, ela não será aplicada aos escolhidos de Deus, pois  esta punição foi imputada no amado Filho, sobre a cruz. Mas, por causa do Seu redentor propósito eterno, Ele decidiu condicionar o Seu perdão ao nosso arrependimento (At 3:19). Ele nos pune para manifestar a Sua glória, sem excessos, corrigindo e educando-nos para vivermos a Sua santidade, à imagem de Cristo.

A justiça de Deus não é negociada, não é comprada, nem é subornada. A Sua justiça muitas das vezes, ao nosso parecer, é lenta: porque ela não está a serviço de poder econômico algum, de poder político algum, de religioso algum. Deus é independente de qualquer necessidade e Absoluto em Suas decisões. Nada pode intimidá-LO na aplicação da Sua justiça. Ninguém pode manipular os resultados dos Seus juízos, nem torcer os padrões da Sua retidão.

Deus retribui a cada um segunda a sua medida. A justiça de Deus separa o falso do verdadeiro, o joio do trigo, o fingido do autêntico, o condenado do perdoado, o incrédulo do crente, o perdido do salvo. A justiça de Deus coloca de um lado as boas obras meritórias e do outro, as boas obras produzidas pelo coração purificado e agradecido. Deus é inerrante em Suas sentenças, bem como é exato em Suas recompensas.

A justiça de Deus traz à tona os pecados não confessados nem abandonados, e joga no lixo os pecados arrependidos. A justiça de Deus é terrível para com aqueles que amam mais a impiedade do que a Sua santidade. Ela se manifesta agora de forma esporádica e há de se revelar no futuro próximo de forma conclusiva. É o que chamamos de juízo final! A Escritura declara em tom absoluto e solene: Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias (Sl 7:11).


DEUS, ENTERROS E DORES

Hoje tive um dia agitado. Na parte da manhã, realizei um ofício fúnebre. À tarde, aconselhamentos e visitas. E à noite, culto público na igreja. Chego à frente do computador emocional e fisicamente esgotado.
Ainda estou sob o efeito emocional do ofício fúnebre, pois todo o meu dia girou em torno dele. Sei que a morte é algo inegociável em nossa existência. Sei que todos, independente da raça, credo, sexo ou posição política e sociocultural, serão igualados pelo suspiro final. E sei também que o Senhor consola aqueles que nele confiam, levando para si os que morrem em Cristo.

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Porém, mesmo sabendo de tudo isso, como reagir quando se faz o ofício fúnebre de uma moça de 21 anos, que estava planejando se casar com o tecladista da equipe de música da igreja que pastoreio? O que responder ao jovem namorado da falecida que, mesmo firme em sua fé em Cristo, ficou abalado (com toda razão) com o falecimento? A pergunta que me passou pela mente, e que me foi feita pelo rapaz, foi: “Por quê? Por que Deus, sendo bondoso e misericordioso, leva alguém pleno de saúde, sem nenhum sinal de enfermidade, que buscava intimidade sincera com o Senhor, ceifando sua vida? Qual o propósito de Deus nisso?”.
Nem sempre o trabalho pastoral é fácil. Aliás, quase nunca. É verdade que há momentos suaves e alegres, como a celebração de um casamento, uma festa de aniversário, o batismo de um filho da igreja. Porém, esses momentos leves são alternados por momentos mais árduos: um aconselhamento a um casal destruído pelo pecado, um falecimento, uma enfermidade terminal. Conforme David Hansen explicita, o trabalho do pastor oscila entre dois pontos: o “eros” e o “thanatos”. Trabalhamos no “eros” (ou amor) nos casamentos, nos batismos, nas festas de aniversário, quando o amor humano brota. No entanto, trabalhamos também no “thanatos” (ou morte) nos falecimentos, nas rupturas relacionais, nas rixas, quando brota o lado ruim no ser humano.
Ao trabalhar o “thanatos”, e em especial no falecimento da referida moça, sempre me vem o questionamento: “Por quê?”. Sempre queremos saber a razão, o motivo, o propósito. Muitos, ao não conseguir encarar a dimensão de mistério da fé cristã, tentam, de modo irresponsável, diminuir o tamanho de Deus, fazendo dele apenas um mero companheiro cósmico, que desconhece o futuro e não sabe e nem pode evitar o pior.
Outros jogam a culpa pelas coisas ruins em cima do próprio homem ou de sua incredulidade, transformado Deus em um espectro impassível e indiferente à nossa dor.
Creio que ambos os extremos são terrivelmente perigosos. No primeiro, a conclusão lógica frente a um Deus menos Deus é o desespero e a angústia, resultando no existencialismo; no segundo, frente a um Deus relacionalmente diáfano, o resultado é o cinismo, desembocando no niilismo.
Como responder, portanto, ao “porquê” frente ao “thanatos”? Sinceramente, gostaria de saber. Porém, tenho de me render ao fato de que sou um humano, pecador e limitado, que serve a um Deus santo e ilimitado, e que, portanto, não tenho todas as respostas que queria. Contudo, sinto que há uma boa dica em Jó. Em sua terrível situação, ele questiona a Deus sobre a razão de seu sofrimento. Deus começa a responder no capítulo 38. Porém, sua resposta não soluciona os “por quês”. Em vez disso, Deus dá um relato da sua grandiosidade na criação. Portanto, a resposta que Deus dá a Jó não são apenas esclarecimentos às perguntas. A resposta à dor de Jó é a sua própria presença. Assim, saber que a presença de Deus é sua resposta à nossa dor não é apenas a única resposta disponível, mas a melhor entre todas, caso houvesse outras.
Talvez não nos satisfaça racionalmente, mas a presença de Deus frente à dor acalma a nossa tormenta interior. E nos permite continuar servindo-o, com nossas dores e alegrias. Talvez não entendamos mesmo a razão do “thanatos”. Mas, com a consciência da presença do Senhor, isso se torna de menor importância.


• Escrito por: Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO.

