20/05/2009

A VITÓRIA DOS CRISTÃOS...

...não é não sofrer; é não ser derrotado por nenhum tipo de sofrimento.

A vitória dos cristão não é não sofrer; é não ser dero... on Twitpic

MUITOS CRISTÃOS SÃO INSUPORTÁVEIS

LEIA O TEXTO ATÉ O FINAL ANTES DE …CRITICAR

Amo Jesus. O que me deixa maluco são seus seguidores. Para ser sincero, não gosto de muitos cristãos. Note bem, eu não disse “alguns” cristãos; eu disse “muitos”. Não gosto deles — não gosto mesmo, nem um pouquinho. Por várias vezes, prefiro andar com gente doida, profana, incrédula e perdida do que com aqueles que se dizem cristãos, mas, na verdade, são fariseus de mente limitada e metidos a críticos.

Tenho um amigo que é pastor de uma grande igreja. Certa vez, durante uma entrevista, ele disse ao repórter que orava seis horas por dia. O jornalista, muito impressionado, perguntou por que ele orava tanto tempo. O pastor respondeu, com toda franqueza: “Minha igreja é muito grande, e odeio muitas pessoas que fazem parte de-la. Preciso orar seis horas por dia para que Deus me ajude a amá-las”.

Gostaria de amar todos os cristãos, mas não consigo. E vou enumerar algumas razões pelas quais isso acontece.

Não gosto de muitos cristãos pela capacidade que possuem de ser terrivelmente críticos. Eles assumem aquela pose do tipo sou-mais-santo-que-você e se consideram melhores do que todo mundo. Brigam e discutem pelos motivos mais ridículos.

• “Você está lendo a versão errada da Bíblia.”

• “O estilo de louvor de sua igreja é sem graça.”

• “O ensino sobre o Antigo Testamento é insuficiente.”

• “Por que não prega mais sermões expositivos?”

• “Sua igreja deveria realizar mais trabalhos evangelísticos.”

• “Você é por demais evangelista, devia se preocupar mais com o discipulado.”

Esses especialistas em igreja costumam ser os mesmos que não sabem dizer o nome do vizinho não-cristão. Aaaarghhh! Fico doen-te com esse tipo de gente. E quando o tema da conversa ultrapassa as questões da igreja, a coisa é ainda pior:

• “Evangélicos só devem assistir a filmes cristãos, que não são violentos.” (Adorei ver a cara dessas pessoas quando A paixão de Cristo, de Mel Gibson, foi lançado.)

• “Quem ouve música do mundo vai para o inferno.”

• “Cristão não faz tatuagem.”

• “Os Teletubbies são coisa do Diabo.”

• “Cristão de verdade não vai à Disney.”

Não consigo imaginar Jesus escrevendo frases como essas no chão.

Outro tipo que faz meu estômago revirar é aquele pregador fu-rioso: “Se você não se converter, vai queimar no inferno, pecador!”. Por experiência, posso dizer que os pregadores nervosinhos em geral pecam tanto quanto (ou mais do que) as pessoas a quem costumam pregar.

Se o que você leu até agora ainda não é suficiente para convencê-lo, ainda há mais: certos cristãos são muito esquisitos. É só dar uma olhada nos programas evangélicos exibidos na televisão. Alguns deles complicam muito o meu trabalho. Em tese, remo no mesmo barco, mas confesso que fico tentado a fazer piada das muitas bobagens que vejo.

Não é de admirar que não-cristãos assistam a esses programas só para rir. Sei que há muitos ministérios cristãos sérios que ocupam espaços na grade de horários da televisão, e dou o maior apoio. Mas, sejamos sinceros, existe muita coisa bastante bizarra para ver.

Se você se sente ofendido com o que acabou de ler, peço que coloque a mão na consciência e seja franco: já reparou no jeito que muitos televangelistas se vestem? Junte-se a isso a maquiagem forte e o cabelo cheio de laquê das mulheres desses pastores-apresentadores. Parece até um cafetão acompanhado de uma perua — é possível até que um cafetão e uma perua de verdade se vistam e se maquiem melhor.

Isso sem falar no grande engodo que é o discurso antibíblico: “Deus quer que seus filhos sejam ricos, por isso posso andar por aí em carros de luxo”. Para completar, eles ainda pregam no melhor estilo vou-pegar-seu-dinheiro, finalizando todas as falas com aquele “amém?” constrangedor. “Jesus ressuscitou dentre os mortos, amém? E ele está pronto para perdoar seus pecados, amém? Clame pelo Senhor agora, amém?”. Isso me embrulha o estômago, amém?

