12/11/2009

O QUE PERDI PELO CAMINHO

 415016233_9df113a0c5_m

 

De uns tempos prá comecei a questionar qual o sentido de adorar a Deus.
Percebi que longo do meu caminho quanto mais próximo buscava estar de Deus mais longe me sentia Dele.
Quantas vezes não somos levados a pensar em estratégias, planos de ação, metodologias, formatos, linguagens para falar sobre Deus as pessoas e o melhor que estamos fazendo é querer vender um produto religioso que nem nós mesmos compramos, na melhor das hipóteses deixamos de lado sem uso.
Vi-me secado pelo meu envolvimento na igreja. Senti que cativar as pessoas tem sugado minha alma e precipitado em mim uma angústia como aquela famosa coceira que sempre cito em meus textos que temos e não conseguimos encontrá-la com as unhas da mão.
Vejo-me falando sobre Deus, mas quase nunca com Deus. Parece que minha alma está secando por dentro.
A minha oração parece estar percorrendo um caminho muito longo..., bem longo que chega ao seu destino num som fraco e pouco audível aos ouvidos do Pai.
Perdi algo pelo caminho, não sei bem ao certo o que ou como, mas perdi.
Não consigo mais olhar qualquer igreja que seja sem ver nela como um grupo de pessoas atrás de estratégias megalomaníacas, umas repletas de intelectuais com conjecturas complexas sobre Deus, outras igrejas menores mais simples, mas também discorrendo sobre Deus como objeto de estudo.
Talvez o que veja seja apenas reflexo do que está me acontecendo, talvez, mas a crítica de qualquer forma é a mim mesmo.
Na época dos apóstolos a estratégia era apenas comida a quem necessita e paixão pelo que faz. Onde a paixão movia todo o resto com ou sem estratégia.
Hoje queremos montar uma estratégia para despertar a paixão.
Não se pode pregar dedicação no reino de Deus, pois aquilo que move a dedicação é o amor. A estratégia nunca vai despertar amor.
Criamos tantas regras, métodos e esquemas complexos que nos afastamos do essencial, do amor.
Vi-me sugado pela minha vaidade e escondendo meus problemas atrás dos compromissos religiosos que amenizam a dor de decisões que devemos tomar mas somos tolidos ora pelo sistema religioso que ocupa nosso tempo, ora pelo discurso qse moralista que te deixa livre a fazer o que quiser mas com uma dúvida enorme se há sinceridade naquilo tudo.
Quero ficar sozinho com tudo isso, pois de um lado um me suga a alma e do outro a solidão me deprime e faz pensar.
Preciso escolher com o que quero sofrer, seja qual for, esse sofrimento tem quebrado meu coração e fortalecido minhas celestiais cordas vocais para que Deus possa ouvir minha oração depositando em mim a paixão antes de qualquer outra coisa.
Seco não ficarei.
Fino

FONTE:     Reformado