08/03/2009

HISTÓRIA DAS MISSÕES MUNDIAIS

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A igreja cristã, em suas diferentes expressões, sempre tem tido a consciência de possuir uma missão no mundo. O entendimento dessa missão varia de uma confissão para outra, mas inclui no mínimo o objetivo de anunciar o evangelho (a mensagem cristã) a outros povos e culturas, e implantar a igreja entre esses povos. Alguns períodos da história do cristianismo foram especialmente dinâmicos no que diz respeito ao esforço missionário da igreja. Um desses períodos foi o que teve início com as grandes navegações empreendidas por diversas nações européias no final do século 15 e início do século 16. Tais viagens, que tinham primariamente objetivos comerciais, tiveram como resultado um contato sem precedentes com novos povos e regiões do planeta. Adicionalmente, esse período coincidiu com a ocorrência de profundas transformações religiosas na vida da Europa, notadamente o surgimento da Reforma Protestante e a revitalização do catolicismo romano em reação à mesma. Esse catolicismo militante tomou a dianteira no que diz respeito às missões mundiais.IGREJA PRIMITIVA
GRANDE COMISSÃO: MATEUS 28:18-20
DESPERTAMENTO: ATOS 1:8
ÁREA DE ALCANCE: JERUSALÉM, JUDÉIA, SAMARIA E OS CONFINS DA TERRA.
DIANTE DE PERSEGUIÇÃO A IGREJA PRIMITIVA ALCANÇOU TODA A ÁSIA MENOR E PARTE DA EUROPA PARA O SENHOR JESUS.
A história do cumprimento do mandato de Jesus de se fazer discípulos de todas as nações confunde-se com a história do Cristianismo. Como não poderia deixar de ser, ao fazer missões, a Igreja cresce
Segundo Bertil, os discípulos de Jesus tomaram o seguinte rumo:
João - na Ásia
Pedro - em Ponto, Galácia, Bitínia e Capadócia
Mateus - outras nações
Bartolomeu – Índia
Tomé - entre os partos (Iran, Iraque, Paquistão), Índia
Marcos - no Egito
Simão, o zelote - na Pérsia
Tiago, o grande - na Espanha
Tiago, o justo - na Arábia
“Filipe - na Frigia”
A CORRUPÇÃO DA IGREJA:
A IGREJA FOI SUBTERRÂNEA ATÉ O ANO 313, DATA EM QUE CONSTANTINO ADOTA O CRISTIANISMO. NESTA DATA É OFICIALIZADA (IGREJA LIGADA AO ESTADO). HERESIA ENTRA NA IGREJA, BATISMO INFANTIL, ADORAÇÃO DE IMAGENS, ETC.
OS CRENTES DESCONTENTES SÃO PERSEGUIDOS E A IGREJA VERDADEIRA CONTINUA SUBTERRÂNEA, SENDO OS CRENTES APELIDADOS (NOVACIANOS, PURITANOS, CÁTAROS, DONATISTAS, PAULICIANOS, ANABATISTAS, ETC.)
ANO 500 - OFICIALIZAÇÃO DO PAPADO
A IGREJA DE ROMA FAZ MISSÕES ATRAVÉS DOS MOSTEIROS
DO ANO 500 AO ANO 1500 FORAM 1000 ANOS DE INCERTEZAS. SURGEM AS MIGRAÇÕES DE TRIBOS DENTRO DA EUROPA: GODOS, VIZIGODOS, LOMBARDOS. ESTAS TRIBOS ADOTAM O "CRISTIANISMO DA IGREJA DE ROMA", NUM TEMPO DE 1000 ANOS, MESMO ASSIM POR MEIO DE PRESSÃO, AMEAÇAS E GUERRAS.
A IGREJA PERSEGUIDA:
A IGREJA PERSEGUIDA FAZ A OBRA, NA BASE DA EVANGELIZAÇÃO PESSOAL E COM O ESTILO DE VIDA CRISTÃO GENUINO. DESTACAMOS OS VALDENSES, NO NORTE DA ITÁLIA E OS REFORMADORES QUE SURGIRAM DENTRO DA IGREJA DE ROMA, JOÃO WICLYFE(INGLATERRA), JOÃO HUSS(TCHECOSLOVÁQUIA), SAVONAROLA(ITÁLIA) E MARTINHO LUTERO NA ALEMANHA, ETC.