FONTE: Editora Ultimato - formação e informação

17/03/2009

A FESTA DE BABETTE --- ONDE APRENDEMOS A SERVIR , A COMPARTILHAR E A NÃO SATANIZAR TUDO…

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Aproveitando meus últimos dias de férias, assisti ao filme A festa de Babette, indicado há um tempo por uma querida amiga.
No início, esperei por mais uma história de época em um país fora do grande centro cinematográfico de Hollywood, o que sempre me cativa. Mas pude viver emoções intensas e diferentes enquanto os minutos iam passando e Babette se preparava para oferecer seu banquete.
Duas filhas de um pastor protestante envelhecem seguindo a doutrina da caridade e da renúncia aos prazeres pessoais. Deixam grandes amores e realizações para trás, olhando em direção a um futuro no céu e preocupando-se em manter vivos os ensinamentos de seu pai em uma comunidade religiosa cada vez mais reduzida.
Babette é uma refugiada da guerra civil francesa que vai trabalhar para as irmãs por indicação de um antigo amigo em comum.
Há quatorze anos servindo a elas, Babette se vê beneficiada com um prêmio de loteria da França. Decide, então, oferecer um jantar francês para a congregação, por ocasião do centenário do pastor, morto há vários anos.
As irmãs concordam em aceitar a oferta, mas não imaginam o que fará Babette para a comemoração.
Ao verem sua chegada carregada de diferentes iguarias, como codornas, tartaruga, vinhos e champanhes, as irmãs reúnem a congregação para alertar os membros, a fim de que não se contaminem com um provável “banquete satânico”, ao que todos anuem.
Porém, a presença de um general à mesa faz a diferença durante o jantar. Enquanto os demais presentes se mantêm fiéis ao silêncio a respeito da comida, o general aprecia e elogia cada prato, cada bebida que é servida.
Aos poucos, os demais passam a apreciar mais aquele momento especial, esquecem antigas rixas, passam a adotar uma postura mais cordial, mais afável uns com os outros.
Após todos se despedirem, as irmãs vão agradecer a Babette pelo memorável banquete e provavelmente o último, pois agora, com o dinheiro ganho na loteria, ela certamente iria voltar a França.
Babette impressiona as irmãs ao contar que era chef de um famoso restaurante em Paris e que não iria embora, pois não havia ninguém a sua espera. Além disso, não tinha mais dinheiro.
Ela havia gasto todo seu prêmio com o jantar oferecido.
Ao longo de todo o filme, muitas são as citações bíblicas e palavras que remetem a busca pela pureza e focalização no céu, na obrigação de se servir a Deus e de não se buscar os prazeres do mundo. Porém, a atitude mais cristã apresentada foi o oferecimento de Babette, que usou todo seu dinheiro a fim de proporcionar um momento de prazer àquelas pessoas que não o tinham.
Ela parece encarnar o sacrifício de Cristo, que se doou por nós, para que pudéssemos desfrutar uma vida em abundância. Mas assim como muitos no filme, há pessoas que não conseguem enxergar as dádivas e buscam satanizar todo e qualquer prazer que se venha a ter na terra.
Assisti a esse filme com deleite, buscando lincá-lo com uma história da Bíblia que nos fala a respeito de um anfitrião que também ofereceu uma festa. Convidou várias pessoas da sociedade e todas tinham um motivo para não ir. Ao receber as respostas dos convidados, o anfitrião reenviou o mensageiro, agora, com o objetivo de convidar todos os párias, os que compareceram à festa oferecida.
Tanto no filme, quanto na passagem bíblica, a oferta de vida é feita a todos. A vida, a todo o momento, nos reserva alegrias e prazeres. Seja na primeira palavra pronunciada por um filho, num abraço fraterno de um amigo, no resultado de aprovação na escola, no sol que nasce todos os dias, num final de tarde cheio de promessas de descanso. A vida é incansável em sua tentativa de nos ver sorrir.
Recebemos todos os dias a oferta do banquete. Somos sempre convidados à mesa do Anfitrião. Cabe a nós, sempre, a decisão de participar ou não. Mas essa participação deve ser espontânea e aproveitada em cada detalhe. Sem medos, sem preconceitos, sem reprovações, somente gratidão.
À festa de Babette compareceram várias pessoas, a maioria disposta a não aproveitar aquele momento. Porém, aqueles que vinham de fora, de longe, como o general e seu cocheiro, que enquanto aguardava na cozinha, se deliciava com as iguarias ao mesmo tempo em que ajudava Babette, esses souberam reconhecer o valor de algo que era oferecido como o melhor, o tudo de alguém, e esse reconhecimento foi feito da forma mais correta possível: aproveitando e se deleitando com a oferta.
Que saibamos reconhecer os presentes de vida que todos os dias nos são dados. Que saibamos viver com o coração grato pelo que recebemos, sabendo que é o melhor que nos é oferecido.

FILME: A FESTA DE BABETTE

FONTE: BLOG DA ANE

POR: Ane de Mira

Lindo Testemunho - Fim da Vida

 menino

Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos.

Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também chovia muito.

-'Ok, papai, estou pronto.'

O menino se agasalhou e disse:

-'Pronto para quê?'

E seu pai perguntou:

-'Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. '

Disse o menino:

-'Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. '

Seu pai respondeu:

-'Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?'

O menino olhou para o pai surpreso e perguntou:

-'Filho, eu não vou sair nesse frio. '

Seu pai respondeu:

-'Pai, eu posso ir? Por favor!'

Triste, o menino perguntou:

-'Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho. '

Seu pai hesitou por um momento e depois disse:

-'Obrigado, pai!'

Disse o menino:

Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos evangelísticos a todos que via.

Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou a campainha. Ele tocou a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta. Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Ele tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste.

-'O que eu posso fazer por você, meu filho?'

Ela perguntou gentilmente:

Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela....

-'Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. '

Disse o menino:

Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora. Ela o chamou e disse:

-'Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!'

Disse a senhora:

Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou:

- 'Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?'

Disse o pastor:

Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto.Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou:

- 'Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança ou vontade de viver.

Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou.

Eu pensei: -'Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora. '

Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei: -'Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar. '

Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta.

Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou com voz de querubim:

-'Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. '

Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto. Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHA FELIZ DO REI!!!

Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de Deus que no momento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno. '

Disse a Senhora

Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja. E quando gritos de louvor e honra ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção a primeira fila onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente.

Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este e provavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante de amor e honra por causa do seu filho...

Exceto um. Este Pai também permitiu que o Seu Filho viesse a um mundo frio e tenebroso. Numa sexta-feira chamada santa, Jesus foi entregue na cruz por mim e você. Por trás daquela violenta provação, alguém estava lá, assistindo tudo. Por trás das surras e deboches, por trás das palavras cruéis e dos golpes alguém estava lá, ouvindo o coração do nosso Salvador e sentindo a sua agonia.

Ele recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o céu gritou louvores e honra ao Rei, o Pai assentou o Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade e lhe deu um nome que é acima de todo nome.

  • * Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa. Atos 16:31.
  • * Bem aventurados são os olhos que vêem esta mensagem.
  • * Não deixe que ela se perca, leia-a de novo e passe-a adiante.

Lembre-se: a mensagem de Deus pode fazer a diferença na sua vida e de alguém próximo a você.

Escrito por Paulo Mori

FONTE: Lindo Testemunho - Fim da Vida

Pai, porque sempre estou errado?

