04/10/2009

FUTURO (?) INDECENTE



FONTE: Pavablog

É relevante analisar cinema pelo ponto de vista cristão?

É relevante? Ou é perda de tempo?

Algumas pessoas me perguntam qual é a importância de se criar um site sobre cInema do ponto de vista cristão. É relevante? É perda de tempo? Para responder isso, convido você a fazer uma viagem no tempo.

Na primeira metade do século 20, quando o cinema era uma arte nova, jovem, cheia de espinhas na cara, os governos do mundo todo descobriram o fascínio aue os filmes exerciam sobre as pessoas e começaram a usá-lo como poderosas ferramentas de propaganda e transmissão de suas ideologias. Os americanos passaram a exportar sua cultura e seu jeito de viver pelo cinema. Repare que hoje você usa camisetas em inglês, ouve músicas em inglês, assiste a filmes em inglês, veste calça jeans…sem que você perceba, a cultura americana invadiu a sua vida. Mas como? De repente você nunca pisou nos Estados Unidos! A resposta é: pelo cinema.

Quando Hitler quis divulgar suas loucas idéias nazistas de superioridade da raça ariana, o que ele fez? Contratou uma talentosa cineasta chamada Leni Riefenstahl para fazer filmes como “O triunfo da vontade”, que são primores da arte cinematográfica mas que servem principalmente para disseminar ideologias nefastas.

Sabe por que tantas pessoas fumam, achando que engolir fumaça é a coisa mais charmosa do mundo? Porque viram filmes onde astros sedutores fumavam. Exagero? Então fica aqui a sugestão: vá à locadora e assista ao filme “Obrigado por fumar”. Ele mostra com todas as cores como isso funciona.

E na época da Guerra Fria, para quem você torcia nos filmes? Para os soviéticos (que eram sempre os vilões) ou para Rocky, Rambo e outros truculentos heróis americanos? Repare que os super-heróis que você ama vestem roupas azuis e vermelhas, como o Homem-Aranha e o Super-Homem. Que, não por acaso, são as cores da bandeira americana. Coincidência?

A conclusão é: cinema influencia.

O poder de sedução daquelas figurinhas se mexendo nas telas é devastador. O poder de conquista do cinema é tremendo. Quando assistimos a um filme, estamos com nossa guarda baixa, ficamos abertos, desligamos o desconfiômetro e nos tornamos vítimas fáceis das mensagens que são transmitidas pelas películas. Transmitidas, aliás, com músicas tocantes e altas doses de emoção. E nós choramos, rimos, gritamos, nos assustamos…nos relacionamos com os filmes.

Cinema é a maior diversão, já dizia o antigo lema do grupo Severiano Ribeiro. Mas também é uma fortíssima arma de transmissão de filosofias, idéias e valores. Se a mocinha do filme engana os pais e mente para eles, a equação é clara: ”Quero ser como a mocinha. Ela é rebelde. Logo, não há problema se eu for rebelde”. O galã do filme faz sexo com diferentes mulheres. Adivinha que mensagem está sendo passada? E quando o herói tem que matar muitos bandidos para triunfar? A conta é simples: Morte = Vitória.

A resposta é clara. Sim, cinema é um assunto relevante. Muito relevante. Todos assistimos a filmes, das criancinhas aos anciãos. Todos estamos sob a influência das mensagens e filosofias, dos valores e conceitos que áudio e vídeo empurram por nosso cérebro adentro. E, logo, por nossos corações, mentes e almas.

Qual é a importância de se criar um site sobre cInema do ponto de vista cristão? Me responda você..

Maur�cio Zágari Tupinambá - Jornalista e professor de TeologiaMaurício Zágari Tupinambá
Jornalista
Professor de Teologia Prática e Filosofia

FONTE: É relevante analisar cinema pelo ponto de vista cristão? * Artigo « * * * C I N E G O S P E L * * * Cinema do ponto de vista cristão †

A intolerância religiosa

Paulo Brabo

A intolerância religiosa tem de ser tão antiga quanto a própria ideia de religião, mas é duvidoso mérito dos cristãos (e a partir de agora uso a palavra na pior acepção do termo, e também a única) ter refinado o conceito associando a alternativa à escravidão, à tortura e à morte em larga escala. O cristianismo foi a primeira religião da história a ganhar verdadeiro peso cultural por meio da conversão ao contrário das pacíficas religiões anteriores, das quais restam algumas, e que preferiam apostar a eventual consagração no milenar e lentíssimo método de transmissão e reelaboração de pai para filho.
O cristianismo histórico foi, desde o início, exatamente como nos nossos dias, empreendimento de curto prazo, indústria de resultados. Jesus passou de ilustre desconhecido a único Deus do vertiginoso Império Romano em meros 300 anos menos que um piscar de olhos em termos históricos. Não é de estranhar que pelo menos metade dessa conversão nominal do mundo tenha sido adquirida na ponta da espada. A fim de salvar os incréus era necessário não tolerar a sacrílega religião deles: os cristãos entenderam o imediatismo do “Ide” e saíram pelo mundo fazendo inimigos, ostracizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Essa dupla paixão pelos resultados e paixão pela publicidade deixam claro que o cristianismo histórico não é o menos eloquente antecessor do convulsivo capitalismo contemporâneo.
Essa implacável visão de mundo, da expansão númerica e comercial como missão divina, determinou toda a história do ocidente, incluindo a sangrenta colonização das Américas. Em 1454, o Papa Nicolau V resume essa postura geral na sua Bula romanus pontifex, em que concede ao rei Afonso de Portugal (e a seu príncipe D. Henrique, que daria forma final à nau oceânica portuguesa e assim o pontapé inicial às Grandes Navegações), uma singela série de privilégios materiais associados à
sua pureza de coração:
“(…) concedemos ao dito rei Afonso a plena e livre faculdade, entre outras, de invadir, conquistar e subjugar quaisquer sarracenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e dos seus descendentes (…)”
Nenhuma manifestação do cristianismo institucional dos nossos dias difere, em qualquer sentido importante, da inclinação geral do parágrafo acima. Os filhos do Rei permanecem reclamando seus direitos, absolutamente convencidos da primazia da sua condição. Os religiosos cristãos chafurdam em seus merecimentos e oram descaradamente para extrair alguma prosperidade dos inimigos de Cristo ou reduzi-los à servidão o que for mais imediato ou der mais prazer (e é naturalmente graças aos cristãos que cremos que essas duas últimas coisas andam juntas).
Por alguma razão que Cristo não teria como entender, os que se consideram cristãos são os mesmos que se consideram religiosos. E, dentro da mesma lógica ignorante dos fatos, os que não se submetem à religião são considerados inimigos de Cristo. Talvez baste para você pensar e agir assim. Mas, se você quer ser, de fato, como Cristo, é absolutamente necessário dar o primeiro e louquíssimo passo na direção de Deus e para longe da religião. Porque Jesus, como deixam abundantemente claro os Evangelhos, promovia e aplicava consistentemente uma forma muito particular de intolerância religiosa: a intolerância contra os religiosos.
Paulo Brabo / Em 6 passos o que faria Jesus / Editora Garimpo
Segunda feira dia 28 de setembro acontecerá uma noite de autógrafos de seu livro Em 6 passos o que faria Jesus em São Paulo a pedido do próprio autor, o raro evento não será realizado em uma livraria, mas no pomar da pizzaria Bendita Hora (Rua Wanderley, 795, Perdizes), a partir das 19h30, com direito a coquetel light.
FONTE:  Solomon

Via Descanso da Alma: A intolerância religiosa