31/03/2010

A LIFE WORTH LIVING

 terra

O homem é mortal,
Pode muito bem ser verdade,
Porém morramos resistindo.
Se é o nada que nos aguarda,
Vivamos de modo que esse seja um destino injusto.

FONTE: Hiperatividade Cerebral!

RESOLUÇÕES (para começar o mês) –Jonathan Edwards


Estando ciente de que sou incapaz de fazer qualquer coisa sem a ajuda de Deus, humildemente Lhe rogo que, através de Sua graça, me capacite a cumprir fielmente estas resoluções, enquanto elas estiverem dentro da Sua vontade, em nome de Jesus Cristo.

Lembra de ler estas resoluções uma vez por semana.

1. Resolvi que farei tudo aquilo que seja para a maior glória de Deus e para o meu próprio bem, proveito e agrado, durante todo tempo de minha peregrinação, sem nunca levar em consideração o tempo que isso exigirá de mim, seja agora ou pela eternidade fora. Resolvi que farei tudo o que sentir ser o meu dever e que traga benefícios para a humanidade em geral, não importando quantas ou quão grandes sejam as dificuldades que venha a enfrentar.

2. Resolvi permanecer na busca contínua de novas maneiras para poder promover as resoluções acima mencionadas.
3. Resolvi arrepender-me, caso eu um dia me torne menos responsável no tocante a estas resoluções, negligenciando uma ínfima parte de qualquer uma delas e confessar cada falha individualmente assim que cair em mim.
4. Resolvi, também, nunca negar alguma maneira ou coisa difícil, seja no corpo ou na alma, menos ou mais, que leve à glorificação de Deus; também não sofrê-la se tiver como evitá-la.
5. Resolvi jamais desperdiçar um só momento do meu tempo; pelo contrário, sempre buscarei formas de torná-lo o mais proveitoso possível.
6. Resolvi viver usando todas minhas forças enquanto viver.
7. Resolvi jamais fazer alguma coisa que eu não faria, se soubesse que estava vivendo a última hora da minha vida.
8. Resolvi ser a todos os níveis, tanto no falar como no fazer, como se não houvesse ninguém mais vil que eu sobre a terra, como se eu próprio houvesse cometido esses mesmos pecados ou apenas sofresse das mesmas debilidades e falhas que todos os outros; também nunca permitirei que o tomar conhecimento dos pecados dos outros me venha trazer algo mais que vergonha sobre mim mesmo e uma oportunidade de poder confessar meus próprios pecados e miséria a Deus.
9. Resolvi pensar e meditar bastante e em todas as ocasiões sobre minha própria morte e sobre circunstâncias relacionadas com a morte.
10. Resolvi, sempre que experimentar e sentir dor, relacioná-la com as dores do martírio e também com as do inferno.
11. Resolvi que sempre que pense em qualquer enigma sobre a salvação, fazer de tudo imediatamente para resolvê-lo e entendê-lo, caso nenhuma circunstância me impeça de fazê-lo.
12. Resolvi, assim que sentir um mínimo de gratificação ou deleite de orgulho ou de vaidade, eliminá-lo de imediato.
13. Resolvi nunca cessar de buscar objectos precisos para minha caridade e liberalidade.
14. Resolvi nunca fazer algo em forma de vingança.
15. Resolvi nunca sofrer nenhuma das mais pequenas manifestações de ira vinda de seres irracionais.
16. Resolvi nunca falar mal de ninguém, de forma tal que afete a honra da pessoa em questão, nem para mais nem para menos honra, sob nenhum pretexto ou circunstância, a não ser que possa promover algum bem e que possa trazer um real benefício.
17. Resolvi viver de tal forma como se estivesse sempre vivendo o meu último suspiro.
18. Resolvi viver de tal forma, em todo o tempo, como vivo dentro dos meus melhores padrões de santidade privada e daqueles momentos que tenho maior clarividência sobre o conteúdo de todo o evangelho e percepção do mundo vindouro.
19. Resolvi nunca fazer algo de que tenha receio de fazer uma hora antes de soar a última trombeta.
20. Resolvi manter a mais restrita temperança em tudo que como e tudo quanto bebo.
21. Resolvi nunca fazer algo que possa ser contado como justa ocasião para desprezar ou mesmo pensar mal de alguém de quem se me aperceba algum mal.

(Resoluções 1 a 21 foram escritas em New Haven em 1722)

22. Resolvi esforçar-me para obter para mim mesmo todo bem possível do mundo vindouro, tudo quanto me seja possível alcançar de lá, com todo meu vigor em Deus – poder, vigor, veemência, violência interior mesmo, tudo quanto me seja possível aplicar e admoestar sobre mim de qualquer maneira que me seja possível pensar e aperceber-me.

23. Resolvi tomar ação deliberada e imediata sempre que me aperceber que possa ser tomada para a glória de Deus e que possa devolver a Deus Sua intenção original sobre nós, Seu desígnio inicial e Sua finalidade. Caso eu descubra, também, que em nada servirá a glória de Deus exclusivamente, repudiarei tal coisa e a terei como uma evidente quebra da quarta resolução.

24. Resolvi que, sempre que encetar e cair por um caminho de concupiscência e mau, voltar atrás e achar sua origem em mim, tudo quanto origina em mim tal coisa. Depois, encetar por uma via cuidadosa e precisa de nunca mais tornar a fazer o mesmo e de orar e lutar de joelhos e com todas as minhas forças contra as origens de tais ocorrências.

25. Resolvi examinar sempre cuidadosamente e de forma constante e precisa, qual a coisa em mim que causa a mínima dúvida sobre o verdadeiro amor de Deus para direcionar todas as minhas fortalezas contra tal origem.

26. Resolvi abater tais coisas, a medida que as veja abatendo minha segurança.
27. Resolvi nunca omitir nada de livre vontade, a menos que essa omissão traga glória a Deus; irei, então e com frequência, rever todas as minhas omissões.

28. Resolvi estudar as Escrituras de tal modo firme, preciso, constante e frequente que me seja tornado possível e que me aperceba em mim mesmo de que estou crescendo no conhecimento real das mesmas.
29. Resolvi nunca ter como uma oração ou petição, nem permitir que passe por oração, algo que seja feito de tal maneira ou sob tais circunstâncias que me possam privar de esperar que Deus me atenda. Também não aceitarei como confissão algo que Deus não possa aceitar como tal.
30. Resolvi extenuar-me e esforçar-me ao máximo de minha capacidade real para, a cada semana, ser levado a um patamar mais real de meu exercício religioso, um patamar mais elevado de graça e aceitação em Deus, do que tive na semana anterior.
31. Resolvi nunca dizer nada que seja contra alguém, exceto quando tal coisa se ache de pleno acordo com a mais elevada honorabilidade evangélica e amor de Deus para com a sua humanidade, também de pleno acordo com o grau mais elevado de humildade e sensibilidade sobre meus próprios erros e falhas e de pleno acordo àquela regra de ouro celestial; e, sempre que disser qualquer coisa contra alguém, colocar isso mesmo mediante a luz desta resolução convictamente.
32. Resolvi que deverei ser estrita e firmemente fiel à minha confiança, de forma que o provérbio 20:6 “ Mas, o homem fiel, quem o achará? ” não se torne nem mesmo parcialmente verdadeiro a meu respeito.

33. Resolvi, fazer tudo que poderei fazer para tornar a paz acessível, possível de manter, de estabelecer, sempre que tal coisa nunca possa interferir ou inferir contra outros valores maiores e de aspectos mais relevantes. 26 de Dezembro de 1722
34. Resolvi nada falar que não seja inquestionavelmente verídico e realmente verdadeiro em mim.
35. Resolvi que, sempre que me puser a questionar se cumpri todo meu dever, de tal forma que minha serenidade e paz de espírito sejam ligeiramente perturbadas através de tal procedimento, colocá-lo diante de Deus e depois verificar como tal problema foi resolvido. 18 de Dezembro 1722
36. Resolvi nunca dizer nada de mal sobre ninguém que seja, a menos que algum bem particular nasça disso mesmo. 19 de Dezembro de 1722
37. Resolvi inquirir todas as noites, ao deitar-me, onde e em quais circunstancias fui negligente, que atos cometi e onde me pude negar a mim mesmo. Também farei o mesmo no fim de cada ano, mês e semana. 22 e 26 de Dezembro de 1722
38. Resolvi nunca mais dizer nada, nem falar, sobre algo que seja ridículo, esportivo ou questão de zombaria no dia do Senhor. Noite de Sábado, 23 de Dezembro de 1722
39. Resolvi nunca fazer algo que possa questionar sobre sua lealdade e conformidade à lei de Deus, para que eu possa mais tarde verificar por mim se tal coisa me é lícito fazer ou não. A menos que a omissão de questionar me seja tornada lícita.
40. Resolvi inquirir cada noite de minha existência, antes de adormecer, se fiz as coisas da maneira mais aceitável que eu poderia ter feito, em relação a comer e beber. 7 de Janeiro de 1723
41. Resolvi inquirir de mim mesmo no final de cada dia, de cada semana, mês e ano, onde e em que áreas poderia haver feito melhor e mais eficazmente. 11 de Janeiro 1723
42. Resolvi que, com frequência renovarei minha dedicação de mim mesmo a Deus, o mesmo voto que fiz em meu bptismo, o qual recebi quando fui recebido na comunhão da igreja e o qual reassumo solenemente neste dia 12 de Janeiro, 1722-23.
43. Resolvi que a partir daqui, até que eu morra, nunca mais agirei como se me pertencesse a mim mesmo de algum modo, mas inteiramente e sobejamente pertencente a Deus, como se cada momento de minha vida fosse um normal dia de culto a Deus. Sábado, 12 de Janeiro de 1723.
44. Resolvi que nenhuma área desta vida terá qualquer influencia sobre qualquer de minhas ações; apenas a área da vivência para Deus. E que, também, nenhuma ação ou circunstância que seja distinta da religião seja a que me leve a concretizar. 12 de Janeiro de 1723
45. Resolvi também que nenhum prazer ou deleite, dor, alegria ou tristeza, nenhuma afeição natural, nem nenhuma das suas circunstâncias co-relacionadas, me seja permitido a não ser aquilo que promova a piedade. 12 e 13 de Janeiro e 1723

46. Resolvi nunca mais permitir qualquer medida de qualquer forma de inquietude e falta de vontade diante de minha mãe e pai. Resolvi nunca mais sofrer qualquer de seus efeitos de vergonha, muito menos alterações de minha voz, motivos e movimentos de meu olhar e de ser especialmente vigilante acerca dessas coisas quando relacionadas com alguém de minha família.

