30/09/2008

O FRUTO DO ESPÍRITO



"Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra tais coisas não existe lei” (Gálatas 5:22,23).
Talvez possamos dividir estes noves preciosos dons em três grupos, perfazendo três frutos e cada grupo. Se este for o correto — de forma alguma tem-se certeza! —, o primeiro grupo estaria referindo-se às qualidades espirituais mais básicas: amor, alegria, paz. O segundo grupo indicaria aquelas virtudes que se manifestam nas relações sociais. Pressupomos que considera os crentes em seus diversos contatos uns com os outros e com aqueles que não pertencem à comunidade cristã: longanimidade, benignidade, bondade. No último grupo, se bem que aqui há bastante espaço para divergência de opinião, o primeiro fruto poderia referir-se à relação dos crentes com Deus e sua vontade revelada na Bíblia: fidelidade ou lealdade. O segundo, presume-se, teria a ver com seu contato com os homens: mansidão. O último, à relação que cada crente tem consigo mesmo, ou seja, com seus próprios desejos e paixões: domínio próprio.

Encabeçando o primeiro grupo temos “o maior dos três maiores”, ou seja, o amor (1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses 3:14). Para esta virtude, ver 5:6 e 5:13, acima. Não somente Paulo, mas também João estabelece prioridade a esta graça de abnegação (1 João 3:14; 4:8,19). E igualmente Pedro (1 Pedro 4:8). E assim eles estão seguindo o claro exemplo que lhes deu Cristo (João 13:1,34; 17:26). Apesar de que, assim como estas passagens o revelam, dificilmente seria legítimo limitar estritamente esta virtude tão básica ao “amor pelos irmãos”, todavia, por outro lado, no presente contexto (que fala de contendas, disputas e ciúmes, etc., ver também v.14) a referência pode muito bem ser especialmente a este afeto mútuo. Quando o amor se faz presente, a alegria não pode estar muito longe. Não nos disse o autor que o amor é o cumprimento da lei, e que fazer o que a lei de Deus manda traz deleite? (Salmos 119:16,24,35,47,70,174). Além disso, a verdade desta afirmação torna-se ainda mais clara quando se tem em mente que a capacidade para observar esta ordenança divina é um dom de Deus, sendo um elemento daquela maravilhosa salvação que em seu grande amor concedeu gratuitamente a seus filhos. Além disso, já que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28), faz-se evidente que os crentes podem alegrar-se mesmo diante de circunstâncias as mais dolorosas, assim como Paulo mesmo comprovou muitas vezes (Atos 27:35; 2 Coríntios 6:10 “entristecidos, mas sempre alegres”; 12:9; Filipenses 1:12,12; 4:11; 2 Timóteo 4:6-8). Além do mais, sua alegria não é a deste mundo, que é uma diversão superficial e que fracassa em satisfazer as necessidades mais profundas da alma, mas a de Deus é uma “alegria indizível cheia de glória” (1 Pedro 1:8), e um antecipação da alegria radiante que está reservada para os seguidores de Cristo. A paz também é um resultado natural do exercício do amor, pois “grande paz têm os que amam a tua lei” (Salmos 119:165; cf. 29:11 ; 37:11; 85:8). Esta paz é a serenidade de coração, a porção de todos quantos, tendo sido justificados mediante a fé (Romanos 5:1), aspiram ser instrumentos nas mãos de Deus para fazerem que outros também possam compartilhar desta tranqüilidade. Portanto, o possuidor da paz torna-se também um promotor da paz (Mateus 5:9). Portanto, aquele que está realmente consciente desta grandiosa dádiva da paz, a qual recebeu de Deus como resultado da amarga morte de Cristo na cruz, envidará todo esforço para “preservar — dentro da comunidade cristã — a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Efésios 4:3).

A menção da paz é, por assim dizer, um liame natural entre o primeiro e o segundo grupo, porquanto esta virtude é com freqüência contrastada com as contendas entre os homens, e porque este segundo grupo descreve aquelas virtudes que os crentes revelam em seus contatos entre si e com os demais homens. O primeiro dos frutos do Espírito mencionados neste segundo grupo é a longanimidade. Ela caracteriza a pessoa que, em relação àqueles que a aborrecem, se lhe opõem ou a molestam, exerce a paciência. Ela se recusa a entregar-se à paixão ou às explosões de ira. A longanimidade ou paciência não é apenas um atributo humano, mas também divino, visto que o mesmo é atribuído a Deus (Romanos 2:4; 9:22) e a Cristo (1 Timóteo 1:16), bem como ao homem (2 Coríntios 6:6; Efésios 4:2; Colossenses 3:12,13; 2 Timóteo 4:2). Como atributo humano, é inspirado pela confiança de que Deus cumprirá suas promessas (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12). Os gálatas necessitavam muitíssimo de que se pusesse ênfase nesta virtude, já que eles, como já vimos, provavelmente estavam se dividindo pelas contendas e por um espírito partidário. Por outro lado, a longanimidade é uma grande arma contra a hostilidade do mundo em sua atitude para com a igreja. De mãos dadas com essa virtude está a benignidade. Esta é suave e terna. Os primeiros cristãos se recomendavam por meio dela (2 Coríntios 6:6). Este fruto, tal como exercido pelos crentes, nada mais é do que um pálido reflexo da benignidade primordial manifestada por Deus (Romanos 2:4; cf. 11:22). Além disso, somos admoestados a tornar-nos como Ele neste aspecto (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38). Os Evangelhos contêm numerosas ilustrações da benignidade que Cristo demonstrou para com os pecadores. Para mencionar apenas algumas, ver Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17, 36-50; 8:40-56; 13:10-117; 18:15-17; 23:34; João 8:1-11; 19:25-27. A virtude que completa este grupo é a bondade, que é a excelência moral e espiritual, em todos os aspectos, criada pelo Espírito. No presente contexto, visto que é mencionada depois da benignidade, se refere especialmente à generosidade de coração e de ações.

