27/08/2009

A GRAÇA DA GARÇA - Missionário Raner



Não critique, ouça até o fim.

ILUSTRAÇÃO: Abandono

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Duas amigas voltaram a se encontrar depois de muitos anos de separação forçada. Uma delas continuava solteira, mas a outra havia se casado, era muito feliz ao lado do esposo e dos três filhos já crescidos. Depois de horas de reminiscências agradáveis, a amiga que chegou quis saber um pouco mais a respeito da vida pessoal da outra. Daí se justifica a pergunta aparentemente indiscreta:

- Mas, amiga, como aconteceu o seu casamento?

- De uma forma bastante curiosa e quase mágica! Tem até uma aparência de enredo de novela... - responde a amiga.

- Você me deixa curiosa... Dá pra contar os principais capítulos?

- É claro que sim. Eu aprecio falar daquelas experiências que me proporcionaram felicidade! Resumindo a coisa, foi mais ou menos assim: "Mudamos de bairro e dentro de algum tempo comecei a fazer novas e sólidas amizades. Entre elas estava a amizade de Otávio, o nosso mais próximo vizinho. Ele era militar e estava iniciando a carreira. Começamos a namorar. Meigo, equilibrado e seguro, ele conquistou a minha confiança e o meu amor. Foram dias felizes aqueles que vivemos, podendo desfrutar da presença um do outro; mas, surgiu a sua transferência para  o extremo norte do país. Isso nos fez sofrer muito, mas ele partiu prometendo solenemente escrever-me todos os dias. Por longo tempo Otávio cumpriu com fidelidade o prometido. Todas as manhãs eu me postava junto ao portão, à espera do carteiro. E com que emoção eram diariamente recebidas as suas cartas. Algumas longas, outras mais curtas, porém, todas cheias de juras de amor... esperanças no amanhã... saudades! Assim os dias passavam em desfile, formando semanas e depois meses; mas eu sempre esperava com o mesmo anseio pelas suas cartas. Embora, como é natural, eu já houvesse me habituado com a ausência permanente do Otávio, e até já houvesse percebido que as cartas estavam ficando menos ardorosas, ainda assim gostava de esperar por elas! Agora eu achava muito agradável ouvir o comentário do carteiro, que ao entregar cada carta sempre acrescentava alguma frase como, por exemplo:

--'Novas notícias... espero que sejam alvissareiras!' ou então: 'Chegou outra carta... desejo que a faça feliz!' E cada dia ele sempre juntava algumas palavras simpáticas, quando da entrega da carta." Acontece que, dentro de pouco tempo, elas foram diminuindo, diminuindo e se tornando cada vez mais frias e rotineiras. O rumo das coisas mudou... Todavia, amiga, como vê estou casada, sou feliz e mãe coruja de três lindos filhos!

- Bem, de qualquer maneira o final com o Otávio foi feliz, pois se casaram, tiveram filhos... Se estou entendendo, casou-se com ele, não foi?

- Não. A distância conseguiu esfriar totalmente nosso relacionamento. Eu me casei com o carteiro, sempre presente...

Missionário: um maluco, mártir, mendigo ou o quê?

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Antonia Leonora van der Meer (Tonica)*

      A igreja evangélica brasileira em poucas décadas transformou-se de campo missionário em `celeiro de missões´. Como a igreja está assumindo e tratando seus missionários?

MALUCO?

     Fui convidada para falar sobre missões numa igreja bem viva e dinâmica. A família que me hospedou não se cansava de ouvir minhas experiências missionárias. Até que, de repente, a filha que estava para terminar o curso de medicina começou a mostrar que estava seriamente considerando a possibilidade de servir na obra missionária.

     O ambiente mudou totalmente; Isso seria uma loucura! Muitos cristãos ainda consideram o missionário basicamente um maluco. Como é que uma pessoa de boa formação ou com responsabilidades dentro da família abandona tudo e todos para embrenhar-se em alguma selva entre povos tribais ou para confrontar situações de alto risco em países resistentes, onde há falta de segurança e de confortos básicos? - Missionários solteiros, tudo bem (desde que não seja meu irmão ou minha filha), mas um casal com filhos é o cúmulo do absurdo! É claro que Deus não pediria uma coisa dessas para seus filhos!, é o pensamento de muitos.