47. Resolvido a encetar tudo ao meu alcance para me negar tudo quanto não seja simplesmente disposto e de acordo com uma paz benévola, universalmente doce e meiga, repleta de quietude, hábil, contente e satisfeita em si mesma, generosa, real, verdadeira, simples e fácil, cheia de compaixão, industriosa e empreendedora, cheia de caridade real, equilibrada, que perdoa, formulada por um temperamento sincero e transparente; e também farei tudo quanto tal temperança e temperamento me levar a fazer. Examinarei e serei severo e acutilante nesse exame cada semana se por acaso assim fiz e pude fazer. Sábado de manhã, 5 Maio de 1723

48. Resolvi a, constantemente e através da mais acutilante beleza de caráter, empreender num escrutínio e exame minucioso e muito severo, para constatar e olhar qual o estado real de toda a minha alma, verificando por mim mesmo se realmente mantenho um interesse genuíno e real por Cristo ou não; e que, quando eu morrer não tenha nada de que me arrepender a respeito de negligências deste tipo. 26 de Maio de 1723

49. Resolvi a que tal coisa (de não ter afeto por Cristo) nunca aconteça, se eu a puder evitar de alguma maneira.

50. Resolvi que, sempre agirei de tal maneira, que julgarei e pensarei como o faria dentro do mundo vindouro apenas. 5 de Julho de 1723

51. Resolvi que, agirei de tal forma em todos os sentidos, como iria desejar haver feito quando me achasse numa situação de condenação eterna. 8 de Julho de 1723

52. Eu, com muita frequência, ouço pessoas duma certa idade avançada falarem como iriam viver suas vidas de novo caso lhes fosse dada uma segunda oportunidade de a tornarem a viver. Eu resolvi viver minha vida agora e já, tal qual eu fosse desejar vivê-la caso me achasse em situação de desejar vivê-la de novo, como eles, caso eu chegue a uma sua idade avançada como a sua. 8 de Julho de 1723

53. Resolvi apetrechar e aprimorar cada oportunidade, sempre que me possa achar num estado de espírito sadio e alegremente realizado, para me atirar sobre o Senhor Jesus numa reentrega também, para confiar nEle, consagrando-me a mim mesmo inteiramente a Ele também nesse estado de espírito; que a partir dali eu possa experimentar que estou seguro e assegurado, sabendo que persisto a confiar no meu Redentor mesmo assim. 8 de Julho de 1723

54. Sempre que ouvir falar algo sobre alguém que seja digno de louvor e dignificante e o possa ser em mim também, resolvi tudo encetar para conseguir o mesmo em mim e por mim. 8 de Julho de 1723

55. Resolvi tudo fazer como o faria caso já tivesse experimentado toda a felicidade celestial e todos os tormentos do inferno. 8 de Julho de 1723

56. Resolvi nunca desistir de vencer por completo qualquer de minhas veleidades corruptas que ainda possam existir, nem nunca tornar-me permissivo em relação ao mínimo de suas aparências e sinais, nem tão pouco me desmotivar em nada caso me ache numa senda de falta de sucesso nessa mesma luta.

57. Resolvi que, quando eu temer adversidades ou maus momentos, irei examinar-me e ver se tal não se deve a: não ter cumprido todo meu dever e cumprir a partir de então; e permitir que tudo o mais em minha vida seja providencial para que eu possa apenas estar e permanecer inteiramente absorvido e envolvido com meu dever e meu pecado diante de Deus e dos homens. 9 de Junho e 13 de Julho de 1723

58. Resolvi a não apenas extinguir nem que seja algum leve ar de antipatia, simpatia fingida que encobre meu estado de espírito, impaciência em conversação, mas também e antes poder exprimir um verdadeiro estado de amor, alegria e bondade em todos os meus aspectos de vida e conversação. 27 de Maio e 13 de Julho de 1723

59. Resolvi que, sempre que me achar consciente de provocações de má natureza e de mau espírito, que me esforçarei para antes evidenciar o oposto disso mesmo, em boa natureza e maneira; sim, que em tempos tal qual esses, manifestar a boa natureza de Deus, achando, no entanto, que em algumas circunstâncias tal comportamento me traga desvantagens e que, também, em algumas outras circunstâncias, seja mesmo imprudente agir assim. 12 de Maio, 2 e 13 de Julho

60. Resolvi que, sempre que meus próprios sentimentos comecem a comparecer minimamente desordenados, sempre que me tornar consciente da mais ligeira inquietude interior, ou a mínima irregularidade exterior, me submeterei de pronto à mais estrita e minuciosa examinação e avaliação pessoal. 4 e 13 de Julho de 1723

61. Resolvi que a falta de predisposição nunca me torne relaxado nas coisas de Deus e que nunca consiga retirar minha atenção total de estar plenamente fixada e afixada só em Deus, exista a desculpa que existir para me tentar; tudo que a fala de predisposição me instiga a fazer, abre-me o caminho do oposto para fazer. 21 de Maio e 13 de Julho de 1723

62. Resolvi a nunca fazer nada a não ser como dever; e, depois, de acordo com Efésios 6:6-8, fazer tudo voluntariosamente e alegremente como que para o Senhor e nunca para homem; “ Sabendo que cada um, seja escravo, seja livre, receberá do Senhor todo bem que fizer”. 25 de Junho e 13 de Julho 1723

63. Supondo que nunca existiu nenhum indivíduo neste mundo, em nenhuma época do tempo, que nunca haja vivido uma vida cristã perfeita em todos os níveis e possibilidades, tendo o Cristianismo sempre brilhante em todo o seu esplendor, e parecendo excelente e amável, mesmo sendo essa vida observada de qualquer ângulo possível e sob qualquer pressão, eu resolvi agir como se pudesse viver essa mesma vida, mesmo que tenha de me esforçar no máximo de todas as minhas capacidades inerentes e mesmo que fosse o único em meu tempo. 14 De Janeiro e 3 de Julho de 1723

64. Resolvi que quando experimentar em mim aqueles “gemidos inexprimíveis”, Romanos 8:26, os quais o Apóstolo menciona e dos quais o Salmista descreve como, “ A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças a todo o tempo ”, Salmos 119:20, que os promoverei também com todo vigor existente em mim e que não me “cansarei” (Isaías 40:31) no esforço de dar expressão a meus desejos tornados profundos nem me cansarei de repetir esses mesmos pedidos e gemidos em mim, nem de o fazer numa seriedade contínua. 23 De Julho e 10 de Agosto de 1723

65. Resolvi que, me tornarei exercitado em mim mesmo durante toda a minha vida, com toda a franqueza que é possível, a sempre declarar meus caminhos a Deus e abrir toda a minha alma a Ele: todos os meus pecados, tentações, dificuldades, tristezas, medos, esperanças, desejos e toda outra coisa sob qualquer circunstância. Tal como o Dr. Manton diz em seu sermão nr.27, baseado no Salmo 119. 26 De Julho e 10 de Agosto, 1723

66. Resolvi que, sempre me esforçarei para manter e revelar todo o lado benigno de todo semblante e modo de falar em todas as circunstâncias de toda a minha vida e em qualquer tipo de companhia, a menos que o dever de ser diferente exija de mim que seja de outra maneira.

67. Resolvi que, depois de situações aflitivas, avaliarei em que aspectos me tornei diferente por elas, em quais aspectos melhorei meu ser e que bem me adveio através dessas mesmas situações.

68. Resolvi confessar abertamente tudo aquilo em que me acho enfermo ou em pecado e também confessar todos os casos abertamente diante de Deus e implorar a necessária condescendência e ajuda dele até nos aspectos religiosos. 23 de Julho e 10 de Agosto de 1723

69. Resolvi fazer tudo aquilo que, vendo outros fazerem, eu possa haver desejado ter sido eu a fazê-lo. 11 de Agosto de 1723

70. Que haja sempre algo de benevolente toda vez que eu fale. 17 De Agosto, 1723


Apesar da sua biografia apresentar contrastes dramáticos, estas são, na realidade, apenas algumas facetas diferentes de uma afinidade com um Deus SOBERANO. Assim, Jonathan Edwards tanto pregava sermões vívidos sobre o fogo do inferno, quanto se expressava em poesia e de forma lírica em suas apreciações sobre a natureza, pois o Deus que criou o mundo em toda a sua beleza, também é perfeito em sua santidade. Edwards combinava o exercício mental e intelectual de um gigante com piedade quase infantil, pois ele percebia Deus tanto como infinitamente complexo quanto como maravilhosamente simples. Na sua igreja em Northampton, sua consistente exaltação da majestade divina gerou muitas reacções diferentes — primeiro ele foi exaltado como grande líder e, em seguida, foi demitido do seu púlpito. Edwards sustentava a doutrina de que o Deus onipotente exigia arrependimento e fé das suas criaturas humanas; por isso, ele proclamava tanto a absoluta soberania de Deus quanto as urgentes responsabilidades dos homens.

Tradução livre: José Mateus (Portugal)
Revisado por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Julho/2004
fonte 1: Monergismo

fonte 2: vemver textos

30/03/2010

Doutrina dos Apóstolos: Fundamento da Igreja

D.M.Lloyd-Jones

Em Atos 2, para que os cristãos se reuniam? Ali estavam essas pessoas que tinham saído do mundo para se juntar ao grupo de pessoas chamado de discípulos, e eles formaram a primeira igreja, mas para que serve a igreja cristã? O que ela faz? O que ela provê? Pessoas Cristãs reúnem-se para reuniões sociais, danças, rifas, shows dramáticos, conferências políticas, literatura, e sociologia? Não havia nada desse tipo na igreja primitiva. Não é meu objetivo denunciar essas coisas. Mas eu quero deixar claro quão distante elas estão da igreja cristã. Você pode conseguir tudo isso no mundo, e você pode consegui-lo com muito mais qualidade. A igreja Cristã faz papel de boba quando tenta fazer essas coisas - ela as faz muito mal. Se você quer atividades assim, então vá e procure consegui-las profissionalmente organizadas. Mas isso não é a igreja de Cristo. Trata-se de uma caricatura.

"Eu quero apresentar diante de vocês o retrato da igreja do Novo Testamento. Essa é a única igreja que eu reconheço."

Eu não quero defender a cristandade ou defender qualquer seção particular da igreja ou qualquer igreja local em particular. Eu quero apresentar diante de vocês o retrato da igreja do Novo Testamento. Essa é a única igreja que eu reconheço. Aquelas pessoas não vieram para a igreja para fazer coisas como essas. E quando o verdadeiro reavivamento acontece, essas são as primeiras coisas que desaparecem; as pessoas perdem o interesse nelas. Uma igreja que só consegue existir recorrendo a coisas como essas é totalmente diferente da igreja do Novo Testamento.

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos [ensino] e na comunhão, no partir do pão e nas orações." - atividades puramente espirituais. E esse é o padrão para a igreja em qualquer tempo.

Portanto, vamos atentar para isto. Primeiro, a doutrina. O ensino dos apóstolos é posto em primeiro lugar nessa lista - é por isso que nós temos que começar por ali, e é muito importante que assim seja, porque hoje há real oposição ao que nós lemos aqui. A primeira coisa que estes cristãos desejaram era mais ensino por parte dos apóstolos. Eles desejaram isso com o todo o seu ser. Antes de avançarmos sequer mais um passo, façamos as nós mesmos uma pergunta simples: Nós desejamos a "doutrina dos apóstolos”? Deus nos conceda que sim.

"Como, então, pode-se notar a diferença entre uma experiência que é cristã e uma que não é? Há uma só resposta, e esta é a causa da experiência."

Este desejo pela "doutrina dos apóstolos” nos diz algo tremendamente importante. Que o Cristianismo não é só uma experiência. Vejam bem, eu tenho enfatizado que é também uma experiência e não somente um ponto de vista intelectual. Quando homens e mulheres tornam-se cristãos, eles sofrem a mudança mais profunda que eles jamais poderiam imaginar; é realmente uma experiência profunda. Mas não é só isso, e eu tenho que enfatizar este ponto porque há outras instituições no mundo que podem dar experiências às pessoas.

Como se pode saber qual é a diferença entre tornar-se um cristão e alguma outra experiência, uma experiência emocional ou uma mudança como o resultado de psicoterapia ou algo do tipo? O ensino produzido pelas seitas pode produzir uma mudança. Adeptos de uma seita falam sobre as suas vidas sendo transformadas. Como, então, pode-se notar a diferença entre uma experiência que é cristã e uma que não é? Há uma só resposta, e esta é a causa da experiência. Cristãos experimentam mudança como resultado de acreditar na verdade sobre Jesus Cristo. Duas pessoas podem dizer, "eu estou muito feliz". Ambos podem dizer, "eu fazia isso e aquilo, mas não faço mais. Fui liberto de tudo". Mas isso não quer dizer que ambos são cristãos. Como, então, saberemos qual deles é? O único teste, eu repito, é a fonte da experiência.