Finalmente, o apóstolo menciona as três graças que concluem todo o sumário. Primeiro está a fidelidade. O termo como usado no original com freqüência se traduz corretamente pela palavra . Todavia, uma vez que aqui aparece depois de “benignidade” e “bondade”, parece ser mais correto traduzir-se por “fidelidade”. O seu significado é lealdade, fidelidade. Uma vez que nesta mesma carta Paulo se queixa da falta de fidelidade para com ele, o que foi demonstrado através da conduta de muitos dos gálatas (4:16), percebemos que a menção desta virtude, aqui, é algo bastante apropriado. Contudo, em última análise não era tanto para com o próprio Paulo que havia falta de lealdade, e, sim, para com o evangelho — e, assim, para com Desu e sua Palavra —, e tinha estado faltando em proporção elevada, como fica evidenciado por 1:6-9; 3:1; 5:7. Conseqüentemente, com toda probabilidade o que Paulo está recomendando aqui, como um fruto do Espírito, é a fidelidade a Deus e à sua vontade. Contudo, isto não exclui, antes inclui, a lealdade para com os homens. Parece-nos apropriado interpretar aqui o próximo item, ou seja, a mansidão, como sendo a gentileza uns para com os outros e para com todos os homens, principalmente se levarmos em consideração o contexto precedente, o qual fala das dissensões em suas várias manifestações (ver vv. 20 e 21). Cf. 1 Coríntios 4:21. Esta virtude também nos faz lembrar de Cristo (Mateus 11:29; e 2 Coríntios 10:1). A mansidão é o oposto extremo da veemência, da violência e da agressividade ou explosões de ira. A última virtude que Paulo menciona, e por implicação recomenda, é o domínio próprio, que é uma relação que alguém mantém consigo mesmo. A pessoa que tem a bênção de possuir esta qualidade, possui “o poder de conter-se a si mesma”, que é o sentido do termo usado no original. O fato de terem sido mencionadas previamente, entre os vícios enumerados (v. 19), a imoralidade, a impureza e a indecência, revela que era apropriado mencionar o domínio próprio como a virtude oposta. Fica claro que aqui temos referência a muito mais coisas que simplesmente a sexo. Aqueles que realmente exercem esta virtude levam todo o pensamento à submissão e obediência a Cristo (2 Coríntios 10:5).

E prossegue: contra tais coisas não existe lei. Uma vez que Paulo aqui completou uma lista de virtudes, que são coisas, não pessoas, é natural interpretar suas palavras como significando: “contra tais coisas — tais virtudes — não existe lei”. A gramática não proíbe tal construção. Também é óbvio que, à semelhança dos vícios enumerados, esta lista de virtude é apenas representativa. Não podemos mesmo afirmar que todas as excelências cristãs estão incluídas na lista. Portanto, Paulo diz: “contra tais... Ao dizer que contra tais coisas não existe lei, ele está encorajando a cada crente a manifestar estas qualidades, a fim de que, assim procedendo, os vícios possam ser aniquilados”.

O incentivo de que precisamos para exibir estes excelentes traços do caráter foi fornecido por Cristo, pois é devido à gratidão que os crentes sentem para com Cristo que os usam para adornar sua conduta. O exemplo, também, em conexão com todos eles, foi dado por ele. E as próprias virtudes, associadas ao poder para exercê-las, são doadas pelo seu Espírito.

Embora Paulo tenha qualificado as virtudes enumeradas de “o fruto do Espírito”, agora ele desvia a ênfase do Espírito para Cristo. Se ele pôde fazer isso tão prontamente, é devido ao fato de que quando o Espírito ocupa o coração, Cristo também o faz (Efésios 3:16,17). Cristo e o Espírito não podem ser separados entre si. Cristo mesmo habita a vida interior dos crentes “no Espírito” (Romanos 8:9,10). O Espírito não foi dado por Cristo? (João 15:26; 2 Coríntios 3:17). A razão para esta mudança de ênfase é que o apóstolo lembrará os gálatas de que eles crucificaram a carne. Isso, naturalmente, chama a atenção imediatamente para Cristo e sua cruz. E assim Paulo prossegue [...]
FONTE: w.monergismo.com/textos/frutos/fruto_espirito_hendriksen.htm">O Fruto do Espírito - William Hendriksen

A MÚSICA ACEITÁVEL A DEUS



Dr. W. Robert Godfrey

Na guerra da adoração dos anos recentes, batalhas as mais sórdidas têm surgido com ímpeto em relação à música. O que devemos cantar? Quem deve cantar? Quais melodias devemos cantar? Quais instrumentos devem acompanhar o cântico da igreja – se algum? Via de regra parece que exércitos que se prepararam nos lados diversificados da questão têm lutado debaixo da bandeira da preferência. O que gostamos e o que nos toca? Preferências têm levado a tendência de colocar pessoas mais velhas contra as mais jovens e as experientes contra as inexperientes.

Mas, quão seriamente temos pensado teológica e biblicamente sobre a música? Em que quantidade as nossas convicções e práticas são moldadas pelo Novo Testamento? Neste artigo, examinaremos alguns dos ensinamentos-chave da Bíblia sobre música e cântico, e tentaremos relacioná-los com a história da reflexão reformada e assuntos contemporâneos.