     Será que Deus não pediria? O que lhe custou o seu projeto missionário? A Bíblia afirma que se trata de uma loucura de Deus: uma loucura poderosa para salvar e transformar vidas humanas. Graças a Deus pelos que aceitam ser ´os malucos de Deus´ (1Co 1: 21-29) Mas isso significa uma atitude irresponsável da parte do missionário? Ou da Igreja? Infelizmente, muitas vezes tem sido! E aí já abandonamos a categoria da loucura segundo Deus para uma loucura humana, irresponsável. Isso acontece quando o missionário é enviado com um espírito ufanista, sem o preparo espiritual, bíblico, missiológico e pastoral adequado.

     Quando ele ou sua igreja se sentem auto-suficientes, não precisam de ajuda ou orientação, nem de missionários mais experientes, nem de líderes cristãos nacionais. Assim, o missionário é enviado para ser benção, mas nem sempre será. Mas existe outra irresponsabilidade ou loucura injustificável e pecaminosa que nossas igrejas têm praticado. Enviam o missionário com a benção da igreja, que se orgulha em divulgar que sustenta ´X´ missionários.

    Mas, de repente, surge um projeto de construção ou outra necessidade urgente que demanda toda a atenção. Ora, o missionário é pessoa de fé, Deus cuida dele e a igreja abandona seus missionários no campo. Será que o pastor também não é homem de fé? Por que, então, tal atitude inconseqüente? O missionário enfrenta dificuldades, às vezes problemas de saúde, falta de recursos básicos, falta de explicações e comunicação, dívidas. Como resultado, surge uma profunda crise.

    Às vezes trata-se de uma pessoa que se adaptou bem ao campo, progrediu no estudo da língua nacional, relacionou-se bem com os nacionais e acaba sendo derrotada por esse abandono! Gostamos de falar em guerra espiritual, mas abandonamos nossa tropa de elite, nossos comandos no campo de batalha, sem orientação, sem recursos, às vezes feridos, sem qualquer cuidado! Nenhum exército humano faria isso. Outra manifestação dessa inconsistência acontece no momento em que o missionário põe os pés de volta no Brasil: Voltou do campo? Deixou de ser missionário. Acabou o sustento!

     Um tremendo contraste com empresas e governos, que enviam funcionários para servir em outras culturas ou situações de risco, e sempre oferecem uma série de compensações. Mas, no caso dos nossos missionários, se o sustento não acaba por completo, geralmente diminui consideravelmente, afinal ´o missionário é uma pessoa simples, chamada para sofrer´... Não nego que muitos sejam chamados para sofrer. Mas esse sofrimento não deveria ser causado pela igreja que o envia e sustenta, mas pelas condições do contexto de vida do local onde trabalha.

     É triste saber que missionários brasileiros voltam prematuramente do campo muito mais por causa da falta de preparo, de sustento e de apoio pastoral adequados, e por problemas de relacionamento com os que os enviam, do que por problemas de ministérios ou de relacionamento com as pessoas a quem servem, mesmo em países considerados de alto risco.

MÁRTIR?

     Missionário?! Para mim é um ser muito mais santo, uma pessoa chamada para sofrer. É alguém que não se preocupa com as coisas do mundo, despojado. Um verdadeiro mártir! É assim que muitos vêem o missionário. Um ideal que pode ser admirado e colocado num pedestal, não um modelo para ser seguido. E é claro que uma pessoa que está no pedestal não precisa de minha ajuda e compreensão. Está ali para ser admirada (ou apedrejada).

     Muitos missionários voltam dos campos emocionalmente exaustos, confusos, quebrantados, precisando muito de um tempo de renovação, cuidado e repouso. Mas são recebidos ou como heróis, como um programa lotado de compromissos, ou sem nenhuma atenção.

