05/08/2009

OS ÚLTIMOS ATOS DE SAMUEL

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1 Samuel capítulo 12

O povo de Israel pediu que Samuel lhes desse um rei, quando Samuel estava velho e havia nomeado seus dois filhos para serem juizes. Estes filhos eram indignos da posição, sendo avarentos e injustos (8:1-9).

Foi o único erro revelado na vida consagrada de Samuel, mas teve conseqüências graves para a nação, pois serviu de pretexto para os anciãos virem à sua presença e pedirem um rei. Na realidade, o povo queria ter um homem à testa da nação, como as nações gentias, ao invés de serem guiados por juizes levantados entre eles pelo SENHOR. A rejeição era contra a soberania do SENHOR.

Samuel trouxe o assunto a Deus em oração, e o SENHOR lhe disse que o povo não estava rejeitando Samuel, mas Ele próprio. No entanto, Ele atenderia ao que o povo desejava, mas Samuel devia primeiro dizer-lhes quais seriam as conseqüências.

Samuel disse então ao povo o que significava ter um rei: o rei teria domínio sobre eles, usaria seus filhos em seu exército e suas filhas como perfumistas, cozinheiras e padeiras, tomaria os seus servos e servas e seus melhores jovens e jumentos para trabalharem para ele bem como a melhor parte dos seus campos, vinhas, olivais e rebanho para si e seus oficiais. Quando eles depois clamassem ao SENHOR por causa do seu rei, eles não seriam ouvidos.

Mas o povo insistiu que queria um rei, e Deus fez a sua vontade: deu-lhe um rei conforme eles queriam: Saul (Solicitado), de família rica, "tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima sobressaía a todo o povo" (1 Samuel 9:2).

Embora Samuel nunca cessasse de ser um juiz em Israel, Saul passou a comandar o povo em suas batalhas e a liderá-lo no âmbito político. O SENHOR continuou a falar com Samuel, o seu profeta, que intermediava entre Ele e o rei.

Samuel fez o seu discurso de proclamação do novo rei em Gilgal, conforme lemos no capítulo 12. Foi seu último discurso.

Samuel havia sido criado no tabernáculo e ali serviu toda a sua vida, à vista do público. Ao contrário de muita gente que é aceita pelo povo para assumir uma posição pública importante e depois tem que renunciar por causa de alguma irregularidade séria no passado, ninguém podia reclamar de Samuel.

Em seu discurso ele primeiro lembrou que escolher um rei para si foi o que o povo queria, não ele, e pediu para que o povo denunciasse qualquer falta que ele houvesse cometido; o povo confirmou que Samuel havia sido absolutamente honesto em tudo o que fizera.

Em seguida, Samuel recordou como o povo havia caído nas mãos dos seus inimigos quando se esquecera do SENHOR, e ao se arrepender fora livrado por Ele mediante os juizes que Ele lhe enviou. Mas agora eles queriam um rei, e o SENHOR lhes deu Saul.

O SENHOR não ia abandoná-los por isso: se eles e o seu rei fossem fiéis a Ele, servindo-O e obedecendo-O, eles iriam bem. Note-se que, agora, dependiam também do comportamento do seu rei, que podia comprometer todo o bem estar do povo.

Mas se não dessem ouvidos à voz do SENHOR e fossem rebeldes ao Seu mandado, eles seriam castigados da mesma forma como o foram anteriormente. O rei não tinha poder para livrá-los. Como ilustração, Samuel pediu ao SENHOR e este fez com que imediatamente houvesse trovões e chuva: era época da sega, quando raramente chove naquela região.

Não foi uma experiência boa, pois a chuva podia estragar a colheita, e mostrava o desagrado de Samuel por ter o povo escolhido um rei, bem como a aprovação que Samuel tinha do SENHOR. O povo então temeu ao SENHOR e a Samuel por causa do seu evidente poder, e pediu que Samuel intercedesse por ele, reconhecendo que havia pecado ao pedir um rei.

Tranqüilizando-o, Samuel assegura ao povo que apesar do mal cometido, eles não devem deixar de seguir o SENHOR pois, por causa do Seu grande nome, Ele não desamparará o Seu povo.

O versículo 22 é glorioso para todo aquele que pertence ao Seu povo. Se temos ao Senhor como nosso Salvador, é uma promessa de que Ele não nos desamparará. "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: 'De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei'" (Hebreus 13:5).