REFORMA PROTESTANTE E IMPRENSA:
A REFORMA PROTESTANTE DEU UM IMPULSO MUITO GRANDE NA PROPAGAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS, ATRAVÉS DA IMPRENSA PODE-SE TRADUZIR A BÍBLIA NA LINGUAGEM DO POVO E ESTE POVO COMEÇOU A TER ACESSO DIRETAMENTE À PALAVRA, SEM SER ATRAVÉS DOS CLÉRICOS DA ÉPOCA.
OS JESUITAS SURGEM DEPOIS DA REFORMA PROTESTANTE.
Após a Reforma Religiosa de Martinho Lutero, surgiram alguns grupos que tentaram reiniciar missões protestantes: As primeiras tentativas de missões aos indígenas americanos, todas infrutíferas, ocorreram no Brasil, nas Índias Ocidentais e no Suriname (séculos 16 e 17). Nessa época surgiram as primeiras missões evangélicas inglesas, voltadas para a América do Norte: a Sociedade para a Propagação do Evangelho na Nova Inglaterra (1649), a Sociedade para a Promoção do Conhecimento Cristão (1698) e a Sociedade para a Propagação do Evangelho em Terras Estrangeiras (1701).
OS PURITANOS - o nome é originado da vontade de purificar-se dos resquícios católicos romanos. A idéia puritana expandiu-se também para a purificação da sociedade por parte dos seus seguidores. Um dos mais famosos puritanos é John Bunyan, autor de “O Peregrino”. Em termos missionários, apenas a influência puritana deixada a algumas Igrejas foi contribuição dos puritanos. Este movimento surgiu no século XVII.
PIETISMO - Originou-se no meio da Igreja Luterana, no final de 1600, e propunha reformas à tradição protestante que já se acomodava. Phillip J. Spener (1631 - 1705) é considerado o Pai do Pietismo. Os pietistas influenciaram grandemente o trabalho missionário de sua época. O movimento missionário protestante teve seus primórdios com o pietismo alemão, um movimento de renovação do luteranismo liderado por Philip Spener e Auguste Francke, com sede na Universidade de Halle (1694). A colaboração entre o rei da Dinamarca e os pietistas resultou na primeira missão protestante, que enviou os missionários Bartolomeu Ziegenbalg e Henrique Plütschau para Tranquebar, na Índia, em 1705.
A MISSÃO HALLE - Esta foi a primeira missão européia as enviar missionários. Nasceu de uma união com o governo dinamarquês e os pietistas.
OS MORÁVIOS - Talvez sejam os mais exemplares dos movimentos missionários até hoje. De cada 60 membros, 1 era missionário, que foram enviados a todos os cinco continentes. Seu Líder era o Conde Nicolau Ludwing Zanzerdof (1700 - 1760). Os pietistas influenciaram o conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760), que acolheu em sua propriedade na Saxônia um grupo de refugiados morávios perseguidos pela Contra-Reforma, herdeiros do pré-reformador tcheco João Hus. Sob a liderança do piedoso Zinzendorf, os morávios empreenderam um vigoroso movimento missionário que até 1760 enviou 226 missionários a São Tomás (Ilhas Virgens), Groenlândia, Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Jamaica, Antigua e aos índios norte-americanos.
Ao longo dos 1600 anos seguintes, a Igreja passou por muitas transformações, mas a partir do ano 1750, tem-se início o período de Missões Modernas, que resumimos assim: Os dois nomes mais famosos destas era, também chamada de 1º era de missões modernas são Willian Carey e Hudson Taylor.