     A igreja deveria ser a família onde fossem recebidos com amor, carinho, cuidado, interesse neles como pessoas e não só no trabalho que realizam. Há cristãos que, quando ouvem relatos de crises tremendas ou encontram o missionário doente, magro e exausto, aplaudem: Esse é um verdadeiro missionário! Mas, quando o mesmo missionário passa por uma fase mais tranqüila, facilmente surgem críticas e desconfianças: Ele fica viajando por aí com nosso dinheiro... Que trabalho realmente está fazendo? Parece até que está passando muito bem! O que significa mártir? Vem da palavra `ser testemunha´, `dar testemunho´. Mas aí o martírio não é privilégio só de missionários, e sim de todo cristão verdadeiro... O que vemos na igreja primitiva? Certamente houve alguns mártires que morreram pelo seu testemunho. Mas a maioria deles recebia vários tipos de apoio de igrejas e irmãos, e não buscava o sofrimento.

     Este vinha sem ser convidado, muitas vezes inspirado, e era enfrentado com fé e coragem pelos discípulos de Jesus, que até se sentiam honrados por sofrerem pelo seu nome. Será que estou defendendo a volta de uma busca do martírio? Não! Mas se não estamos dispostos a encarar seriamente essa possibilidade como conseqüência de nosso ministério em situações de crise, teremos de abandonar muitos dos campos missionários mais carentes. No século 19, muitos missionários iam ao continente africano sabendo que havia um alto risco para suas vidas.

     Oitenta por cento morriam de malária, doença que ainda tem matado alguns jovens missionários brasileiros na África. Isso é doloroso, mas não significa o fim de nossa responsabilidade. Mais difícil é a situação em muitos países, onde o fundamentalismo religioso vê o cristão como ameaça à sua cultura, família ou nação. Tem havido muitos martírios, a maioria de simples cristãos nacionais, dispostos a arriscar suas vidas no seu testemunho (martírio), muitas vezes sobrevivendo com salários ínfimos.

MENDIGO?

     Ainda outros vêem o missionário como mendigo: Na minha igreja, missionário não prega! Um visitante estrangeiro, a quem um pastor foi constrangido a ceder o púlpito, transmitiu a mensagem de Deus e, para surpresa do pastor preconceituoso, não pediu nada. Não estava ali para pedir. Podemos perguntar mais uma vez: por que o pastor é digno de salário decente, plano de saúde, auxílio para transporte, etc., e o missionário é obrigado a `pedir esmolas´ para o seus sustento? Pessoalmente, dou graças a Deus porque nunca precisei pedir pelo meu sustento.

     Os próprios líderes da Missão escreveram algumas cartas e igrejas e irmãos se manifestaram com boa disposição para ajudar no meu sustento, muitas vezes fontes inesperadas e fiéis. Nunca faltou nada. Mas o missionário que é convidado para se apresentar com carta de sua agência missionária com vistas a levantar sustento para o seu ministério não deveria se sentir e muito menos ser tratado como mendigo. Ele não é um peregrino solitário, mas um enviado, um embaixador, em primeiro lugar de Jesus Cristo, mas também da igreja.

     Missões é sempre um ministério participativo, nunca uma tarefa isolada de um excêntrico. Conheci uma missionária que, depois de vários anos de ministério frutífero no exterior, passou um tempo no Brasil para mais treinamento. Ela sofria com dor de dente, mas não tinha coragem de compartilhar essa necessidade com sua igreja, com medo de ouvir: “Lá vem nossa missionária pedir de novo!” A igreja deveria providenciar este e outros cuidados naturalmente, livrando seus missionários de tal constrangimento.

     Por outro lado, a igreja não deve ser ingênua, como muitas vezes tem se mostrado. Há missionários com boa lábia, que despertam as emoções e levam as pessoas a contribuir. Estes, nem sempre têm um bom testemunho no campo. Há outros que são fiéis e respeitados no seu ministério: são mais humildes na apresentação e, por isso, são esquecidos. De qualquer forma, parece ser algo extraordinário, não normal, contribuir com o sustento missionário. A igreja deve saber também que é muito melhor sustentar alguns, com um compromisso integral de intercessão e cuidado pastoral, que dar esmolas a muitos. Uma igreja com coração missionário recebe bem seu missionário que vem de férias e o ajuda a conseguir moradia, cuidados de saúde, apoio pastoral, um lugar para descansar. Muitas igrejas ainda não têm essa visão. Assim, muitos missionários voltam ainda mais arrebentados para o campo.

