02/04/2010

SINAIS DA VERDADEIRA PÁSCOA

 

 

A Páscoa foi instituída na noite em que ocorreu o Êxodo do Egito.
De acordo com a tradição religiosa, a prática da celebração de Pessach ("passagem" ou "passar por cima") remonta a esse evento de libertação, ocorrido há cerca de três mil e trezentos anos atrás, aproximadamente, ocasião em que o Deus de Israel enviou as dez pragas sobre o povo do Egito, a fim de forçar os egípcios a libertarem o povo hebreu da escravidão.
Antes da décima praga, o profeta Moisés foi divinamente instruído a pedir para que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse com o sangue do animal sacrificado os umbrais das portas de suas casas para que seus filhos primogênitos não fossem acometidos de morte. Ao cair da noite, os judeus comeram a carne do cordeiro acompanhada de pães asmos e ervas amargas.
Os escritos sagrados narram que à meia-noite, um anjo enviado por Deus feriu de morte todos os primogênitos egípcios, desde os dos animais até os primogênitos da casa de Faraó. Então Faraó, temendo ainda mais a ira Divina, aceitou libertar o povo de Israel para que o mesmo cultuasse a seu Deus (YHWH) no deserto, o que ocorreu, dando-se assim inicio ao êxodo do povo para a terra de Canaã. Esse relato encontra-se no livro de Êxodo, capítulos 1 a 15.
A Festa da Páscoa, a primeira das grandes Festas judaicas mencionadas na Bíblia, é observada e comemorada pelos judeus mais do que qualquer outra Festa do calendário judaico. Originalmente, a Páscoa era dividida em duas Festas: uma era a festa agrícola chamada Festa dos Pães Asmos e uma festa pastoral chamada Festa do Cordeiro Pascal. Ambos os feriados se desenvolviam independentemente na época da primavera, durante o primeiro mês do calendário judaico, isto é, o mês de Nisã (março/abril).
Mas depois que assumiu o trono de Israel, o rei Ezequias, que fazia “o que o SENHOR aproava, tal como tinha feito Davi, seu predecessor” (2Crônicas 29.2 – NVI), serviu-se da brecha da Lei (Números 9.9-11), que previa a possibilidade da mudança da data de comemoração da Páscoa, e não se apegou à religiosidade da Lei, mas ao seu motivo maior. Ele entendeu que era mais importante celebrar a Páscoa do que o mês em que devia ser celebrada.
Então, “Ezequias enviou uma mensagem a todo o Israel e Judá e também escreveu cartas a Efraim e a Manassés, convidando-os para virem ao templo do SENHOR em Jerusalém e celebrarem a Páscoa do SENHOR, o Deus de Israel. O rei, seus oficiais e toda a comunidade de Jerusalém decidiram celebrar a Páscoa no segundo mês. Não tinha sido possível celebrá-la na data prescrita, pois não havia número suficiente de sacerdotes consagrados, e o povo não estava reunido em Jerusalém. A idéia pareceu boa tanto ao rei quanto a toda a assembléia. Então decidiram fazer uma proclamação em todo o Israel, desde Berseba até Dã, convocando o povo a Jerusalém para celebrar a Páscoa do SENHOR, o Deus de Israel. Pois muitos não a celebravam segundo o que estava escrito.” (2Crônicas 30.1-5 - NVI)
A Páscoa, assim como para os judeus, também é a festa mais importante para os cristãos. Para os primeiros, lembra e agradece pela libertação do povo hebreu das garras dos egípcios. Para os segundos, ela recorda e agradece o sacrifício de Jesus Cristo, o caminho em terra seca entre o grande mar (mundo), que nos transportou das trevas do nosso “Egito espiritual” (vida aprisionada pelo pecado) para o Reino do Seu amor e da Sua maravilhosa Luz (Colossenses 1.13). Ele é o direito que temos de não mais sermos condenados eternamente, mas de recebermos o perdão de Deus e a vida eterna com Ele.
Jesus é a nossa Páscoa, o Cordeiro imolado pelo qual obtemos o sangue que marcará os umbrais das nossas portas espirituais.
Mas essa verdadeira Páscoa nós vivemos quando, assim como no tempo do rei Ezequias, dois requisitos mínimos são preenchidos.
Em primeiro lugar, deve haver número suficiente de sacerdotes consagrados ao SENHOR, e não de sacerdotes assim nomeados mas dedicados apenas aos seus próprios interesses. Existem muitos sacerdotes mas poucos são consagrados realmente a Deus. A consagração sacerdotal está ligada diretamente à pregação correta do Evangelho de Cristo.