"Por isso somos obrigados a enfatizar que o ensino deve vir primeiro porque foi ele que conduziu às conversões, à transformação. Foi a pregação de Pedro, o seu ensino, a sua doutrina, que uniu essas pessoas."

Como vimos, as pessoas em Atos estavam juntas porque elas tinham tido a mesma experiência. Mas o que nos impressiona imediatamente a respeito delas é que elas tinham tido a mesma experiência porque elas tinham acreditado no mesmo ensino, na mesma mensagem.

"Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas". Nunca teria havido uma igreja primitiva a não ser por este ensino específico. Por isso somos obrigados a enfatizar que o ensino deve vir primeiro porque foi ele que conduziu às conversões, à transformação. Foi a pregação de Pedro, o seu ensino, a sua doutrina, que uniu essas pessoas. Elas “aceitaram a palavra” e “foram batizados”. E somos informados no verso 44 que "todos os que creram estavam juntos". No que eles creram? No mesmo ensino.

Fonte: Extraído do blog OldTruth.com
A fonte original é o livro Authentic Christianity (Cristianismo Autêntico) - Crossway Books.

Tradução: centurio

Fale conosco: mail@bomcaminho.com.

Doutrina dos Apóstolos: Fundamento da Igreja

O ENTENDER DE DEUS

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por Amanda Teixeira

Chorei tanto
por um tempo
Clamei, orei,
pedi ao Senhor
Que trouxesse minha bênção
De volta.
Mas quem me disse que essa
Era a vontade do Senhor?
Precisei chorar mais
Até que a minha ignorância
entendesse
Que tudo o que aconteceu comigo
Não foi por acaso
Não recebemos nada que não possamos
Suportar ou carregar
Se eu suportei e carreguei
Foi para, que em Cristo
Eu aprendesse mais
Amadurecesse mais
Respeitasse mais
E ao senhor agradeço
Por tudo
Pela dor
E pela experiência
Pelas bênçãos
E pelas lagrimas
Hoje sou
Um ser humano
Mais forte e mais capaz
Obrigada, Senhor.
Sem as pedras e os espinhos
Hoje eu não seria essa flor.

irmaos.com - Licença Poética

29/03/2010

“A arte de amar” – uma lenda sioux

 

Conta uma velha lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho pagé da tribo...
— Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?
E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
— Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o pagé - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!
Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do pagé, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.
O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu que eram verdadeiramente formosos exemplares...
— E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue?
— Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.
— Não! - disse o pagé - apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...
O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... a águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.
E o velho disse: — Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure...
Voem juntos... mas jamais amarrados.
O Senhor que nos convida à liberdade de amar te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
(autor desconhecido

fonte:  velha Magra

Há uma Guerra! - D. M. Lloyd-Jones

 

É um perigo pensar que não existe mais guerra nenhuma. Ora, está é uma das maiores causas de confusão. Falam-nos interminavelmente acerca da atmosfera mudada; procuram fazer-nos lembrar como o velho liberalismo, a nova teologia e tudo aquilo a que me estive referindo, foram eliminados uma vez por todas pela Primeira Guerra Mundial; e nos estão fazendo lembrar que vivemos numa era em que a teologia bíblica foi restaurada. Como resultado disso tudo, dizem-nos que, portanto, somos todos um, e que todos devemos andar juntos.

Outro argumento é que a nossa situação é inteiramente nova porque também houve grande mudança na esfera da ciência. Durante mais de cem anos tem havido grande conflito entre a ciência e a religião; mas nos dizem que até isso mudou. Dizem-nos que a teoria mecanicista pós-newtoniana foi rejeitada, destruída por Êinstein em particular, e por outros. Ademais, como as teorias mecanicistas pós-newtonianas foram rejeitadas e em seu lugar temos uma visão dinâmica da realidade como resultado da nova física atômica e do que se chama microfísica, a ciência e a religião se aproximaram muito uma da outra e, portanto, a fé se acha agora numa posição mais vantajosa do que durante muitos séculos. Dizem-nos que o velho antagonismo se foi, e que esta nova e vital visão da realidade mudou a situação toda. Aí está, pois, uma segunda razão sugerida para dizer-se que presentemente não precisamos falar tanto em guerra.

Há, depois, uma terceira razão - e ouvimos falar dela cada vez mais - e é que até a igreja católica romana está mudando. Ali estava algo que nunca mudaria, pensava o povo. Admitia-se que o conflito e a luta entre o protestantismo e o catolicismo romano era algo permanente; quaisquer mudanças que viessem a ocorrer dentro do protestantismo, sempre permaneceria uma diferença fundamental entre a perspectiva católico-romana e a protestante. Dizem-nos, porém, que até isso está mudando agora, que Roma está mudando. Acaso isso não ficou inteiramente óbvio nos aparecimentos do finado papa João nas telas da televisão? Que homem de aparência fina, amável e benevolente; e tudo o que ele dizia era repassado de um tão amoroso espírito cristão! Além disso, dizem, a igreja romana agora está aconselhando e concitando o seu povo a ler a Bíblia. Devemos desistir daquelas antigas idéias de conflito; estamos todos nos tornando um, e aquelas diferenças antigas não existem mais; assim, não devemos falar mais em guerra. Isso, penso que vocês concordarão, é uma crescente massa coletiva de opinião de que já não há mais uma guerra para levar-se avante.

Isso já por si seria matéria mais que suficiente para uma preleção; mas estou tentando oferecer um quadro compreensivo de toda a situação, e terei que contentar-me tão-somente com algumas leves observações a respeito.

A resposta a isso tudo, parece-me, é esta: primeiro temos que examinar essa nova "teologia bíblica" e verificar se ela é verda­deiramente bíblica, ou se é apenas filosofia usando e torcendo cer­tas expressões bíblicas para se ajustarem aos seus caprichos e ao seu pensamento. Temos que encarar toda esta questão quanto àqui­lo que realmente é ensinado por homens célebres, como Karl Barth e Bultmann na Europa, e Tillich na América, para não mencionar os nossos conhecidos amigos da Margem Sul daqui de Londres. Será que a situação mudou realmente? Mal tenho necessidade de dizer que, no que me diz respeito, de qualquer forma, a batalha é dura e feroz como sempre foi, e que mais que nunca somos chamados para combater o velho e bom combate da fé.

A idéia de que o catolicismo romano está mudando é, talvez, a coisa mais sutil e perigosa de todas. Não quero entrar nisso. Por certo todos concordamos em que no seu comportamento externo ele está mudando. Ele fez isso muitas vezes antes. Às vezes lhe convém ser militantemente perseguidor; outras vezes lhe convém ser agradável e insinuante. Se ele puder conquistar-nos para o seu redil sendo bondoso e amável, estará pronto a agir assim. Entretanto, a questão fundamental é: haveria alguma prova de que houve alguma mudança na doutrina fundamental da igreja de Roma?

Tenho pensado que um único livro que foi publicado este ano (1964) deve ser, por si mesmo, suficiente para responder essa pergunta. É um livro intitulado The Problem of Catholicism (O Problema do Catolicismo), escrito por um italiano chamado Subilia, professor no colégio Waldense de Roma. Pois bem, o que é incomumente interessante para mim acerca desse livro é que não foi publicado por uma firma editora evangélica, e sim pela Imprensa do Movimento Estudantil Cristão. Nunca li nada que mostre com maior clareza a diferença entre o catolicismo romano e o protestantismo, ou que estabeleça mais claramente, além de toda dúvida, que não houve mudança em nenhuma doutrina fundamental e que não pode haver tal mudança, do que precisamente esse livro, entreme­ado como vem de citações do finado papa João, do papa atual, de Hans Küng, e de outros proeminentes escritores católicos romanos. E interessante observar que esse livro teve muito pouca publicida­de. Nem sequer foi resenhado por muitos dos semanários religiosos. Aí está um livro, não publicado por evangélicos, que mostra que o velho conflito entre o romanismo e o protestantismo é tão agudo como sempre foi, se não mais. Eis aí, pois, um dos perigos, achar que não existe mais guerra, que já não há combate para se combater.

fonte:   Martyn Lloyd-Jones: Há uma Guerra! - D. M. Lloyd-Jones

28/03/2010

formspring.me

Não resisti à pressão e também estou no FORM. Pergunte-me algo http://formspring.me/alzirasterque8

O AVARENTO DE MARSELHA

 

A cidade de Marselha, e seus arredores, situada no sul da França, tornou-se notável pelos seus encantadores jardins; porém não fora sempre assim. Antes era uma região árida. Não existem fontes de água na localidade, vindo o abastecimento para a cidade do rio Durante que dista uns cento e sessenta quilômetros, por meio de um canal construído no período de 1837 a 1848.
Muito antes disso, vivia na cidade um homem de sobrenome Guizon. Andava sempre muito ocupado, trabalhava intensamente, e tanto por suas atividades como pelo fato de não gastar, parecia ter somente o objetivo de juntar dinheiro. O seu vestuário apresentava sinais de longo uso. A sua alimentação era da mais simples e barata. Vivia só, privando-se de todos os luxos e até mesmo dos confortos mais vulgares da vida.
Em Marselha era conhecido como avarento, sendo por todos desprezado, embora fosse sério em todos os negócios e cumpridor de seus deveres. Ao avistar na rua a sua figura, tão pobremente vestida, os rapazes gritavam: Lá vai o velho sovina! Mas Guizon seguia sempre o seu caminho sem fazer caso dos insultos que lhe eram dirigidos. E quando algém lhe falava, respondia sempre com delicadeza e bom humor.
Dia após dia, ano após ano, quando este pobre homem, que não tinha amigos, passava a caminho do trabalho, ou de regresso, era-lhe dirigida semelhante zombaria. Com o passar dos anos, passou a andar trôpego e amparado por uma bengala: as costas ficaram bastante encurvadas devido ao incessante esforço, e os cabelos brancos como a neve. Foi assim que, com mais de oitenta anos de idade, faleceu Guizon.
Depois de sua morte descobriram que ele havia juntado, em ouro e prata, uma imensa fortuna. Entre outros documentos foi encontrado o seu testamento no qual havia o seguinte parágrafo: "Eu, quando ainda era pobre, reparei que o povo de Marselha sofre muito pela falta de boa água: pelo que, como não tenho família, dediquei a minha vida a acumular o dinheiro necessário à construção de um canal destinado a abastecer os pobres da cidade de Marselha com água potável, de maneira que os mais necessitados possam tê-la com abundância".
Sem amigos, desprezado e solitário, vivera e morrera com o objetivo de dar cumprimento a este tão nobre propósito em benefício dos que tão mal o soubera compreender, e o maltratara.

Houve outro Homem, num país do Oriente Médio, que foi mal compreendido, desprezado e rejeitado pelos homens. A sua vida também foi de pobreza voluntária, a ponto de nem sequer ter onde reclinar a cabeça e "sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que sua pobreza enriquecêsseis - II Coríntios 8,9". Porém, de tal maneira odiavam aquele Homem, tão manso e humilde, que até clamavam com insistência para que fosse morto. "Crucifica-o, crucifica-o". Vendo-o cravado sobre a cruz, escarneceram e riram dele, e, como está escrito em Salmos 22.7,13,14, "...mostrando os beiços, meneavam as cabeças ao contemplá-lo". Mas, "Ele foi entregue por nossos pecados e ressuscitou para nossa justificação." - Romanos 4.25.