Música na Bíblia:

A música não é um elemento proeminente no Novo Testamento. Bandas e corais não acompanhavam a pregação de Jesus. Não há evidência de instrumentos musicais nas sinagogas descritas no Novo Testamento. Música na igreja parece estar ausente nos Atos dos apóstolos – embora Paulo tenha cantado na prisão e louvores tenham sido apresentados nas igrejas. A única referência, não ambígua, de música nas igrejas é em I Cor. 14:26 – embora Cl. 3:16 (e.g., Ef. 5:19) possa muito bem refletir as atividades de adoração pública. Nenhum instrumento é mencionado em relação com o culto das igrejas do Novo Testamento.

A música parece de alguma forma mais proeminente no culto celestial descrito no livro de Apocalipse. Esta proeminência adicionada reflete provavelmente a correspondência entre o templo celestial e a música do templo terreno do Antigo Testamento. No templo veterotestamentário , instrumentos musicais e corais acompanhavam especialmente a oferta de sacrifícios (II Cr. 29:25-36). Mesmo assim, na adoração celestial como descrito no livro de Apocalipse, o único instrumento musical citado é a harpa (e.g., Rev. 5.8.) – e a harpa é provavelmente colocada como um símbolo de louvor ao invés de uma referência literal de harpas no céu (ver Ap. 14:2).

Se o culto da igreja do Novo testamento é um modelo para a igreja de hoje, sério re-exame de práticas contemporâneas se faz necessário. A música – tão periférica no Novo Testamento – tornou-se central e crucial em nossos dias. Corais, solos e música especial ocupam um tempo considerável no culto. Debates logo “pegam fogo” no que diz respeito ao estilo de música entre os campeões desde o clássico ao contemporâneo.

Para muitos membros das igrejas parece que a música tem se tornado um novo sacramento. Um cântico intenso e prolongado é visto como um meio em que Deus vem abençoar o adorador e em que o cantor busca experiências transcendentais com Deus. Esta experiência é tão importante que muitos julgam uma igreja com base no caráter e qualidade de sua música. Em muitas igrejas a quantidade de tempo gasto em oração, leitura da Bíblia e pregação são reduzidos para que mais tempo possa ser dado à música.

Cristãos reformados em particular têm buscado seguir o ensinamento da Escritura na adoração. Eles acreditam que apenas as orientações ou exemplos da Bíblia podem guiar nossa adoração. Esta convicção flui das palavras da própria Bíblia (e.g., Cl. 2:23 e Mt. 15:6) . Teologicamente, a paixão reformada pelo culto fiel e bíblico flui de avisos fortes na Escritura contra a idolatria. Idolatria é tanto o culto a um falso deus quanto o culto falso ao verdadeiro Deus. Idolatria é uma violação do primeiro ou do segundo dos Dez Mandamentos. O compromisso reformado com o culto bíblico deve ser aplicado à música como a todos os outros aspectos do culto.

Embora a música pareça ser um elemento relativamente secundário no Novo Testamento, é ainda um dos elementos. Jesus cantou com seus discípulos na Última Ceia e a Igreja de Corinto claramente cantou (como a Igreja de Colossos muito provavelmente cantou). Cantar é um elemento que tem sua propriedade, um ato distintivo na adoração. Pode funcionar de um jeito similar aos outros elementos. Pode compartilhar funções com o ensino e a pregação, por exemplo, mas mesmo assim permanece como um elemento distinto (Do mesmo modo, a leitura da Bíblia, pregação e a benção podem todos usar as mesmas palavras da Bíblia e todos têm em parte uma função de ensinamento, embora permaneçam elementos distintos de adoração). Como um elemento distinto, precisa ser entendido em termos de sua função singular no culto sendo dirigido pelas Escrituras.

Que tipo de cântico deve ser um elemento do culto Cristão? As palavras usadas para cântico no Novo Testamento (“salmos”, “hinos” e “cânticos”) não são termos técnicos, mas simplesmente parecem referir-se a músicas. (No grego do Antigo Testamento, estas três palavras são usadas para referir-se aos Salmos Canônicos.) Por exemplo, é dito que Jesus contou um hino (Mt. 26:30) em que certamente um dos salmos canônicos foi utilizado. Em contra partida, o salmo citado em I Cor. 14:26 provavelmente não é um salmo canônico (alguns acham que se tratava de um cântico revelacional – NE). Veja também as referências de cânticos em Rm. 15:9, I Cor. 14:15 e Tg. 5:13. O tipo de cântico usado no Novo Testamento não pode ser confirmado pelas palavras disponíveis. Outras indicações são necessárias para saber o que deve ser cantado.

Muitos argumentam que os cristãos estão livres para compor e cantar qualquer música que seja ortodoxa em seu conteúdo. O argumento permeia o raciocínio de que cantar louvores ao Senhor é semelhante à oração. Visto que estamos livres para formular nossas orações, estamos livres para compor músicas. Mas não é auto-evidente que a música deva ser semelhante a oração. Talvez deva ser similar à leitura das Escrituras. [1] O elemento cúltico da leitura da Escritura é limitado à leitura da Palavra inspirada, canônica. Tal limitação pode não parecer ser necessariamente severa, logicamente. Muitos escritos ortodoxos e edificantes produzidos por cristãos podem talvez ser lidos no culto. Porém, a maioria concordaria que deveríamos ter como um ato de culto a leitura das palavras inspiradas de Deus (veja I Tm. 4:13).