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A difícil tarefa de ser um juiz no lar.
Os cristãos deveriam sempre ser possuidores de um sentimento preciso do certo e do errado. É verdade que muitos estão perdendo essa perspectiva de vida – afinal de contas, estamos na era da tolerância. No últimos tempos temos sido ensinados que não existem absolutos, que a nossa verdade não é, na realidade, a verdadeverdadeira. Consequentemente, temos que estar sempre procurando pela “verdade dos outros”. Observamos o surgimento de toda uma geração de cristãos diluídos e indiferentes, que não possuem convicções profundas sobre nada a não ser para a afirmação universal de que não deveríamos ter convicções.

Cresci sob um conjunto diferente de valores. Meus pais me ensinaram pela Bíblia, que existiam coisas que eram claramente certas e outras que eram igualmente erradas. Aprendi que isso se aplicava às atitudes também: algumas eram comandadas enquanto outras eram condenadas. Muitas vezes aprendendo por experiências dolorosas, verifiquei, adicionalmente, que a Bíblia também silenciava sobre algumas coisas. Nesses casos, o conceito do “certo” e do “errado” deveria ser discernido pela interpretação da época, do contexto cultural, e pela preocupação do nosso próprio testemunho, em vez de ser extraído de proposições diretas. Esses “certos” e “errados” também eram importantes, mas, considerando que tinham sido apreendidos subjetivamente, possuíam peso menor do que os direcionamentos objetivos da Palavra de Deus. Nesse caso, deveríamos sempre deixar campo para um constante e amoroso exame do ponto de vista das outras pessoas. Também aprendi a diferença existente entre trechos bíblicos históricos, descritivos, e as exortações doutrinárias, prescritivas. Assim pude me resguardar de cair em tantas armadilhas religiosas que presenciei nas vidas de algumas pessoas estranhas que, na providência de Deus, cruzaram o meu caminho.

Este sentimento, do certo e do errado, leva as pessoas a uma percepção aguçada e um amor todo especial pela justiça. Isso deveria fluir naturalmente da vida dos crentes: eles deveriam refletir, na extensão máxima possível do estágio de santificação em que se encontram, a justiça e a santidade de Deus. É impressionante que uma das características das pessoas sem Deus, ou dos apóstatas, é que eles são “infiéis nos contratos” (Rm 1.31 - Atualizada). Assim sendo, os crentes deveriam ser fiéis em seus acordos, prezar a sua palavra, odiar a mentira e amar a verdade. Eles deveriam se recusar a meramente contemplar e aceitar com calma, e com a assepsia da vida moderna, os maus-tratos, os espancamentos, os massacres daqueles que não têm para quem clamar, onde quer que isso esteja ocorrendo: quer nas ruas de São Paulo, quer nas colinas da Índia e do Paquistão, quer nas selvas da África. Os crentes deveriam se esforçar para serem exemplos e promotores da justiça, com suas ações e palavras, sem qualquer traço de orgulho, simplesmente pelo fato de que todos nós somos servos do Deus Todo-Poderoso, que é justiça. Talvez por isso sejamos chamados de “batalhadores da fé” (Judas 3), o que quer dizer que estamos envolvidos em uma constante batalha em qualquer lugar que o mal procurar se estabelecer como o padrão de conduta, contrariando os caminhos de Deus. Nunca deveríamos permitir, nas áreas colocadas por Deus sob nossa responsabilidade que a situação descrita em Isaías 5.20 venha a reocorrer. Antes, deveríamos estar fazendo coro com o profeta denunciando aqueles que “chamam o mal de bem; as trevas de luz e o doce de amargo”.

Somos chamados a demonstrar essas convicções e a defender o certo contra o errado em muitas frentes de batalha: em nossas escola, em nosso trabalho e até em nossa igreja ou nossa denominação. Ocorre que, talvez, em nenhum outro local esse dever seja mais difícil de cumprir do que no nosso próprio lar. Não estou falando dos casos onde a promoção ativa da injustiça está presente. Não estou considerando os casos de maridos que espancam as suas mulheres, que maltratam suas crianças, ou que negam a essas, o sustento material do qual necessitam. Não estou pensando sobre o abuso sexual de crianças ou sobre a exposição de material pornográfico no lar. Todas essas questões são violações claras aos padrões de Deus e sobre elas Ele abundantemente se pronunciou, em Sua Palavra. O julgamento sobrevirá sobre os violadores dos Seus mandamentos, tanto de forma temporal como eterna. A questão que estou considerando é quando nós, crentes sinceros e tementes a Deus, somos chamados a atuar como juizes no dia-a-dia do nosso lar, por membros de nossa própria família.

O tema pode parecer trivial, mas não é. A situação ocorre com mais freqüência do que nos apercebemos. Como pais e mães Deus nos colocou em uma posição de autoridade sobre nossos filhos. Nesse sentido, Ele espera que nós venhamos a ser os transmissores do conhecimento, aos nossos descendentes, sobre a Sua pessoa. Igualmente, Ele espera que venhamos a representá-lo, refletindo os Seus padrões de justiça (Deut 6.6-9; Sal 78.1-8). O abrigo e cuidado que fazem parte de nossas obrigações primárias, seguem em linhas paralelas ao sentimento de segurança e proteção que deveria estar presente na vida dos nossos filhos e filhas até que os mesmos venham a atingir a maturidade e passem a tomar suas próprias iniciativas baseadas em suas próprias convicções. Eles deveriam se sentir confortáveis e seguros em vir até nós para receber não apenas o ensino sadio, mas também para obter proteção e para a afirmação dos seus direitos. Os que procedem de um família numerosa, e até alguns de pequenas famílias, sabem muito bem que a harmonia perene é um ideal que está longe de ser alcançado, de forma contínua, no lar cristão. Existem lutas e disputas. O pecado cobra o seu pedágio e confisca a paz. Certamente somos chamados, em inúmeras ocasiões, para servir de mediador em brigas e para reatar relacionamentos feridos. Isso significa uma demanda à identificação do pecado: onde ocorreu, quem está demonstrando comportamento pecaminoso, quem tem a responsabilidade principal pelos acontecimentos, quem deve ser protegido e quem deve ser disciplinado. Raramente pensamos em nós mesmos nessa capacidade: como juízes, mas o chamado para sermos exatamente isso virá com mais freqüência do que gostaríamos que viesse. Se falharmos no tratamento dessas questões estaremos diminuindo a figura do pai ou da mãe aos olhos das crianças e estaremos prejudicando as lições que pretendemos transmitir. Independentemente das boas intenções, se a prática da paternidade não se enquadra nos padrões de Deus, as palavras pronunciadas perderão eficácia. Como alguém já disse: “o que você é soa tão alto que não posso ouvir o que você diz”.

