08/05/2009

PARA LER E MEDITAR…

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Provérbios 23.17

Publicado em 2 de abril de 2009 – 18:19

por Jonathan Crosby

“Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, sê no temor do Senhor todo o dia.”

O mundo exalta e promove pecadores. Estrelas do cinema, atletas, artistas de teatro, magnatas dos negócios, realezas, políticos, e outros pecadores ricos e famosos lhe são impingidos todos os dias. Salomão, com sábio amor paterno, avisou o seu filho contra a inveja dos pecadores mundanos.

Provérbios 24:1,19:- “Não tenha o teu coração inveja dos pecadores; antes, sê no temor do Senhor todo o dia. … Não te aflijas por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos ímpios.”

Por outro lado, ele sabia que o temor de Deus deveria ser sua única ambição.

Eclesiastes 12:13-14:- “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.”

Cara geração, de todas as nações, tem seus heróis e estrelas; mas só recentemente a imagem e as palavras desses pecadores populares está sendo jogado em cima de você a toda a hora. Se este aviso era importante nos dias de Salomão, hoje em dia é ainda mais. Todos esses pecadores estão indo para baixo e todo santo deve crer totalmente nisto e viver de uma maneira que demonstre isso.

Provérbios 23:18:- “Porque deveras há um fim bom; não será malograda a tua esperança.”

Salmos 37:1-3:- “Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade. Porque cedo serão ceifados como a erva e murcharão como a verdura. Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado.”

Para cada santo, existem 10.000 pecadores a serem imitados. Em todas as idades, tanto do sexo masculino como do feminino, e de toda sorte de temperamentos, descobre que determinados pecadores são tentações. Eles imaginam como a vida seria feliz, se tivessem a habilidades, aparências, sucesso, cônjuge ou as circunstâncias de seus ídolos. Ele pode ser um produto de Hollywood: ela pode ser uma colega de classe ou uma vizinha. O temor do Senhor é muito melhor. Cada pecador, não importa quão rico ou famoso que seja vai morrer e vai para o inferno.

Salmos 49:6-20:- “Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele (pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes); por isso, tampouco viverá para sempre ou deixará de ver a corrupção; porque vê que os sábios morrem, que perecem igualmente o louco e o bruto e deixam a outros os seus bens. O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas, e as suas habitações, de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes. Todavia, o homem que está em honra não permanece; antes, é como os animais, que perecem. Este caminho deles é a sua loucura; contudo, a sua posteridade aprova as suas palavras. (Selá) Como ovelhas, são enterrados; a morte se alimentará deles; os retos terão domínio sobre eles na manhã; e a sua formosura na sepultura se consumirá, por não ter mais onde more. Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá. (Selá) Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa se engrandece. Porque, quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará. Ainda que na sua vida ele bendisse a sua alma, e os homens o louvem quando faz bem a si mesmo, irá para a geração dos seus pais; eles nunca verão a luz. O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.”

Assim, temer a Deus é toda a obrigação do homem.

Eclesiastes 12:13-14:- “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Com a benção e o favor de Deus, até mesmo a obscuridade e a pobreza é melhor do que as defectibilidades, vidas sem esperança e o sofrimento eterno dos maus.

Provérbios 15:16:- “Melhor é o pouco com o temor do Senhor do que um grande tesouro onde há inquietação.”

Salmos 37:16:- “Vale mais o pouco que tem o justo do que as riquezas de muitos ímpios.”

Acredite nisto, leitor!

Moisés não tinha inveja de Farão ou dos seus pares emergentes; ele escolheu o desprezo de Jesus Cristo como tendo muito mais valor, pois ele via a sua vida eterna e a deles.

Hebreus 11:24-26:- “Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.”

Asafe descreveu com palavras maravilhosas a sabedoria de enxergar além do brilho para a sepultura.