O que é isso?

O pior de tudo, porém, é o potencial de certos evangélicos à hipocrisia mais nojenta. São capazes de dizer uma coisa e fazer outra completamente diferente. Isso não apenas macula o nome de Jesus, como também fornece mais munição para esse mundo incrédulo usar contra o corpo de Cristo. É como o sujeito que procurou certo pastor protestante e perguntou:

— Pastor, será que o senhor faria o funeral de meu cachorro?

— Não fazemos funerais de cachorros — o pastor respondeu.

— Que pena — disse o homem, aparentemente decepcionado, mas rindo por dentro. — Eu estava disposto a fazer uma oferta de 100 mil para a igreja. Pelo jeito, terei de procurar outra.

— Opa, espere um pouquinho — reagiu o pastor. — Por que você não disse antes que seu cachorro era protestante?

Essas são algumas das razões pelas quais não gosto de muitos cristãos. Para falar a verdade, muitos deles também não gostam de mim. Dizem que sou radical demais. Que minha teologia é rasa. Que sou bom mesmo é de marketing. E meu pecado imperdoável: sou pastor de uma “megaigreja” (o que, automaticamente, faz de mim um egocêntrico que só se preocupa com dinheiro).

Agora que meus motivos já estão expostos, podemos começar. Espero que cheguemos aonde Deus deseja: um lugar que, provavelmente, não é o que ocupo agora. De qualquer maneira, sinto-me melhor depois de desabafar. Obrigado pela atenção que me dispensou até agora.

O cristão de quem menos gosto

Se você acha que minha cisma é apenas com evangélicos de outras igrejas, está enganado. Quando olho para minha igreja, encontro muitas pessoas das quais também não gosto. Não tenho o menor interesse em saber o que querem e como vivem. Fico bastante perturbado com isso, doente mesmo.

Há um tipo de cristão que considero o pior de todos, disparado. É o que mais me aborrece. Tira meu sono. Embrulha meu estômago. O cristão que mais detesto… sou eu!

Não estou brincando. Detesto muitas coisas em mim. Detesto ser menos do que aquilo que Cristo deseja. Tenho nojo de mim quando digo coisas que não deveria e que são incoerentes com a Palavra de Deus.

Detesto quando, na condição de líder, tomo decisões que magoam as pessoas. Detesto quando minhas atitudes pecaminosas magoam os seguidores de Cristo e afugentam os não-cristãos. Detesto essas coisas que vejo em mim.

Livro: Confissões de um pastor / Editora: Mundo Cristão

[via Solomon]

fonte: PavaBlog

A GRAÇA DE DEUS

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Cada crente deve ser agradecido a Deus. A salvação é pela graça, tanto no planejar quanto no executar. Deus que fez o plano, também o executa. E tudo é pela graça, o favor imerecido de Deus. Deus é o arquiteto e também o construtor da casa feita de pedras vivas. Cristo disse: "Eu edificarei a minha igreja". Se pudermos mudar a figura de linguagem; Deus prepara a mesa e nos dá o apetite para dela comermos do pão da vida. O Espírito Santo enche a casa do Pai convidando-os a entrar. Esta coerção não é externa, de modo a não interferir no livre arbítrio do homem, mas uma compulsão interna pela qual o pecador se torna disposto. E esta prontidão é resultado da convicção dos seus pecados pelo Espírito Santo, e uma revelação de Cristo, no pecador, como Senhor e Salvador. Em outras palavras os homens crêem pela graça. Quando Apolo chegou a Acaia, trazendo cartas de recomendação aos apóstolos, diz-se que "aproveitou muito aos que pela graça criam". Atos 18:27.

Um homem, certa vez, referiu-se a si mesmo como tendo sido feito por si próprio. Um ouvinte comentou: "É bom que confesse tal fato. A maioria acusaria sua a má sorte, ou a sua esposa, ou mesmo o criador". É fácil e natural, o homem louvar-se a si mesmo. Mas todo crente é produto da graça. Paulo, como crente, alegrava-se em dizer: "Mas pela graça de Deus sou o que sou". 1 Coríntios 15:10. Numa obra de graça, o Espírito Santo, pelo poder de convicção das Escrituras, dá ao pecador uma visão de si mesmo, e em seguida, livra o pecador da frustração resultante, ao lhe dar uma visão de Cristo, através da luz do evangelho. Um velho Puritano certa vez clamou: "Ó, onde estaria eu, se não tivesse olhado para Cristo?"