Relacionamos abaixo algumas das razões da dificuldade no cumprimento dessa responsabilidade e porque falhamos tantas vezes como representantes de Deus e justos juízes em nossos lares:

1. O pecado não ocorre de forma isolada. Se fosse possível isolarmos rapidamente o pecado, com a possibilidade plena de identificar pecados específicos, nossa tarefa, como juízes, seria facilitada. Nesse sentido poderíamos lidar com o pecado e com o pecador de forma precisa e decisiva. Essa é uma condição muito rara, na vida real. O pecado tem a característica de se propagar rapidamente, contaminando circunstantes e circunstâncias bem além da ocorrência original. Na realidade, a Bíblia trata o pecado quase como se possuísse vida própria, utilizando termos tais como concepção e nascimento (Tiago 1.14,15). Nas ocorrências em nossos lares, a identificação de comportamento pecaminoso e a particularização deste em um único membro da família, é um exercício frustrante e, muitas vezes, impossível. Todos nós conhecemos muito bem a expressão; “foi ele quem começou!” Mas uma ação pecaminosa muitas vezes provoca uma reação pecaminosa. Nem sempre os valores cristãos e as diretrizes bíblicas têm o controle de nossas respostas antes que desabroche o pecado, especialmente na vida das crianças, com sua pouca maturidade cristã. Com freqüência vemos sobrevir um intenso remorso, logo a seguir, mas, nesse meio tempo, muito mal já pode ter sido feito. Nessas situações, perante uma situação caótica e generalizada de comportamento pecaminoso a saída mais rápida é agregar “quem começou” com “quem reagiu” e “cair matando” duramente a todos, com distribuição eqüitativa de punições. Mesmo reconhecendo que todo pecado é pecado, e todo ele é detestável a Deus, encontramos na Bíblia, uma escala de gravidade atribuída a diferentes pecados, com conseqüente diferenciação das punições aplicadas a esses. O antigo documento da igreja, a Confissão de Fé de Westminster, expressão da crença bíblica dos Presbiterianos, ao mesmo tempo em que reconhece que qualquer pecado se encontra em oposição à santidade divina e, assim, está. Sujeito à ira e julgamento de Deus (Cap. VI, Seção VI), também especifica que existe uma gradação de pecados (Perguntas 150 e 151, do Catecismo Maior). Estamos tentando desenvolver o nosso discernimento, nesse aspecto, ou estamos indiscriminadamente e uniformemente aplicando nossa própria versão distorcida de justiça?

2. Somos tardios no ouvir e rápidos no falar. Muitas vezes falamos cedo demais. Achamos que já sabemos a resposta e passamos a aplicar um “sermão”. Devíamos pensar no ouvir como uma “audiência”, no sentido jurídico do termo, ou seja, aquilo que se processa antes do julgamento. Nela o juiz ouve as questões preliminares dos casos que serão posteriormente julgados. Ela estabelece também o alicerce para que o julgamento seja bem sucedido. Ainda dentro deste item, freqüentemente deixamos de verificar que nossos filhos têm dificuldade em expressar os seus pensamentos de uma forma lógica inteligível. Nem sempre eles possuem o vocabulário exato e necessário a expressar os seus fatos e sentimentos. Alguma vezes, somos tragados pela impaciência. Muitas vezes dizemos: “Não quero ouvir nem mais uma palavra sobre este assunto!” quando o que seria necessário, na ocasião, eram exatamente aquelas palavras finais que pretendiam dizer. Muitas vezes somos a causa da frustração de nossos filhos, em suas tentativas de comunicação. Quando procedemos desta forma, passamos a julgar sem possuirmos os dados pertinentes e confundimos a aplicação de sermões de algibeira com a disciplina e orientação correta. Muitas vezes, nos encontramos falando sobre questões que não eram a origem ou o tema principal da disputa. Julgamentos severos demais, ou inteiramente errados, podem ser provocados por nossa impaciência. Esquecemo-nos de que Deus é “tardio em irar-se” e que a longanimidade (a habilidade de suportar um situação indesejável por um tempo prolongado) é um de seus atributos e fruto do Espírito (Gl 5.22) que deve estar presente em nossas vidas.

3. Em Nossa Busca Por Justiça Perdemos a Visão dos Direitos de Quem Está Certo. Esta poderia ser a posição do outro extremo. Se possuímos uma visão bíblica de nossos deveres, tememos promover injustiças. Muitas vezes, no afã de julgar corretamente, procuramos pesquisar com precisão todos os aspectos e todos os detalhes de uma questão, mas levamos essa tarefa com tanta intensidade que o lado inocente se torna culpado por pressão. “Está certo”, dizemos, “alguém fez algo contra você. Mas, possivelmente, você também fez algo de errado contra a outra pessoa que a fez reagir dessa forma”. Somos tão conscientes da universalidade do pecado que não queremos dar qualquer tipo de desculpa às nossas crianças. Semelhantemente, não queremos ser superprotetores. Essas atitudes procedem de uma compreensão correta da sociedade, em que vivemos, que desculpa os erros e pronuncia julgamentos impensados; que vê alguns como santos e outros como pecadores em função dos laços familiares e não sob os padrões de Deus. Ocorre que não temos nenhum tipo de aprovação da parte de Deus para fazer injustiça a quem está certo e para ser suave com o ofensor. Sempre me lembro do rei David – como ele corria para Deus e expunha o seu caso, suplicando a Deus que vindicasse o seu problema e que tomasse o seu lado contra os seus inimigos (Salmos 86.14-17; 140; 142.5,6; 143.1-9). Nossos filhos deveriam, igualmente, se achegarem a Deus com semelhante clamor e deveriam também esperar, de nossa parte, sabedoria suficiente para julgar corretamente, em amor. Temos que nos aperceber, sem encorajar o sentimento destrutivo de auto-justiça, que eles podem estar certos, que eles podem ter sido empurrados forçosamente a uma situação de litígio, que eles podem ter sido falsamente acusados, intimidados e oprimidos. Se não tivermos cuidado, podemos promover insegurança e transmitir às nossas crianças um sentimento permanente de incapacidade e falha – se quando surge um problema e elas se voltam a nós, sempre retrucamos que nunca estão certas, até quando elas estiverem. Algum filho seu já lhe perguntou; “Pai, por quê eu nunca estou certo?” Seus filhos têm a segurança, liberdade e conforto de se aproximarem de você e fazer uma pergunta dessas?