O testamento de Guizon providenciou o que era necessário ao abastecimento de água potável para todos os pobres de Marselha; mas, o Senhor Jesus Cristo, pela sua morte e ressurreição, providenciou para todo homem, mulher e criança da raça de Adão que dele se aproximar,um manancial de água da vida, a qual satisfaz, que nunca se esgotará no decorrer do tempo nem na eternidade.
Não se pode comparar a abnegação de um Guizon com o custo infinito do sacrifício do Senhor Jesus para pagar o preço. A água da vida está hoje fluindo e podemos beber livremente dela, "sem dinheiro e sem preço. Óh, vós todos os que tendes sede, vinde às águas", pois, disse Jesus: "se alguém tem sede venha a Mim e beba." - Isaías 55.1 e João 7,27.
"Quem tem sede, venha. E quem quiser tome de graça da água da vida." - Apocalipse 22.17.

(Amauri Galvão)

FONTE: ***Conexoes de Esperanca! - powered by FeedBurner

Despertai! Despertai! (Sermão) - C. H. Spurgeon

 

 Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.

Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.(1Ts 5:6)

Que tristes conseqüências tem acarretado o pecado. Este formoso mundo foi uma vez um templo glorioso, e cada um dos seus pilares refletia a bondade de Deus, e cada uma das suas partes era um símbolo do bem, mas o pecado corrompeu e viciou todas as metáforas e figuras que se possam desentranhar da terra. Descompôs de tal maneira a divina administração da natureza, que essas coisas que eram quadros inimitáveis de virtude, bondade, e divina plenitude de bênção, tornaram-se figuras representativas do pecado. É estranho dizê-lo, mas é estranhamente certo, que os supremos dons de Deus se tenham convertido nos piores quadros da culpa humana, pelo pecado do homem. Contemplai as correntes de água! Brotando das suas fontes, precipitam-se pelos campos, levando a abundância no seu seio; cobrem-nos por um tempo, e depois de uns dias apaziguam-se e deixam sobre a planície um depósito fértil, no qual o lavrador arrojará a semente para obter uma colheita abundante. Alguém teria chamado à irrupção das águas um formoso quadro da plenitude da providência, da magnificência da bondade de Deus para com a raça humana; mas descobrimos que o pecado se apropriou dessa figura. O começo do pecado é como o prorromper das águas. Olhai o fogo! Quão amavelmente nos deu Deus esse elemento, para nos alegrar durante as geadas invernais. Quando fugimos da neve e do frio, apressamo-nos a ir para o fogo do nosso lar, e ali, junto à chaminé, aquecemos as nossas mãos e nos contentamos. O fogo é um rico quadro das influências divinas do Espírito, um santo emblema do zelo do cristão; mas, ai!, o pecado tem tocado isto, e a língua é chamada “um fogo;” “é inflamada pelo Inferno,” nos é dito, e freqüentemente está evidentemente cheia, quando emite blasfêmias e calúnias; e Tiago, ao contemplar os males causados pelo pecado, alça a sua mão e exclama: “Vede quão grande bosque um pequeno fogo acende!” E veja o sono, um dos mais doces dons de Deus, formoso sono - “Doce restaurador da natureza cansada, balsâmico sono.”

Deus selecionou o sonho como a melhor figura do repouso dos benditos. “assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele,” diz a Escritura. David coloca-o entre os dons peculiares da graça: “Pois que ao seu amado dará Deus o sono.” Mas, aí, o pecado não pôde deixar em paz nem sequer isto. O pecado tem arrastado também esta metáfora celestial; e ainda que o próprio Deus tenha empregado o sono para expressar a excelência do estado dos benditos, todavia, o pecado deveria profanar até isto, antes de poder expressar-se. O sono é empregado no nosso texto como um quadro de uma condição pecaminosa. “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.”

Depois desta introdução, passarei imediatamente ao versículo. O “durmamos” do versículo é um mal que deve ser evitado. Em segundo lugar, as palavras “portanto” são empregues para nos mostrar que há certas razões para evitarmos este sono. E posto que o apóstolo fala deste sono com tristeza, é para nos ensinar que há algumas pessoas, a quem ele chama “os demais,” por quem devemos lamentar-nos, porque eles dormem e não velam e não são sóbrios.
I. Começamos, então, em primeiro lugar, esforçando-nos por assinalar o MAL QUE O APÓSTOLO TENTA DESCREVER SOB O TERMO DURMAMOS. O apóstolo fala de “os demais” que dormem. Se revisardes o original, encontrareis que a palavra que é traduzida como “os demais” tem um significado mais enfático. Pode ser traduzida (e Horne a traduz assim) como “o refugo,”“portanto, não durmamos como o refugo,” os profanos, os espíritos ignóbeis, os que não têm uma mente que se eleve acima dos problemas da Terra “portanto, não durmamos como os demais,” a ignóbil multidão ruim que não está viva para a elevada chamada celestial de um Cristão. “Não durmamos como o faz o refugo da humanidade.” E vós descobrireis que a palavra “durmamos,” no original, tem também, um sentido mais enfático. Significa um sonho profundo, uma perda de consciência quase extrema; e o Apóstolo indica que o refugo da humanidade encontra-se, agora, sumido nesse sonho profundo. Vamos, então, tentar explicar, se pudermos, o que ele quis dizer com isso.

Em primeiro lugar, o Apóstolo quis dizer que o refugo da humanidade está num estado deplorável de ignorância. Os que dormem não sabem nada. Pode haver júbilo na casa, mas o ocioso não compartilha essa alegria; pode haver morte na família, mas nenhuma lágrima roda pela face do que dorme. Grandes eventos puderam ter acontecido na história mundial, mas ele desconhece-os. Um terremoto pode ter desabado toda uma cidade devido à sua magnitude, ou uma guerra pode ter devastado uma nação, ou o estandarte do triunfo pode estar tremulando ao vento, e os clarins do seu país podem estar-nos saudando com a vitória, porém, ele desconhece tudo isso.

“O seu trabalho e seu amor perderam-se,
Da mesma maneira, desconhecendo, e, sendo desconhecidos.”

A pessoa que dorme não sabe nada de nada. Contemplai como o refugo da humanidade coincide nisto! Sabe muito de algumas coisas, mas não sabe nada das coisas espirituais; não tem a menor idéia da pessoa divina do adorável Redentor; não pode, nem sequer, adivinhar os doces gozos de uma vida de piedade; não pode elevar-se aos sublimes entusiasmos, nem aos raptos íntimos do Cristão. Fale a ele de doutrinas divinas, e estas são para ele um enigma; comenta-lhe a respeito de experiências sublimes, e parecem-lhe entusiásticas fantasias. Nada sabe dos gozos vindouros; e, ai dele!, se esquece dos males que lhe virão se continuar na sua iniqüidade. O grosso da humanidade é ignorante; não tem conhecimento; não tem o conhecimento de Deus, não tem ante os seus olhos o temor de Jeová; porém, com os seus olhos vendados pela ignorância deste mundo, marcha para diante, pelos caminhos da luxúria, para esse fim terrível e certo, a ruína eterna das suas almas. Irmãos, se formos santos, não sejamos ignorantes como os demais. Esquadrinhemos as Escrituras, pois nelas temos a vida eterna, porque certamente elas dão testemunho de Jesus. Sejamos diligentes; não permitamos que a Palavra se aparte dos nossos corações; meditemos nisso, tanto de dia como de noite, para que possamos ser como a árvore plantada junto às correntes de águas. “Portanto, não durmamos como os demais.”

Além disso, o sono descreve um estado de insensibilidade. Talvez haja muito conhecimento em quem dorme, escondido, armazenado na sua mente, que poderia ser, muito bem desenvolvido, se estivesse acordado. Porem, ele não tem nenhuma sensibilidade, não tem conhecimento de nada. O ladrão introduziu-se na sua casa; tanto o ouro como a prata estão nas mãos do ladrão; o filho está sendo assassinado pela crueldade do que se introduziu em casa; porém, o pai dorme, ainda que todo o ouro e a prata que possui e o seu filho muito prezado, se encontrem nas mãos do destruidor. Está inconsciente; como poderá sentir, quando o sono selou completamente os seus sentidos!

Vêde!, há luto na rua. Um incêndio acaba de destruir o albergue dos pobres, e os mendigos sem lar encontram-se na rua. Estão clamando à sua janela, pedindo-lhe ajuda. Mas ele dorme, e que sabe ele, ainda que a noite seja fria e ainda que os pobres estejam tremendo pela tragédia? Não tem consciência; não sente nada por eles. Por ali!, tomai a escritura da sua propriedade e queimai o documento; por acolá!, Pegai fogo ao curral da sua granja! Queimai tudo o que tem no campo; matai o seu cavalo e destruí o seu gado; deixai, agora, que o fogo de Deus desça e queime as suas ovelhas; que o inimigo caia sobre tudo o que tem e o devore. Ele dorme tão profundamente como se estivesse protegido pelo anjo do Senhor.

Tal é o refugo da humanidade. Mas, ai!, que tenhamos de incluir a maior parte dela nessa palavra “desprezo”! Quão poucos haverá nela que sentem espiritualmente! Eles sentem com muita acuidade qualquer lesão corporal ou qualquer dano nas suas propriedades; mas ai!, não têm nenhuma sensação de nenhum tipo pelos seus interesses espirituais! Estão parados na borda do Inferno, todavia, não tremem; a ira de Deus está ardendo contra eles, porém, não temem; a espada de Jeová está desembainhada, ainda assim, o terror não se apodera deles. Eles continuam com a dança festiva; bebem a taça do prazer intoxicante; andam na farra e entregam-se à libertinagem; ainda entoam a canção lasciva; sim, fazem mais que isso; nos seus sonhos vãos desafiam o Altíssimo; enquanto que, se despertassem uma só vez para a consciência do seu estado, a medula dos seus ossos derreter-se-ia, e seu coração dissolver-se-ia como cera no meio das suas entranhas. Eles estão adormecidos, indiferentes e inconscientes. Podes fazer algo com eles; podes tirar-lhes tudo o que é esperançoso, tudo o que possa alegrá-los quando se aproximarem da morte, e contudo, não o sentem; pois, como poderão sentir algo enquanto dormem? “pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.”

Além disso, o que dorme não se pode defender. Olhai aquele príncipe; ele é um homem forte, e um homem forte armado. Entrou na tenda de campanha. Está cansado. Bebeu o leite que a mulher lhe deu; “em tigela de nobres lhe apresentou manteiga,” e comeu; atirou-se ao chão e dormiu. E agora ela aproxima-se. Tem na sua mão o seu próprio martelo, como o dos trabalhadores e a sua estaca. Guerreiro!, tu poderias pulverizá-la em átomos com um golpe do teu poderoso braço; porém, agora não podes defender-te a ti mesmo. A estaca está nas suas têmporas; a mão da mulher sustenta o martelo e a estaca perfurou-lhe o seu crânio; porque enquanto dormia ficou indefeso. O estandarte de Sísera tinha ondeado vitoriosamente sobre inimigos poderosos; mas, agora, está manchado por uma mulher. Proclamai-o, proclamai-o, proclamai-o! O homem que, acordado, fazia com que as nações tremessem, morre às mãos de uma débil mulher, enquanto dormia.
Assim é o refugo da humanidade. Dorme; não tem nenhum poder para resistir à tentação. A sua fortaleza moral perdeu-se, pois Deus separou-Se deles. Existe a tentação da luxúria. São homens de sólidos princípios em assuntos de negócios, e nada os faria desviar-se da honestidade; porém, a lascívia os destrói; são aprisionados como um pássaro na armadilha; estão totalmente submetidos. Ou, talvez, seja de outra maneira que são conquistados. São homens que não realizariam um ato impuro, que não teriam nenhum pensamento lascivo; desprezam-no, até. Mas, eles têm outro ponto débil, estão apanhados pela taça. São submetidos e apanhados pela ebriedade. Ou, se podem resistir a estas coisas, e não são dados nem à libertinagem nem aos excessos da vida, todavia, talvez, a ambição entrou neles; escondida, sob o nome de prudência, deslizou para os seus corações, e são levados a aferrar-se ao tesouro e a acumular o ouro, ainda que esse ouro tenha sido espremido das veias dos pobres, e ainda que tenham chupado o sangue dos órfãos. Parecem incapazes de resistir às suas paixões. Quantas vezes não me hão dito alguns homens: “não posso evitá-lo, senhor, sem importar o que faça; resolvo, e volto a resolver, mas faço o mesmo; estou indefeso; não posso resistir à tentação!” Oh, evidentemente que não podes, enquanto estiveres adormecido. Oh, Espírito do Deus vivente! Desperta ao que está adormecido! Que a preguiça pecaminosa e a presunção, ambas, sejam espantadas, não seja que quiçá Moisés se encontre com elas no caminho, e encontrando-os adormecidas, as pendure no patíbulo da infâmia, para sempre.