Carey Os ingleses, influenciados tanto pelos pietistas e morávios quanto pelo avivamento evangélico do século 18, iniciaram um movimento de oração intercessória pela conversão dos pagãos. Um líder de grande impacto foi o batista William Carey (1761-1834), considerado “o pai das missões modernas”. Em 1792, ele publicou “Um estudo sobre a obrigação dos cristãos de usarem meios para a conversão dos pagãos” e pregou um célebre sermão baseado em Isaías 54.2-3. Vencendo muita oposição e desânimo, fundou com vários companheiros a Sociedade Batista Particular para a Propagação do Evangelho entre os Pagãos, depois denominada Sociedade Missionária Batista. Em 1793, Carey foi para a Índia, onde passou o restante da sua vida e traduziu a Bíblia para vários idiomas. ele que disse: “espere grandes coisas de Deus; tente grandes coisas para DeusHudson Taylor (1832-1905) - Filho de um farmacêutico, ainda na Inglaterra abdicou do conforto e, em 1853 viajou para China. Foi o pioneiro nas “missões de fé”. Organizou a Missão para o Interior da China. Taylor mudou dois conceitos até então não percebidos por seus antecessores: as necessidades dos povos no interior dos países e não apenas missões no litoral e, a vida pela fé no ministério. Destacou-se também pelo grande amor aos chineses e o intenso desejo de se identificar culturalmente com o povo. Outros nomes importantes são:
Adoniram Judson (1788 - 1850) - Missionário nas Índia e na Birmânia.
Robert Moffat ( 1795 - 1883) - Pioneiro em missões na África do Sul.
David Livingstone (1813 - 1873) - Um dos mais famosos missionários ao interior da África.
Robert Morrison (1782 - 1834) - Na China, foi o primeiro a traduzir a Bíblia para Chinês.
John Paton (1824 - 1907) - Desenvolveu um belíssimo trabalho nas Ilhas do Pacífico.
É importante destacar o trabalho dos jovens em missões em cerca de 200 anos, desde Zinzerdof até o Movimento Voluntário Estudantil.
Zinzerdof, líder dos Morávios foi aluno da Escola Paedagogium, em Halle, Alemanha. Lá organizou a Ordem Do Grão Mostarda, junto com os outros cinco jovens. Como resultado, em 1732, foram enviados os dois primeiros missionários morávios para a Ilha São Tomé, nas Antilhas.
Charles Wesley entrou para faculdade da Igreja de Cristo em 1726, onde seu irmão, John, formara-se no ano anterior. Ele organizou o “Clube do Santos” e oravam sobre as oportunidades para operações missionárias. Como conseqüência, John viajou para a colônia da Georgia (atual estado da Georgia no E.U.A) para evangelizar os índios.
Charles Simeon foi outro estudante a organizar grupos com motivação a atividades missionárias na Universidade de Cambridge.
Samuel Mills foi o fundador de um dos mais expressivos movimentos do séc. XIX. A história formada por Mills tem sua origem no que ficou conhecido de “a oração do monte de feno”. Em 1806, Mills e mais quatro colegas foram orar, como de costume, quando foram pegos de surpresa por uma tempestade. Esconderam-se debaixo de um monte de feno e enquanto aguardavam a chuva passar, oraram ardentemente por um despertamento no interesse dos trabalhos missionários entre os estudantes. “ Foi a partir desta reunião do monte de feno que o movimento de missões estrangeira das Igrejas dos EUA tiveram seu impulso inicial” Ralph Winter - Missões Transculturais - vol III).
O Movimento Voluntário Estudantil - MVE tem suas raízes na oração do monte de feno, realizada no Willians College. Em 1886, 251 estudantes reuniram-se no Monte Hermon para uma série de estudos. Como conseqüência cem alunos se voluntariaram para missões no exterior. Durante os dois anos seguintes, Robert G. Wilder e John Forman visitaram 167 escolas e faculdades divulgando a visão do MVE, conseguindo sensibilizar 2106 estudantes que se decidiram com missionários. Cinco anos depois, os números eram: 6200 estudantes voluntários de 352 escolas; 321 voluntários partiram para o exterior; 40 faculdades e 32 seminários participavam do sustento dos voluntários.
Cameron Towsend, missionário fruto do MVE, foi enviado à Guatemala na primeira metade deste século XX. Lá deu início ao que hoje conhecemos como Evangelização dos Povos Ocultos. Towsend percebeu que cada país possui vários povos que o formam, com muitas características diferentes.