Salmos 73:1-28:- “Verdadeiramente, bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração. Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força. Não se acham em trabalhos como outra gente, nem são afligidos como outros homens. Pelo que a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de um adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; superabundam as imaginações do seu coração. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Erguem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra. Pelo que o seu povo volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem. E dizem: Como o sabe Deus? Ou: Há conhecimento no Altíssimo? Eis que estes são ímpios; e, todavia, estão sempre em segurança, e se lhes aumentam as riquezas. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido e castigado cada manhã. Se eu dissesse: Também falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus filhos. Quando pensava em compreender isto, fiquei sobremodo perturbado; até que entrei no santuário de Deus; então, entendi eu o fim deles. Certamente, tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores. Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles. Assim, o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins. Assim, me embruteci e nada sabia; era como animal perante ti. Todavia, estou de contínuo contigo; tu me seguraste pela mão direita. Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me receberás em glória. A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração e a minha porção para sempre. Pois eis que os que se alongam de ti perecerão; tu tens destruído todos aqueles que, apostatando, se desviam de ti. Mas, para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras.”

Enquanto Demas amou este mundo presente, Paulo amou o mundo future.

II Timóteo 4:7-8,10:- “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda. … Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica; Crescente, para a Galácia, Tito, para a Dalmácia.”

O necrotério ensina o future das moças atraentes. As deusas de ontem estão alimentando os vermes de hoje. Melhor ainda, visite uma ala de cancerosos de um hospital. Antes de apodrecerem na sepultura, elas assumem uma aparência terrível e fantasmagórica! E depois vem o inferno! Jovens que invejam modelos é uma coisa; mulheres adultas invejando modelos é duas vezes mais vaidade! Mas a mulher virtuosa, se afastando dessas atrações do mundo para buscar a Cristo, viverá em agradável esplendor para sempre.

Provérbios 23:18:- “Porque deveras há um fim bom; não será malograda a tua esperança.”

I Timóteo 2:15:- “Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, na caridade e na santificação.”

Leitor! Porque ler revistas que as exaltam? Porque assisti-las na televisão? O mundo apresenta traços atraentes de seus ídolos: você não os vê embriagados com freqüência, divorciados, deprimidos, morrendo ou mortos. Porque sonhar acordado com eles? O seu coração enganador passa o tempo considerando os traços sedutores deles; ele mente pra você a respeito das dificuldades atuais deles e do juízo futuro, e você acredita! É muito melhor se invejasse o justo e desejar ter o seu caráter e reputações!

O seu pensamento constante deve ser o de temer o Senhor, o que significa odiar o mal e guardar os seus mandamentos.

Provérbios 8:13:- “O temor do Senhor é aborrecer o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa aborreço.”

Provérbios 14:2:- “O que anda na sua sinceridade teme ao Senhor, mas o que se desvia de seus caminhos despreza-o.”

Salmos 112:1:- “Louvai ao Senhor! Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer.”

Salmos 128:1:- “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos!”

Temer ao Senhor não é uma mentalidade para devoções, para tempos de dificuldades, para orações, para a adoração domingueira ou pela Santa Ceia - é um estilo de vida, perspectiva e uma visão do mundo que os santos adotam a cada minuto o dia todo. Inveja de pecadores não consegue, nem por um segundo, um nicho em seu coração ou na sua alma!

Esta é uma tradução livre do inglês para o português, cuja divulgação foi autorizada pelos autores da versão original em inglês, do site <www.LetGodBeTrue.com>. Se você deseja receber diariamente a versão original do estudo em inglês, é só solicitar no site citado.

Tradução: Peter Daniel Rees

FONTE:Monergismo: Ao Senhor Pertence a Salvação! (Jonas 2:9) » Blog Archive » Provérbios 23.17

BEBENDO SUCO DE LARANJA PARA A GLÓRIA DE DEUS

 

John Piper

Quando me perguntam: “A Doutrina de Depravação Total é bíblica?”, minha resposta é: “Sim”. Uma das coisas que pretendo dizer com esta resposta é que todas as nossas ações (sem a graça salvadora) são moralmente maculadas. Em outras palavras, tudo o que o incrédulo faz é pecaminoso e, portanto, inaceitável a Deus.

Uma de minhas razões para crer nisto encontra-se em 1 Coríntios 10.31: “Quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”. É pecado desobedecermos este mandamento das Escrituras? Sim.

Por isso, chego a esta triste conclusão: é pecado alguém comer, ou beber, ou fazer qualquer outra coisa, se não for para a glória de Deus. Em outras palavras, o pecado não é apenas uma lista de coisas prejudiciais (matar, roubar, etc.). Pecamos quando deixamos Deus fora de consideração nas realizações triviais de nossa vida. Pecado é qualquer coisa que fazemos, que não seja feito para a glória de Deus.