     Uma vez fui convidada insistentemente (quase forçada) para ir numa grande reunião de senhoras de muitas congregações diferentes. Estava com pouco tempo, mas cedi ao convite. Quando chegou o momento para o testemunho missionário, a dirigente falou: Tem uma pessoa aqui que veio nos pedir uma coisa. Vamos lhe dar dois minutos? Sentindo-me humilhada, consertei: Não vim pedir nada. Fui convidada para dar um testemunho. Se me ouvirem pelo menos cinco minutos, disponho-me a falar.

     Soube que, numa grande conferência cristã na Inglaterra, alguém fez um apelo para que os participantes guardassem os saquinhos de chá usados para doar aos missionários. No dia seguinte, por toda parte, viam-se saquinhos secando ao sol. Por que não pensaram em usar duas vezes o mesmo saquinho de chá e enviar saquinhos novos para os missionários? Em várias igrejas, tenho pedido roupas e calçados usados e literatura evangélica para ajudar os irmãos angolanos.

     Muitas estão dispostas a dar, mas não a selecionar, empacotar e, muito menos, ajudar nos custos de transporte. É sempre uma feliz surpresa quando uma igreja ou pessoa prontificam-se não apenas a doar, mas também a enviar as doações.

OU O QUÊ?

     Afinal, quem é o missionário? É um ser humano, pecador, que comete erros, mas que foi salvo pela graça. É um ser humano vulnerável, que vive pressões muito maiores que as de cristãos que ficam em casa, e geralmente, têm muito menos estruturas de apoio. É um ser humano seriamente comprometido com o reino de Deus, disposto a abrir mão de muitos confortos, segurança e relacionamentos para obedecer ao seu chamado de amar e servir um povo diferente.

     É um ser humano que precisa de pessoas que procurem compreendê-lo, interessar-se em seus problemas, dores, projetos, sonhos e frustrações. É um ser humano muitas vezes deslocado, desorientado, confuso, cansado, precisando de repouso, restauração de forças e amizade sincera. O que vamos fazer com ele?

* Antonia Leonora van der Meer (Tonica) foi missionária durante dez anos em Angola e agora trabalha na formação e no cuidado pastoral de missionários, no Centro Evangélico de Missões (CEM), em Viçosa, MG.

Extraído do Site: www.jornalhoje.com.br/missoeshoje/newfiles/jhmissoes2707.php

fonte: Ore pela India - Especial - Missionário: um maluco, mártir, mendigo ou o quê?

Visão de uma missionária, nas densas trevas da Índia

 

