23/08/2009

A FIRMEZA DE JÓ

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“Receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”
Jó 2:10

Jó “era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal”. O profeta Ezequiel (contemporâneo de Daniel) colocou Jó com outros dois homens notáveis, Noé e Daniel, para destacar a sua justiça (Ezequiel 14:14 e 20). Tiago usou Jó como exemplo de homem bem-aventurado, gozando da misericórdia e compaixão de Deus porque teve paciência em suportar aflições (Ezequiel 5:11).

Jó foi talvez o homem que sofreu a maior variedade de catástrofes em um único dia do que qualquer outra pessoa que já viveu (Jó capítulo 1). O Senhor declarou que Jó não havia dado qualquer motivo para isso, ou seja, nem Jó nem seus filhos haviam feito algo que merecesse tal punição. Temos aí a confirmação que, embora nossas ações possam trazer boas ou más consequências para nós, o sofrimento não é necessariamente um castigo por algo mau que tenhamos feito. Como no caso de Jó, poderá ser uma prova de caráter.

O Senhor não executou as catástrofes, mas deu permissão e poder a Satanás para desencadeá-las sobre Jó a fim de provar que a sua piedade era genuína e não dependia das bênçãos que recebia de Deus. Jó passou nessa primeira prova de maneira brilhante, enunciando suas célebres palavras: “Nu saí do ventre de minha mãe, e nu partirei. O Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (v. 21).

Satanás não se deu por satisfeito, mas pediu, e recebeu, permissão e poder para mexer na saúde de Jó, até chegar ao limite da sua resistência, sem matá-lo. É a prova final do homem de Deus, para que demonstre que não ama tanto a sua vida neste mundo ao ponto de deixar a sua fé em Deus quando sua vida for ameaçada.

Lembremos as palavras do Senhor Jesus: “Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna” (João 12:25). Nosso comprometimento com o Senhor Jesus deve ser tal, a ponto de estarmos prontos a viver em pobreza ou enfermidade, ou mesmo a morrer, se com isso lhe pudermos glorificar. Viver para Ele ao invés de vivermos para nós próprios nos garante a vida eterna.

O Senhor sabia a extensão da fidelidade do Seu servo Jó melhor do que Satanás, e por isso permitiu que ele passasse pela prova final. Satanás fazia seu julgamento de Jó baseado em sua experiência da resistência da maioria das pessoas. Todos têm seus pontos fracos, e ao chegar aos extremos a maioria tende a fraquejar. Mas Deus nos prometeu: “Fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1 Coríntios 10:13). Deus nunca permitirá que sejamos tentados além do que podemos suportar e Ele pode nos suster, mesmo se nossa experiência for das mais trágicas. Deus sabe que nossa armadura aguentará.

Muitos cristãos tiveram que provar sua fé no passado, de uma maneira similar a Jó. Sob as mãos de seus perseguidores, dos quais a inquisição por séculos pela instituição católico-romana foi um exemplo proeminente, os santos foram roubados das suas possessões e de suas famílias e sujeitados a torturas diabólicas para tentar forçá-los a negar a sua fé. Ao serem finalmente assassinados, era frequentemente por meios cruéis como serem queimados vivos na estaca, contudo eles se mantiveram firmes em sua lealdade ao Senhor Jesus.

Às vezes somos inclinados a pensar que algum irmão está sendo disciplinado pelo Senhor (Hebreus 12:6-8) por causa de coisas más que fez (como pensavam os amigos de Jó), contudo pode não ser verdade. Talvez o Senhor esteja permitindo que ele seja provado até mesmo de uma forma que não serviria para nós, porque sabe que não poderíamos aguentar como aquele irmão.

Com carta branca para fazer com a saúde do íntegro e reto Jó o que quisesse, Satanás o submeteu ao teste supremo: golpeou Jó com úlceras malignas, desde a planta do pé até o alto da cabeça. Tentado pela sua mulher a blasfemar contra Deus, Jó a repreendeu dizendo que falava como uma doida, e arguiu: “receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?”.