Quando os ministros da Palavra verdadeiramente têm compromisso com Deus, o Evangelho é ensinado na sua essência, não por conveniência. E o testemunho da transformação é manifestamente observável nas atitudes de quem é consagrado a Deus. É diferente desse estilo de vida que prega uma coisa e pratica outra, como vemos constante e escandalosamente em nosso tempo.
Quando os sacerdotes são consagrados ao SENHOR, ainda menos veremos a palavra de Deus sendo negociada, interpretada segundo os interesses pessoais dos que se dizem “líderes do povo de Deus”, barganhada conforme interesses egoístas e egocêntricos de quem se chama “povo de Deus”, mas não se humilha (antes, se exalta como cabeça e não como cauda), não ora (exige e determina mais do que dialoga e ouve Deus), não busca a face de Deus (está mais preocupado em buscar as Suas mãos), tampouco se converteu dos seus maus caminhos – a realidade dos fatos denuncia isso. (2Crônicas 7.14)
A prova de todas essas coisas é o caminho materialista, interesseiro, individualista e dissimulado pelo qual a maioria dos cristãos têm seguido nesses últimos dias.
Sacerdotes consagrados pregam a Verdade, doa a quem doer, porque sacerdotes consagrados têm compromisso com Deus e não com os homens ou com as coisas desta vida.
Elias era conhecido como o “perturbador de Israel” (1Reis 18.17), porque ele não se dobrava diante dos homens, não buscava deles algum elogio, mas sempre falava o que Deus mandava. Nem mais e nem menos.
E assim também devem ser todos aqueles que pregam a Palavra de Deus. Ainda que tenham poucos amigos entre os homens, devem fazer tudo para serem amigos de Deus. Assim como Paulo, devemos ter a certeza que “nossa exortação não tem origem no erro nem em motivos impuros, nem temos intenção de enganá-los; ao contrário, como homens aprovados por Deus para nos confiar o Evangelho, não falamos para agradar pessoas, mas a Deus, que prova o nosso coração. Vocês bem sabem que a nossa palavra nunca foi de bajulação nem de pretexto para ganância; Deus é testemunha. Nem buscamos reconhecimento humano, quer de vocês quer de outros” (1Tesslonicenses 2.3-6), pois somente pela Verdade ouvida é que haverá libertação e transformação da alma do homem (Romanos 10.17 e João 8.32).
Além disso, a Bíblia afirma que o povo de Deus é “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (1Pedro 2.9 – ACF). O sacerdócio real cabe também a cada cristão em particular, que deve ser um praticante da Palavra, e não somente um ouvinte (Tiago 1.22), porque o salvo em Cristo Jesus também está incumbido de “anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pedro 2.9 – NVI).
Cada cristão deve ser, na sua vida de entrega a Deus e no seu testemunho diante do mundo, um sacerdote consagrado ao SENHOR.
Em segundo lugar, para que a verdadeira Páscoa ocorra, é necessário que o povo esteja reunido em Jerusalém.
Jerusalém é o lugar onde Jesus Cristo foi sentenciado e escarnecido pelos Seus opositores. Ele foi crucificado nos arredores de Jerusalém, mas foi lá dentro que Ele foi flagelado e humilhado. A mesma cidade centro da adoração ao Deus Vivo pregou o Deus Vivo numa cruz. E zombou dEle.
Jerusalém fala de renúncia, de entrega, de cruz e de morte. Jerusalém lembra a rejeição que vem daqueles que abraçaram o mundo e desprezaram as coisas santas. Obviamente, desprezam também quem quer viver em santidade. Não foi isso que Jesus viveu ali, em Jerusalém?
E a Bíblia diz que nós devemos seguir as Suas pegadas (1Pedro 2.21). Mas não é isso que vemos no meio cristão atualmente. Aliás, a cruz já não é um imperativo nas nossas pregações. A amizade com o mundo facilita nossos relacionamentos e ascensão material e, ainda assim, podemos nos manter dentro da Igreja. Então, para que precisamos de uma cruz, afinal de contas, não é mesmo?
Um Evangelho “light”, prático e adaptado ao estilo de vida que queremos ter. É assim que deve ser: Deus à nossa disposição e nós determinamos o que queremos que Ele cumpra em nossas vidas. Cruz serve de empecilho para quem está muito envolvido com o seu trabalho, fazendo riquezas, embaraçado com relacionamentos danosos mas muito prazerosos. Quem prefere uma cruz? Só mesmo os loucos!
Mas é isso mesmo que a Bíblia diz que os santos são: LOUCOS!