Os tambores soavam a noite inteira, e a escuridão tremia em redor de mim, como se fossem um ser vivente. Não podia dormir, mas deitada, com os olhos abertos, parecia que via o seguinte:
     Eu estava de pé sobre a grama, a beira dum abismo de espaço infinito. Olhei, mas não podia ver o fundo! Havia somente nuvens horríveis e profundezas insondáveis. Afastei-me atônita.
     Então percebi vultos de pessoas andando, uns após os outros, pelo gramado. Estavam marchando para a margem do abismo. Vi, uma mulher com uma criança nos braços e outra ao seu lado, segurando-se no vestido de sua mãe. Ela estava bem na margem! Vi, então, que ela era cega. Levantou o pé para dar mais um passo, e caiu, e a criança com ela. Oh! Que grito!
     Além disto, vi uma multidão de gente procedente de todas os lados. Todos eram cegos; todos andavam em direção a margem do precipício. Quase todos gritavam quando se sentiam caindo, e levantavam as mãos como se quisessem segura-se em alguma coisa para não cair, enquanto outros passavam e caiam calados.
     Então senti grande agonia: porque não havia alguém para preveni-los do perigo? Eu não podia fazê-lo. Estava paralisada no lugar e não podia clamar. Apesar de fazer maiores esforços, só podia cochichar.
     Depois vi que, ao longo da margem, estavam postas algumas sentinelas. Porém o espaço entre elas era grande demais, e nestes lugares caiam multidões de pessoas cegas, sem serem prevenidas. A verde grama parecia-me encarnada com sangue e o abismo parecia a boca do inferno.
     Então vi, como se fosse um quadro de paz, um grupo de gente debaixo de algumas árvores, com as costas viradas para o abismo: estavam fazendo enfeite de flores. As vezes quando um grito agudo rompia o silêncio, eles se turbavam e se queixavam do barulho. E se alguém se levantava para ir acudir-lhes, o seguravam, dizendo: "Porque estás perturbado! Não tens acabado tua grinalda. É feio ires e deixar-nos trabalhando".
     Havia um outro grupo: era de pessoas que se esforçavam em mandar mais sentinelas, mas poucos queriam ir, em alguns lugares haviam espaços de alguns quilômetros, sem sentinelas na margem do abismo. Vi uma moça estacionada, sozinha num lugar, evitando que alguém caísse, mas sua mãe e outros parentes chamaram-na, dizendo que era tempo para as suas férias e que não devia desviar-se do costume de as gozar. A moça se sentindo cansada e obrigada a fazer uma mudança, retirou-se por um tempo. Mas ninguém foi enviado para guardar o lugar que ela deixara, e as pessoas caíam constantemente, como uma cachoeira de almas.
     Uma vez, uma criança, ao cair, agarrou-se numa moita de capim, que estava na margem do abismo. Ficou pendurada, chamando, pedindo socorro, mas ninguém prestava atenção. Por fim arrancou-se o capim pelas suas raízes, e a criança caiu, dando grito, tendo as mãozinhas ainda agarradas ao capim. A moça que desejava estar de novo no seu lugar, pensava Ter ouvido o grito da criança. Mas quando falou em voltar, foi reprovada pelos parentes, que diziam não haver necessidade, que o lugar seria guardado por outros. Então cantaram um hino.
     Enquanto cantavam o hino, ouvia-se outro som, como se fosse a dor de milhões de corações exprimidos numa só gota, num só soluço. Sobreveio-me um horror de grandes trevas, porque entendi que era o grito de sangue.
     Então trovejava a voz do Senhor que, disse: "Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão esta clamando a mim desde a terra".
     Os tambores continuavam a tocar pesadamente, e a escuridão tremia ao redor de mim! Ouvia os gritos dos que dançavam a dança dos demônios e o triste clamor dos endemoniados fora do nosso portão.
     Que me importa? Há muitos anos isso acontece, e continuará acontecendo por muitos anos ainda. Porque falar de uma coisa que tem de ser?
     Ô, Deus nos perdoe! Deus nos acorde! Que Deus nos faça sentir a nossa dureza.

(Extraído do Livro Esforça-te para ganhar almas, Orlando Boyer - CPAD)

FONTE: Ore pela India - Especial - Visão de uma missionária, nas densas trevas da Índia

Cristão de 18 anos é falsamente acusado de estupro e blasfêmia

 2927689543_f69e62f630_m  A agência International Christian Concern (ICC) relatou que um jovem cristão de 18 anos foi falsamente acusado de blasfêmia, agredido e preso em Gujranwala, Paquistão.
O jovem, Safian Masih, vivia em uma vizinhança de cristãos e muçulmanos. No dia 8 de agosto, a filha de um de seus vizinhos muçulmanos pediu que Safian levasse alguns itens da mercearia para ela. Safian recusou, e ela o estapeou. Então, ele a estapeou de volta e a discussão envolveu as duas famílias.
Após a briga, os pais da menina acusaram Safian de tentar estuprar sua filha. Quando os muçulmanos ouviram isso, eles se reuniram e muitos bateram nele. Depois disso, eles prestaram queixa na delegacia, acusando Safian de estupro e o entregaram para a polícia, para ser detido.
Dois dias depois, em 10 de agosto, os muçulmanos mudaram a história e acusaram Safian de blasfêmia, ao invés de estupro. Eles alegaram que a garota estava indo para a madrassa (escola islâmica) para aprender sobre o Alcorão, e que quando Safian a encontrou, ele pegou o livro das mãos da menina e o rasgou. Depois de saber sobre essa acusação, alguns muçulmanos atacaram Safian novamente, e o agrediram tanto que o forçaram a “admitir” que “blasfemou” contra o Alcorão. Então, eles o entregaram para a polícia.
No dia 14 de agosto, um grupo muçulmano se reuniu e pediu que Safian seja morto pela blasfêmia.
O jovem ainda está sob custódia da polícia, mas sua família fugiu de casa por temer por sua segurança. O grupo também ameaçou matar qualquer um que ajudasse Safian ou sua família.
Jonathan Racho, do ICC, disse: “No Paquistão, os cristãos vivem como cidadãos de segunda classe e enfrentam muita violência da maioria muçulmana. Normalmente, os muçulmanos exageram em pequenas discussões e pedem pela execução dos cristãos. Ainda que nós não concordemos com Safian ter estapeado uma jovem muçulmana, é um absurdo pedir que ele seja morto”.