Agora vou dar outro significado à palavra “durmamos.” Espero que alguns membros da minha congregação tenham estado toleravelmente tranqüilos enquanto estive descrevendo as três primeiras coisas, porque pensaram que estes assuntos não lhes incumbiam. Mas, o sono também significa inatividade. O lavrador não pode arar os seus campos enquanto dorme, nem tampouco pode lançar a semente nos sulcos, nem esquadrinhar as nuvens, nem recolher a sua colheita. O marinheiro não pode içar a sua vela, ou pilotar o seu navio através do oceano, enquanto dormita. Não é possível que na casa de câmbio, ou no mercado, ou na casa de comércio, os homens levem a cabo as suas transações com os seus olhos fortemente fechados pelo sono. Seria algo singular ver uma nação de pessoas que dormem; seria uma nação de ociosos. Todos morreriam de fome; não produziriam qualquer riqueza do solo; não possuiriam nada para pôr às suas costas, não teriam roupas nem mantimentos. Porém quantos encontramos no mundo que estão inativos por causa do sono! Sim, digo inativos. Com isso quero dizer que estão bastante ativos numa certa direção, mas, estão inativos em referência à direção correta. Oh, quantos homens há que estão totalmente inativos em tudo aquilo que é para a glória de Deus, ou para o bem-estar dos seus semelhantes! Quanto a eles, podem “levantar-se de madrugada e ir repousar tarde, e a comer o seu pão com temor;” para os seus filhos, que representam o dobro deles, podem trabalhar até que lhes doam os dedos; podem cansar-se até que os seus olhos se ruborizem nas suas órbitas, até que o seu cérebro seja um torvelinho, e já não possam trabalhar mais, todavia, para Deus não podem fazer nada. Alguns dizem que não têm tempo, outros confessam, com franqueza, que não têm vontade: para a igreja de Deus não gastarão nem uma hora sequer, enquanto que, para o prazer deste mundo poderão dedicar um mês. Não podem gastar nem o seu tempo nem a sua atenção nos pobres. Talvez possam ter tempo para reservar para eles mesmos e para a sua própria diversão; mas, para obras santas, para atos de caridade ou piedosos, eles declaram que não têm tempo livre; porém, a razão é que não querem.

Contemplai vós mesmos quantos cristãos há que professam, mas que estão adormecidos neste sentido! Estão inativos. Centenas de pecadores estão morrendo na rua; os homens estão se afundando nas chamas da ira eterna; todavia, os cristãos cruzam os seus braços, sentem compaixão pelo pobre pecador que perece, mas não fazem nada para mostrar que a sua compaixão é real. Assistem nos seus lugares de adoração; ocupam o seu bem almofadado banco; desejam que o ministro os alimente cada domingo; todavia, não ensinam a qualquer menino na Escola Dominical; não distribuem qualquer folheto pela casa do homem pobre; não levam a cabo nenhum ato que possa ser o instrumento para salvar almas. Nós dizemos que são homens bons; inclusivamente a alguns deles escolhemos para o ofício de diáconos; e, sem dúvida, são homens bons; são bons, da mesma maneira como Antônio quis dizer que Brutus era honorável, quando afirmou: “Isso somos todos, homens honoráveis.” Isso somos todos, bons, se eles realmente fossem bons. Porém, eles são bons num sentido: bons para nada; pois, unicamente, se sentam e comem o pão, todavia, não aram o campo; bebem o vinho, mas não cultivam a videira que o produz. Pensam que devem viver para si mesmos, olvidando que “nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.”

Oh, que vasta quantidade de sono temos em todas as nossas igrejas e capelas; pois, certamente, se as nossas igrejas se despertassem duma vez, falando do tema, há homens e mulheres convertidas suficientes, e há neles suficiente talento, e têm suficiente dinheiro e tempo suficiente, (outorgando Deus a abundância do seu Espírito Santo, o que faria com certeza, se todos fossem zelosos); há o suficiente para pregar o Evangelho em cada rincão da Terra. A igreja não precisa de deter-se por falta de instrumentos ou por falta de meios; temos tudo, agora, exceto a vontade; temos tudo o que podemos esperar que Deus dê para a conversão do mundo, exceto, unicamente um coração para a obra, e o Espírito de Deus derramado no meio de nós. Oh!, irmãos, “não durmamos como os demais.” Vós podeis encontrar “os demais” na igreja e no mundo: “o refugo” de ambos os grupos estão profundamente adormecidos.
Todavia, antes de finalizar este primeiro ponto da explicação, é necessário que diga simplesmente que o próprio Apóstolo nos ministra uma parte da exposição; pois, a segunda frase, “mas vigiemos, e sejamos sóbrios,” implica que o reverso destas coisas é o sono, que é o que ele quer dizer. “Vigiemos.” Há muitos que não vigiam nunca. Não vigiam nunca contra o pecado; não vigiam nunca contra as tentações do inimigo; não vigiam contra si mesmos, nem contra “os desejos da carne, os desejos dos olhos, e a vanglória da vida.” Eles não estão atentos às oportunidades de fazer o bem; não vigiam por oportunidades para instruir o ignorante, para confirmar o fraco, para consolar o aflito, para socorrer os necessitados; não vigiam para encontrar oportunidades para glorificar a Jesus, ou para encontrar tempos de comunhão; não vigiam pelas promessas; não estão atentos às respostas das suas orações; não estão atentos à Segunda Vinda do nosso Senhor Jesus. Estes são o refugo do mundo: não vigiam porque estão adormecidos. Mas nós vigiemos: assim demonstraremos que não estamos dormitando.

Além disso: “sejamos sóbrios,” afirma Albert Barnes que isto se refere principalmente à abstinência ou temperança na comida e na bebida. Calvino diz que não é assim: que isto se refere mais especialmente ao espírito de moderação nas coisas do mundo. Ambos têm razão; refere-se a ambos. Há muitos que são sóbrios; outros dormem porque não o são; pois, a falta de sobriedade conduz ao sono. Não são sóbrios: não podem estar contentes por fazer um pequeno negócio; querem fazer um grande. Não são sóbrios: não podem fazer um investimento que seja seguro; devem especular. Não são sóbrios: se perderem a sua propriedade o seu espírito decai internamente, e são semelhantes a homens que estão bêbados com absinto. Se por outro lado, enriquecem, não são sóbrios: põem de tal maneira os seus afetos nas coisas do mundo que se intoxicam com orgulho, por causa das suas riquezas; tornam-se orgulhosos do seu bolso, e necessitam que os Céus sejam levantados mais alto, para que as suas cabeças não se firam contra as estrelas.

Oh!, eu poderia urgir este preceito neste momento, meus queridos amigos. Agora, os tempos já são muito duros, todavia, aproximam-se tempos difíceis. Sejamos sóbrios. O pânico nos Estados Unidos da América surgiu principalmente pela desobediência a este mandamento: “sejamos sóbrios;” e se as pessoas que professam a fé, nos Estados Unidos da América tivessem obedecido a este mandamento, e tivessem sido sóbrios, o pânico, no pior dos casos, teria sido mitigado, se é que não teria sido evitado totalmente. Agora, em breve, vós que tendes algum dinheiro investido, correreis ao banco para retirá-lo, porque temeis que o banco declare bancarrota. Não estais suficientemente sóbrios para ter um pouco de confiança nos vossos semelhantes, e ajudá-los nas suas dificuldades e desta maneira serdes uma bênção para a nação. E, os que pensais que podeis obter lucro emprestando o dinheiro que possuis a interesses agiotas, não estareis contentes emprestando o que tendes disponível, antes pelo contrário, estareis extorquindo e espremendo os vossos pobres devedores, para terdes mais dinheiro para emprestardes. Muito poucas vezes os homens se contentam com enriquecer gradualmente; porém, quem se apressa enriquecer, não ficará inocente. Cuidai-vos, meus irmãos, se vierem tempos difíceis para Londres, se as casas comerciais se desabarem e os bancos falirem, cuidai-vos e sede sóbrios. Não há nada que nos permita resistir tão bem ao pânico, como que cada um de nós mantenha o seu espírito elevado; simplesmente, levantando-nos pela manhã, digamos: “os tempos são muito difíceis, e hoje posso perder tudo o que tenho; porém, angustiar-me não me servirá de nada; portanto, vou enfrentar com um coração valente a dura tristeza, e vou continuar fazendo o meu trabalho. As rodas do comércio poderão deter-se; eu louvo a Deus, o meu tesouro está no Céu; não posso falir. Pus os meus afetos nas coisas de Deus; não posso perdê-las. Ali está o meu tesouro; ali está o meu coração!”

Ora, se todos os homens pudessem fazer isso, exercer-se-ia uma influência para criar confiança pública; mas, a causa da grande ruína de muitos é a ambição de todos os homens e o temor de alguns. Se todos nós vivêssemos no mundo com confiança, e com valor, e com coragem, não haveria nada no mundo que pudesse desviar tão bem o golpe. Eu acredito que o golpe vai dar-se; e há muitos homens aqui presentes que são muito respeitáveis, que podem esperar tornar-se muito em breve em mendigos. A vossa obrigação é pôr de tal maneira a vossa confiança no SENHOR, que possais dizer: “ainda que a terra seja removida, e se transpassem os montes para o meio do mar, Deus é o meu amparo e fortaleza, meu pronto auxílio nas tribulações. Portanto, nada temerei;” e fazendo isso, estareis criando as maiores probabilidades de evitar a vossa própria destruição, que por qualquer outro meio, que a sabedoria humana vos pudesse ditar. Não sejamos intemperados nos negócios, como os demais, senão que devemos despertar. “Não durmamos,” não nos deixemos levar pelo sonambulismo do mundo, ou seja, a atividade e cobiça no sono, pois há algo melhor que isso: “mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” Oh, Espírito Santo, ajuda-nos a vigiar e a sermos sóbrios.

II. Assim, ocupei um grande espaço de tempo explicando o primeiro ponto— a que classe de sono se referia o apóstolo? E agora vós observareis que a palavra “portanto” implica que há CERTAS RAZÕES PARA ISTO. Vou dar-lhes essas razões; e se as expresso numa forma um pouco dramática, não deveis surpreender-vos; talvez, dessa maneira serão melhor recordadas. “Portanto,” diz o apóstolo, “não durmamos.”