DEFINIÇÕES DE GRAÇA

A palavra grega "charis" aparece na Bíblia (Novo Testamento) mais de cento e cinqüenta vezes e é geralmente traduzida como "graça" em nossa Bíblia. Não é fácil pegar uma palavra que aparece tantas vezes e com tanta diversidade de aplicações e desenvolver uma doutrina uniforme e constante. Além disso, toda a verdade sobre o assunto nunca poderá ser condensada em uma só frase. Graça é um dos atributos divinos ou perfeições de Deus em Sua natureza, que é exercida na salvação de pecadores. Grandes e bons homens já batalharam com a verdade da "graça", tentando defini-la e descrevê-la. Que possamos agora meditar no que alguns disseram:

Dr. Dal: "Graça é amor que ultrapassa todos os limites de amor". Graça não é algo que se deve ao pecador, mas é algo que ele recebe; não é algo que ele pode reivindicar.

Alexandre Whyte: "Graça e amor são essencialmente o mesmo, sendo que graça é o amor se manifestando e operando em certas condições, e adaptando-se a certas circunstâncias. O amor não tem limite nem lei como tem a graça. O amor pode existir entre iguais, ou pode ir até aos que estão acima de nós, ou descer aos que estão abaixo de nós. Mas a graça, por sua natureza, só conhece uma direção. Ela desce aos que estão abaixo; é amor de verdade, mas amor às criaturas, portanto humilhando-se. O amor de um rei por seus iguais ou pelos outros do palácio real é amor. Mas seu amor aos súditos é graça. É por este motivo que o amor de Deus é chamado de graça". Esta citação merece ser relida várias vezes.

Alexandre Maclaren: "A palavra graça é um tipo de sumário da totalidade de bênçãos imerecidas que vêm ao homem através de Jesus Cristo. Em primeiro lugar, ela descreve o que nós chamamos de "disposição" na natureza divina; e ela indica um amor perdoador de Deus, imerecido, espontâneo, eterno e que chega ao nível do homem. Todas as disposições de Deus são ativas. Portanto a palavra passa de uma disposição a uma manifestação, fazendo da graça de Deus um amor ativo. Desde que as atividades de Deus nunca são infrutíferas, a palavra passa a significar todas as coisas abençoadas da alma que são conseqüências da mão condescendente de Deus que produz frutos em nossa vida por Seu amor imerecido e gratuito". Estude esta citação para entendê-la.

Phillips: "Graça é algo em Deus que está no coração de todas as Suas atividades de redenção, Seu rebaixar-se e estender de Sua mão das alturas de sua majestade, para tocar o insignificante e a miséria".

Em análise destas definições e descrições do que é graça, encontramos que a palavra é aplicada a três coisas nas Escrituras. A primeira: a atitude de Deus ou Sua disposição de amor e favor ao pecador, é graça. A Bíblia diz que Noé achou graça aos olhos de Deus. A atitude de Deus para com ele era uma disposição de favor e amor, e sendo Noé pecador, esta disposição foi graça. A segunda: quando Deus faz algo de bem pelo pecador, isto é graça. "Pela graça sois salvos". A terceira coisa é que os efeitos ou frutos da graça dada ao crente são também chamados de graça. As graças ou virtudes do salvo são produtos da graça de Deus operando nele. A disposição dos macedônios de ofertarem com liberalidade é chamado de "graça", (2 Coríntios 8:1); e o dinheiro dado aos santos pobres de Jerusalém é também chamado de graça, (2 Coríntios 8:19). A vida transformada do povo que Barnabé viu em Antioquia é chamada de graça de Deus. Atos 11:23.

"Graça! Que som admirável, harmonioso para escutar; os ecos a ressoam no céu e toda terra o ouvirá".

COMO MELHOR COMPREENDER A GRAÇA

Talvez o melhor sistema de compreensão do que é graça, é ver como ela se contrasta com outras coisas na Bíblia:

1. Ela se diferencia da lei em sua origem e natureza. "Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo". João 1:17. Moisés era a voz da lei; Cristo era o porta-voz da graça. É a natureza da lei fazer demandas; é a natureza da graça outorgar bênçãos. A lei é um ministério de condenação; a graça é um ministério de perdão. A lei coloca o homem a uma distância de culpa do Senhor; a graça traz o homem para perto de Deus. A lei condena o melhor dos homens; a graça salva o pior dos homens. A lei diz: "Faça e viverás"; a graça diz: "Crê e viverás". A lei exige perfeição; a graça providencia a perfeição. A lei condena; a graça liberta da condenação. Enquanto o homem estiver debaixo da lei, ele está perdido. O único modo para o homem escapar do jugo da lei é pela fé em Jesus Cristo, "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que nele crê". Romanos 10:4. "Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça". Romanos 6:14.

