21/03/2010

Os Benefícios de não Ignorar a Eleição em Sua Bíblia

 325944249_dcc4052de5_m James Montgomery Boice

Muitas pessoas acham que a doutrina da eleição é inútil e talvez até mesmo perniciosa. Não é nada disso. Faz parte do ensino inspirado da Bíblia e é, portanto, "útil," como Paulo insistiu que toda a Bíblia é (2 Tm 3:16-17). Eis aqui uma rápida visão sobre como a eleição impacta coisas como o evangelismo e a adoração:

1. A Eleição nos torna humildes. Aqueles que não entendem a eleição freqüentemente supõem o oposto, e é verdade que aqueles que acreditam na eleição às vezes parecem ser orgulhosos ou presunçosos. Mas isso é uma aberração. Deus nos diz que ele escolheu alguns completamente pela graça e completamente à parte do mérito ou até mesmo de alguma habilidade de receber a graça. Ele fez assim precisamente para que orgulho fosse eliminado: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." (Ef 2:8-9).

"Quem pode admirar um Deus que é frustrado pela vontade rebelde dos seres humanos?"

2. A Eleição encoraja nosso amor a Deus. Se nós temos uma parte em nossa salvação, mesmo que pequena, então nosso amor a Deus é diminuído exatamente daquela quantia. Se, por outro lado, tudo vem de Deus, então nosso amor a Ele deve ser ilimitado. Tristemente, a igreja de hoje freqüentemente considera o amor de Deus como algo garantido. "É claro que Deus me ama”, nós dizemos. "Eu me amo; por que Deus também não me amaria?". É como a pequena menina que adorava o tema do dinossauro Barney na televisão ("eu te amo, você me ama; nós somos uma família feliz"). Mas ela acabou cantando assim: "Eu me amo, você me ama; nós somos uma família feliz." É assim que nós tendemos a pensar a respeito do amor de Deus. Nós achamos que merecemos o Seu amor. Entender que somos eleitos só pela graça arruína o nosso modo egocêntrico e presunçoso de pensar.

3. A Eleição enriquecerá nossa adoração. Quem pode admirar um Deus que é frustrado pela vontade rebelde dos seres humanos? Martinho Lutero escreveu, "não é irreligioso, ocioso, ou supérfluo, e sim saudável e necessário no mais alto grau para um Cristão saber se a sua vontade tem ou não qualquer coisa a ver com assuntos que pertencem à salvação... Porque se eu for ignorante quanto à natureza, extensão e limites do que eu posso e tenho que fazer com relação a Deus, eu também serei igualmente ignorante e inseguro quanto à natureza, extensão e limites do que Deus pode e deseja fazer em mim – ainda que Deus, na realidade, faça tudo em todos. Agora, se eu sou ignorante quanto às obras e o poder de Deus, eu sou ignorante do próprio Deus; e se eu não conheço a Deus, eu não posso adorá-lO, louvá-lO, dar-Lhe graças, ou servi-lO, porque eu não sei o quanto eu deveria atribuir a mim e o quanto a Ele. Portanto, nós precisamos ter em mente uma distinção clara entre o poder de Deus e o nosso, entre a obra de Deus e a nossa, se quisermos viver uma vida santa."

"Se Deus não chama eficazmente pecadores a Cristo, é certo que nós também não temos condições de fazê-lo."

4. A Eleição nos encoraja em nosso evangelismo. As pessoas costumam supor que se Deus vai salvar certos indivíduos, então Ele os salvará, e não há nenhum sentido em nós termos qualquer coisa a ver com isso. Mas não é assim que funciona. A Eleição não exclui o uso dos meios pelos quais Deus trabalha, e a proclamação do Evangelho é um desses meios (1 Co 1:21).

Além disso, é só a verdade da eleição que nos dá alguma esperança de sucesso quando proclamamos o Evangelho a homens e mulheres não-salvos. Se o coração de um pecador é tão oposto a Deus quanto a Bíblia declara ser, e se Deus não elege as pessoas para a salvação, então que esperança de sucesso poderíamos ter com o nosso testemunho? Se Deus não chama eficazmente pecadores a Cristo, é certo que nós também não temos condições de fazê-lo. Ainda mais, se o agente efetivo da salvação não é a escolha e o chamado de Deus - se a escolha depende do indivíduo ou de nós, por causa de nossa capacidade de persuadir outros para aceitar a Cristo - como nós poderíamos sequer ousar testemunhar? E se nós cometermos um erro? E se dermos uma resposta errada? E se nós formos insensíveis às reais perguntas da pessoa? Se isso acontecer, as pessoas não crerão. Elas podem no fim ir para o inferno, e o destino eterno delas será em parte culpa nossa, e como poderá qualquer cristão que pensa e sente, viver com algo assim?