Procuraremos, primeiro, as nossas razões no próprio versículo do capítulo. A primeira razão precede o texto. O apóstolo informa-nos que “todos vós sois filhos de luz e filhos do dia; portanto, não durmamos como os demais.” Não me surpreende ver que quando caminho pelas ruas, ao cair a noite, todas as lojas estão fechadas, e cada janela tem as suas cortinas corridas; vejo a luz no andar de cima da casa significando o retiro para o descanso. Não me surpreende que, meia hora depois, o ruído de meus passos me assuste, e não encontre alguém nas ruas. Se eu subisse as escadas, e visse os plácidos rostos dos que dormem, não me surpreenderia; pois é de noite, o tempo apropriado para o sono. Mas, se uma manhã, às onze ou doze do dia, caminhasse pelas ruas e me encontrasse sozinho, e me advertisse que todas as lojas estão fechadas, e que cada casa estivesse completamente às escuras e não se escutasse qualquer ruído, eu diria: “é muito estranho, é extremamente estranho, é surpreendente. O que pretendem estas pessoas? É de dia e todavia todos dormem. Sentir-me-ia inclinado a pegar na primeira aldraba que encontrasse, e dar-lhe-ia um golpe duplo, e correria à porta seguinte, e tocaria a campainha, e continuaria fazendo o mesmo pela rua toda; ou iria à esquadra da polícia, e despertaria a todos os homens que encontrasse ali, e pedir-lhes-ia que fizessem ruído na rua; ou iria ao quartel dos bombeiros, e pedir-lhes-ia que soassem as sirenes ao longo da rua para procurar despertar a estas pessoas. Pois diria a mim mesmo: “há algum tipo de peste aqui; o anjo da morte deve ter sobrevoado por estas ruas durante a noite e deve ter matado a estas pessoas, pois do contrário, estariam acordadas.” Dormir durante o dia é totalmente incongruente. “Bom,” diz o apóstolo Paulo, “povo de Deus, é de dia para vós; o Sol da Justiça se há alçado sobre vós com o poder curador sobre as Suas asas; a luz do Espírito de Deus ilumina as vossas consciências; fostes tirados das trevas e levados para a luz admirável; que vós durmais, que a igreja se entregue ao sono, é como uma cidade que está na cama durante o dia, como toda uma cidade que dormita quando o sol brilha. É inoportuno e impróprio.”

E agora, se olhardes novamente ao versículo, descobrireis que há outro argumento. “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, havendo-nos vestido com a couraça da fé e do amor.” Assim, então, parece que é tempo de guerra; e portanto, digo-o de novo, é impróprio dormir. Há uma fortaleza lá, muito longe, na Índia. Uma tropa desses abomináveis cipaios sitiou-a. Sabujos, sedentos de sangue, se conseguissem entrar uma vez, fariam em pedaços a mãe e os seus filhos, e esmiuçariam o homem forte. Já estão frente às portas: os seus canhões estão carregados; as suas baionetas têm sede de sangue, e as suas espadas têm fome de matar. Vão por toda a fortaleza e encontrareis toda a gente dormido. O sentinela da torre está cochilando sobre a sua baioneta. O capitão está na sua tenda, com a sua pluma na mão e os despachos militares ante ele, dormindo, junto à mesa. Os soldados estão encostados nas suas tendas, preparados para a guerra, todavia, todos dormem. Não se vê que algum homem vigie; não há qualquer sentinela ali. Todos dormem. Bem, meus amigos, vós diríeis: “O que está acontecendo aqui? O que poderá ser? Acaso, algum grande mago esteve agitando a sua mão, e a todos os enfeitiçou? Ou, acaso, terão todos enlouquecido? Terão perdido a razão? Certamente, estar adormecido em tempos de guerra é algo atroz. Aqui! Desprende essa trompa; aproxime-te do ouvido do capitão, e soa o alarme, e verás que acorda imediatamente. Tira, ao soldado que cochila sobre as muralhas, a sua baioneta, e, dá-lhe uma aguda espetada, e verás que acorda imediatamente.” Mas certamente, certamente, ninguém pode ser paciente com gente que dorme quando o inimigo rodeia os muros e está arruinando os portões.
Pois bem, cristãos, esse é o vosso caso. A vossa vida é uma vida de guerra; o mundo, a carne, e o demônio são uma trindade infernal, e a pobre natureza humana é uma miserável construção de barro para nela nos entrincheirarmos. Estás adormecido? Adormecido, quando Satanás tem balas de fogo de luxúria para as lançar nas janelas dos teus olhos, quando tem flechas de tentação para as disparar sobre o teu coração, quando tem armadilhas preparadas para apanhar os teus pés? Adormecido, quando ele minou a tua própria existência, e quando está a ponto acender o fogo com que vos vai destruir, a menos que a Graça Soberana o previna? Dormir em tempos de guerra é totalmente inconsistente. Que o Grandioso Espírito de Deus impeça que durmamos.
Mas, agora, deixando o que diz o capítulo em si, vou dar uma ou duas razões que moverão o povo cristão, assim o espero, a despertar do seu sono. “Retirai os vossos mortos! Retirai os vossos mortos! Retirai os vossos mortos!” Logo vem o tangido de um sino. O que é isto? Aqui está uma porta marcada com uma grande cruz branca. Senhor, tem misericórdia de nós! Todas as casas ao longo dessa rua parecem ter sido marcadas com essa cruz branca da morte. O que é isto? Vede o pasto como cresce nas ruas; aqui estão Cornhill e Cheapside e estão desertas; ninguém caminha pelo seu solitário pavimento; não se escuta outro som que o dos cascos dos cavalos, como os cascos do pálido cavalo da morte sobre as pedras, ou o badalar desse sino, ressoando a dobrar de morte, para muitos, e o retumbar das rodas desse carro, e o grito terrível: “Retirai os vossos mortos! Retirai os vossos mortos! Retirai os vossos mortos!” Vedes aquela casa? Ali vive um médico. É um homem que possui uma grande habilidade, e Deus emprestou-lhe sabedoria. Até há pouco tempo, estando no seu estudo, agradou a Deus guiar a sua mente, e assim descobriu o segredo da peste. Ele mesmo foi golpeado pela praga, e esteve quase a morrer; mas, levou o bendito frasco aos lábios e deu um sorvo e curou-se. Acreditareis, no que estou contar-vos? Podeis imaginá-lo? Esse homem tem a receita que vai curar todo este povo; tem-na no seu bolso. Ele possui o medicamento, que se fosse distribuído nessas ruas, faria com que os doentes se regozijassem, e faria silenciar esse sino fúnebre. E ele está adormecido! Ele está adormecido! Ele está adormecido! Oh, vós, céus! Por que não cais e esmagais esse infeliz? Oh, Terra! Como podes suportar este demônio no teu regaço? Por que não o tragas rapidamente? Ele possui o medicamento; porém, é muito preguiçoso para ir e proclamar o remédio. Ele tem a cura, mas, é muito ocioso para sair e administrá-la aos doentes e aos moribundos! Não, meus amigos, um desumano miserável deste tipo não deveria existir! Mas posso vê-lo hoje aqui. Ali está! Tu sabes que o mundo está doente com a praga do pecado, e tu mesmo foste curado com esse remédio, que te foi subministrado. Todavia, estás adormecido, inativo, ocioso. Não sais para:

“Dizer aos demais, em toda a parte,
Que o maravilhoso Salvador tu encontraste.”

Ali está o precioso Evangelho: tu não sais para levá-lo aos lábios dum pecador.

Ali está o sangue extremamente precioso de Cristo: tu jamais vais dizer aos moribundos o que devem fazer para ser salvos. O mundo está perecendo por algo que é pior que uma praga: e tu estás ocioso! E tu és um ministro do evangelho; e assumiste esse santo ofício sobre os teus ombros; e contentas-te pregando duas vezes no domingo, e uma vez durante a semana, e não sentes qualquer remorso. Não desejas nunca atrair multidões para que escutem a tua pregação; preferes ter os teus bancos vazios, e apegar-te ao que é conveniente, em vez de, ao menos uma vez e com o risco de pareceres extremamente zeloso, atraíres as multidões e pregar-lhes a Palavra. Tu és um escritor: tens grande poder para escrever; tu dedicas os teus talentos unicamente à literatura ligeira ou à produção de outras coisas que te podem distrair, mas que não podem beneficiar à alma. Conheces a verdade mas não a divulgas. Aquela mãe é uma mulher convertida: tens filhos mas esqueces-te de instruí-los em relação ao caminho que conduz ao Céu. Tu, acolá, és um homem jovem, que não tens nada que fazer no dia de domingo, e ali está a Escola Dominical esperando; não te congregas para instruir esses meninos no remédio soberano que Deus há provido para a cura das almas doentes.
O sino da morte está repicando agora mesmo; o Inferno está clamando, uivando de fome pelas almas dos homens. “Tirai o pecador! Tirai o pecador! Tirai o pecador! Que morra e seja condenado!” E ali estás tu que professas ser cristão, mas que não fazes nada que te posse converter num instrumento de salvação de almas; nunca estendes a tua mão para ser o meio utilizado pela mão do Senhor para arrancar os pecadores da fogueira, como tições! Oh! Que a bênção de Deus esteja convosco, para apartar-vos desse mau caminho, para que não durmais como os demais, mas que vigiais e sejais sóbrios. O perigo iminente do mundo demanda que estejamos ativos, e que não durmamos. Escutai como range o mastro! Vede a velas ali, rasgadas e transformadas em tiras. Os escolhos estão em frente! O navio vai direito para as rochas. Onde está o capitão? Onde está o contramestre? Onde estão os marinheiros? Vós, aí! Onde estais? Aproxima-se uma tormenta. Onde estão vocês? Estão em baixo, nos camarotes. Ali está o timoneiro, que não pode dormir mais profundamente; e ali estão todos os marinheiros nas suas redes. Como! E os escolhos em frente? Como! As vidas de duzentos passageiros estão em perigo, e aqui estão dormindo estes insensatos? Acordai-os a pontapés. Qual é o objeto de permitir que homens como estes sejam marinheiros, especialmente num momento como este? Saiam todos! Se estivessem dormido com bom tempo, poderíamos havê-los perdoado. Levante-se, capitão! O que esteve fazendo? Está louco? Mas, escute!, o navio encalhou; afundar-se-á num momento. Agora, vai pôr-se a trabalhar, não é verdade? Agora, vai pôr-se a trabalhar, quando já não serve de nada, quando os alaridos das mulheres que se afogam lhe comprarão um bilhete para o Inferno, pela sua negligência extremamente maldita, ao tê-los descuidado tão plenamente. Pois bem, assim somos muitos de nós, inclusive nestes tempos.

Este orgulhoso navio da nação balança-se numa tormenta de pecado; o próprio mastro desta grande nação chia sob o furacão do vício que varre todo o pobre navio; cada madeiro está tenso ao máximo, e Deus ajude ao bom navio, ou ai!, ninguém poderá salvá-lo. E, quem são o seu capitão e os seus marinheiros, senão os ministros de Deus, e os que professam a religião? Estes são aqueles a quem Deus dá a Sua graça para que conduzam o navio. “Vós sois o sal da terra;” vós preservais e conservais a vida, Oh filhos de Deus. Estais dormindo, na tormenta? Estais dormitando, agora? Se não houvesse guaridas de vício, se não houvesse prostitutas, se não houvesse casas de impiedade, se não houvesse assassinatos nem crimes, oh!, vós que sois o sal da terra, vós poderíeis dormir; porém, hoje, o pecado de Londres clama aos ouvidos de Deus. Esta cidade monstruosa está coberta de crimes, e Deus está aborrecido com ela. E nós estamos adormecidos e não fazemos nada? Então, que Deus nos perdoe! Mas, certamente, de todos os pecados Ele nos perdoa, este é o maior, o pecado da sonolência quando o mundo se está condenando; é um pecado ficar ocioso quando Satanás está ocupado, devorando as almas dos homens. “Irmãos, não durmamos” em tempos como estes; pois, se o fazemos, uma maldição cairá sobre nós, horrível de suportar.

Lá está um pobre prisioneiro numa cela. O seu cabelo está todo enredado sobre os seus olhos. Há algumas semanas, o juiz pôs o negro barrete e ordenou que fosse levado ao lugar de onde veio, para ser pendurado pelo pescoço, até morrer. O pobre infeliz tem o seu coração dilacerado internamente, enquanto pensa nos grilhões, na forca, na queda ao abrir-se o alçapão, e no além da morte. Oh!, quem pode dizer quão despedaçado e atormentado está o seu coração, enquanto pensa que vai deixar tudo, e que não sabe para onde vai?