“Vocês já têm tudo o que querem! Já se tornaram ricos! Chegaram a ser reis – e sem nós! Como eu gostaria que vocês realmente fossem fiéis, para que nós também reinássemos com vocês! Porque me parece que Deus colocou a nós, os apóstolos, em último lugar, como condenados à morte. Viemos a ser um espetáculo para o mundo, tanto diante de anjos como de homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados! Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo.” (1Coríntios 4.8-13 – NVI)
É mesmo uma loucura querer abraçar a cruz onde o nosso orgulho está morrendo, quando poderíamos usá-lo como escada para nos tornar altos diante daqueles que nos pisam. É mesmo uma loucura querer carregar a cruz onde nossa independência está sendo cravada, quando poderíamos usá-la em nome da nossa liberdade e da nossa autonomia para fazer todas as coisas que nos dão prazer. De fato, é loucura querer viver em santidade num mundo onde a única regra é abraçar tudo o que possa nos satisfazer, ainda que seja profano, imoral, abominável para o Deus Criador.
Parecia tolice, parecia loucura no Egito, quando os israelitas aspergiram sangue de cordeiro nos umbrais das portas e se recolheram para dentro das suas casas antes da meia-noite. Parecia tolice. Parecia loucura. Mas foi a obediência e a confiança em Deus que lhes deu tão grande livramento.
Está chegando a meia-noite para a Igreja e para o mundo. A essa altura parece tolice e loucura ainda apelarmos para que alguém use do sangue do Cordeiro de Deus nos umbrais da sua vida espiritual. Mas nós não podemos deixar de instruir o povo acerca da verdadeira Páscoa de Deus, em tempo e fora de tempo (2Timóteo 4.2-5), pregando o Evangelho que recebemos do SENHOR Jesus Cristo, a Palavra da Verdade, pura e santa, irrevogável, viva e eficaz (Hebreus 4.12).
“Não está certo que vocês estejam orgulhosos! Vocês conhecem aquele ditado: “Um pouco de fermento fermenta toda a massa”. Joguem fora o velho fermento do pecado para ficarem completamente puros. Aí vocês serão como massa nova e sem fermento, como vocês, de fato, já são. Porque a nossa Festa da Páscoa está pronta, agora que Cristo, o nosso Cordeiro da Páscoa, já foi oferecido em sacrifício. Então, vamos comemorar a nossa Páscoa, não com o pão que leva fermento, o fermento velho do pecado e da imoralidade, mas com o pão sem fermento, o pão da pureza e da verdade.” (1Coríntios 5.6-8 – NVI)
"Vocês foram libertados pelo precioso sangue de Cristo, que era como um cordeiro sem defeito nem mancha. Ele foi escolhido por Deus antes da criação do mundo e foi revelado nestes últimos tempos em benefício de vocês. Por meio dEle vocês crêem em Deus, que O ressuscitou e Lhe deu glória. Assim a fé e a esperança que vocês têm estão firmadas em Deus." (1Pedro 1.19-21 - NTLH)
O conhecimento e a prática da Palavra da Verdade que transforma, e a entrega e renúncia de quem conhece Jesus. Sinais que a verdadeira Páscoa está acontecendo em nós.
Quando Jesus voltar para julgar este mundo (Hebreus 9.28; 2Coríntios 5.10), em tua vida haverá o sinal que te identificará como alguém que deva ser preservado do castigo eterno?
"Quando o Filho do Homem vier como Rei, com todos os anjos, Ele Se sentará no Seu Trono Real. Todos os povos da terra se reunirão diante Dele, e Ele separará as pessoas umas das outras, assim como o pastor separa as ovelhas das cabras. Ele porá os bons à Sua direita e os outros, à esquerda. Então, o Rei dirá aos que estiverem à Sua direita: Venham, vocês que são abençoados pelo Meu Pai! Venham e recebam o Reino que o Meu Pai preparou para vocês desde a criação do mundo. (...) Depois Ele dirá aos que estiverem à Sua esquerda: Afastem-se de Mim, vocês que estão debaixo da maldição de Deus! Vão para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos!" (Mateus 25.31-34,41 - NTLH)
Quando o Senhor te chamar, seja pela morte ou pelo arrebatamento, esteja preparado, pois "aquele que diz estar Nele [em Jesus], também deve andar como Ele andou" (1João 2.6 – ARA). Passe do sangue do Cordeiro nos umbrais da porta do teu coração. Tome a decisão de entregar totalmente sua vida a Cristo enquanto a porta da graça ainda não se fechou... E de caminhar com Ele pelo caminho da retidão, enquanto sua vida ainda não acabou... Enquanto ainda há tempo!
Os sinais se cumprem rigorosamente. A volta de Cristo é um fato real que está por acontecer.
Que você também possa ser contado entre aqueles que celebraram a verdadeira Páscoa e serão preservados para a vida eterna.
No amor dEle, o nosso Cordeiro Pascal.

fonte:   amo, meu Jesus!