4. Descansamos Indevidamente no Tempo. “O tempo é o melhor remédio – ele se encarrega de resolver problemas”. Com freqüência falamos dessa forma e com isso empurramos para o lado a necessidade de uma urgente intervenção. Não existe nada que ajude melhor a injustiça do que a lenta justiça. No campo secular, a questão da lentidão dos processos judiciais, tem sido amplamente debatida, como sendo algo que causa intensa preocupação. A maioria dos criminosos, em função dessa lentidão, não são punidos rapidamente e outros, acusados falsamente, sofrem injustiça. Não existe qualquer justificativa em esperarmos que o tempo venha a consertar os problemas do nosso lar. A Bíblia não nos fornece qualquer base para a expectativa de que a inatividade, de nossa parte, venha a ser a solução de situações pecaminosas. Ela nos comanda, na realidade, até quando a atitude pecaminosa estiver presente no lado oposto, a tomar a iniciativa do contato para que o processo de correção e restauração possa ter o seu início e chegue a um término de sucesso ( Mateus 18.15-16). A disciplina tardia é tão deficiente quanto a ausência desta. Será que você está passando as suas responsabilidades ao “tempo”? Será que você está procurando o caminho mais fácil da ausência de confronto com o pecador e com o pecado, quando os preceitos de Deus demandam ação de sua parte?

Não existem passos rápidos à aquisição da sabedoria. Devemos estar sempre relembrando essas dificuldades e constantemente suplicando a Deus que Ele nos auxilie nessas horas de provação. Ao mesmo tempo, devemos ter a compreensão do mal imperceptível que podemos estar fazendo aos nossos filhos e às nossas famílias, quando deixamos de assumir o papel do juiz-no-lar, ou quando cumprimos de forma inadequada com essas responsabilidades. Com freqüência seremos nós, juízes imperfeitos, que teremos de nos achegar aos nossos queridos que prejudicamos com nossas falhas, clamando por misericórdia, dizendo “Sinto muito, me perdoe”, bem como ao nosso Perfeito Juiz, nosso Senhor Jesus Cristo, com idêntica súplica de perdão e de auxílio.

Examinando e Expondo a Palavra de Deus aos Nossos Dias:
Isaías 1:18-20 "Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse."
Atos 17:2-3 "Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos; e este, dizia ele, é o Cristo, Jesus, que eu vos anuncio."
Permissão é livremente concedida a todos que quiserem fazer uso dos estudos, artigos, palestras e sermões colocados neste site. Pedimos, tão somente, que indiquem a fonte e não modifiquem o seu conteúdo. Apreciaríamos, igualmente, a gentileza de um e-mail indicando qual o texto que está utilizando e com que finalidade (estudo pessoal, na igreja, postagem em outro site, impressão, etc.).

Por Solano Portela

 

15/03/2009

POBRES ATEUS!

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Disseram-me que o ateísmo está crescendo.
Fiquei a pensar... Quem quer o mundo oco e solitário dos ateus?
Não eu!
Eu quero o mundo povoado dos cristãos, dos judeus, dos muçulmanos, dos animistas...
Quero um mundo onde a gente não esteja só.
Um mundo com anjos de pé e caídos.
De entidades, de elfos, de mística, de mágica, de mistérios...
Quero o mundo onde os tambores invoquem.
Onde a multidão de línguas estranhas dos pentecostais façam os seres da escuridão retroceder.
Quero o mundo que produziu Beethoven que, surdo, dizia ouvir a música que Deus queria escutar, a quem aplaudiu na nona.
Que desafiou Mozart a zombar de Deus enquanto, qual o profeta Balaão, só conseguia emitir os sons que boca de Deus entoa!
Quero o encanto catártico de Haendell gritando ALELUIA! de forma arrebatadora!
A beleza de Bach nos fazendo ver a paz da Família Eterna.
Quero mundo das lindas e majestosas catedrais e dos pregadores das praças, das esquinas, dos caminhos...
Da riqueza sonora profunda dos cantos gregorianos e dos vociferantes pregadores: convocando os homens a mudar e o Espírito Santo a se levantar contra o mal.
Quero o mundo que faça um ser humano, diante a pior das borrascas, ver o seu salvador andando sobre o mar, anunciando a possibilidade.
Aquele em que o guerreiro, diante da incerteza, se ajoelha perante o Eterno e se levanta com um brilho nos olhos, certo de que tem uma missão, um motivo para brandir a espada, porque se há de correr o sangue humano, tem de haver uma razão, que dando significado a vida o faça não temer a morte.
Um mundo de poetas e romancistas, que fazem a morte gerar vida, que contam histórias porque, em meio ao mais insano, há algo para contar, e se há o que contar, então significa; e se há como contar, então há um significante anterior, de modo que, por mais que cada leitor possa, de alguma maneira, reinventar, ninguém consegue negar que leu e, se leu, podia ser lido.
Quero a fé que faz uma menina entrar numa das melhores faculdades do pais, sonhando que, um dia, tudo o que sabe ajudará um ser desprovido de tudo, num dos miseráveis cantões do planeta, a sorrir com esperança!
Quero a loucura dos missionários que abandonam tudo no presente, certos de que levarão milhares a viver o futuro.
Quem quer o socialismo frio do ateus?
Eu quero o socialismo dos crentes que, em meio à marcha dos trabalhadores e, diante do impasse do confronto com as forças do estabelecido, grita ao megafone: companheiros, avancemos! Deus está do nosso lado!
Da ciência não quero as equações, quero o grito de "Eureka!", onde o cálculo se mistura com a revelação.
Da matemática quero a música, a certeza de que há sons no universo, que não só os podemos cantar, mas que há quem nos ouve.
Que ouviremos a grande e última trombeta, que reunirá toda a criação para o canto da redenção.
Eu não quero capitalismo nenhum, mas prefiro o dos seres humanos que acreditavam que o trabalho é um culto ao Criador e que o seu produto tinha de gerar um mercado a serviço do bem.
Quem quer o capitalismo consumista dos ateus, que reduz a vida ao aqui e agora, e transforma todos em desesperados que, pensando que não sobrará para eles, correm para acumular para o nada?
Os ateus dizem que evoluímos, mas que não vamos para lugar nenhum; que a ciência pode tudo; que verdade é a palavra dos vencedores; que os mais fortes sobreviverão, e que é o direito natural deles.
Não! Mil vezes não!
Quero o mundo onde os fracos tenham direito ao Reino; onde os mansos herdarão a terra; onde os que choram serão consolados; onde os que têm fome e sede de justiça serão fartos; onde os que crêem na justiça estejam prontos a morrer por ela; onde os mortos ressuscitarão.
Quem quer um mundo explicado, onde tudo é virtude ou falha de um neuro-transmissor qualquer?
Quero um mundo onde a fé , o amor e a paixão curem, mudem histórias e construam caminhos! Onde os artistas tenham o que registrar!
Um mundo onde o sol nasça e se ponha, onde as estrelas, polvilhando o infinito, apontem um caminho, falem da esperança de uma grande e decisiva família, e que qualquer ser humano ao ver isso, não se envergonhe de falar: maravilha! Um Deus fez isto!
Mas não quero a teologia técnica...
Quero o Deus apaixonado dos cristãos, que abandona sua Glória e se faz gente, trazendo a divindade para a humanidade e, ressuscitado, ao voltar, leva a humanidade para a divindade!
Quero o Deus inquieto de Israel, o pai dos judeus, com quem é possível lutar.
Quero do Deus que se permite ser detido por um Jacó.
Quero o Deus chorão de Jesus de Nazaré, que mesmo a gente tendo brigado com Ele, nunca conseguiu brigar conosco.
O Deus Pai, Mãe e Filho que repartiu conosco o privilégio de ser!
Quero o mundo do medo do desconhecido, e do maravilhar-se com o desconhecido: o mundo do encanto.
Como disse o pai da filosofia moderna, o que se descobre ser ao pensar, precisa de um mundo para aterrissar, precisa que haja alguém que faça pensar valer a pena, alguém que, ao fim, é da onde se pensa, e se ele não existe, então nada existe, porque o que pensa não tem como pensar a partir de si.
Quero o mundo que ri da finitude; que desdenha das limitações; que resiste ao sofrimento; que olha para o infinito sabendo que nossa existência não é determinada pela morte ou por nossas impossibilidades; que não somos frutos de um acidente.
Quero mundo que se sustenta na fé de que ressuscitaremos, de que brilharemos como o sol ao meio dia; de que vale a pena lutar pelo bem; de que vale a pena existir!
Ariovaldo Ramos

