30/10/2010

A HILARIANTE HISTÓRIA DO HALLOWEEN

 

Amanhã é dia 31 de Outubro, data em que se comemora em diversos países e mais recentemente no Brasil, o Halloween. Alguns dizem que não existe motivo para celebrar o Halloween no Brasil, porque afinal de contas, temos o Curupira, a Mula-sem-cabeça e o ilustríssimo Saci-Pererê. Mas quem diz isso provavelmente não compreendem as causas históricas por trás da data e porque ela é importante até hoje. Portanto, para a curiosidade e entretenimento de todos, ofereço agora a verdadeira história por trás do Halloween.
Tudo começou com a queda de Constantinopla em 1453, quando os gananciosos e bárbaros invasores turcos conquistaram a capital cristã do oriente e com ela todos os vastos campos de cana de açúcar e cacau controladas pelo império bizantino. Com a Espanha ainda sendo reconquistada pelos cristãos e as terras produtivas da Itália todas sendo escavadas numa busca desesperada por mármore para com qual construir monumentos, uma escassez de doces e chocolates assolou a cristandade por décadas. Foi deste período, aliás, que surgiu o infame adoçante de Michelangelo — um líquido viscoso à base de beterrabas e esterco de cavalo que era usado pelos pobres. Os ricos, entretanto, exigiam que seus doces fossem feitos apenas com o mais puro açúcar. O papa Alexandre VI, notoriamente, comprava tortas de chocolate por seu peso em ouro.
Essa busca desesperada pelo açúcar foi uma das causas da era da exploração, com Cristóvão Colombo descobrindo o novo mundo, e navegantes portugueses e espanhóis conquistando estas novas terras na esperança de, um dia, também não terem que comer doces feitos à base de beterrabas e esterco. A Igreja, por outro lado, descobriu sua própria forma de suprir a vasta demanda por éclairs e quindins da corte papal: explorando os fiéis. A Igreja deu ao frade dominicano Johann Tetzel a missão de vender indulgências em troca de açúcar e numa jogada de marketing brilhante instruiu Tetzel e os que o acompanhavam a se vestirem como almas que penavam no purgatório,  e como demônios e monstros, para assim estimularem a compaixão dos camponeses por seus parentes que no purgatório padeciam.
Assim vestidos, Tetzel e seus capangas viajaram por toda a Europa, indo de porta em porta pedindo por grãos de cacau, sacos de açúcar, pirulitos, chicletes, jujubas e pastilhas de menta. Em troca dessas guloseimas, Tetzel oferecia uma garantia de que as almas daqueles que compravam indulgências iriam direto para o paraíso e que as almas de seus parentes já estavam no paraíso tomando Ovomaltine com nosso Senhor Jesus Cristo. E todos se alegravam com essa situação, exceto as pobres almas que não podiam pagar por sua salvação com balas ou as que se recusavam a entregar seus doces ao Papa. E foi no dia 31 de Outubro, o primeiro Halloween, que Martim Lutero, o mais corajoso desses dissidentes, protestou contra a campanha de Tetzel.
Martim Lutero era um homem complexo, rasgado entre sua vontade de ir para o céu e sua paixão por bombas de chocolate. Incapaz de entregar às mãos gulosas da Igreja suas amadas bombas de chocolate, naquele fatídico primeiro Halloween, Lutero pregou suas 95 Teses na porta da Igreja em Wittenberg. Estas teses são compostas por uma série de acusações contra a Igreja, Tetzel, a venda de indulgências, o reino dos papas diabéticos, e terminam com uma longa condenação (28 das teses no total) da “repugnante abominação, mais amarga que o próprio rabo de Lúcifer, o adoçante daquele pederasta Michelangelo.” Cansados de entregarem seus doces, o povo da Alemanha se aliou a Lutero e nas décadas seguintes uma verdadeira reação em cadeia de rebeliões e revoluções quebrou o controle da Igreja Católica pelo continente e deu início às igrejas protestantes.
Como celebração daquela data, tornou-se costume nos países protestantes zombar da figura de Tetzel. Assim, todo dia 31 de Outubro os jovens saíam na rua vestidos como demônios, monstros e almas penadas, indo de porta em porta pedindo por chocolates e doces, e os camponeses protestantes riam e jogavam lixo e imundície neles. Esse costume continuou por quatro séculos até que no começo do século 20 comerciantes americanos de doces perceberam que poderiam lucrar com isso e popularizaram o costume de, ao invés de lixo e sujeira, oferecer doces e baunilhas às crianças fantasiadas. Este logo se tornou o costume principal, mas de vez em quando crianças que gritam “Travessuras ou gostosuras!” na casa de velhos ainda recebem o conteúdo de um penico despejado sobre suas cabeças. As imagens de assombrações foram desassociadas do purgatório, mas ainda hoje existem católicos que oferecem cocadas e barras de Chokito aos santos, esperando com isso garantir uma vaga no paraíso.
E agora vocês conhecem a verdadeira história do Halloween e podem dormir em paz.

Hiperatividade Cerebral!