Ele nos fez também o Seu povo. Deus não escolheu Israel porque o povo merecia essa distinção (Deuteronômio 7:7,8), mas para que ele fosse um instrumento de benção para todos os povos mediante o Messias (Gênesis 12:1-3). Tendo escolhido o povo de Israel, Deus nunca o abandonará, mas, por ser sua nação especial, ela tem sido submetida a disciplina e punida quando desobediente, a fim fazê-la voltar ao seu correto relacionamento com Ele.

Samuel tinha consciência do seu dever de orar pelo povo. Intercessão é um serviço do servo de Deus, e ele considerava que seria um pecado contra o SENHOR deixar de orar por aquela nação. Também devemos orar e suplicar em todo o tempo no Espírito por todos os santos, que são o povo de Deus de hoje (Efésios 6:18).

Samuel também não cessaria de ensiná-los o caminho bom e direito, como servo de Deus, profeta e juiz de Israel. Ele não aprovava a escolha de um rei entre eles, mas assim mesmo não cessou de servi-los no que podia. Também devemos transmitir aos outros aquilo que sabemos sobre o Evangelho de Cristo, para edificá-los em sua fé e ajudá-los no caminho de Deus (2 Timóteo 2:2), mesmo que discordemos daquilo que fazem.

Ao fim do seu discurso, Samuel novamente exorta a nação que se lembre das grandes coisas que o SENHOR fez por ela, que O tema e sirva fielmente com toda a sinceridade.

Refletindo sobre as bênçãos recebidas, temos nossa fé fortalecida e somos motivados a servi-lo com mais atenção e afinco. É fácil nos envolvermos tanto com o presente e nos planos para o futuro que não paramos um pouco para contar as bênçãos que Deus já nos deu. Se nos lembrarmos delas, teremos mais motivo para gratidão e coragem para enfrentar o futuro.

Samuel ainda iria servir ao SENHOR por alguns anos mais. Ele teve a tristeza de ver Saul tornar-se arrogante e desobedecer às ordens de Deus no segundo ano do seu reinado, e por isso perder o direito a uma dinastia real. O SENHOR já havia buscado um homem que lhe agradava para ser príncipe sobre o seu povo (1 Samuel 13:13).

Saul conseguiu vitórias com o poder do SENHOR sobre os inimigos de Israel, mas numa delas uma vez mais ele desobedeceu às ordens que Deus lhe dera através de Samuel, e novamente Samuel lhe disse que o seu reino lhe seria tirado (1 Samuel 15:24). Nessa ocasião Samuel disse as célebres palavras "o obedecer émelhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros" (1 Samuel 15:22). Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte, porém tinha pena de Saul (1 Samuel 15:35).

No primeiro versículo do capítulo 16, parece que o SENHOR repreendeu Samuel por ter pena de Saul por ele ter sido rejeitado. É como se Samuel não estivesse perfeitamente de acordo com esse castigo. O SENHOR mandou que ele saísse de casa com um chifre de azeite para ungir aquele que viria a ser o novo rei de Israel.

Samuel hesitou e disse que seria morto por Saul no caminho. Provavelmente Samuel não estava com medo de morrer, já sendo bem idoso, mas, tendo pena de Saul, queria evitar fazer o que o SENHOR mandava, argumentando que não ia dar certo. Quantas vezes nós também procuramos obstáculos para não fazer aquilo que sabemos é a vontade de Deus, mas não é do nosso agrado!

O SENHOR lhe disse como fazer para evitar qualquer suspeita de Saul. Samuel obedeceu, e teve a oportunidade de ungir como escolhido do SENHOR um pastor de ovelhas, oitavo filho de Jessé, ruivo, de belos olhos e boa aparência, chamado Davi. O Espírito do SENHOR se apossou de Davi daquele dia em diante (1 Samuel 16:13).

Samuel um dia protegeu Davi da perseguição de Saul (1 Samuel 19:18-24), e nada mais lemos a seu respeito até que morreu (1 Samuel 25:1) e apareceu em espírito a Saul (1 Samuel 28:3-20).