Seria difícil encontrar explicação para os males terríveis que sobrevieram a Jó, de um ponto de vista humano. Se não era punição por seus pecados, não se pode imaginar qualquer utilidade. Parece ter sido um sofrimento cruel e injusto. Os seus amigos entenderam que só podia ser punição por algum pecado sério que Jó não queria revelar a eles. Jó estava certo que não tinha cometido qualquer pecado assim e não tinha ideia da razão. Mas sua fé na justiça de Deus continuou inabalada.

Deus tinha o motivo, que nos é revelado no início, mas não o revelou a Jó (poderia ter prejudicado a prova). Deus pode nos salvar do sofrimento, mas pode igualmente permitir que nos venha sofrimento por razões que desconhecemos no presente. É a estratégia de Satanás para nos fazer duvidar de Deus exatamente naquele momento. Se sempre soubéssemos o motivo do sofrimento, não haveria crescimento da nossa fé.

A fé em Deus não garante a prosperidade pessoal, e a falta de fé não garante problemas nesta vida. Há hoje pregadores do “evangelho da prosperidade” que pedem ao povo para crer em Deus simplesmente para ficarem ricos. Como estão errados!

Muitos crentes pensam que crer em Deus os protege dos males, e por isso quando sofrem uma calamidade, questionam a bondade e a justiça de Deus. Mas a mensagem de Jó é que não devemos perder nossa fé em Deus quando Ele permite que tenhamos más experiências.

O que estava acontecendo com Jó tinha uma finalidade elevada e digna. Havia uma razão boa e suficiente nos propósitos eternos de Deus. Agora que todos os fatos estão consumados e podemos considerar todas as suas facetas, descobrimos que Deus teve uma finalidade nobre. Foi bom para Jó, mesmo que terrível enquanto durou, e uma lição extraordinária para os leitores da Bíblia durante os milênios que se seguiram, mesmo até nossos dias.

O dia veio quando Jó percebeu que algo bom resultava da sua experiência, embora no início não compreendesse nada, como vemos pelos seus discursos. Descobriu que não era somente para o seu próprio bem, pois recebeu como recompensa sete vezes mais do que possuía antes, mas também era para a glória de Deus.

Mais importante ainda: somos informados logo no início do singular livro de Jó, que, no âmbito celestial, Satanás tinha preparado uma calúnia séria sobre o caráter de Deus, ao sugerir que não era digno de ser amado, e que tinha que pagar Jó com boa saúde, família e riquezas para que fosse amado e servido por ele. Todos os filhos de Deus devem ter tremido ao ouvir tal coisa. Mas Jó provou que Deus era digno de honra e glória mesmo depois que tudo, inclusive a saúde, lhe foi tirado.

Que a firmeza de Jó nos sirva de exemplo quando passarmos pelas provações, pois elas nos dão a oportunidade de evidenciar que a nossa fé não depende da nossa saúde ou prosperidade, e que o nosso Deus e Senhor é digno da nossa lealdade, honra e louvor simplesmente por ser Quem Ele é.

R David Jones

FONTE: afirmezadejo

REDENÇÃO ATRAVÉS DO SEXO?



por Valmir Nascimento Milomem

É impressionante – e digno de tristeza- o modo como o homem caído e distanciado de Deus cria práticas que, para além de atingirem o seu Criador, ferem também a sua própria essência moral.

Nesse contexto, levo um tapa na face ao ler a denúncia feita por Renato Vargens em seu blog, ao registrar que a mais nova mania, lançada na Inglaterra e já com praticantes no Brasil, é fazer sexo dentro do automóvel, mas com uma animada platéia ao redor. Ele ainda escreve: “Segundo os adeptos de tal prática, quanto mais gente, melhor”. Conhecida como dogging, a aventura erótica é uma mistura de exibicionismo, voyeurismo e swing. Deve obrigatoriamente ser feita ao ar livre e à noite. A “cama”, geralmente, é um banco de carro, mas há quem prefira se exibir no capô ou até mesmo na grama de um parque”.

E mais: “Segundo os idealizadores, não tem nada a ver com prostituição. No Brasil, mesmo no início, a atividade é tema de 21 comunidades no Orkut, o maior portal de relacionamentos da internet. Dogging é sinônimo de passeio com o cachorro e também uma desculpa irônica para sair em busca de aventura. A escolha do termo para batizar a onda, dizem os praticantes, veio do segundo significado.”