Como reflexão, pelo menos na adoração veterotestamentária , cantar parece mais com a leitura da Escritura do que com a oração, porque enquanto o Velho Testamento não tem um livro de oração, ele tem um livro de cânticos. Deus, por uma razão que possa nos frustrar, providencia cânticos inspirados para o culto, mas não orações. Verdadeiras razões podem ser levadas em conta para a necessidade de músicas inspiradas. A música é uma atividade do povo de Deus que os une em uma atividade de resposta altamente emocional a Deus. A emoção elevada da música e seu potencial para abusos talvez possam ser uma razão para que Deus tenha inspirado as palavras para aquela resposta do povo de Deus. Também, a oração e pregação no culto público nas igrejas reformadas são elementos executados por líderes ordenados. A igreja separou líderes que são vocacionados, examinados, chamados e ordenados para a obra. Os cânticos que são “livres” raramente possuem estes padrões de cuidado e supervisão.

Claramente os Salmos canônicos foram designados para cantar, o que Jesus e seus discípulos fizeram na última ceia. Certamente, a chamada de Paulo para cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais” abrange o convite para cantar Salmos canônicos [2]. No mínimo, portanto, devemos concluir dos exemplos e ensinamentos da Escritura que cantar os Salmos canônicos devem ser uma parte significativa do cântico da Igreja.

Demonstrações do Valor em Cantar os Salmos.

Deixe-me listar alguns dos argumentos mais fortes para se cantar os Salmos:

† Os Salmos são inspirados, foram feitos para serem cantados, e são certamente ortodoxos no conteúdo. Cantar Salmos é ordenado por Deus; é certo que Lhe é agradável e é um excelente meio de guardar Sua Palavra em nossos corações. Pelo menos os Salmos precisam ser um elemento central do cântico da igreja e deve ser um modelo para tudo que é cantado. Eles são o padrão inspirado de louvor.

† Os Salmos são cânticos equilibrados. Eles equilibram a declaração da verdade de Deus e Sua obra com nossa resposta emocional. O equilíbrio entre verdade e resposta do coração é delicado e difícil. Nossos cânticos podem ser ou muito informativos e doutrinários ou muito subjetivos e antropocêntricos.

† Os Salmos nos providenciam cânticos que têm o alcance completo das respostas emocionais apropriadas para com a obra de Deus e nossa situação. Em algumas épocas da Igreja, hinos pareciam primariamente cheios de arrependimento. Em nossa época, eles parecem primariamente cheios de alegria. Os Salmos equilibram a confusão humana, frustração, aflição, tristeza e raiva com alegria, louvor, benção e ações de graça.

† Os Salmos nos relembram que vivemos em um mundo de conflito. Eles imprimem em nós um mundo bíblico de pensamento em que há uma antítese já presente entre o justo e o ímpio, o santo e o iníquo. (Apenas dois Salmos, acredito, não fazem esta oposição explicitamente). Quão infrequentemente esta antítese é encontrada em muitos hinos.

† Os Salmos nos relembram que somos o verdadeiro Israel de Deus. Nós herdamos a história, as promessas e a condição de Israel do Velho Testamento e devemos nos identificar com aquele Israel (cf. Ef. 2-3, Rm. 9-11, Hb. 11-12, 1Pe. 1-2, Tg. 1:1, Gl. 6:16). Especialmente quando nos encontramos num mundo politeísta crescente, o foco monoteísta dos Salmos é valioso para a Igreja.

† Os Salmos são cristocêntricos. Jesus testificou que os Salmos foram escritos sobre Ele (Lc. 24:44-45). Martinho Lutero chamou o Salmo de “uma pequena Bíblia” e o achou cheio de Cristo. Um ditado antigo da Igreja declara: “ Sempre in ore psalmus, sempre in corde Christus ” (“sempre um salmo na boca, sempre Cristo no coração”). Os Salmos contêm profecias explícitas de Cristo (e.g., Salmos 22 e 110). Eles são cheios de tipos que iluminam a pessoa e obra de Cristo. Eles descortinam sua obra redentiva em várias perspectivas. A Igreja deve evitar a tendência do liberalismo e dispensacionalismo, de ambos, e perder de vista Cristo nos Salmos além de perder a continuidade de Israel do Velho Testamento no Novo Testamento.

João Calvino reconhecia o valor de se cantar os Salmos. Ele instituiu grandes reformas litúrgicas na Igreja de Genebra depois da reflexão cuidadosa no caráter e papel da música na Igreja. (Em Genebra, a Igreja cantava os Salmos em uníssono sem qualquer acompanhamento musical). A maioria das igrejas reformadas na Europa seguiu a prática de Genebra e o cântico de Salmos tornou-se uma das marcas distintivas das igrejas Reformadas.

Alguns Calvinistas foram além de Calvino, argumentando que os Salmos eram os únicos cânticos permitidos no culto divino. Esta posição era argumentada com um particular vigor na Escócia, onde os Presbiterianos enfrentaram repetidas pressões governamentais para abandonarem suas formas distintivas de culto. Os escoceses responderam que deveriam obedecer a Deus ao invés do homem e aplicaram este princípio na defesa da salmodia exclusiva. Sérios debates nesta questão tomaram lugar entre os Calvinistas nos séculos XVIII e XIX quando algumas Igrejas Reformadas introduziram o uso de hinos no culto.

Objeções contra Maior Uso da Salmodia:

Pode ser útil considerar seis objeções comuns contra o maior (ou possivelmente até exclusivo) uso dos Salmos, e oferecer respostas justas a elas.

Objeção 1: “As imprecações dos Salmos (i.e., aquelas frases chamando Deus para julgar seus inimigos) reflete uma posição ética sub-cristã.

Esta objeção falha em entender a natureza das imprecações bíblicas. As imprecações não são a oração pessoal do cristão contra inimigos pessoais, mas são as orações de Cristo e da Igreja contra os inimigos de Deus. Eles, realmente, não são diferentes das orações da Igreja para o retorno de Cristo que trará tanto benção quanto julgamento.