Por ali mesmo está outro homem, profundamente adormecido sobre uma cama. Ele esteve dormindo durante dois dias, e sob o seu travesseiro tem o indulto do prisioneiro mencionado. Eu gostaria que açoitásseis a esse canalha, que o açoitásseis com violência, por ser a causa de que aquele pobre homem sofresse durante dois dias desnecessariamente a sua miséria. Pois bem, se eu tivesse tido nas minhas mãos o perdão desse homem, teria voado dali, ainda que tivesse tido que montar nas asas do raio para chegar até ele, ou teria considerado que o comboio mais rápido era muito lento se tivesse que levar uma mensagem tão doce a um pobre coração decaído. Porém, esse homem, esse insensato, está profundamente adormecido, com um indulto debaixo do seu travesseiro, enquanto que o coração do outro homem miserável se desfaz em desmaios! Ah! Todavia não sede muito duros com ele: ele está aqui presente agora. Junto a ti esta manhã está sentado um pobre pecador penitente; Deus perdoou-o e quer que tu lhe dês a boa notícia. sentou-se ao teu lado no domingo passado, e esteve chorando durante toda a pregação do sermão, pois sentia a sua culpabilidade. Se lhe tivesses falado nesse momento, quem sabe o que se teria passado. Teria tido consolo; mas ali está agora, e não lhe dás a nova notícia. Queres que eu o faça? Ah!, senhores, vós não podeis servir a Deus outorgando poderes; o que o ministro faz não é nada para vocês; vós tendes a vossa própria responsabilidade para cumprir, e Deus tem-vos dado uma preciosa promessa. Está agora nos vossos corações. Acaso, não te dirigirás ao teu vizinho para lhe dizeres a promessa? Oh!, há em muitos um coração indolente que se compadece pela nossa ociosidade em dizer as boas novas desta salvação. “Sim,” diz um dos membros da igreja, que vem sempre a este lugar, em cada domingo, procura os jovens e as jovens que viu chorar no domingo anterior, e que traz muitos à igreja, “sim, poderia contar-te uma história.” Olha um jovem no rosto, e diz-lhe, “não te vi muitas vezes aqui?” “Sim.” “Penso que tens muito interesse no serviço, não é verdade? “Sim, é certo: por que me pergunta isso?” “Porque vi o teu rosto no domingo passado, e vi que algo estava trabalhando em ti.” “Oh!, responde, ainda ninguém me tinha falado desde que assisto aqui, até agora. Queria falar consigo. Quando estava em casa com a minha mãe, pensava que tinha alguma idéia da religião; mas fui para longe, e tornei-me aprendiz no meio de um bando de jovens iníquos, e tenho feito tudo o que não devia fazer. E, agora, senhor, começo a chorar, começo a arrepender-me. Desejo de todo coração saber como poderei ser salvo! Escuto a pregação da Palavra, mas, necessito algo me seja pregado pessoalmente a mim, por alguém.” E ele volta-se para ele, toma-o pela mão e diz-lhe: “Meu amado jovem irmão, dá-me tanto gosto falar contigo; isto faz com que o meu pobre e velho coração se regozije ao pensar que o Senhor ainda está fazendo algo aqui. Agora, não estejas deprimido; pois sabes que, «esta Palavra fiel é digna de ser recebida por todos: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar aos pecadores.»” O jovem leva o lenço aos olhos, e depois de um minuto, diz, “queria que me permitisse visitá-lo e reunir-me consigo,” “claro que podes!,” responde. Fala com ele, guia-o pelo caminho, e finalmente, pela graça de Deus, o feliz jovem vem à frente e declara o que Deus tem feito pela sua alma, e comenta que deve a sua salvação tanto à humilde instrumentalidade do homem que o ajudou, como à pregação do ministro.

Amados irmãos, o noivo vem! Despertai! Despertai! A Terra em breve vai ser dissolvida, e os céus se derreterão! Despertai! Despertai! Oh Espírito Santo, desperta-nos a todos e nos mantém acordados.

III. E agora já não me resta tempo para o último ponto, e portanto já não os deterei mais. Basta que diga como advertência que há AQUI UM MAL PARA LAMENTAR. Há algumas pessoas que estão adormecidas e o Apóstolo lamenta-o.
Companheiro pecador, hoje és um inconvertido; então, deixa-me dizer-te seis ou sete frases antes que me vá embora. Homem inconvertido! Mulher inconvertida! Vós dormis hoje, como esses que dormem na ponta do mastro, no tempo de tormenta; vós dormis, como o que dorme, quando as águas transbordam e inundam, enquanto a vossa casa fica sem alicerces, e está sendo arrastada para longe pela corrente, até ao mar; vós dormis, como o que se encontra no andar superior da habitação, quando a sua casa está ardendo e as suas próprias chaves se estão derretendo no fogo, e nada sabe da devastação que o rodeia; vós dormis; dormis como o que jaz à beira dum precipício, com a morte e a destruição debaixo dele. Apenas um único sobressalto no seu sono o arrojaria no precipício, mas ele não o sabe.
Tu dormes hoje; e o lugar onde dormes tem um suporte tão frágil que se ele ceder uma vez apenas, cairás no Inferno: e se não te despertas antes disso, que despertar será o teu! “E no Hades elevou os seus olhos, estando em torturas;” e clamou por uma gota de água, mas foi-lhe negada. “O que crer no Senhor Jesus Cristo e for batizado, será salvo; mas o que não acreditar, será condenado.” Este é o Evangelho. Crê no Senhor Jesus, e então “alegrar-vos-eis com gozo inefável e glorioso.”

Sermão n.º 163

Despertai! Despertai! - “Awake! Awake!”, pregado na manhã de domingo, 15 de novembro de 1857, por Charles Haddon Spurgeon, no Music Hall, Royal Surrey Gardens, Londres.

Traduzido por Carlos António da Rocha em S. Miguel do Pinheiro em Abril/08 e 28 e 29/XII/08. Revisto em 14 e 15 de março de 2010.

http://www.no-caminhodejesus.blogspot.com/

Fontes:
http://spurgeon.com.mx/chequera.html
http://www.spurgeon.org/sermons/0163.ht

C. H. SPURGEON: Despertai! Despertai! (Sermão) - C. H. Spurgeon

26/03/2010

A luta de um ex-muçulmano

 

 

“Filho do Hamas” que nasceu de novo hoje luta contra “o deus do islamismo”

“Não estou aqui lutando contra muçulmanos. Estou lutando contra o deus deles”

  Art Moore

© 2010 WorldNetDaily

De sua proeminente família muçulmana na Margem Ocidental até a agência de segurança de Israel onde ele trabalhou durante uma década — e até para alguns que se dizem cristãos — pessoas que conhecem Mosab Hassan Yousef estão achando difícil explicar sua radical transformação.

Como filho e herdeiro legítimo de um dos fundadores do grupo terrorista palestino Hamas, Yousef partiu o coração de sua família religiosa e extremamente unida e colocou a vida deles e a própria vida dele em perigo ao anunciar dois anos atrás que ele havia se tornado seguidor de Jesus Cristo. Hoje, as ameaças só se intensificaram desde que ele mudou sua missão: antes, ele salvava vidas lutando contra o terrorismo; agora, ele salva almas muçulmanas por meio de seus esforços para desmascarar o islamismo como “a maior mentira da história humana”.

Num debate via telefone na quinta-feira com WND e várias publicações cristãs, Yousef explicou que, junto com o Hamas, os meios de comunicação seculares e membros de algumas denominações cristãs estão tentando desacreditar a história que ele diz no recente livro “Son of Hamas” (Filho do Hamas), que está em décimo lugar na lista de livros mais vendidos do jornal New York Times nesta semana.

É uma história que muitos acham difícil de acreditar, ele reconheceu.

Mas o “segredo é bem simples”, disse Yousef, de 32 anos. “Quando o amor de nosso Senhor está no coração de um homem, esse homem age de forma totalmente diferente”.

“Eles não querem admitir isso”, ele disse dos que o menosprezam. “Se eles admitirem que o que mudou minha vida foi Jesus Cristo, isso abrirá muitas indagações, e eles não querem chegar a esse ponto”.

Ele está agora vivendo no Sul da Califórnia depois de trabalhar junto com seu pai, o xeique Hassan Yousef, na cidade de al-Ghaniya, na Margem Ocidental, perto de Ramalá. Nesse tempo, ele abraçou de forma secreta a fé cristã e serviu como um dos principais espiões do Shin Bet, agência de segurança interna de Israel.

O Hamas rejeitou as afirmações dele como propaganda sionista, mas um de seus treinadores do Shin Bet confirmou o que ele disse para o jornal israelense Haaretz. Yousef foi recrutado pelo Shin Bet em 1996 com a idade de 18 enquanto estava num prédio de detenção do Complexo Russo de Jerusalém. Ele havia sido preso depois de comprar uma arma. Sua primeira prisão ocorreu quando ele tinha 10 anos, durante a Primeira Intifada, ou “levante”, por lançar foguetes contra colonos israelenses.

No começo deste mês, seu pai divulgou uma declaração a partir da prisão israelense de que ele e sua família “renegaram completamente o homem que era nosso filho mais velho e que se chama Mosab”.

Logo depois de declarar publicamente sua fé cristã em agosto de 2008, a Frente de Mídia Islâmica Global — ligada a al-Qaida — divulgou uma declaração classificando-o como um infiel que está indo para o Inferno e citando o profeta Maomé do islamismo: “Matem quem mudar de religião”.

No mês passado, seu principal treinador no Shin Bet, “Capitão Loai”, falou para o Haaretz de sua grande admiração por Yousef, que atrapalhou dezenas de ataques terroristas de homens-bombas e tentativas de assassinatos orquestrados pelo Hamas, salvando centenas de vidas.

“Muitas pessoas devem a vida a ele e nem mesmo sabem”, disse Loai. “Pessoas que fizeram muito menos foram condecoradas com o Prêmio de Segurança de Israel”.

Yousef diz que ele foi um dos que revelaram que o grupo terrorista Brigada de Mártires Al-Aqsa era composto de membros da guarda presidencial Força 17, de Yasser Arafat.

Ele ajudou a recrutar homens como Ibrahim Hamid, comandante do Hamas, e Marwan Barghouti, considerado um dos líderes da Primeira e Segunda Intifada. Contudo, Yousef convenceu o Shin Bet a poupar a vida de seu pai, que Laoi disse que se não tivesse sido pelo pedido de Yousef, seu pai teria sido “morto mais de 10 vezes”. O xeique está numa prisão israelense desde que foi preso em setembro de 2005.

Yousef disse para o jornal Telegraph de Londres em agosto de 2008 que sua família estava “definitivamente sofrendo por causa do que eu fiz”.

“Eles não são uma família comum, eles são uma família muito famosa, e muçulmanos no mundo inteiro louvam minha família, louvam meu pai. Por isso, quando dei um passo como esse, era impossível para eles pensarem nisso, era loucura”.

Porta de Damasco

A jornada de Yousef para a fé cristã literalmente passou pela Porta de Damasco em Jerusalém, uma reconstrução da Idade Média da porta do primeiro século mediante a qual o Apóstolo Paulo viajou quando estava a caminho de suprimir de forma violenta a nova seita que ele considerava herética.

Nesse lugar histórico em 1999, Yousef e dois amigos se encontraram com um cristão britânico que estava visitando Jerusalém com um pequeno grupo evangelístico. O homem, um motorista de táxis na Inglaterra, que ficou em Jerusalém durante poucos dias, o convidou para um estudo da Bíblia na Associação de Jovens Cristãos perto do Hotel Rei Davi na Jerusalém ocidental.

