15/10/2009

O que explica Rio-2016? A vocação inata do Brasil para a felicidade

 El País

Juan Arias

O fato de o Rio de Janeiro ter ganhado a disputa para hospedar os Jogos Olímpicos de 2016, deixando para trás cidades de grande prestígio como Madri, Chicago e Tóquio, já foi analisado de todas as formas. Tudo foi dito. Que a América do Sul já merecia uma Olimpíada. E é verdade. Que o Brasil é hoje a potência econômica emergente da região. Também é verdade, assim como que boa parte da vitória se deveu à enorme popularidade mundial do carismático ex-metalúrgico e hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E com ele a atuação do deus do futebol, Pelé, e do mago carioca Paulo Coelho, que soube ganhar a simpatia das mulheres dos delegados do Comitê Olímpico Internacional (COI), as quais convidou para jantar em um restaurante em Copenhague, em um clima de felicidade brasileira. Ou terão sido só as imagens das belezas únicas da mágica cidade carioca? Também, mas não só.
Existe outro elemento pouco destacado, que é a vocação inata do Brasil e dos brasileiros para a felicidade, que acaba se irradiando internacionalmente, contagiando o mundo.

  • Vanderlei Almeida/AFP

Se houvesse sido feita uma pesquisa nacional, teria aparecido que nesse dia 100% dos brasileiros se sentiram felizes quando o presidente do COI abriu o envelope e apareceu Rio de Janeiro como vencedora da competição para realizar os Jogos Olímpicos de 2016. Os brasileiros, que gozam de uma formidável coesão nacional, estão sempre abertos para acolher qualquer motivo para ser felizes. E abrigar os jogos lhes causou orgulho e felicidade. E não escondem isso - outra característica do brasileiro.
Em minha primeira entrevista com a atriz de cinema e teatro Fernanda Montenegro, quando cheguei ao Brasil, há dez anos, ela me disse algo que nunca esqueci e que mais tarde pude tocar com a mão: "A diferença entre um europeu e um brasileiro é que o brasileiro não se envergonha de dizer que é feliz, e o europeu, sim".
Qualquer um que passa pelo Brasil, por turismo ou trabalho, sente-se rapidamente capturado pela cordialidade, a exuberância afetiva, o acolhimento alegre de sua gente, do norte ao sul do país. "É que com os brasileiros não se pode brigar, porque sorriem até quando você fica nervoso", me disse um correspondente argentino. É verdade. A vocação do brasileiro é mais para a paz, a amizade, o entendimento mútuo, o desejo de agradar, do que para a guerra ou a disputa. E então, o que acontece com a violência que mata no Brasil mais que em outros países? Não é uma violência brasileira, mas produzida pelo câncer do tráfico de drogas.
A melhor arma do brasileiro continua sendo o sorriso. O catedrático de estética da Universidade do Rio Isaías Latuf foi indagado em plena na rua em Buenos Aires se era brasileiro. "Como percebeu?", ele perguntou. E a resposta foi: "Por seu sorriso".
Segundo uma pesquisa realizada em 2008 em 120 países pelo Instituto Gallup e apresentado pela Fundação Getúlio Vargas, a felicidade do brasileiro é superior a seu PIB. O jovem brasileiro aparece com uma avaliação da felicidade superior à média mundial. O estudo revela que os jovens brasileiros entre 15 e 29 anos apresentam maior esperança de ser felizes nos próximos cinco anos do que os jovens do resto do mundo. E essa esperança de felicidade alcança 9,29%.
Os psicólogos tentaram analisar esses dados. Como é possível que os jovens de um país que aparece somente no 52º lugar no índice mundial de renda se sintam os mais felizes do planeta? O psicólogo Dionisio Benaszewski atribui isso ao fato de que, segundo a mesma pesquisa, os jovens brasileiros valorizam mais a felicidade do que o trabalho ou o dinheiro. Se há algo que de fato eu constatei no Brasil é que a maioria dos cidadãos, até os mais pobres, não vivem para trabalhar; trabalham para viver e para viver felizes. É quase impossível conseguir que alguém queira trabalhar em um domingo, mesmo ganhando o dobro. Costumam dizer: "Ah, não, domingo não dá".
Segundo Benaszewski, existe outro elemento gerador de felicidade no Brasil, que é causado pelas boas relações existentes entre membros da família e entre vizinhos. Aqui a rede de solidariedade, sobretudo entre os mais pobres, é formidável. Um exemplo disso são as favelas do Rio, que entre elas se chamam de "comunidades". E o são. O elemento afeto nas relações e o afã por ajudar-se mutuamente nas adversidades, ou de desfrutar os momentos felizes, são proverbiais.
Costuma-se dizer que os brasileiros sabem tirar felicidade até das pedras. Eles a buscam na alegria e na tristeza. No dia em que o Rio ganhou como sede dos Jogos Olímpicos, um casal de jovens brasileiros entrevistado em Madri por um repórter do programa de Iñaki Gabilondo disse algo mais ou menos assim: "Não fiquem tristes. Venham para o Rio, que é uma cidade maravilhosa, que se sentirão felizes". Pensei que, se tivesse sido o contrário, se Madri tivesse ganhado e o Rio, perdido, a jovem também teria se consolado de alguma forma, dizendo que estava feliz na maravilhosa cidade de Madri.
Assim são os brasileiros. São mergulhadores no mar da felicidade e, como não escondem isso, acabam contagiando os outros. Sem dúvida esse contágio também teve a ver na hora da votação em Copenhague.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

Fonte O que explica Rio-2016? A vocação inata do Brasil para a felicidade - 14/10/2009 - El País