Mas por outro lado, se Deus elegeu alguns para a salvação e se ele está chamando esses indivíduos eleitos a Cristo, então nós podemos ir em frente corajosamente, sabendo que o nosso testemunho não precisa ser perfeito, que Deus usa até mesmo testemunhos fracos e gaguejantes para derramar a sua graça e, melhor de tudo, que todos aqueles que Deus escolheu para a salvação serão salvos. Nós podemos ser destemidos, sabendo que todos os que são chamados por Deus certamente virão a Ele.

Fonte: Extraído do blog OldTruth.com
Fonte original: The Doctrines of Grace: Rediscovering the Essentials of Evangelicalism (As Doutrinas da Graça: Redescobrindo os Princípios Básicos do Evangelicalismo).

Tradução: centurio

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Os Benefícios de não Ignorar a Eleição em Sua Bíblia

Entretendo-se até a Morte

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Derek Thomas

Nossa geração é a primeira geração de cristãos em que se faz seriamente a pergunta: Quanto tempo posso gastar em entretenimento? Em toda a minha leitura a respeito dos séculos XVI e XVII, nunca me deparei uma única vez com essa pergunta sendo feita de alguma forma séria. Não é que esses séculos, ou os cristãos que viveram neles, eram anti-lazer – um bando de estraga-prazeres! Eles não eram. Ninguém fez mais para dispersar essa caricatura dos puritanos do que Leland Ryken em seu corretamente elogiado livro, Santos no Mundo.

"(...) é extremamente fácil tornar-se um viciado e cair em frente à TV por 3, 4, ou até mesmo 6 horas consecutivas."

Não obstante, esta é uma geração na qual o tempo livre foi inserido na estrutura da semana como um direito. Nós temos tempos reservados para entretenimento - sexta-feira à noite, o final de semana... Isso inclui (infelizmente!) as tardes de domingo, apesar dos fortes textos bíblicos que nos advertem quanto às conseqüências (veja, se desejar, Is. 58:13-14). De alguma forma, nunca nos ocorre perguntar por que é que nós nunca lemos a respeito de Jesus ou dos discípulos simplesmente "se divertindo". Não há nenhuma palavra sobre Paulo "dando uma saída" com os rapazes em Éfeso ou Corinto. O que a Bíblia tem a dizer sobre o lazer e o modo com que deveríamos fazer uso dele?

Eis aqui um princípio, enganador com certeza e com boa probabilidade de ser distorcido, mas, ainda assim, bíblico: Deus nos deu um padrão, um ritmo se você preferir, de um dia seguido de seis. Um dia de “descanso” seguido por seis dias de “trabalho”. Deixando de lado por um minuto a questão sobre a propriedade de usar o Dia do Senhor para entretenimento, o princípio que parece ser mais ou menos correto é que não há nada impróprio em se gastar aproximadamente 15% da semana, uma ou duas horas por dia, entretendo-se.

Mas aqui está o ponto: é extremamente fácil tornar-se um viciado e cair em frente à TV por 3, 4, ou até mesmo 6 horas consecutivas. Isso é deixar o entretenimento fugir ao controle. Não é que algumas horas são ruins para nós (é claro que isso depende do que se está assistindo!); é só que, como talvez dissesse Paulo, não convém*.

"Nós temos filmes, shopping centers e MP3 players e ainda assim o lamento “não tenho nada para fazer” ainda pode ser ouvido, alto e claro."

É verdade que, diante de todo o entretenimento disponível, talvez a nossa geração seja uma geração entediada. Nós temos filmes, shopping centers e MP3 players e ainda assim o lamento “não tenho nada para fazer” ainda pode ser ouvido, alto e claro. Uma recente pesquisa revelou que 71% das pessoas querem mais "novidade" em suas vidas. O tédio está em alta. O Dr. Richard Winter, um psicólogo do Covenant Theological Seminary (o seminário oficial da PCA – Presbiterian Church in America**) sugere que os americanos estão sendo entretidos até a morte. "O tédio pode vir logo após a excitação. Há um sentido no qual você precisa de cada vez mais e mais excitação, mais estímulo para mantê-lo interessado", ele escreve. O "Fator Medo" mostra que as pessoas farão coisas cada vez mais grosseiras e asquerosas para achar o requerido entusiasmo do entretenimento.