Mas, o que os incrédulos fazem para a glória de Deus? Nada. Conseqüentemente, tudo o que eles fazem é pecaminoso. É isso que pretendo dizer, quando afirmo que, sem a graça salvadora, tudo que fazemos é moralmente ruim.

Evidentemente, isto suscita uma questão prática: como podemos “comer e beber” para a glória de Deus? Tal como, por exemplo, beber suco de laranja no café da manhã?

Uma das respostas encontra-se em 1 Timóteo 4.3-5:

…[alguns] proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificado.

Suco de laranja foi criado para ser “recebido com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade”. Portanto, os incrédulos não podem usar suco de laranja para cumprir o propósito que Deus tencionou - ou seja, uma ocasião para ações de graça sinceras, dirigidas a Ele, provenientes de um coração de .

Mas os crentes podem, e esta é a maneira como glorificam a Deus. O suco de laranja que eles bebem é santificado “pela palavra de Deus e pela oração” (1 Tm 4.5). A oração é a nossa humilde resposta de agradecimento do coração. Crer nesta verdade, apresentada na Palavra de Deus, e oferecer ações de graça, em oração, é uma das maneiras de bebermos suco de laranja para a glória de Deus.

A outra maneira é bebermos com amor. Por exemplo, não insista na porção maior. Isto é ensinado no contexto de 1 Co 10.33: “Assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos“. “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Co 11.1). Tudo o que fazemos - inclusive beber suco de laranja - pode ser feito com a intenção e a esperança de que será proveitoso para muitos, a fim de que sejam salvos.

Louvemos a Deus porque, pela sua graça, fomos libertos da ruína completa de nossos atos. E façamos tudo, quer comamos, quer bebamos, para a glória de nosso grande Deus!

fonte: Monergismo: Ao Senhor Pertence a Salvação! (Jonas 2:9) » Blog Archive » Bebendo Suco de Laranja para a Glória de Deus

ÉTICA NA EVANGELIZAÇÃO‎

 no meio da seara

 

Nosso assunto está diretamente ligado a natureza da fé cristã. Ética, santidade, respeito e amor ao próximo, fazem parte da essência do Cristianismo. Portanto, qualquer prática evangelística sem ética, nega por si mesma a natureza da mensagem pregada. Um comportamento ético na evangelização tem várias características. Vamos ressaltar somente quatro: 1) conhecimento das convicções religiosas do grupo que evangelizamos. 2) Entender as atitudes dos evangelizados. 3) Não atrelarmos o Evangelho a certeza da cura divina. 4) E nem nos aproveitarmos Financeiramente dos evangelizados. De antemão já presumimos que o evangelista terá conhecimento bíblico.

1. CONHECER AS CONVICÇÕES RELIGIOSAS DO GRUPO ALVO

Pode-se dizer que o Evangelho sempre será anunciado num ambiente hostil, pois nas palavras de Jesus, se fôssemos do mundo, o mundo nos amaria (Jo. 15:19). É verdade também, que o Evangelho encontrará maior resistência entre pessoas, cuja formação os leve a se oporem veemente ao Evangelho. Considere por um momento os testemunhas de Jeová ou os muçulmanos. Ambos grupos se formam em ambientes religiosos, que ensinam que as doutrinas cristãs estão erradas. Negam a divindade de Jesus, portanto, a Trindade. E por conseqüência a veracidades das Escrituras Bíblicas, pois estas sustentam nossas crenças cristãs. Ambos grupos, mantendo suas diferenças, negam a crucificação de Jesus. Os muçulmanos crêem que Jesus foi elevado ao céu, um pouco antes de seu aprisionamento. Portanto, a pessoa crucificada parecia com Jesus, mas não era Ele (Al. 4:157-158). Para os testemunhas de Jeová, Jesus teria morrido em uma estaca, e não na cruz. Não é o caso de entrar nos detalhes destas diferenças. Mas certamente indicam, que tanto para estas doutrinas, como para outras, que se faz necessário estar informado e preparado para dialogar, em evangelização, com pessoas destes grupos. O mesmo é verdade para outros ambientes antagônicos ao Cristianismo. Nosso preparo pré-evangelização deve ser precedido por obter informação sobre o grupo alvo. O contrário implica em descaso com a realidade das pessoas, que dizemos que amamos, querendo levá-las a Jesus.