R David Jones

1 Então, disse Samuel a todo o Israel: Eis que ouvi a vossa voz em tudo quanto me dissestes e pus sobre vós um rei.
2 Agora, pois, eis que o rei vai diante de vós; e já envelheci e encaneci, e eis que meus filhos estão convosco; e eu tenho andado diante de vós desde a minha mocidade até ao dia de hoje.
3 Eis-me aqui, testificai contra mim perante o SENHOR e perante o seu ungido: a quem tomei o boi? A quem tomei o jumento? A quem defraudei? A quem tenho oprimido e de cuja mão tenho tomado presente e com ele encobri os meus olhos? E vo-lo restituirei.
4 Então, disseram: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém.
5 E ele lhes disse: O SENHOR seja testemunha contra vós, e o seu ungido seja hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. E disse o povo: Seja testemunha.
6 Então, disse Samuel ao povo: O SENHOR é o que escolheu a Moisés e a Arão e tirou vossos pais da terra do Egito.
7 Agora, pois, ponde-vos aqui em pé, e contenderei convosco perante o SENHOR, sobre todas as justiças do SENHOR, que fez a vós e a vossos pais.
8 Havendo entrado Jacó no Egito, vossos pais clamaram ao SENHOR, e o SENHOR enviou a Moisés e Arão, que tiraram a vossos pais do Egito e os fizeram habitar neste lugar.
9 Porém esqueceram-se do SENHOR, seu Deus; então, os entregou na mão de Sísera, cabeça do exército de Hazor, e na mão dos filisteus, e na mão do rei dos moabitas, que pelejaram contra eles.
10 E clamaram ao SENHOR e disseram: Pecamos, pois deixamos o SENHOR e servimos aos baalins e astarotes; agora, pois, livra-nos da mão de nossos inimigos, e te serviremos.
11 E o SENHOR enviou a Jerubaal, e a Bedã, e a Jefté, e a Samuel; e livrou-vos da mão de vossos inimigos em redor, e habitastes seguros.
12 E, vendo vós que Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós, me dissestes: Não, mas reinará sobre nós um rei; sendo, porém, o SENHOR, vosso Deus, o vosso Rei.
13 Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o SENHOR tem posto sobre vós um rei.
14 Se temerdes ao SENHOR, e o servirdes, e derdes ouvidos à sua voz, e não fordes rebeldes ao dito do SENHOR, assim vós, como o rei que reina sobre vós, seguireis o SENHOR, vosso Deus.
15 Mas, se não derdes ouvidos à voz do SENHOR, mas, antes, fordes rebeldes ao dito do SENHOR, a mão do SENHOR será contra vós, como era contra vossos pais.
16 Ponde-vos também, agora, aqui e vede esta grande coisa que o SENHOR vai fazer diante dos vossos olhos.
17 Não é, hoje, a sega dos trigos? Clamarei, pois, ao SENHOR, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o SENHOR, pedindo para vós um rei.
18 Então, invocou Samuel ao SENHOR, e o SENHOR deu trovões e chuva naquele dia; pelo que todo o povo temeu em grande maneira ao SENHOR e a Samuel.
19 E todo o povo disse a Samuel: Roga pelos teus servos ao SENHOR, teu Deus, para que não venhamos a morrer; porque a todos os nossos pecados temos acrescentado este mal, de pedirmos para nós um rei.
20 Então, disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR com todo o vosso coração.
21 E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são.
22 Pois o SENHOR não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome, porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo.
23 E, quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o SENHOR, deixando de orar por vós; antes, vos ensinarei o caminho bom e direito.
24 Tão-somente temei ao SENHOR e servi-o fielmente com todo o vosso coração, porque vede quão grandiosas coisas vos fez.
25 Porém, se perseverardes em fazer o mal, perecereis, assim vós como o vosso rei.