FONTE: PavaBlog

14/03/2009

SENDO CRISTÃOS…

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A descrição do clima em nosso coração é, na melhor das hipóteses, muito semelhante ao coração de filhos de pais muito severos. Mais provavelmente, é como os escravos se sentiam diante de seus senhores: com muito medo de desagradá-los, porque corriam risco de vida.
Na verdade, nosso medo é de pecar. Às vezes ele é aumentado por frases do tipo “e se o Senhor Jesus voltar bem nessa hora?”. Mesmo quando não há esse componente “de castigo eterno”, temos medo de estar fora da vontade de Deus: a mão dele vai pesar, vamos perder a bênção, etc. Nosso Deus nos inspira medo. Temor. A imagem que temos de Deus é muito séria, atemorizante. Portanto, nosso medo – que causa nossas neuroses – é de Deus.
Quando eu tinha cerca de 14 anos, numa reunião da união de adolescentes atendi a um apelo para dedicar minha vida ao serviço do Senhor (isso queria dizer ser pastor ou missionário, os únicos ideais imagináveis de dedicação de “tempo integral” a Deus naquela época). Três anos depois, com a conclusão do ensino médio, chegou a hora de decidir que curso fazer. Eu, por conta desse “chamado”, já pensava em cursar o seminário. Mas outras pessoas, especialmente professores do colégio, me encorajavam a tentar uma profissão “secular”.
Fui me aconselhar com um pastor amigo, que sabiamente falou que, se fosse de Deus, esse chamado iria permanecer. Mas na igreja ouvi várias vozes não tão sábias, inclusive de outro pastor, que diziam algo como: “se Deus te chamou para o ministério, você não será feliz em nenhum outro lugar; nada mais vai dar certo até que você esteja no ministério”. Que Deus exigente, não?
Você provavelmente conhece esse medo de tomar decisões erradas. Essa busca por saber a vontade de Deus, “o que eu devo fazer”, é um processo de muita oração, talvez pedindo sinais, talvez pedindo conselhos de pastores ou buscando palavra com profetas, tudo movido pelo medo de errar, que é nosso medo da ira de Deus.
Veja o paradoxo: nessa situação, quanto mais Bíblia e oração e pregações buscarmos, provavelmente ficaremos piores, mais neurotizados do que antes; o medo só crescerá, pois não estamos em paz. Na prática, não conseguimos assumir nós mesmos a responsabilidade de tomar decisões - queremos “empurrar para Deus” essa responsabilidade (mas desconfio que, como qualquer pai interessado no crescimento de seus filhos, Ele gostaria que aprendêssemos a tomar decisões por nós mesmos, utilizando a formação que Dele já recebemos até esse momento).
Muitas vezes, na Sua misericórdia e percebendo que nós “empacamos” horrorizados, Ele até manda um sinal, uma resposta mais objetiva, e assume o que seria a nossa parte. Mas outras vezes nossa ansiedade nos impede de ouvir Sua voz suave, e seguimos ao primeiro
“servo” que falar mais autoritariamente (e via de regra nos damos mal...).
Karl Kepler, psicólogo, pastor e teólogo.

FONTE: PavaBlog

13/03/2009

PARA QUEM SAI ANDANDO E CHORANDO…

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Por Ronaldo Lidório

Uma palavra para os semeadores de hoje

Lendo a parábola do semeador e o Salmo 126 lembrei-me de muitos amigos e vários missionários. Veio forte a cena dos semeadores de hoje. Aqueles que falam de Jesus, visitam de casa em casa, servem o caído, cuidam do enfermo e enfrentam seus medos. Alguns andam a vida toda, aprendem línguas diferentes, estudam culturas distantes, escrevem projetos, sempre mais um lugar a chegar.

O Salmo 126 nos fala sobre a relação entre a caminhada e o choro. Quem sai andando e chorando enquanto semeia voltará para casa com alegria trazendo seus feixes, o fruto do trabalho. Para cumprirmos o ministério que Jesus nos confiou é necessário andar e chorar. E é certo que muitos fazem ambas as coisas. Tantas idas e vindas, caminhos incertos, a impressão de que há sempre mais um passo a dar, uma pessoa a evangelizar. E as lágrimas, que descem abundantes com a saudade que bate, a enfermidade que chega, o abraço que não chega, o fruto que não é visível, o coração que já amanhece apertado, o caminho que é longo demais.

Creio que temos andado e chorado. Mas voltaremos um dia, trazendo os frutos, apresentando ao Cordeiro e dando glória a Deus! Poderá ser amanhã, ou em algum momento ainda distante.  Mas ainda não é hora de voltar. É hora de seguir, andando e chorando, com alegria no coração e sabendo que não trocaríamos esta viagem por nenhuma outra na vida. O grande consolo e motivação é que não andamos sós. Ele está conosco. E maior é Aquele que está em nós. Portanto não desistimos, olhando sempre para o horizonte a frente e trazendo à memória o que pode nos dar esperança.

Guarde seu coração enquanto anda e chora. Não perca a alegria de viver e caminhar, nem a mansidão, nem a oração, ou o humor, ou o amor.