Esta linha de raciocínio não é anormal no contexto bíblico. Veja que Jesus tanto conhecia as Escrituras, como as convicções religiosas de seus dias. Por isso, podia ensinar opondo-se as mesmas. No sermão da Montanha várias vezes Ele disse: ouviram o que foi dito (citando um mandamento cuja interpretação religiosa opunha-se ao bom entendimento). Porém, vos digo (Mt. 5:21-48). Desta forma, Jesus demonstrara estar informado sobre as convicções religiosas contrárias, por má interpretação, e ensinava o correto. Jesus era eficaz no ministério por várias razões. Mas certamente que ajudou ter sido conhecedor das existentes convicções contrárias, podendo logicamente se opor as mesmas à luz das Escrituras. Podia demonstrar com profundidade a revelação bíblica sobre os assuntos que abordava.

Paulo e Pedro seguiram nos passos de Jesus. Pedro afirmou que devemos estar preparados para responder a todo aquele que nos pedir razão da nossa esperança (1Pe. 3:15). A palavra razão deste verso, no grego, é apologia. Refere-se a: defesa verbal, discurso em defesa, ou, a argumento raciocinado. Portanto, Pedro presumia que devíamos estar intelectualmente Preparados, bem informados, para a evangelização. É necessário ter conhecimento bíblico, como conhecimento da realidade existencial do inquisidor. Incluímos nisso conhecimento quanto a sua realidade religiosa. Sem estes conhecimentos não ocorrerá a apologia: estar preparado para responder...

Paulo por sua vez, tinha como prática dialogar, expondo as Escrituras. Isso exige conhecimento das Escrituras (doutrinas) e da realidade sócio, cultural e religiosa do grupo alvo. Dois verbos indicam isso na prática evangelística de Paulo: dialegomai e dianoigo. Dialegomai tem vários significados, refere-se a: argüir, discutir, debater, ou arrazoar (At. 17:2). Por sua vez dianoigo, refere-se a: expor, abrindo a mente de alguém, fazendo com que compreenda algo, despertando a faculdade de entender (At. 17:3). Ambos verbos aparecem no capítulo que aborda a visita de Paulo a Atenas. Ele tanto dialegomai, como dianoigo. Isso entre os judeus e gentios (At.17). Paulo partia do contexto no qual se encontravam seus ouvintes. Tinha conhecimento para tal. E a partir daí, logicamente expunha o Evangelho, debatendo, argüindo, arrazoando, abrindo as mentes.

Vemos, portanto, que para Jesus, Pedro e Paulo, conhecer as Escrituras e a realidade do grupo que evangelizavam era importante. Isso demonstrava preparo para a tarefa de evangelização. Importar com as pessoas em seus contextos culturais, com suas convicções religiosas, é uma maneira de amá-las e demonstrar que são importantes para nós, mesmo que discordemos. Isso condiz com a boa ética, que abre a porta do respeito mútuo, necessário para evangelização relacional de médio e longo prazo. O descaso quanto a estar informado e preparado, só criará mal entendidos culturais e intelectuais, levando tudo a perder.

2. ENTENDER AS ATITUDES DOS EVANGELIZADOS

Você gostaria de ouvir um grande herético? Certamente que não. Provavelmente tentaria interrompê-lo muitas vezes. Testemunhas de Jeová e muçulmanos pensam que somos muito heréticos, por sustentarmos as doutrinas mencionadas acima. Por isso, nos interrompem tanto quando os abordamos. Além disso, no caso específico de muçulmanos, acreditam que nós cristãos cometemos o único pecado que não tem perdão, shirk. Na prática shirk refere-se a idolatria, sincretismo, quando se afirma que alguém ou algo é deus, além de Alá. No entendimento deles, ao afirmarmos que o homem de Nazaré (que na convicção islâmica é somente um profeta) é Deus, estamos cometendo shirk. Por isso, somos dignos do fogo do inferno. Na linguagem técnica do Alcorão, ao considerarmos Jesus Deus, estamos atribuindo parceiro a Alá. Isso é shirk, pois com esta crença colocamos um profeta no mesmo pé de igualdade de Alá, como uma parceiro de mesmo nível por ser divino. Segundo a convicção islâmica, para cristãos não há perdão, a menos que deixemos nossa crença na divindade de Jesus (Al. 5:72).