1 Samuel capítulo 12

fONTE: Samuel últimos atos

O lugar do sofrimento na vida do missionário

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* Antonia Leonora van der Meer
     Ser missionário é um privilégio, não um fardo intolerável carregado por uns “grandes servos de Deus”. Deus escolhe os pequenos, os fracos, as coisas loucas deste mundo para que a glória seja só dele (1 Co 1.26-29). Mas esse privilégio está ligado ao caminho da renúncia e de levar cada dia a sua cruz, seguindo a Jesus. O sofrimento já faz parte da vida de muitos missionários e, quanto mais penetrarmos nas regiões ainda não alcançadas, mais teremos contato com realidades de grande carência social e espiritual, de conflito com poderes das trevas, de violência, guerra e perseguição. Isso leva ao sofrimento do missionário e de sua família. Porém, muito mais do que isso, o confronto com o sofrimento do povo certamente vai perturbar profundamente o coração do missionário.
     Como podemos enviar pessoas para lugares onde o sofrimento é uma realidade diária e muito forte? Alguns acham que isso não pode ser a vontade de Deus. Mas como foi que Deus enviou seu Filho? Com que garantia e segurança? Lembremo-nos de que Jesus disse: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21; 15.20). Isso significa correr os mesmos riscos, vencer a mesma resistência, viver com a mesma expectativa de vitória, por meio do caminho da cruz.
     Como podemos descrever o sofrimento na vida do missionário? Nas horas de guerra violenta que presenciei, o que me chocou mais profundamente foi ver pessoas feridas, caídas nas ruas sem ninguém poder socorrer, e ouvir as histórias das vítimas da guerra nos hospitais. Uma mulher sem braços que perdeu a única irmã, barbaramente violentada. Crianças atingidas por balas enquanto dormiam em sua própria cama. Ver a falta de recursos e a angústia dessas pessoas era profundamente perturbador. Mas Deus precisa de um instrumento para levar sua graça, amor e esperança a essas pessoas. É o sofrimento de saber da angústia de nossa família e não poder fazer nada para tranqüilizá-la. E as coisas sempre parecem piores do que são para quem as acompanha de longe. É o sofrimento de acompanhar o despertamento espiritual, a descoberta da graça de Deus por uma pessoa, que depois aparece mutilada, morta pela própria família.
     Outro motivo de sofrimento é que as pessoas põem em nós uma carga de esperança de solução para seus problemas muito além das nossas possibilidades. Às vezes nos perguntamos: “O que estou fazendo aqui? Fará alguma diferença esse pouco que posso fazer?” É claro que fará diferença! Cada vida transformada, que recupera a esperança, a alegria e a razão de viver, a consciência de sua dignidade é uma grande vitória. Mas às vezes ficamos angustiados pelo muito que não podemos fazer e que de nós é esperado.
     Há também os sofrimentos relacionados com a família que deixamos para trás. Muitos lutam e têm a obrigação de deixar pessoas e ministérios que amam para dar apoio aos pais idosos que precisam de sua presença. Outros sentem-se forçados a voltar prematuramente (o coração ainda quer ficar) para não comprometer a educação e o futuro dos filhos.
     Além disso, há sofrimentos evitáveis, causados pela irresponsabilidade dos que enviam sem apoio verdadeiro, sem orientação e sem fidelidade no sustento financeiro. Isso gera profundas angústias e as igrejas terão de prestar contas a Deus da maneira como tratam os seus obreiros.
     Qual é a nossa responsabilidade? Não podemos enviar missionários apenas invocando a bênção de Deus e depois lavar as mãos. A obra é nossa, como igreja brasileira. Precisamos estar bem perto de nossos missionários, acompanhando-os diariamente em oração, mantendo contato por e-mail, carta, telefone, de modo responsável (há lugares onde uma carta mal orientada pode causar muitos problemas). Podemos enviar uma pessoa para visitá-los, orar com eles e ouvi-los. Devemos recebê-los com muito carinho, cuidado e atenção quando vêm de férias, para que tenham um bom descanso e renovação física, emocional e espiritual, provendo suas necessidades. (Infelizmente, ainda há igrejas que cortam o sustento durante os meses em que o missionário está no Brasil, pois entendem erroneamente que ele “já não está fazendo o trabalho missionário”.)
     Assim, há sofrimentos inerentes ao modelo de encarnação deixado por Cristo, para os quais o missionário deve estar preparado. Outros tipos de sofrimento podem ser minorados e é nossa responsabilidade fazê-lo, com carinho e amor pelos que estão na linha de frente.
Extraído da Revista ULTIMATO
* O presente artigo foi escrito por
Antonia Leonora van der Meer, mais conhecida por Tonica, foi missionária em Angola por dez anos e, agora, é deã do Centro Evangélico de Missões, em Viçosa, Minas Gerais.

Ore pela India - Especial - O lugar do sofrimento na vida do missionário