Sem embargos, Renato Vargens diz que “infelizmente os padrões de moralidade parecem não mais existir, até porque, a forma de se medir felicidade e sucesso diferente daquela encontrada na Palavra de Deus. Na verdade, o objetivo prioritário do ser humano [nesse contexto - grifei] não é a glorificação do nome do Senhor e sim a busca desenfreada pela satisfação pessoal, ainda que para isso seja necessário desconstruir conceitos e valores jogando-os definitivamente na lata do lixo”

A redenção através do sexo?
A toda evidência, dia após dia constatamos o esfacelamento do homem pós-moderno, a enveredar-se pelas vias oblíquas de uma existência fútil e desprovida de propósito, caso em que o sexo passa a ser visto não somente como uma simples prática ordinária, mas também como opção soteriológica (salvadora), consistindo em verdadeira válvula de escape para os problemas reais do ser humano.

O sexo, portanto, é agora concebido como meio condutor de salvação e transformação, e o hedonismo a sua religião oficial. Nesse tom, Charles Colson Nancy Pearcey observam que “o sexo é parte vital da ordem criada por Deus, compondo a sagrada aliança do casamento; nossa natureza sexual é um bom presente divino. Porém, para muitos pensadores modernos, a sexualidade tornou-se a base de uma cosmovisão inteira, a fonte de significado e cura, um meio de redenção. O sexo tem sido exaltado a ponto de nos elevar a nós mesmos para o próximo nível da evolução, criando um novo tipo de natureza humana e uma avançada civilização”. (p. 290), e que “a sexualidade está claramente sendo apresentada como mais do que uma mera gratificação ou deleite sensual. Não é nada menos que uma forma de redenção, um meio para curar a falha fundamental da natureza humana” (p. 294).

Ou seja, o homem natural moderno está tentando se salvar e se libertar por meio da prática sexual. Por esse motivo o lobby da sexualidade irrestrita avança assustadoramente em todos os ambientes da sociedade, seja na política, na educação, na mídia ou até mesmo dentro das famílias. A defesa do “sexo sem amarras e sem preconceito”, é preciso dizer, não é uma visão inocente, mas sim uma ideologia devidamente estabelecida, que, por meio dos seus “evangelistas”, vai tentando transformar os homens, visando a libertá-los dos “constrangimentos da moralidade” e introduzindo uma sociedade ideal.

Com outro olhar, se o hedonismo não é capaz de formar um cosmovisão inteira, consegue, contudo, retirar as resistência daquela na qual está inserida, isso porque tal concepção traz consigo não somente a promiscuidade, a banalização do sexo e a vulgaridade nos relacionamentos entre homem e mulher, mas também uma série de trágicas conseqüências tanto para o indivíduo quanto para a sociedade de uma forma geral. É possível constatar essa verdade ao analisar que, historicamente, a liberalização estabanada do sexo, fundamentada somente no prazer irresponsável, trouxe consigo o aumento da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis; sem falar ainda o crescimento da gravidez na adolescência, os abortos, as crianças abandonadas, famílias desestruturadas com mães e/ou pais solteiros. Nessa mesma linha, podemos citar ainda que a concepção equivocada sobre a sexualidade contribuiu com o aumento da violência sexual, o abuso infantil, o atentado violento ao pudor e ao estupro.


Não bastasse isso, Francis Schaeffer (Como Viveremos, p. 163) escreve que Edward Gibbon em seu livro Declinio e Queda do Império Romano, dizia que vários fatores levaram o Império Romano à bancarrota, entre eles, o apego exagerado ao sexo. Ele asseverou que os seguintes cinco fatores marcaram o fim de Roma: primeiro, um forte amor pelo espetáculo e pela suntuosidade; segundo, uma crescente discrepância entre ricos e pobres; terceiro, uma obsessão pelo sexo; quarto, excentricidade nas artes, mascarada como originalidade, e entusiasmo fingindo ser criatividade; em quinto lugar, um crescente desejo de viver fora do Estado.

Portanto, a obsessão pelo sexo traz consigo, não somente prejuízo para o indivíduo, mas para a sociedade como um todo. E esse dogging é mais uma prova do quanto perto a sociedade está do precípicio.



FONTE: www.comoviveremos.com