18/12/2009

Humildade arrogante

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Por C. S. Lewis

Há um vício do qual nenhum ser humano está isento, que todos detestam quando identificam nos outros, e do qual quase ninguém se diz culpado. As pessoas admitem que têm mau gênio, ou que perdem a cabeça por mulheres ou bebida, ou até que são covardes, mas poucos são os que acusam a si próprios deste vício.
Refiro-me ao orgulho, à presunção. Foi pelo orgulho que o demônio se tornou demônio. O orgulho leva a todos os outros vícios; ele é o perfeito estado de espírito anti-religioso.
Se quisermos saber o quanto somos orgulhosos, perguntemos a nós próprios: “Até que ponto me desgosta que outras pessoas me humilhem, recusem-se a reparar em mim, me tratem com ar de superioridade ou procurem exibir-se?”. O fato é que o orgulho de cada um está em competição direta com o orgulho dos outros. O orgulho é essencialmente competitivo, ao passo que os outros vícios são apenas acidentalmente competitivos, por assim dizer.
O orgulho não vê prazer em se possuir algo, mas em possuir esse algo em maior quantidade do que o próximo. Dizemos que as pessoas se orgulham de ser ricas, inteligentes ou bonitas, mas não é bem assim. Elas se orgulham se der mais ricas, mais inteligentes, ou mais bonitas do que as outras. É a comparação que nos torna orgulhosos – o prazer de estar acima dos demais. Quase todos os males que se atribuem à cobiça ou ao egoísmo são, na realidade, muito mais o resultado do orgulho. [...]
Não imaginem que se encontrarem um homem realmente humilde, ele será o que a maioria das pessoas chamam de “humilde” hoje em dia. Em resumo, ele não será a espécie de pessoa que está sempre dizendo que, evidentemente, não é ninguém. Provavelmente só pensaremos que ele parece um indivíduo inteligente e bem disposto, e que tem um verdadeiro interesse pelo que nós dizemos a ele. Se não gostarmos dele, será porque sentimos uma certa inveja de alguém que parece apreciar a vida com facilidade. Ele não estará pensando em humildade. Ele não estará de modo algum pensando em si próprio.
Se alguém quiser compreender a humildade, acho que posso lhe dizer que passo dar. O primeiro passo é compreender que se é orgulhoso. É um grande passo. Nada mais pode ser feito antes disso. Pois quando alguém pensa que não é presunçoso, isso por si só denota uma grande presunção.
***
Citado em “O Homem em Três Tempos”, do Tácito da Gama Leite Filho, Ed. CPAD, 2ª Edição, pág 247. Extraído da revista Seleções, de Reader’s Digest. Título Original: O grande pecado.

FONTE:      Humildade arrogante

Pacientes que perderam a voz criam coral inusitado

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Um coral diferente de tudo que se possa imaginar se apresenta às 8h30 desta sexta-feira (18/12) no Hospital de Câncer de Barretos. Ele é formado por pacientes que precisaram fazer laringectomia total (cirurgia que retira o tubo da laringe e consequentemente as pregas vocais).
Composto por 30 pessoas e batizado de 'Papo Furado' pelos próprios integrantes, o grupo apresentará a música Bate o Sino. A canção será entoada por meio de sons esofágicos, laringe eletrônica, voz com utilização da prótese traqueo-esofágica, sons labiais e até estalos de língua.
A ação faz parte de um trabalho realizado pela instituição para melhorar a comunicação e oferecer qualidade de vida a vítimas de câncer de laringe. A organização do grupo está a cargo de duas fonoaudiólogas, uma enfermeira e uma musicoterapeuta.
O objetivo é devolver o paciente para a sociedade com condições de se comunicar, seja ela oral, mímica, escrita ou articulação, por meio de diversas atividades, entre as quais, a música.
fonte: Cosmo
um exemplo de superação que, sem perder o mesmo humor deles, cala fundo na alma.