Não deixe de semear mesmo quando está difícil. Lance a semente em todas as terras. Uma há de germinar e talvez a mais improvável. A que menos promete. Não dê ouvidos aquele que diz que não vai acontecer porque a terra é árida, o sol é forte e o vento está chegando. Lance a semente.

Abrace o que também anda e chora que está ao seu lado. Ele talvez se sinta só e pense que é o único que chora enquanto caminha.

Andar e chorar é cumprir a missão. Se você tem feito isto, louve a Deus por esta oportunidade. É um grande privilégio. Um dia você voltará...

FONTE:  MISSIONEWS - Revista de Missiologia Online

12/03/2009

PROCURANDO A DOSAGEM CERTA

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ESCRITO POR: Christopher Walker

Uma das questões mais delicadas na hora de analisar assuntos como chamado, vocação ou realização pessoal é encontrar o equilíbrio certo entre os extremos que tendem a polarizar o entendimento. Como a vida não pode ser reduzida a fórmulas ou regras universais, e como Deus jamais permitirá que o homem descubra um “segredo” que reforce ainda mais sua inclinação à independência e à auto-suficiência, o máximo que podemos fazer é reunir os diversos fatores que fazem parte do processo e procurar mantê-los em equilíbrio. Assim como a doença física geralmente resulta de deficiência ou excesso de algum elemento essencial, desvios na vida espiritual decorrem de causas semelhantes.

No caso específico de vocação e realização, precisamos do equilíbrio de dois fatores essenciais: a vontade de Deus (pois para isso fomos criados) e a participação ativa e espontânea da vontade humana. Se enfatizarmos demais a vontade ou os desejos humanos, cairemos no egocentrismo, com o homem no centro do universo. Por outro lado, se só admitirmos a vontade de Deus e sufocarmos a resposta alegre e espontânea do homem (cruz, renúncia, sacrifício), teremos uma religiosidade de imposição, apatia e obrigatoriedade.

Os dois fatores são necessários. Não podemos achar verdadeira alegria sem passar desejos e ambições pela cruz, sem aprender a discernir a vontade própria da vontade de Deus. Tampouco a encontraremos se não descobrirmos como a verdadeira vocação, preparada por Deus, toca o fundo do nosso ser, despertando desejos puros e originais e causando reações espontâneas e apaixonadas.

“A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”, disse Jesus (Jo 4.34). “Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus” (Sl 40.8).

Precisamos encontrar nosso mais profundo desejo e anseio, sim, porque, com certeza, o chamado de Deus está vinculado a ele; para chegar lá, porém, é necessário livrar-nos dos desejos falsos e obsessivos da natureza carnal.

Para ajudar a alcançar esse equilíbrio, citamos a seguir dois textos de Henri Nouwen, brilhante professor universitário (Notre Dame, Yale e Harvard), que encontrou sua verdadeira vocação vivendo junto com deficientes físicos e mentais na comunidade Daybreak (Amanhecer) no Canadá.

Para quê fomos chamados ?

Não é fácil distinguir entre fazer aquilo para o qual fomos chamados e aquilo que desejamos. Nossos muitos desejos podem facilmente desviar-nos do curso da nossa ação verdadeiramente necessária. A verdadeira ação leva-nos ao cumprimento da vocação. Trabalhando em um escritório, viajando pelo mundo, escrevendo livros ou fazendo filmes, cuidando dos pobres, liderando pessoas ou cumprindo tarefas comuns, a pergunta não deve ser: “Qual é o meu maior desejo?”, mas sim: “Qual é a minha vocação?”.

A posição de maior prestígio na sociedade pode ser uma expressão de obediência ao nosso chamado – ou de sua negação, uma recusa de seu verdadeiro dever. E a posição de menor prestígio pode ser a resposta ao nosso chamado – ou uma forma de evitá-lo...

Quando estamos submetidos à vontade de Deus e não à nossa própria vontade, descobrimos que grande parte do que fazemos não precisa ser feita por nós. O que fomos chamados a fazer nos traz alegria e paz...

Ações que levam ao excesso de trabalho – à exaustão e à destruição – não podem louvar e glorificar a Deus. Aquilo que Deus nos chamou para fazer não só pode ser feito, como trará satisfação. Ouvindo em silêncio a voz de Deus e falando com nossos amigos, podemos saber, com confiança, o que fomos chamados a fazer; e o faremos com coração agradecido.

Meditações com Henri J. M. Nouwen, Editora Habacuc

Sem Pretensão

Jean Vanier, fundador das comunidades L’Arche, uma rede de comunidades como Daybreak (*), gastou 14 anos sozinho, orando, lendo e buscando a direção de Deus. Nunca planejou uma grande organização, mas, em algum momento daqueles encontros com Deus, decidiu convidar duas pessoas deficientes para viverem com ele e formarem uma comunidade de fé, serviço e adoração. Ele não disse: “Tenho de ajudar o maior número possível de pessoas”. Ele não proclamou: “Vamos fazer algo por todos os deficientes mentais do mundo”. Antes, ouviu a voz que simplesmente lhe disse: “Tome duas pessoas pobres e comece a viver com elas”.

Vanier foi a uma instituição de saúde e encontrou ali dois homens que sofriam de síndrome de Down, duas pobres pessoas, sem pai, mãe ou família, sem visitas ou amigos. Alugou uma pequena casa e disse: “Vamos criar uma atmosfera de família aqui”. Eles a chamaram de Arca por causa da Arca de Noé na Bíblia (L’Arche, em francês, língua-pátria de Jean Vanier). E, naquele singelo princípio, tendo sido incubada num período de solitude na presença de Deus, nasceu uma rede de comunidades que conta agora com 3 mil membros, somando-se os deficientes e seus assistentes, em pequenos lares por todo o mundo.

(*) Daybreak (Amanhecer) é um dos lares da comunidade Arca, localizado perto de Toronto, no Canadá, e onde o autor Henri Nouwen passou os últimos dez anos da vida servindo os deficientes daquela comunidade.

“Transforma Meu Pranto em Dança”, Henri Nouwen, Textus.

FONTE: Revista Impacto

11/03/2009

A MULHER DE JÓ --- UMA INJUSTIÇADA!

 
O livro de Jó, considerado o mais antigo livro das escrituras, inicia falando da prosperidade de Jó e de seu relacionamento com Deus que, conversando com Satanás, cobre Jó de elogios. O Acusador não perde a oportunidade de alfinetar o Altíssimo e põe em dúvida se tal fidelidade não é mais fruto de uma barganha do que de intimidade verdadeira. Ao ser provocado, Deus permite que Satanás tenha poder para atormentar a vida de Jó e assim provar qual a origem da sua fidelidade. Começa aí o seu infortúnio.