Objeção 2: “O Novo Testamento autoriza o uso de hinos não-inspirados: Cl. 3:16 (Ef. 5:19), 1 Cor. 14:26 e hinos fragmentados citados no Novo Testamento.

Esta objeção não é tão clara quanto parece. A) Nem Cl. 3:16 nem Ef. 5:19 referem-se sem ambigüidade ao culto público ou uso livre de cânticos não-inspirados nesta adoração. As palavras nestes versos para cântico podem todas referissem aos Salmos canônicos – ver NE. B) 1 Cor. 24:26, acredito, realmente refere-se a outros cânticos além dos Salmos canônicos. Mas, estes outros cânticos são muito provavelmente cânticos inspirados pelo Espírito por meio da liderança dotada pelo Espírito na igreja primitiva. (O salmo, doutrina, revelação, línguas e interpretação das línguas neste texto tudo parece para mim inspirados divinamente).[3] Aqueles cânticos inspirados, porém, não foram preservados como uma parte da Escritura para o uso da Igreja Universal. C) Fragmentos de poemas na realidade parecem ser referências de autores bíblicos em partes no Novo Testamento. Estes fragmentos não podem, com qualquer certeza, serem vistos como cânticos, muitos menos cânticos usados no culto público.

Objeção 3: “Os Salmos parecem estranhos quanto a sua forma poética e o fluir de pensamento.

Esta observação é verdadeira até certo ponto. Aqueles familiarizados com hinos estão acostumados com um fluir de pensamento e forma poética que são comuns ao mundo ocidental. Em tal mundo, os Salmos realmente parecem estranhos. Mas, visto que os Salmos são inspirados por Deus, devemos desprender mais esforços para apreciar o porquê deles terem a forma que possuem e o que podemos aprender deles. (Devemos resistir a tendência comum, com respeito as músicas da igreja, e apenas gostar do que é familiar porque é familiar! Esta tendência é encontrada entre os devotos a todos os tipos de música da igreja). Certamente, a própria estranheza dos Salmos pode revelar a nossa necessidade deles. Talvez John Updike tenha capturado este raciocínio quando escreveu sobre “as pontas dos dedos sensibilizados pela lixa de um credo abrasivo”.[4]

Objeção 4: “Cantar os salmos metrificados não é o mesmo que cantar os verdadeiros Salmos canônicos”.

Uma boa versão metrificada dos Salmos não apenas dá uma tradução bem próxima dos Salmos, mas também busca traduzir poesia hebraica em uma forma poética ocidental. Comunicar algo em forma poética juntamente com a tradução verbal é um ponto forte dos salmos metrificados.

Objeção 5: “ Nós não temos melodias inspiradas para cantar os Salmos ”.

Verdade, não temos melodias inspiradas. Deus deixou livre seu povo para compor melodias de várias culturas e bases históricas para ajudar no cântico dos Salmos. Dois critérios deveriam salvaguardar adequadamente a Igreja em escrever e escolher suas melodias: primeiro , as melodias devem ser apropriadas ao conteúdo dos Salmos, e segundo , elas devem ser fáceis de cantar pela congregação.

Objeção 6: “Os Salmos não são suficientemente Cristocêntricos”.

A elaboração desta objeção sugere que em cada estágio da história da redenção no Velho Testamento (e.g., estabelecimento da economia Mosaica, a celebração do reinado Davídico e o exílio), novos cânticos foram adicionados no cânon. É mais provável, então, no mais importante desenvolvimento da história da redenção – a real revelação do Salvador – que novos cânticos acompanhariam a Nova Aliança em Cristo. A objeção argumenta que devemos obviamente celebrar o nome e obra do Salvador nos termos mais explícitos possíveis. Esta objeção é certamente a mais significativa e pesada contra qualquer salmodia exclusiva (ou quase na totalidade exclusiva). Várias respostas podem ser oferecidas.

•  Esta objeção, como dita, é abstrata e especulativa, uma falta na reflexão teológica Reformada. Apenas a Escritura pode nos falar quais cânticos são precisos para celebrarem a Nova Aliança. Muitos elementos no culto da Igreja serão explicitamente da Nova Aliança: algumas leituras da Bíblia, algumas bênçãos, sermões, orações, Sacramentos. Mas, devem todos ser? O culto como um todo deve ser explicitamente da Nova Aliança, mas todo elemento deve ser? Apenas a própria Escritura pode responder esta questão.

•  Os Salmos não são uma exposição completa e explícita e uma celebração da Antiga Aliança. Muitos aspectos da história de Israel, lei e sacrifícios não são mencionados nos Salmos. Instituições chaves como o Sábado cerimonial e os ofícios proféticos são quase que totalmente ausentes. Ninguém poderia realmente reconstruir a economia mosaica pela evidência apenas nos Salmos. Claramente, os Salmos não buscaram comportar o caráter inteiro da Antiga Aliança.

•  Os cânticos inspirados da Nova Aliança, tal como aqueles que estão no livro de Apocalipse, não são mais Cristocêntricos explicitamente do que os Salmos. O nome de Jesus não é usado e Ele é chamado de Cordeiro (Ap. 5 e 19), o Cristo (Ap. 11), Deus e Rei (Ap. 15). Tudo isto são títulos encontrados no Antigo Testamento. A distinção entre velho cântico da criação e o novo cântico da redenção, encontrados no livro de Apocalipse (caps. 4 e 5), é um distintivo tomado do Saltério (Sl. 40:3, 96:1, 98:1, 149:1). O Saltério é rico em novas canções da redenção.