FONTE:     PavaBlog: Pacientes que perderam a voz criam coral inusitado

MISSÕES: O PREPARO PROFISSIONAL PARA SERVIR EM CAMPOS DE ACESSO RESTRITO

 

Os líderes mais experientes em missões concordam que um bom preparo profissional abre muitas portas e capacita o profissional missionário a exercer um trabalho produtivo no campo, transcultural ou não. Além disso, a história de missões é cheia de exemplos que ilustram isso. Por exemplo, os moravianos e a escola de Basiléia ilustram bem as vantagens de quem harmoniza o serviço prático ao próximo com o testemunho sobre Jesus. 1
Mas o que significa um bom preparo profissional?
1. Escolha da profissão
Tudo começa na escolha da profissão. Não é fácil, principalmente diante das inúmeras opções do mercado atual de profissões, aliado à falta de autoconhecimento, experiência e maturidade, próprios da adolescência.
Alguns estudantes secundaristas, com o sincero desejo de servir a Deus em missão, nos perguntam qual profissão é mais requerida no campo. Eles querem tanto ir, que às vezes escolhem a profissão pela demanda do campo, e não tanto pelas habilidades próprias.
A pergunta deveria ser outra: que profissão mais se adéqua às minhas capacidades, habilidades e possibilidades? O que eu gostaria de fazer para contribuir com a sociedade? 2
Cremos que Deus dá habilidades e capacidades para cada pessoa de forma única. E cada pessoa vive em um contexto único de filiação, condição econômica, localização geográfica – uma séria de fatores que vão determinar, pelo menos em parte, em qual faculdade ou universidade esta pessoa poderá estudar, e quais cursos lhe serão acessíveis.
Como Deus criou o trabalho humano, e ele mesmo trabalhou, deixando-nos o exemplo, temos certeza de que quase todas as profissões e tipos de trabalho humano são honrados por Ele e úteis no mandato cultural – o cuidado com a criação. 3
2. Preparo profissional
Seria “chover no molhado” gastar tempo nesta parte. Há muita coisa bem melhor por aí, indicando como o estudante deve se tornar um bom profissional.
Segundo Ledo, independentemente da área em que vá atuar, espera-se do profissional as seguintes características: 4
• Conhecimento de informática e domínio de um segundo idioma;
• Constante preocupação em aprender cada vez mais, procurando a especialização no que faz;
• Competência para identificar e resolver problemas;
• Habilidade de comunicação;
• Visão critica e ampla das atividades que desempenha;
• Lógica de raciocínio;
• Habilidade para trabalhar em grupo.
Tudo isso é muito importante mesmo. Mas o estudante cristão, que deseja servir futuramente em missão, não pode seguir a correnteza e zelar “apenas” pelo lado profissional. Carreira virou um deus para muita gente hoje. Se o bom desempenho estudantil e profissional, assim como a carreira, tomar o lugar prioritário na vida de um vocacionado, ele poderá esquecer seu compromisso missionário de longo prazo e passar a viver para a profissão. Isso é um risco muito grande.
3. Caminhar com um mentor
Para não sucumbir ao risco de endeusar a profissão, e tornar-se escravo dela, seria ideal para o estudante cristão ter um mentor. Este mentor poderia ser uma pessoa madura, que já passou da fase de estudante e dos primeiros anos de exercício da profissão, que tem ampla visão de reino, boa compreensão da missão integral e das necessidades do campo. Sempre que possível, deve ser alguém da mesma área do “mentoriado”.
Tudo indica que Paulo foi uma espécie de mentor para Priscila e Áquila. Eles, por sua vez, ajudaram Apolo a “entrar nos trilhos”. Paulo e o casal Priscila e Áquila tinham o mesmo ofício e o mesmo amor pela expansão do reino. Um estudo mais detalhado da vida do casal mostra que, como Paulo, eles também acabaram viajando pelos campos e apoiando as diferentes igrejas por onde passavam. 5 Paulo imprimiu seu caráter neles – caráter que, por sua vez, Cristo havia imprimido em Paulo. Isso nos lembra a passagem paulina sobre o discipulado e a importância de “ser” e “ter” um mentor na caminhada cristã: “E o que de minha parte ouviste [...], isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2.2).
4. Preparo paralelo
Temos visto que o melhor profissional em missão é aquele que tem a mente aberta, vida de comunhão e serviço na igreja local, sabe se relacionar com humildade e amor, tem coração de servo.
Todas essas qualidades envolvem um preparo anterior, que deve começar muito antes, na família, na igreja local e na comunidade. Até mesmo as empresas seculares têm procurado profissionais cujo currículo mostra não apenas a dedicação à profissão, mas engajamento político, social e comunitário, interesse em hobbies e em outras áreas, não relacionadas ao trabalho da empresa.
Em relação à igreja local, poucas igrejas possuem um programa voltado para vocacionados para missões – menos ainda, para os vocacionados que desejam servir com suas profissões e habilidades no campo missionário. É interessante que as igrejas prontamente apoiam, acompanham, testam, sustentam e enviam os vocacionados para o ministério pastoral. Mas isso raramente acontece com os “demais” vocacionados. É importante iniciar um programa desse tipo. A própria igreja pode indicar o mentor para o seu vocacionado e dar as diretrizes básicas para testar sua vocação e prover o melhor preparo.
Outro preparo fundamental é o preparo em missões, ou preparo missiológico. É um verdadeiro desafio oferecer um modelo de preparo missionário para o profissional, de modo que ele consiga conciliar o tempo com as diversas áreas de sua vida, como preparo acadêmico, trabalho profissional, igreja, família etc. Mas é possível e importante. 6
Um líder internacional de uma missão que envia profissionais resumiu assim as características do tipo de pessoa que a agência procura: 7
1. Alguém com o coração de servo. Pronto para servir no país debaixo da autoridade e direção dos cristãos nacionais.
2. Alguém com uma visão de mundo abrangente – maior do que a visão circunscrita na igreja local. Uma visão interdenominacional.
3. Alguém pronto para a vida em equipe. Haverá pessoas na equipe que não são “do seu jeito”. Uma atitude de prontidão para trabalhar junto, em união, na equipe.
4. Alguém pronto para crescer nas disciplinas espirituais. Haverá tentações maiores quando se está fora da “zona de conforto”. Alguém que possui um mentor, a pessoa com quem pode conversar e para quem vai “prestar conta”.
Conclusão
A profissão jamais deve ser vista como um disfarce, pretexto ou passaporte para entrar em países de acesso restrito. Por isso o cristão vocacionado deve ser orientado a procurar o melhor preparo possível, tanto acadêmico quanto profissional, e nas diversas áreas da vida. Este preparo integral vai abrir portas, facilitar seu ingresso e serviço sacrificial no lugar onde Deus o chamar para servi-lo.