Uma vez que muçulmanos e testemunhas de Jeová nos interrompem tanto quando são evangelizados, por nos considerar heréticos, não ajuda nada durante as interrupções ficar irritado, impaciente e pensar que são pragas. Se são criados a imagem e semelhança de Deus não podem ser pragas. Precisamos compreender a razão por trás da atitude de nos interromper, pensam que somos heréticos. Sendo assim, é necessário estar preparados para suportar as interrupções, perseverando na amizade. Disto depende criar o relacionamento duradouro e obter a oportunidade de evangelização com qualidade. Infelizmente, muitas vezes os evangelistas de muçulmanos e testemunhas de Jeová estão despreparados e se irritam tanto. Não devemos deixar de amá-los por serem opositores, e nem mesmo deixar de amá-los, se após a evangelização decidirem permanecer nas trevas. É importante percebemos que é anti-ético considerar pessoas criadas em ambientes bem hostil ao Evangelho pragas. Isso não condiz com o Evangelho.

3. NÃO ATRELARMOS O EVANGELHO A CERTEZA DA CURA DIVINA

Não é anormal vermos hoje em dia campanhas evangelísticas prometendo cura divina, por ser Jesus o mesmo ontem, hoje e sempre. Neste caso, criam-se expectativas, que uma vez não cumpridas, exigem uma justificativa. Normalmente afirmam que a culpa é do enfermo, que não tem fé. Tal atitude é uma anomalia, presumindo um mundo sem dor, mesmo que houve a separação do homem de Deus. Nisso ignoram que a plenitude do Reino de Deus ainda não chegou. Claro que Jesus cura hoje. Mas não quer dizer que o fará em todos os casos. Deus em sua soberania sabe quando é hora de recolher, ou humilhar, julgar ou curar uma pessoa. É anti-ético fazer a promessa de cura para todos, todos os dias, como se pudéssemos determinar Deus em seus juízos e caminhos (Rm. 11:33-36).

4. NÃO DEVEMOS NOS APROVEITAR DOS EVANGELIZADOS

Infelizmente vivemos dias nos quais as pessoas são incentivadas a irem às igrejas, por aquilo que vão obter. Em parte não é errado, pois Jesus ainda atende o clamor dos desesperados. Porém, quando a vulnerabilidade do desesperado, quer seja por enfermidade ou por dificuldade financeira, é explorada, prometendo melhora em função de uma maior contribuição. Então, lamentamos muito isso. Pois em nenhum momento as Escrituras, ou ministério público de Jesus e dos apóstolos, nos permitem atrelar o atuar de Deus à generosidade de uma contribuição financeira. Há uma bênção financeira sobre aqueles que temem a Deus e são fiéis nos dízimos e ofertas. Contudo, esta bênção divina não deve ser ventilada na evangelização, incentivando as pessoas se aproximarem de Jesus por aquilo que podem ganhar. Pois na verdade, se forem sinceramente servos de Jesus não terão vida fácil, padecerão perseguições: Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos (2 Timóteo 3:12). A prática de atrelar bênçãos as contribuições financeiras, procurando assim atrair pessoas à igreja, ou a Jesus, é bem anti-ética e contrárias as Escrituras. Isso não possui respaldo no exemplo de Jesus e dos apóstolos.

Os pontos acima foram mencionados por serem comuns em nosso meio evangélico. Precisamos ensinar quão importante é considerar as pessoas em seu contexto religioso. Da compreensão disto depende nossa civilizada apologia e paciente evangelização. Isso também nos permite entender as atitudes dos opositores do Evangelho O contrário leva evangelistas despreparados considerar opositores ao Evangelho, pragas, o que é bem antiético. Também é bem anti-ético prometer cura a todos, todo o tempo, e atrair pessoas ao Evangelho em troca de benefícios materiais. Nossa evangelização precisa seguir o modelo de Jesus, Pedro e Paulo, foram exemplares nos quatro pontos acima.

fonte: Ética na Evangelização ‎(SILAS & MÁRCIA TOSTES)‎