•  Os títulos e tipos usados sobre Cristo no Antigo Testamento de forma genérica e no Saltério particularmente, não O esconde, mas na realidade O revela, explicando quem Ele é e o que Ele fez. (Títulos e tipos tais como: Senhor, Pastor, Rei, Sacerdote, templo, etc). Sem o rico pano de fundo da religião do Antigo Testamento, não entenderíamos a pessoa e obra de Cristo tão completos quanto conhecemos. Na verdade, estes títulos e tipos não são completamente compreensíveis até a vinda de Jesus. Neste sentido, o Saltério pertence mais a Nova Aliança do que a Velha. Também; neste sentido, o Saltério é mais útil para a Igreja do Novo Testamento do que era para o povo da Antiga Aliança.

Opiniões provavelmente continuarão a divergirem sobre a persuasão dos argumentos para o uso exclusivo dos Salmos para o cântico no culto público. Eu espero que estas reflexões sobre o valor dos Salmos, contudo, encorajem todos os Cristãos para o maior uso dos Salmos. Minha própria experiência tem sido que quanto mais eu os canto, mais os amo e mais sinto a plenitude da expressão religiosa deles em louvor a Deus. Na guerra da música que assedia a Igreja hoje, os Salmos são pouco considerados ou apreciados. Certamente é irônico que aqueles que amam a Bíblia pareçam freqüentemente desinteressados em cantá-los – e aprendê-los daquela maneira. Nós certamente precisamos dos Salmos para o nosso bem-estar espiritual.

NOTAS:

[1] Ver os artigos do Sherman Isbell sobre o cântico dos Salmos na The Presbyterian Reformed Magazine , começando no verão, edição de 1993.

[2] Nota do Editor – Extraído de Exclusive Psalmody, Brian M. Schwertley, pp 19-25 – Duas passagens cruciais no debate sobre a exclusividade do cântico de Salmos, são Ef.5:19 e Cl 3:16. Essas passagens são importantes, porque são usadas por ambos os lados, os que defendem o uso exclusivo dos Salmos e os que defendem o uso de hinos não inspirados na adoração. Paulo escreveu:

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos , entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais (Ef. 5:18-19).

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais , com gratidão, em vosso coração” (Cl.3:16).

Antes de considerarmos a questão de como essas passagens estão relacionadas com a adoração pública, vamos considerar primeiro a questão “o que Paulo quis dizer com as expressões, Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais?” Estas questões são muito importantes para os defensores da hinódia não-inspirada (aqueles que dizem ser adeptos do Princípio Regulador) que apontam para essas passagens como prova de que os hinos não-inspirados são permitidos por Deus para serem utilizados na adoração pública. Quando examinamos passagens como Ef. 5:19 e Cl. 3:16, não podemos cometer o erro comum de tomar o significado moderno de uma palavra, como “hino” hoje, aplicando-o àquele em que Paulo escreveu a dois mil anos atrás. Quando uma pessoa ouve a palavra “hino”, ela imediatamente pensa nos hinos extrabíblicos, os hinos não-inspirados encontrados nos bancos das Igrejas de hoje. A única forma de se determinar o real significado do que Paulo quis dizer com as palavras, “salmos, e hinos, e cânticos espirituais”, é determinar como esses termos foram usados pelos cristãos de língua grega no primeiro século.

Quando interpretamos a terminologia usada por Paulo em suas epístolas, há necessidade de observarmos algumas regras de interpretação.

Primeiro, o pensamento religioso que dominava a mente e a cosmovisão do Apóstolo, era a mesma do Velho Testamento e de Jesus Cristo, não a do paganismo grego. Portanto, quando Paulo discute doutrina ou adoração, o primeiro lugar onde devemos buscar auxílio para o entendimento dos termos religiosos, é no Velho Testamento. É comum encontramos expressões ou termos hebraicos expressos em grego coinê.

Segundo, temos que ter em mente, que as Igrejas que Paulo fundou na Ásia, consistia de judeus convertidos, gentios prosélitos do Velho Testamento (tementes a Deus) e gentios pagãos. Essas Igrejas possuíam a versão grega do Velho Testamento chamada de Septuaginta. Quando Paulo expressou idéias do Velho Testamento, para uma audiência de gentios de fala grega, ele usou a terminologia religiosa usada pela Septuaginta. Se os termos hinos (hymnois) e cânticos espirituais (odais pneumatikois), tivessem sido definidos dentro do Novo Testamento, não haveria necessidade de procurarmos significados para eles na Septuaginta. Mas, uma vez que esses termos são raramente usados no Novo Testamento e não podem ser definidos dentro do contexto imediato à parte do conhecimento do Velho Testamento, seria, no mínimo irresponsável exegeticamente, ignorar como essas palavras eram usadas na versão Septuaginta do Velho Testamento.

Quando examinamos a Septuaginta, verificamos que os termos salmos (psalmos), hinos (hymnos) e cânticos (odee), referem-se claramente ao livro dos Salmos do Antigo Testamento e não a antigos e modernos hinos ou cânticos não inspirados. Bushell escreve: “ Psalmos (...) ocorre 87 vezes na Septuaginta, desses, 78 aparecem nos salmos mesmos, sendo que 67 são títulos de salmos. Da mesma forma, o título da versão grega do saltério (...) hymnos (...) ocorre 17 vezes na Septuaginta, 13 das quais estão nos Salmos, sendo que 6 são títulos. Em I Samuel , I e II Crônicas e Neemias há cerca de 16 exemplos nos quais os Salmos são chamados “hinos”( hymnoi ) ou “cânticos”( odai ) e para o cântico deles a palavra utilizada significa “cantar louvor” (hymneo, hymnodeo, hymnesis )N.T.. Odee (...) ocorre umas 80 vezes na Septuaginta, 45 das quais nos Salmos, 36 nos títulos dos Salmos (Michael Bushell, The Songs of Zion , pp. 85-86) . Em doze títulos nós encontramos ambos, “salmos” e “cânticos”; e em dois outros “salmos” e “hinos”. O salmo 76 é designado como “salmo, hino e cântico” (na versão portuguesa ARA não aparece a palavra hino, N.T.). No final dos primeiros setenta e dois salmos, nós lemos: “ Findam-se os hinos (ARA: orações) de Davi, filho de Jessé ” (Sl.72:20). Não há razão alguma para pensarmos que o Apóstolo Paulo estava se referindo a “salmos” como coisa diferente de “hinos e cânticos”, pois todos os três termos se referem a salmos no próprio livro de Salmos (G.I. Williamson, The Singing of Praise in the Worship of God , p. 6.) . Ignorar como a audiência de Paulo, na época, teria entendido estes termos, bem como a forma como são definidos pela Bíblia, e aplicar-lhes significados modernos, não-bíblicos, seria uma prática exegética deficiente.