Notas
1. Veja mais detalhes sobre isso em: GREENWOOD, Philip John. “Fazedores-de-tendas, fazedores de discípulos”. Londrina: Descoberta, 2005. p. 13-15.
2. O pequeno livro “Minha escolha profissional – o que Deus tem a ver com isso?”, de Jeverton (Magrão) Ledo e Maria Fernanda Ledo (São Paulo: Vida, 2005), escrito numa linguagem adequada ao adolescente, é uma boa e didática ferramenta na escolha da profissão.
3. Afirmamos “quase todas” porque há profissões e serviços que servem à maldade instalada neste mundo, como o mundo do crime, a indústria do tabaco, a indústria de drogas ilícitas, vícios, pornografia etc.
4. LEDO, Op. cit., p. 21.
5. Veja mais sobre Priscila e Áquila em: GREENWOOD. Op. cit. p. 74-76.
6. Philip Greenwood dedica um capítulo inteiro de seu livro a este desafiante assunto. Ele apresenta quinze modelos contextualizados para a preparação do fazedor de tendas (ou profissional em missão) no Brasil. GREENWOOD, Op. cit. p. 123-152.
7. Documento “Perfil do Candidato da Interserve” (www.cem.org.br, link “Interserve”).
• D. César, casada, três filhos, é secretária executiva da Interserve Brasil-CEM. Serviu como nutricionista em Moçambique e Angola por quatro anos.

Fonte: http://www.ultimato.com.br

VIA:      eredas Missionárias