2. A graça se contrasta com o pecado em seu domínio. O pecado reina para a morte; mas a graça para a vida eterna. Romanos 5:21. O pecado recebe seu poder de condenação através da lei 1 Coríntios 15:36; mas a graça rouba do pecado este seu poder ao entregar Cristo para a satisfação da lei. 1 Coríntios 15:57. A única e verdadeira fonte de perigo é a lei violada; o único meio de verdadeiro escape é a lei satisfeita. Cristo satisfez a lei por Seu povo, para que a lei pudesse ser satisfeita com eles.

3. A graça se contrasta com as obras na salvação dos pecadores. "Pois pela graça sois salvos por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie". Efésios 2:8-9. A salvação é pela graça do Criador em lugar das obras da criatura. A salvação pela graça exclui a possibilidade de obras, sejam elas grandes ou pequenas, morais ou cerimoniais. A salvação pela graça não dá ocasião para o homem se gloriar. Toda gloria é dada a Deus.

"A graça planejou salvar o ser humano. A graça efetuou cada passo do plano".

4. A graça se contrasta com dívida quanto a causa da salvação. "Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça". Romanos 4:4-5. O pensamento aqui é que o homem que recebe o salário pelas suas obras, não recebe da dádiva da graça, mas recebe do que lhe é devido. Não existe graça onde o homem recebe por causa do que merece ou ganha. Graça exclui a noção de débito ou obrigação. A salvação pela graça implica que Deus não é obrigado a salvar. Se existe uma obrigação da parte de Deus para com o homem, não seria a graça a causa da salvação. Foi pela graça de Deus não por obrigação alguma que Ele salvou o pecador. Toplady disse bem: "O caminho ao céu não é uma estrada de pedágio, mas uma estrada livre, pela graça imerecida de Deus em Cristo Jesus. A graça nos encontra como pobres mendigos e nos deixa como devedores".

"Como as montanhas elevam-se sobre os vales, assim a graça excede aos nossos mais altos pensamentos".

A GRAÇA NA TRINDADE

Todas as três pessoas da Trindade são igualmente graciosas para com o pecador. A graça do Pai, do Filho e do Espírito é igual em sua extensão, mas é distinta em operação e administração.

1. O Pai é a fonte de toda graça. Ele propôs o fato e o plano da graça. Ele formulou o concerto de graça e preparou um meio pelo qual "os pecadores banidos da presença dEle, não fossem expulsos dEle". Ele fez a escolha, pela graça, de quem seriam os beneficiados por Sua graça, e na plenitude dos tempos mandou Seu Filho ao mundo para servir como mediador da graça.

2. O Filho eterno é o canal de graça. O único meio pelo qual a graça de Deus pode atingir o pecador é através de nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que rejeita a graça de Deus jamais deve se considerar como beneficiário da graça de Deus! Sua obra reconciliou graça e justiça, como está escrito: "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram". Salmo 85:10.

João Bunyan, bem-aventuradamente perdido na contemplação da incomparável graça do Filho de Deus, exclamou: "Ó Filho do Bendito! A graça Te tirou de Tua glória; a graça Te trouxe para a terra; a graça fez com que tomasses sobre Ti o peso de nossos pecados, peso inexplicável de maldição; a graça se encontrava em Teu coração; a graça sangrou de Teu lado ferido; a graça estava em Tuas lágrimas; a graça se achava em Tuas orações; a graça se derramou de Tua fronte coroada de espinhos! A graça se apresentou com os cravos nas mãos e os espinhos na fronte! Ó, aqui estão as insondáveis riquezas da graça! Graça para alegrar o pecador! Graça para a admiração dos anjos! Graça para atemorizar os demônios!

3. O Espírito Santo é o administrador da graça. Sem a graciosa operação do Espírito Santo na conversão do pecador, nenhum pecador seria beneficiado pela graça. O Espírito toma o que é de Cristo e o dá ao pecador. Ele desperta todas as almas escolhidas por Deus, e conduz a Cristo todas as ovelhas pelas quais o Bom Pastor dera Sua vida. João 10:11. Ele conquista o mais endurecido dos corações, e limpa a lepra mais imunda do pecado. Ele abre os olhos cegos pelo pecado e os ouvidos fechados por Satanás. O Espírito Santo revela a graça do Pai e aplica a graça do Filho.