Uma das objeções mais comuns contra a idéia de que Paulo em Ef.5:19 e Col 3:16, está falando do livro dos Salmos, é que seria absurdo ele dizer, “cantando salmos, salmos e salmos”. Essa objeção falha ao considerarmos o fato que um método comum de se expressar na antiga literatura judaica, era a forma triádica de expressão para designar uma idéia, ação ou objetos. A Bíblia contém muitos exemplos da forma triádica de expressão, a saber: Ex.34:7 – “ iniqüidade, transgressão e o pecado ”; Deut 5:31 e 6:1 – “ mandamentos, estatutos e juízos ”; Mt 22:37 – “ de todo o teu coração, de toda tua alma e de todo teu entendimento ” (Mc.12:30; Lc.10:27); At 2:22 – “ milagres, prodígios e sinais ”; Ef 5:19 e Col 3:16 – “ salmos, hinos e cânticos espirituais ”. “A tríplice distinção usada por Paulo, seria prontamente entendida por aqueles que já estavam familiarizados com seus Saltérios Hebraicos do Velho Testamento e a Septuaginta, onde os títulos dos salmos são distinguidos como salmos, hinos e cânticos. Esta interpretação faz justiça à analogia da Escrituras, isto é, a Escritura é seu melhor intérprete” (J.W. Keddie, Why Psalms Only? , p. 7) .

A interpretação de que “salmos, hinos e cânticos espirituais” se referem ao livro inspirado de Salmos, também recebe apoio da gramática e do contexto imediato e onde se encontram estas passagens. Em Colossenses 3:16, somos exortados: “ Que a palavra de Cristo habite em vós ricamente... ” nesta passagem a palavra de Cristo é claramente sinônimo da Palavra de Deus. “Em 1 Pe 1:11 é dito que “ o espírito de Cristo ” estava nos profetas do Velho Testamento e através deles testificava de antemão dos sofrimentos de Cristo e da glória que os seguiriam. Se, como é dito, o Espírito de Cristo testificou dessas coisas através dos profetas, então Cristo foi o verdadeiro autor das Escrituras. Proeminente entre estas profecias referentes a Cristo está o livro de Salmos; conseqüentemente, Cristo é o autor dos Salmos” (M.C. Ramsey , Purity of Worship [Presbyterian Church of Eastern Australia: Church Principles Committee, 1968 ], p. 20 ) . Depois de Paulo exortar a Igreja de Colossos a que a palavra de Cristo habite ricamente neles, imediatamente lhes aponta o livro de Salmos; o livro que compreende “de maneira mais sucinta e bela tudo que se contém em toda a Bíblia;” (Martin Luther, “Preface to the Psalter, [1528] 1545 ” Luther's Works (tr. C.M. Jacobs; Philadelphia: Muhlenberg Press, 1960) Vol. XXXV, p. 254) um livro muito superior a qualquer livro devocional humano, sobre o qual Calvino declarou ser, “uma anatomia de todas as partes da alma” (John Calvin , Commentary on the Book of Psalms (tr. James Anderson; Edinburgh: Calvin Translation Society, 1845), Vol. I, pp. xxxvi-xxxix. ) , um livro que é “um compêndio de toda divindade” ( Basil, citado in Michael Bushell, The Songs of Zion , p. 18 ) . Você acha que as Escrituras, a palavra de Cristo, está habitando em nós, quando cantamos hinos de composições não-inspiradas em nossos cultos? Não, não está! Se temos que cantar e meditar na palavra de Cristo, temos que cantar as palavras que Cristo escreveu pelo Seu Espírito – o livro de Salmos.