Em seu livro, Still Bored in a Culture of Entertainment (Ainda Enfadado em uma Cultura de Entretenimento), o Dr. Winter examina como o tédio aumentou conforme mais tempo livre tornou-se disponível. Na realidade, ele afirma que a pessoa média hoje tem aproximadamente 33.000 horas a mais de lazer do que uma pessoa que viveu na metade dos anos 1800.

Winter diz: "Estas são buscas viciosas, que causam dependência, de forma que as pessoas gastam horas e horas, e isso se torna a sua realidade. Elas vivem em uma realidade virtual, em vez da realidade real do mundo de Deus, o universo físico em que estamos inseridos."

Aqui vai uma idéia que certamente vai revolucionar nossa avaliação do valor do entretenimento: comece a ler livros novamente! Nunca houve um tempo em que os melhores livros estiveram mais disponíveis do que no presente. Algumas horas por dia lendo boa literatura nos recompensariam graciosamente.

Você leu algum bom livro ultimamente?


* 1 Co 6:12

Fonte: reformation21

Tradução: centurio

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Entretendo-se até a Morte

RELEMBRANDO AS INJUSTIÇAS: Massacre que marcou a luta contra o Apartheid faz 50 anos

 

Repressão a uma manifestação contra lei racista matou 69 pessoas.
Massacre de Shaperville alertou o mundo para as crueldades do regime.

Marta Reis De Joanesburgo, especial para o G1

 

Hoje com 69 anos, o aposentado Nehemiah Tsoane era apenas um jovem estudante quando, há 50 anos, o distrito onde morava, ao sul de Joanesburgo, foi marcado por uma das maiores tragédias da história da África do Sul. Tsoane estava entre os 20 mil negros que na manhã do dia 21 de março de 1960 deixaram suas casas em direção à delegacia local de Sharpeville para protestar contra a discriminatória Lei do Passe, que obrigava todos os não-brancos a portarem uma caderneta (passe), onde constava sua cor, etnia, profissão, situação na receita federal e que restringia o acesso aos bairros brancos da cidade.

Foto: AFP

Os feridos reunidos em Sharpeville, perto de Vereeniging, onde pelo menos 180 negros africanos, a maioria deles mulheres e crianças, ficaram feridos e 69 foram mortos pela polícia sul-africana (Foto: AFP)

Mais de 20 mil pessoas se aglomeraram na delegacia de Sharpeville. Era para ser uma manifestação pacífica, mas um grupo de policiais, sem saber como controlar a multidão, abriu fogo contra os manifestantes, matando 69 e ferindo mais de 180, incluindo mulheres e crianças.

  • Aspas

    Não podíamos caminhar sequer cem metros sem esse maldito passe. Se um policial visse, era cadeia na certa"

O episódio ficou conhecido como o Massacre de Sharpeville. Hoje a data é feriado político, quando se comemora o Dia Nacional dos Direitos Humanos.

Lei do Passe

Na época, o país vivia sob o sistema do Apartheid, e a Lei do Passe concedia a polícia o direito de prender quem fosse flagrado na rua sem a caderneta de identificação.

Ampliar Foto Foto: AFP Foto: AFP

Após o massacre, onda de protestos tomou conta do país (Foto: AFP)

“Não podíamos caminhar sequer cem metros sem esse maldito passe. Se um policial visse, era cadeia na certa. Para entrar num bairro branco depois das dez da noite, era necessário pedir uma autorização especial ao governo”, lembra Tsoane.

A resposta dos negros veio num boicote organizado por partidos de esquerda, que estimulou a população a deixar o passe em casa e caminhar até um posto policial para se entregar voluntariamente.
Fora da África do Sul, o massacre teve grande repercussão na imprensa internacional, e o Apartheid foi condenado pela maioria dos países como um sistema violento e racista. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

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    Deixei o local por algumas horas e quando voltei presenciei aquela cena horrorosa. Era sangue por toda parte e muitas ambulâncias"

Tsoane nunca mais esqueceu aquele dia de terror. “Eu escapei porque fui ao centro da cidade comprar algo para comer. Deixei o local por algumas horas e quando voltei presenciei aquela cena horrorosa. Era sangue por toda parte e muitas ambulâncias”, lamenta o aposentado.
O massacre de Sharpeville ocorreu 12 anos após a criação da política oficial de segregação racial – o Apartheid - pelos brancos africâneres, em 1948, e soou como um alerta à comunidade internacional para as crueldades a que eram submetidos os negros sul-africanos.

Estado violento
De acordo com o professor de política da Universidade de Joanesburgo, Piet Croucamp, após o incidente, o Apartheid deixou de ser encarado apenas como um sistema político opressor, mas como um Estado violento.