Neste grande drama há alguns personagens que vão buscar durante o decorrer da história encontrar respostas para o sofrimento de Jó e, por extensão, debater sobre a origem do sofrimento humano em um mundo governado por um Deus justo e bom. Zofar, Bildade e Elifaz se revezam em discursos que ora insinua, ora afirma que deve existir algum pecado em Jó, nem que seja oculto, e que seu sofrimento é justo, pois de Deus não se pode esperar outra coisa. Tais discursos são rebatidos por Jó que reafirma reiteradamente sua inocência e continua a se perguntar sobre o porquê de seu sofrimento. O jovem Eliú faz um apanhado geral enfatizando a soberania e sabedoria de Deus condenando todos os demais, tanto os amigos, quanto o próprio Jó. Por último o próprio Soberano do universo se revela a Jó e não lhe dá resposta alguma, a não ser reafirmar sua soberania o que, paradoxalmente, é resposta mais que suficiente para Jó que ao final responde “antes te conhecia só por ouvir falar, mas agora meus olhos te vêem”.

A mulher de Jó, esta mulher sem nome, como tantas outras mulheres da Bíblia – lembremos que até mesmo aquela que ungiu Jesus com alabastro e da qual Cristo disse que jamais seria esquecida por causa do seu gesto, também permanece anônima – era apenas uma coadjuvante.

De todos os personagens da narrativa, ela é quem tem a menor fala e menor espaço para se expressar. Não foi dado a ela o mesmo destaque dado aos discursos eloqüentes e vazios de Zofar, Bildade, Elifaz, nem teve a honra de ser a última a discursar, como o jovem Eliú. Sua participação foi um átimo, um único versículo que serviu para encerrá-la para sempre no panteão das mulheres vilãs da Bíblia com a companhia nada honrosa de Jezabel, Safira, a mulher de Ló – mais uma anônima - e outras menos cotadas.

No imaginário judeu/cristão a mulher de Jó sempre foi considerada como o protótipo da mulher insana, afetada, sem juízo, e antagônica a seu marido. Tudo por causa de sua única fala.

Como eu não estou aqui para ser mais um a jogar pedras, gostaria de mais uma vez, como sempre fazemos aqui no nosso espaço, convidar você a me acompanhar em mais uma viagem para além da tradição e dar a esta mulher o benefício da dúvida, nos permitindo entrever algo de belo em seu gesto e nos surpreender com uma inesperada lição da graça de Deus, mesmo quando Ele permite algo que para muitos de nós soa contraditório.

“Amaldiçoa seu Deus e morre". Esta foi a frase que fez com que ela caísse em desgraça aos nossos olhos. Uma única frase, perdida lá no versículo nove do capítulo dois do livro, mas que serviu de argumento para o seu linchamento moral. Linchamento moral é algo que fazemos com enorme facilidade, mas que tal irmos para além da frase? Que tal buscarmos as motivações que a levaram a esta atitude extrema? Que tal averiguarmos se esta mulher é tão indigna e condenável para Deus quanto os nossos julgamentos determinam?

A mulher de Jó não é alguém que aparece do nada na história, não é uma transeunte que passa aleatoriamente e resolve dar sua opinião, não é sequer como os amigos de Jó que se compadeceram dele e lhe fizeram companhia, mas que depois disso iriam para suas casas e suas vidas. Não, ela era a pessoa mais próxima de Jó. E se Jó sofreu com os infortúnios que caíram sobre ele, ela também sofreu junto e amargou todas as perdas. Diferente dos amigos de Jó, ela estava padecendo conjuntamente do mesmo mal que se abateu sobre seu marido. Ela perdera seus filhos, sua casa, seus bens, sua dignidade e, naquele momento, via o homem a quem havia devotado uma vida ali, sobre um monturo, cheio de chagas malignas que iam da cabeça aos pés, coçando-se com um caco para aliviar sua agonia.

Nada mais injusto! Pensava ela.

Mais do que ninguém ela sabia da injustiça daquela punição. Era ela quem presenciava quando Jó chamava seus dez filhos para os santificarem, mesmo já sendo adultos. Era ela quem acordava à noite, tocava na cama procurando seu marido e não o encontrava, ia achá-lo na madrugada fazendo sacrifícios a Deus por amor à vida de seus filhos, que foram mortos todos de uma vez sem razão aparente. Era ela quem presenciava dia a dia a integridade e retidão de Jó em todas as coisas. Nos negócios, na família, entre os mais necessitados e na vida conjugal.

A mulher de Jó foi o único personagem que reconheceu-lhe a inocência. E exatamente por não ver em seu marido falha alguma a ponto de receber tão grande punição é que ela revolta-se em um desabafo desesperado, sim desabafo de quem vê sua vida ruir da noite para o dia, de quem tinha uma vida em paz e temor a Deus e que se vê saqueada, sem seus filhos, sem ter como se sustentar e vendo o homem a quem amava em agonia de morte.

"Assim como fala um louca, falas tu" é a repreensão que ela ouve de Jó e, após ouvir estas palavras, cala-se, não contra-argumenta, nem rebate, apenas cala-se, como a reconhecer seu erro, ao contrário dos amigos que em nenhum momento deram descanso e só foram reconhecer o mal que fizeram depois que o próprio Deus ordenou.

A mulher de Jó representa este grito angustiado que eu e você temos no peito todas as vezes que sofremos as injustas peças pregadas pela vida. É a voz que clama por um mundo em que haja algum tipo de lógica, em que os maus sejam efetivamente punidos e os bons recebam de Deus benevolência. Ela é a porta-voz que nos mostra que nem sempre as coisas fazem sentido, que injustiças acontecem com pessoas boas e a nossa teologia nem sempre consegue responder. É a testemunha de que todos nós, em algum momento da vida, também nos revoltamos contra Deus.

Enfim, ela é muito parecida conosco, talvez por isso nós a repudiamos. Pois somos tão envolvidos e contaminados por idealizações que não reconhecemos quando vemos nossa própria face no espelho.

Mas, apesar de todos os nossos preconceitos e condenações. Apesar de todo o estigma que ela sofreu posteriormente. Deus, que é quem verdadeiramente sonda e conhece os corações e as motivações, honrou-a ainda em vida. Sim, pois Deus devolveu-lhe a saúde do marido, restituiu-lhe os bens e, suprema honra para as mulheres da antiguidade, deu-lhe mais dez filhos.
E, para confirmar que Ele entende nossas angústias e dúvidas mais do que nós mesmos gostamos de reconhecer e que Sua graça alcança até mesmo àqueles que para nós são execráveis, Ele, o Único a quem cabe estabelecer justiça, não lançou nenhuma palavra de crítica ou de condenação a esta louca mulher que teve a coragem de expressar livremente sua dor.

Pense nisso,

Pr. Denilson Torres

FONTE: www.frutodoespirito.com.br