"Podemos escutar a verdade do púlpito, mas aplicação da verdade é a obra de Deus".

Autor: C. D. Cole
Revisão 2004: David A Zuhars Jr
Fonte: www.PalavraPrudente.com.br

BOA MÚSICA

ILUSTRAÇÃO: A Última Viagem

 

Era tarde da noite, quando o taxista recebeu o chamado. Dirigiu-se para a rua e número indicados.
Tratava-se de um prédio simples, com uma única luz acesa no andar térreo.
Ele pensou, logo, em buzinar e aguardar. Mas também pensou que alguém que chamasse o táxi, tão tarde, poderia estar com alguma dificuldade.
Por isso, saiu do carro, foi até a porta e tocou a campainha. Ele ouviu som como de algo se arrastando, uma voz débil dizer:
“Estou indo. Um momento, por favor.”
Uma senhora idosa, pequena, franzina, com um vestido estampado, abriu a porta.
Equilibrava-se em uma bengala, e, na outra mão, trazia uma pequena valise.
Ele olhou para dentro e percebeu que todos os móveis estavam cobertos com lençóis.
“Pode me ajudar com a mala?” Disse a senhora.
Ele apanhou a mala e ajudou a passageira a entrar no táxi. Ela forneceu o endereço e pediu: “Podemos ir pelo centro da cidade?”
“Mas o caminho que a senhora sugere é o mais longo”, observou o taxista.
“Não tem importância”, afirmou ela, resoluta. “Não tenho pressa. Desejo olhar a cidade, pela última vez.
Estou indo para um asilo, porque não tenho mais família e o médico me disse que morrerei breve.”
O taxista, que começara a dar partida, desligou o taxímetro, sutilmente. Olhou para trás, fixou-a nos olhos e perguntou: “Aonde mesmo a senhora gostaria de ir?”
E ele a levou até um prédio, na área central da cidade. Ela mostrou o edifício onde fora ascensorista, quando era ainda mocinha.
Depois, foram a um bairro onde ela morou, recém-casada, com seu marido. Apontou, mais adiante, o clube onde dançou, com seu amor, muitas vezes.
De vez em quando, ela pedia que ele fosse mais devagar ou parasse em frente a algum edifício.
Parecia olhar na escuridão, no vazio. Suspirava e olhava.
Assim, as horas passaram e ela manifestou cansaço: “Por favor, agora estou pronta. Vamos para o asilo.”
Era uma casa cercada de arvoredo e, apesar do horário, ela foi recepcionada, de forma cordial por dois atendentes.
Logo mais, já numa cadeira de rodas, ela se despediu do taxista.
“Quanto lhe devo?”
“Nada”, disse ele. “É uma cortesia.”
“Você tem que ganhar a vida, meu rapaz!”
“Há outros passageiros”, respondeu ele.
E, sensibilizado, inclinou-se e a envolveu em um abraço afetuoso. Ela retribuiu com um beijo e palavras de gratidão: “Você deu a esta velhinha um grande presente. Deus o abençoe.”
Naquela madrugada, o taxista resolveu não mais trabalhar. Ficou a cismar: “E se tivesse, como muitos, apenas tocado a buzina duas ou três vezes e ido embora?
E se tivesse recusado a corrida, pelo adiantado da hora?
E se tivesse querido encerrar o turno, de forma apressada, para ir para casa?”
Deu-se conta da riqueza que é ser gentil, dedicar-se a alguém.
Dois dias depois, retornou à casa de repouso. Desejava saber como estava a sua passageira.
Ela havia morrido, na noite anterior.
...........................
Por vezes pensamos que grandes momentos são motivados por grandes feitos.
Contudo, existem coisas mínimas que representam muito para uma vida.
O importante é estar atento, a fim de não perder essas ricas oportunidades de dar felicidade a alguém.
Mesmo que seja um simples passeio pela cidade, uma ida ao cinema, um volta pelo jardim, um bate-papo num final de tarde, atender um telefonema na calada da noite.
Pense nisso! E esteja atento para as coisas mínimas, os gestos quase insignificantes.
Eles podem representar, para alguém, toda a felicidade.

FONTE: BLOGGERGOSPELDAY