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    O massacre precedeu uma série de manifestações pelo país e deflagrou uma guerra entre população civil e Estado"

“O massacre marcou uma mudança de posicionamento principalmente dentro do país, pois precedeu uma série de outras rebeliões importantes nas periferias. Podemos dizer que ele deflagrou uma guerra entre população civil e Estado”, analisa Croucamp.
Mesmo assim, Tsoane ressalta que pouco mudou, na prática, para os negros nos anos seguintes ao massacre. “A diferença foi que podíamos procurar emprego sem precisar carregar o passe. Também não houve certo relaxamento dos policiais, mas a caderneta continuou a existir".

Oficialmente, ela só foi extinta em 1986, e apenas no início dos anos 90 foi definitivamente substituída pela carteira de identidade usada atualmente. De lá pra cá, a África do Sul mudou muito.

O país - que em junho vai sediar a Copa do Mundo de futebol - assistiu a chegada de Nelson Mandela ao poder em 1994, acompanhou a formulação de uma nova Constituição Nacional que abraça todas as raças e etnias, e mantém eleições presidenciais de cinco em cinco anos. É hoje um dos maiores exemplos de Estado livre e democrático dentro do continente africano.
“Somos um país completamente diferente. Ainda moro em Sharpeville, mas por opção própria. Se tivesse dinheiro, poderia comprar uma casa no centro da cidade ou em qualquer outro lugar que desejasse. Quem decide para onde vou sou eu”, comemora Tsoane

África do Sul 2010 - NOTÍCIAS - Massacre que marcou a luta contra o Apartheid faz 50 anos

O menino que domou o vento (ou: faça o possível com o que você tem)

Com dois livros de física elementar, um monte de lixo e a energia eólica, jovem abastece lâmpadas e celulares em sua vila no interior da África

FORÇA AÉREA: William Kamkwamba mostra a instalação que carrega celulares e acende luzes em Malauí, na África
Escondido entre Zâmbia,Tanzânia e Moçambique, o Malauí é um país ruralcom15 milhões de habitantes. A três horas de carro da capital Lilongwe, a vila de Wimbe vê um garoto de 14 anos juntando entulho e madeira perto de casa. Até aí, novidade nenhuma para os moradores. A aparente brincadeira fica séria quando, dois meses depois, o menino ergue uma torre de cinco metros de altura. Roda de bicicleta, peças de trator e canos de plástico se conectam no alto da estrutura e, de repente, o vento gira as pás. Ele conecta um fio, e uma lâmpada é acesa. O menino acaba de criar eletricidade.
O menino e a importância de suas descobertas cresceram. William Kamkwamba, agora com 22 anos, já foi convidado para talk shows, deu palestras no Fórum Econômico Mundial, tem site oficial, uma autobiografia - The Boy Who Harnessed the Wind (O Menino que Domou o Vento, ainda inédito no Brasil) - e um documentário a caminho. O pontapé de tamanho sucesso se deve a uma junção de miséria, dedicação, senso de oportunidade e uma oferta generosa de lixo.