“Peguei a Bíblia e comecei a estudá-la”, Yousef disse para os jornalistas na quinta-feira. “Levei seis anos para estudar o Cristianismo, estudar o islamismo tudo de novo e estudar ainda mais as outras religiões”.

Em seu livro, ele narra um momento decisivo em sua “odisséia espiritual” quando seu melhor amigo o dirigiu a um programa na Al-Hayat, uma estação de TV cristã via satélite em árabe.

Ele assistiu enquanto um idoso padre copta chamado Zakaria Botros “sistematicamente” realizava uma “autopsia no Corão, abrindo-o e expondo todo osso, músculo, nervo e órgão, e então pondo-os sob o microscópio da verdade e mostrando que o livro inteiro é canceroso”.

Yousef disse que ele não consegue indicar o dia ou a hora em que ele se tornou cristão, porque foi um “processo de seis anos”.

“Mas eu sabia que eu era cristão, e sabia que eu precisava ser batizado”.

Os treinadores de Yousef no Shin Bet lhe disseram que eles não viam problemas em sua fé cristã enquanto ele não a revelasse a ninguém mais e não fosse batizado. Yousef cria que eles estavam mais com medo de perdê-lo como espião do que de algum problema que uma declaração de conversão pudesse lhe trazer.

Mas em 2005, não muito depois que ele assistiu ao padre copta cortar e expor “todos os pedaços mortos de Alá que ainda estavam ligados ao islamismo e me cegavam para a verdade de que Jesus é o Filho de Deus”, ele literalmente arriscou-se, entrando nas águas do mar Mediterrâneo numa praia de Tel Aviv numa incomum cerimônia de batismo “secreta” realizada por um cristão de San Diego, EUA, que estava de visita.

Agora, Yousef reside na região de San Diego, onde ele freqüenta a Igreja da Estrada de Barrabás. Ele perdeu contato com o motorista de táxis da Inglaterra.

“Encontrei-me com ele apenas duas vezes. Não sei onde ele está, mas oro por ele sempre”, disse ele na quinta-feira.

A maior mentira da história

Com 10 anos de luta contra o terrorismo em sua experiência passada, Yousef se vê agora como numa missão nova, mas não menos provocativa — libertar muçulmanos do “deus do islamismo”.

Ele frisa que os muçulmanos não são seus inimigos.

“Meu coração se quebranta por eles”, ele disse para os jornalistas na quinta. “É isso o que quero que eles compreendam. Não estou aqui lutando contra muçulmanos. Estou lutando contra o deus deles, e creio que o maior inimigo que os muçulmanos estão enfrentando é seu deus e seu profeta”.

Maomé, disse Yousef, começou 1.400 anos atrás com uma mentira que ele “embrulhou com revestimentos de fatos, verdade, obras de caridade e boas coisas”.

“Por isso, ele é uma mentira perfeita”, ele disse. “Creio que o islamismo é a maior mentira da história humana. É desse jeito que creio. Os muçulmanos são vítimas dessa mentira”.

Agora, disse ele, é a “hora de eles despertarem dessa mentira, para serem corajosos o suficiente para enfrentá-la”.

Ele reconheceu que suas palavras ofendem a muitos de forma extrema.

“Mas alguém precisa dizer a verdade e lhes dizer isso com muito amor”, disse ele.

Yousef disse que quando ele pesquisou em busca da raiz dos problemas na face de seus compatriotas palestinos, ele chegou à conclusão de que é “o deus do islamismo”.

Mas ele argumenta que o obstáculo principal para persuadir os muçulmanos a abandonar o islamismo é não convencê-los de que “Maomé é um mentiroso”.

“O problema que eles enfrentam é que eles não têm a coragem de enfrentar as conseqüências se reconhecerem isso”, disse ele.

Algo muito melhor do que esta vida

Yousef disse na quinta que ele não espera que sumam as ameaças à sua vida que começaram no dia em que ele declarou sua fé em Jesus Cristo. Embora diga que ele “não parece alguém que quer morrer”, ele “não vai se esconder”.

“Como crente em Cristo, creio em suas promessas, e creio que ele está preparando algo muito melhor do que esta vida”, disse ele.

“Se o preço para espalhar a mensagem for meu sangue ou minha vida, assim seja. Não desejo morrer, mas provavelmente esse é melhor jeito de divulgar a mensagem”, disse Yousef. “Continuarei fazendo o que tenho de fazer, o que é certo fazer, e se o resultado for me matarem por essa causa… todos vão morrer algum dia”.

Respondendo à pergunta de quinta acerca das políticas do governo Bush e Obama de declarar o islamismo “uma religião de paz” e insistir em que os EUA não estão numa guerra contra o islamismo, Yousef deu sua opinião: “Com todo respeito ao senhor presidente, há um engano imenso”.

“Eu os incentivo a ler o Corão, capitulo 9, versos 5 e 29, que instituem a pena de morte a todos os que não crêem no islamismo”, disse ele.

“Isso não é novo”, acrescentou ele. “Essa não é a idéia de um muçulmano radical. Essa é a ideologia do próprio deus do islamismo. Por isso, não podemos mudar o que está no Corão, e nenhum muçulmano tem a autoridade de mudar isso”.

Ele compreende que diplomatas e governos têm limitações, mas crê que a ameaça permanecerá, a menos que se lide com a razão dos islâmicos que fazem guerra santa.

Yousef disse que seu chamado é desafiar o problema em seu ponto central.

“O que os governos estão fazendo? Eles estão lidando com alguns terroristas, radicais aqui e ali, mas estão ignorando, com certeza, a realidade do islamismo”, disse ele.

Depois de uma década de “luta contra o terrorismo”, ele disse que ficou claro que “estamos lutando contra um fantasma”.

“No fim do dia, a razão deles ainda está ali”, disse ele. “O melhor jeito de detê-los é lutar contra a ideologia deles. Se não lutarmos contra a razão deles, se não lutarmos contra a ideologia deles, se não desafiarmos a ideologia deles, continuarão aparecendo homens-bombas e extremistas”.

Ele disse que a tarefa não pode ser o dever do governo.

“Pedimos que o governo nos dê espaço para trabalhar”, ele disse. “Se não quisermos passar por esta guerra, esse é o dever de todo homem livre deste mundo. Não só do Cristianismo, mas de todo homem livre”.

Em sua entrevista ao Haaretz no mês passado, ele disse que muitos crêem que os terroristas são motivados pela “ocupação” israelense. Mas “tudo isso é apenas o pano de fundo”, insistiu ele.

“Não é a raiz do problema. A ocupação é como a chuva que cai em solo em que a semente foi plantada, mas não é a própria semente”, disse ele.

“A raiz do conflito entre israelenses e palestinos não está na segurança ou nas políticas: é uma guerra entre dois deuses, duas religiões”, argumentou Yousef.

O Corão, explicou ele, ensina que a terra da Palestina é uma doação sagrada [para os muçulmanos], um “Waqf”, que não deve ser entregue a ninguém mais.

O problema de Israel, disse ele, não está “no Hamas ou em qualquer outra organização, nem na interpretação que o Hamas tem em sua leitura do Corão. O problema está no deus do Corão”.

Até mesmo os “muçulmanos moderados” que lêem o Corão, argumentou Yousef, “têm de ler que os judeus são filhos de macacos e que os infiéis têm de ser mortos”.

Os palestinos têm de parar de culpar Israel, ou o Ocidente, por todos os seus problemas”, disse ele. “Se querem verdadeira liberdade, eles têm de se libertar de seu deus”.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com

fonte: A luta de um ex-muçulmano | Alabastro

Céus de Bronze - D. M. Lloyd-Jones

 

Se temos uma concepção mágica da vida cristã, po­demos estar certos de que nos veremos em problemas, porque, quando surgirem as dificuldades, seremos tentados a perguntar: «Por que foi permitido isso?» E nunca devemos fazer tal pergunta. . . Nosso Senhor vai dormir e deixa que venha a borrasca. A situação pode tornar-se, de fato, total­mente desesperada, e pode parecer que estejamos em perigo de vida. . . contudo — um poeta cristão o disse por nós:

Quando tudo parece contra nós e ao desespero quer-nos arrastar. . .

Mas não o leva ao desespero porque, conforme continua dizendo:

Sabemos de uma porta sempre aberta e de ouvidos que escutam nossa prece.

Mas as coisas podem ser desesperadoras: «Tudo parece contra nós e ao desespero quer-nos arrastar». Preparemo-nos, então, para isso. Sim, mas precisamos ir além. Enquanto tudo isso nos sucede, nosso Senhor não parece importar-se conosco nem um pouco. Aí é quando entra a verdadeira prova da fé. Os ventos e as vagas foram fortes e o navio começou a fazer água. Foi terrível, mas para eles o mais terrível foi a impressão de indiferença de Jesus. Dormindo ainda e dando toda a im­pressão de negligência. . . Imagine os sentimentos desses homens. Tinham-nO seguido e dado ouvidos aos Seus ensina­mentos. . . tinham visto os milagres que operara e esperavam que ocorressem coisas admiráveis; e agora parecia que tudo ia terminar em naufrágio e afogamento. . . Decerto somos mui noviços na vida cristã se nunca tivemos impressão similar.., O fato que Deus permite essas coisas e parece completamente desinteressado por isso tudo, constitui o que descrevo como a prova da fé. Essas são as condições em que nossa fé é provada e testada, e Deus o permite na Sua vontade permissiva.

SpiritualDepression, p. 140,1.

fonte: artyn Lloyd-Jones: Céus de Bronze - D. M. Lloyd-Jones

25/03/2010

LODEBAR: O TRIUNFO DA GRAÇA

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por Mário Machado

Eu não deveria estar aqui!

Olhe pra mim! Mal consigo andar com as próprias pernas!

Faz tanto tempo que caí!

De lá  pra cá, vivo escondido em Lodebar, nas montanhas, nas cavernas...

Conheço todos os lugares onde um homem pode se esconder!

Quando soube que o rei me procurava, o desespero tomou conta de mim!

Pensava saber qual seria exatamente a minha sorte!

Estava seguro de que havia chegado o meu fim.

Pensei talvez ser melhor encarar logo a morte!

Viver em Lodebar nunca foi mesmo mais do que isto;

Morrer aos poucos, da pior maneira, sem esperança...

Órfão de uma glória que eu nunca houvera visto.

Sou hoje um cão morto; embora já tivesse sido um príncipe quando criança.

Então, quando a guarda real chegou e bateu em minha porta,com todo o seu resplendor,

Encontrou um homem rendido, resignado do seu destino.

Fui com eles encarar um rei por mim, desconhecido, embora ouvisse dele dês de menino.

Quando cheguei no palácio de cabeça baixa, olhar vazio, eu já  estava morto; um cão morto.

Um homem simples caminhou em minha direção, me olhou nos olhos e disse que eu me parecia com meu pai!

Me beijou na face e com algumas ordens, em questão de segundos, mudou toda a minha vida! Décadas de medo, miséria, rancor e tristeza, ficaram para traz!

Tudo isso enquanto meu coração assustado com tanta glória gritava ai de mim! Ai! A i!

Passado o susto, me vi assentado aqui, na mesa do rei Davi! Onde depois de tanto fugir,

Encontrei enfim guarida.

Eu não deveria estar aqui!

Junto aos valentes! Aos nobres!

Minha história é de covardia, sou um cão morto, sou pobre!

Mas estou vestido como eles! E minhas pernas imprestáveis, estão debaixo da mesa da graça que me cobre!

Da ponta, Ele olha pra mim Com benevolência e simpatia.

Parece se divertir com a ironia, enquanto no seu intimo rumina: Quem diria! Você aqui Marião! Quem diria!

Para ruminar vida afora:

"Ele nos transportou do reino das trevas, para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados..." Colossenses 1:13

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