Finalmente, no início do século 19, um grupo de estudantes do Seminário de Andover, na Nova Inglaterra, criou a “Sociedade de Investigação do Assunto de Missões”, o que levou em 1810 à fundação da Junta Americana de Comissionados para Missões Estrangeiras. Dois anos depois, vários missionários foram enviados para a Ásia, entre os quais Adoniram Judson, que trabalhou na Índia e na Birmânia. Outros campos pioneiros da Junta Americana foram o Ceilão, o Oriente Próximo, a China e Madura, uma ilha da Indonésia.No século 19, outros notáveis missionários protestantes foram: Reginald Heber (Índia e Guido Verbeck, James Hepburn e Samuel Brown (Japão), Horace Underwood e Henry Appenzeller (Coréia), Ludwig Nommensem (Sumatra), Daniel Bliss e Howard Bliss (Síria), Robert Kalley, Ashbel Simonton e William Bagby (Brasil). Entre as mulheres, destacaram-se Mary Slessor (Calabar, África Ocidental), Florence Young (Austrália, Ilhas Salomão e China) e Amy Carmichael (Índia), entre outras.O historiador Kenneth S. Latourette concluiu: “Nunca antes, em um período de igual duração, o cristianismo ou qualquer outra religião tinha penetrado pela primeira vez em uma área tão grande”, no que foi secundado pelo missiólogo J. Herbert Kane: “Nunca dantes na história da igreja cristã se fizera um esforço tão concentrado, organizado e hercúleo visando levar o evangelho até os confins da terra”.Missões em retrospectoA avaliação do esforço missionário nos últimos séculos, quer católico quer protestante, leva a algumas conclusões gerais, tanto positivas como negativas. Em seu livro A Concise History of the Christian World Mission (Breve história da missão cristã mundial), Herbert Kane arrola algumas críticas que têm sido feitas a muitos missionários: (a) tinham um complexo de superioridade; (b) trataram de maneira insensível as religiões “pagãs”; (c) deixaram de distinguir entre o cristianismo e a cultura ocidental; (d) exportaram o denominacionalismo juntamente com o evangelho; (e) deixaram de incentivar a indigenização do cristianismo; (f) foram culpados de paternalismo; (g) não foram sábios no uso dos fundos missionários do Ocidente; (h) identificaram-se muito de perto com o sistema colonial.Ao mesmo tempo, é importante destacar as contribuições positivas de muitos missionários: (a) amaram os povos entre os quais trabalharam; (b) desenvolveram uma apreciação genuína pelas Culturais locais; (c) aprenderam as línguas locais e traduziram as Escrituras; (d) proporcionaram educação moderna para os povos do terceiro mundo; (e) foram os primeiros a crer no potencial dos “nativos”; (f) abriram hospitais, clínicas e escolas de medicina; (g) introduziram reformas sociais e políticas; (h) formaram uma ponte entre o Oriente e o Ocidente; e (i) plantaram a igreja em quase todos os países do mundo.Perguntas para reflexão:
1. Por que a associação entre as missões cristãs e o colonialismo foi tão problemática? Isso ainda acontece hoje?
2. Foi justificável a demora dos protestantes em iniciar missões em âmbito mundial? Por quê?
3. Quais os principais desafios e barreiras enfrentados pelas missões internacionais e transculturais? Como superá-los?
4. Qual deve ser o objetivo maior do esforço missionário em determinada região ou país?
5. Quais são as diferentes ênfases das missões católicas e protestantes?
Sugestões bibliográficas:
CALDAS, Carlos. O último missionário. São Paulo: Mundo Cristão, 2001.
CÉSAR, Elben M. Lenz. História da evangelização no Brasil: dos jesuítas aos neopentecostais. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2000.
GONZÁLEZ, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo. Vol. 7: A era dos conquistadores. São Paulo: Vida Nova, 1983.
NEILL, Stephen. História das missões. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 1997.
STEUERNAGEL, Valdir (Org.). A missão da igreja: uma visão panorâmica sobre os desafios e propostas de missão para a igreja na antevéspera do terceiro milênio. Belo Horizonte: Missão Editora, 1994.