Em termos de geração e consumo de energia elétrica, o Malauí é o 138º país do mundo
Uma seca terrível no ano 2000 deixou grande parte da população do Malauí em situação desesperadora. Com as colheitas reduzidas drasticamente, as pessoas começaram a passar fome. "Meus familiares e vizinhos foram forçados a cavar o chão pra achar raízes, cascas de banana ou qualquer outra coisa pra forrar o estômago", diz Kamkwamba. A miséria o impediu de continuar na escola, que exigia a taxa anual de US$ 80. Se seguisse a lógica que vitima muitos rapazes na mesma situação, o destino dele estava definido: "Se você não está na escola, vai virar um fazendeiro. E um fazendeiro não controla a própria vida; ele depende do sol e da chuva, do preço da semente e do fertilizante", diz Kamkwamba.
Para escapar dessa sentença, começou a frequentar uma biblioteca comunitária a 2 km de sua casa. No meio de três estantes com livros doados pelo Reino Unido, EUA, Zâmbia e Zimbábue, Kamkwamba encontrou obras de ciências. Em particular, duas de física. A primeira explicava como funcionam motores e geradores. "Eu não entendia inglês muito bem, então associava palavras e imagens e aprendi física básica." O outro livro se chamava Usando Energia, tinha moinhos na capa e afirmava que eles podiam bombear água e gerar eletricidade. "Bombear um poço significava irrigar, e meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos."
Você está fumando muita maconha. Tá ficando maluco." Era isso que Kamkwamba ouvia enquanto carregava sucata e canos para seu projeto. "Não consegui encontrar todas as peças para uma bomba d'água, então passei a produzir um moinho que gerasse eletricidade." Seu primo Geoffrey e seu amigo Gilbert o ajudaram, e após dois meses as pás giravam. O gerador era um dínamo de bicicleta que produzia 12 volts, suficientes para acender uma lâmpada. As pessoas próximas a ele só acreditaram em sua conquista quando ele ligou um rádio, que na hora tocou reggae nacional. "Fiquei muito feliz. Finalmente as pessoas reconheceram que eu não estava louco."
"Conseguimos energia para quatro lâmpadas, e as pessoas começaram a vir carregar seus celulares", diz. No Malauí, a companhia telefônica se recusou a fornecer infraestrutura para as vilas, e as empresas de celulares chegaram com torres de transmissão e baratearam os aparelhos. Por isso, hoje há mais de um milhão de aparelhos celulares no país, uma média de oito para cada cem habitantes.
"Bombear um poço significava irrigar. meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos."
A história chegou aos ouvidos do diretor da ONG que mantinha a biblioteca. Ele trouxe a imprensa, e o menino foi destaque no jornal local. E daí alcançou o diretor do programa TEDGlobal, uma organização que divulga ideias criativas e inovadoras que convidou Kamkwamba para uma conferência na Tanzânia. O jovem aumentou o primeiro moinho para 12 metros de altura e construiu outro que bombeia água para irrigação. "Agora posso ler à noite, e minha família pode irrigar a plantação", diz.
Depois de cinco anos, com ajuda daqueles que descobriram sua história, Kamkwamba voltou à escola. Passou por duas instituições no Malauí, estudou durante as férias no Reino Unido e agora cursa o segundo ano da African Leadership Academy, instituição em Johannesburgo que reúne estudantes de 42 países com o intuito de formar a próxima leva de líderes da África.
Apesar de não ter mudado em nada a sua humildade, o sucesso e as oportunidades de estudo tornaram mais ambiciosos os planos de Kamkuamba: "Quero voltar ao Malauí e botar energia barata e renovável nas vilas. E implementar bombas d'água em todas as cidades. Em vez de esperar o governo trazer a eletricidade, vamos construir moinhos de vento e fazê-la nós mesmos".
Escrito por William Kamkwamba em conjunto com o jornalista Bryan Mealer, The Boy Who Harnessed the Wind foi lançado em 29 de setembro nos EUA e ficou entre os dez mais da livraria virtual Amazon
Confira a entrevista com William Kamkwamba:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/1,,EDG87250-8489,00.htmL
Fonte: Instituto Nina Rosa

S.O.S. AFRICA: O menino que domou o vento

A obra prima de Satanás - D. M. Lloyd-Jones

 

É justamente aqui que o diabo causa confusão. Para ele é conveniente que as pessoas se preocupem com a santificação, a santidade e várias outras coisas, mas elas nunca estarão certas enquanto não estiverem certas neste ponto, razão por que devemos começar estudando esta grande doutrina (da justificação).

Esta confusão é problema antigo. Em certo sentido é a obra prima de Satanás. Ele até nos anima a tratarmos de ser virtuosos, ao mesmo tempo que nos mantém confusos neste ponto. Uma coisa que deixa claro que ele está fazendo isso nos dias atuais é que muitas pessoas, na igreja, parecem considerar os homens como cristãos simples-mente porque estes fazem boas obras, ainda quando estejam completamente errados quanto a esta verdade preliminar...

Era o que Jesus estava dizendo continuamente aos fariseus, e certamente essa foi a principal dissensão que Paulo tinha com os judeus. Estes laboravam em completo erro quanto a toda a questão da Lei, e o principal problema era mostrar-lhes o modo certo de considerá-la. Os judeus criam que a Lei fora feita por Deus a fim de que o homem pudesse salvar-se mediante sua observância. Diziam que tudo o que se tem que fazer é cumprir a Lei e que se você vivesse de acordo com a Lei, Deus o aceitaria e você seria agradável à Sua vista. E acreditavam que podiam fazer isso, porque jamais tinham entendido a Lei.

Eles a interpretavam à sua maneira, fazendo dela uma coisa que estava ao alcance deles. Deste modo, achavam que tudo estava bem. Esse é o retrato dos fariseus, dado pelos evangelhos e pelo Novo Testamento em geral e ainda constitui a essência do problema de muita gente. Temos que perceber que há certas coisas que devem ficar perfeitamente claras para nós antes que nos seja, de fato, possível esperar ter paz e desfrutar a vida cristã.

Spiritual Depression, p. 26,7

fonte: artyn Lloyd-Jones: A obra prima de Satanás. - D. M. Lloyd-Jones