Tradução: Portas Abertas

Fonte: International Christian Concern

Missão Portas Abertas - Notícias - Paquistão - Cristão de 18 anos é falsamente acusado de estupro e blasfêmia

SOGROS: UMA BENÇÃO DE DEUS

Para o bem ou para o mal, nossos pais e sogros fazem parte de nossa vida de maneira íntima e indissociável. Mas, seja no caso de recém-casados ou de cônjuges que estão juntos há muito tempo, de que forma pais e sogros devem fazer parte de nossa vida? A verdade é que precisamos uns dos outros. A liberdade e o respeito mútuos devem ser os princípios norteadores para os pais e seus filhos casados.

Mas que diretrizes a Bíblia dá para os relacionamentos entre cônjuges e seus sogros? Como o casal deve reagir às idéias, sugestões e necessidades dos pais? O que podemos fazer quando vemos os pais destruindo a unidade conjugal? Se for genuína nossa disposição de seguir os padrões bíblicos em nossos relacionamentos com os sogros, dois princípios devem ser mantidos em equilíbrio: uma nova devoção e a honra contínua.

"Deixar" os pais
Em Gênesis 2:24, lemos: "Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne". O casamento envolve uma mudança de fidelidade. Antes do casamento, a devoção da pessoa é aos pais, mas, depois, muda para o cônjuge. Isso é o que os psicólogos chamam de "cortar os laços psicológicos".

Maravilhosa sabedoria
Por outro lado, as sugestões dos pais devem receber a devida consideração. Nossos pais são mais velhos e, talvez, mais sábios. Ao mesmo tempo, não podemos colocar sugestões dos nossos pais acima dos desejos do nosso cônjuge.

Honra aos pais
Honrar aos pais é regra do nascimento até a morte. Honrar foi o mandamento original e permanece para sempre. Infelizmente, nem todos os pais levam vidas respeitáveis. Seus atos talvez não sejam dignos, mas por terem sido feitos à imagem de Deus, são dignos de honra. Você pode respeitá-los pela sua humanidade e por sua condição de pais, mesmo quando não puder respeitar suas ações. É sempre certo honrar seus pais e os de seu cônjuge. "Deixar" os pais por ocasião do casamento não elimina a responsabilidade de dar honra a eles.

Com quem passamos os feriados?
As situações mais difíceis geralmente acontecem nas épocas de feriados. A mãe da esposa quer que o casal passe com ela a véspera do Natal. A mãe do marido deseja que o filho e a nora jantem com ela no dia de Natal. Isso pode ser possível se morarem na mesma cidade, mas, quando moram a muitos quilômetros de distância, passa a ser impossível. A solução deve se basear no princípio da igualdade. Isso pode significar Natal com os pais do marido em um ano e com os pais da esposa no seguinte.

Se eu pudesse fazer mais algumas sugestões práticas, gostaria de aconselhar você a aceitar seus sogros como são. Não ache que cabe a você mudá-los. Se não forem cristãos, deve certamente orar por eles e buscar oportunidades para apresentar-lhes Cristo, mas não tente ajustá-los ao seu molde. Você espera que eles lhe dêem independência para construir seu casamento. Ofereça a eles o mesmo.

Excertos extraídos de O casamento que você sempre quis, do Dr. Gary Chapman