Via Pavablog

Cuidado com o leite Diabolat


Há algum tempo, o Brasil foi atingido pela crise do leite. Marcas famosas, como a Par... Ops! Bem, não vem ao caso citar as empresas que foram acusadas de pôr no mercado leite falsificado, que continham soda cáustica, água sanitária, etc. Pobres das nossas crianças e dos cidadãos da melhor idade, os que mais precisam consumir um leite puro!
Mas, você sabia que o Diabo tem empresas de leite falsificado? É claro que ele também produz e distribui leite falso (que é diferente do falsificado), para atender às pessoas ligadas a seitas e religiões falsas. Mas, para os evangélicos, ele fornece um leite aparentemente saudável, porém cheio de contaminação, como rebeldia à ortodoxia bíblica, questionamentos à inerrância da Palavra de Deus e outros ingredientes destruidores da fé.
Em 1 Pedro 2.2 está escrito: “desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo”. Mas os teólogos “emergentes” — consumidores e distribuidores de leite adulterado — se dizem seguidores da Palavra de Deus, porém afirmam que a teologia cristã deve ser flexível, e a Bíblia relida, reexaminada, a fim de que o seu conteúdo se amolde e atenda aos anseios das pessoas de hoje...
Esses teólogos liberais — que, sem dúvidas, seguem ao grande teólogo Lúcifer, também conhecido como Diabo — veem na contextualização uma ótima oportunidade para incutir na consciência dos evangélicos os seus princípios destruidores. Oh, Senhor, proteja-nos desses “ministros da justiça”, discípulos do “Anjo de luz” (2 Co 11.13-15).
Não é somente nos púlpitos que as doutrinas falsificadas têm sido propagadas. Elas também têm vindo de onde nunca deveriam advir: de alguns institutos teológicos, dos quais deveria emanar somente a verdade. Os seminários estão para a igreja assim como os mangues estão para o mar. E, se o problema está no nascedouro, como serão esses “peixes”? Não nos esqueçamos do que diz a Palavra de Deus: “Se alguém ensina alguma outra doutrina e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras...” (1 Tm 6.3,4).
No texto acima chama-me a atenção a expressão “outra doutrina”, que denota outra doutrina mesmo, dessemelhante (gr. heteron), diferente da verdadeira. Quando Jesus falou do “outro Consolador”, em João 14.16, o termo diz respeito a “outro” (gr. allon) do mesmo nível, semelhante. O termo heteron também ocorre em Gálatas 1.6, onde o apóstolo Paulo, inspirado por Deus, se refere a “outro evangelho”.
O Ministério do Espírito adverte: “Leite falsificado faz mal à saúde espiritual e impede o crente de crescer, tornando-o um contextualizador”. Por isso, precisamos atentar para textos como Atos 20.30 e 2 Pedro 2.1. Igrejas, seminários, editoras, pastores, teólogos, escritores “evangélicos”, surgidos “entre nós mesmos”, introduzem sorrateiramente heresias de perdição na igreja evangélica.
Infelizmente, há um evangelho “emergente”, em nossos dias, o qual tem sido a “salvação” dos cristãos sem igreja, desiludidos, generalistas, insatisfeitos com as denominações e revoltados contra o que chamam de legalismo. Eles consomem tudo o que existe no mundo; a palavra de ordem é “tolerância”. Para eles não há restrições na utilização de métodos para evangelizar. Valem-se de apresentação de lutas de jiu-jitsu dentro dos templos, performances de street-dance, gospel-funk, shows idênticos aos do mundo, bem como desfilam em blocos e escolas de samba para supostamente anunciar o evangelho no meio da folia...
Na verdade, o que querem os “emergentes” é liberdade para pecar sem peso de consciência, haja vista terem experimentado apenas um superficial novo nascimento (se é que isso é possível). Se experimentaram uma verdadeira regeneração, foi por pouco tempo, pois o coração humano pode ser um terreno pedregoso, espinhoso, que não retém a Palavra da verdade por muito tempo (Mt 13.1-23).
Julgando-se superiores aos “legalistas”, esses “emergentes” — que são sim uma espécie de desviados (cf. 2 Pe 2.21) — vivem à margem do cristianismo organizado. Eles querem ter liberdade para fazer a sua própria teologia, livres de todo tipo de “legalismo” e “ortodoxia inflexível”. O problema é que eles estão imergindo, sofrendo naufrágio na fé, posto que embarcaram numa canoa furada. Que Deus nos ajude a nos mantermos no grande navio da salvação, seguindo ao verdadeiro evangelho (1 Co 15.1,2; Gl 1.8). E que esses, na verdade, “imergentes” venham à tona antes que seja tarde demais...
Não descarto a necessidade de uma contextualização saudável. Afinal, até Jesus se contextualizou! Ele se valeu de elementos do dia-a-dia para ilustrar suas pregações, falando diversas vezes por parábolas. O que é contextualizar de maneira sadia? É modificar levemente a forma de apresentação da mensagem cristã, sem alterar o seu conteúdo (1 Co 9.22; 1 Pe 1.23,24). Mas os “emergentes” abraçaram a secularização. Não nos esqueçamos de que o verdadeiro evangelho não é nada simpático ao mundo. Ele choca, contraria, gera perseguição (Mt 5.10-12); a palavra da cruz é loucura para os que perecem (1 Co 1.18).
Que consumamos apenas o puro leite racional, sem mistura, a fim de crescermos na graça e no conhecimento do Senhor Jesus, bem como sermos astros neste mundo tenebroso (Mt 5.13-16; Fp 2.15)!
Ciro Sanches Zibordi

Fonte: [ Blog do Ciro ]: Cuidado com o leite Diabolat