A gramática também apóia a afirmação de que Paulo estava falando do livro de Salmos. Na Bíblia em inglês, o adjetivo “espiritual” aplica-se somente à palavra cânticos (cânticos espirituais). Na língua grega, no entanto, quando um adjetivo imediatamente segue dois outros substantivos, isto se aplica a todos os outros substantivos precedentes. John Murray escreve, “Porque a palavra pneumatikos – espiritual – (Devemos ter muito cuidado para não dar à palavra “espiritual” dessas passagens o moderno significado de “religioso”. A palavra “espiritual” aqui se refere a alguma coisa que procede do Espírito de Deus, e é, portanto, “inspirada” ou “soprada por Deus”. B. B. Warfield escreve o seguinte sobre pneumatikos : “das vinte e cinco vezes em que a palavra ocorre no Novo Testamento, em nenhuma dessas referências ela desce tanto a ponto de referir-se ao espírito humano; e em vinte e quatro delas deriva-se de pneuma , o Espírito Santo. O uso neotestamentário da palavra com o significado de pertencer a, ou de ser ordenada pelo Espírito Santo é uniforme, com a exclusiva exceção de Efésios 6:12 onde, ao que parece, ela se refere a inteligências superiores, mas sobre-humanas. Em cada um dos casos, a sua tradução apropriada é: concedida pelo Espírito, ou conduzida pelo Espírito, ou determinadas pelo Espírito” (The Presbyterian Review , Vol. 1, p. 561 [July 1880] quoted in Michael Bushell, The Songs of Zion , pp. 90-91 ) , qualifica odais e não salmoi e himnoi? A resposta mais razoável a esta questão é que a palavra pneumatikoi , qualifica todos os três dativos, e que o seu gênero (feminino), é devido a atração ao gênero do substantivo que está mais próximo. Uma outra possibilidade distinta, feita particularmente plausível pela omissão da copulativa em Colossenses 3:16, é que “cânticos espirituais”, são gêneros e “salmos” e “hinos” são espécies. Esta, por exemplo, é a visão de Meyer. Em qualquer dessas afirmações, salmos, hinos e cânticos, são todos “Espirituais” e portanto, todos inspirados pelo Espírito Santo. A relação disso com o assunto em questão é perfeitamente visível. Hinos não-inspirados estão conseqüentemente excluídos ” (John Murray, “Song in Public Worship” em Worship in the Presence of God , (ed. Frank J. Smith and David C. Lachman, Greenville Seminary Press, 1992), p. 188) . Se alguém quiser argumentar que espiritual não se aplica a salmos e hinos, então precisa responder duas questões pertinentes.

Primeira, porque Paulo insistiria nas inspirações dos cânticos, e ao mesmo tempo permite hinos não-inspirados? Podemos assegurar tranqüilamente que Paulo não era irracional.

Segunda, admitindo como fato, que salmos se referem a cânticos divinamente inspirados, seria não-bíblico não aplicar a “espirituais” o mesmo sentido. E depois, desde que já admitimos que salmos, hinos e cânticos espirituais se referem ao livro divinamente inspirado dos Salmos, é apenas natural aplicar espiritual, como sendo inspirados, a todos os três termos. Desde que o livro de Salmos é composto de salmos, hinos e cânticos espirituais ou divinamente inspirados, obedecemos a Deus somente quando O adoramos utilizando o saltério bíblico; hinos não-inspirados, não satisfazem o critério da adoração autorizada.

Uma outra questão que precisa ser considerada, tendo em vista essas passagens, é: “Essas passagens se referem ao culto, ou aos ajuntamentos informais dos crentes? Uma vez que Paulo está discutindo a mútua edificação dos crentes através do louvor inspirado, seria inconsistente de sua parte, permitir cânticos não inspirados no culto ou em qualquer outro ajuntamento. “O que é impróprio ou próprio para ser cantado em um caso, deve ser impróprio ou próprio para ser cantado em outro. Adoração é ainda adoração, sejam quais forem as circunstâncias, não importando o número de pessoas envolvidas” (Michael Bushell, The Songs of Zion , pp. 83-84) . “Se salmos, hinos e cânticos espirituais são os limites do material de cânticos para o louvor de Deus, nos atos menos formais de adoração, quanto mais eles serão limites no ato mais formal de adoração” (J. Murray e W. Young, “Minority Report,” Minutes of the Orthodox Presbyterian Church (14 th General Assembly, 1947), p. 61, conforme citado em Michael Bushell , The Songs of Zion , p. 84) .

[3] Ver meu artigo, “Leadership in Worship”, The Outlook , Dec. 1992, para o argumento.

[4] John Updike, A Month of Sundays (New York: Alfred A. Knopf, 1975), 136.


Nota sobre o autor: W. Robert Godfrey (Ph.D., Stanford), um membro do conselho da Alliance of Confessing Evangelicals, é presidente e professor de história da igreja no Westminster Theological Seminary na Califórnia.

Fonte: Revista Os Puritanos.

Este artigo é parte integrante do portal http://www.monergismo.com/.

29/09/2008

A HISTÓRIA DO BEIJO E AS RELIGIÕES



 

Autor :
Prof. João Flávio Martinez

Introdução

O primeiro beijo dado foi o sutil Sopro Vital do Criador; que com amor, através da Respiração Divina, nos deu o Sublime Beijo criando nossas almas e nossas vidas (Gn. 2:7).
Na Suméria (região da antiga Mesopotâmia, hoje Ásia), as pessoas costumavam enviar beijos para os céus, endereçados aos deuses. Na Antigüidade, o beijo materno, de mãe para filho, era bem comum. Entre gregos e romanos, era observado entre todos os membros de uma família e entre amigos bastante íntimos ou entre guerreiros no retorno de um combate, muitas vezes, com conotação erótica. Os gregos, aliás, adoravam beijar. No entanto foram os romanos que o difundiram. Para explanar sobre o beijo, o latim tem três palavras distintas: osculum, beijo na face; basium, beijo na boca; e saevium, beijo leve e com ternura. Beijo na boca, entre cidadãos da mesma classe social, era uma saudação praticada pelos persas. Heródoto, no século 5 a.C., listou todos os tipos de beijos e seus significados entre persas e árabes.
Na Idade Média, séculos 12 e 13, a saudação entre religiosos cristãos tornou-se o beijo de paz, que simbolizava a caridade e unia os cristãos durante a missa. O beijo de paz também era utilizado pela Igreja nas cerimônias de ordenação, na recepção de noviços, na missa etc. Neste mesmo período da história, a Igreja Católica proibiu o beijo caso este tivesse alguma conotação libidinosa. O beijo, afirmavam os religiosos, não tinha de ter ligação com o prazer sexual. Os fiéis passaram a beijar o osculatório e somente os clérigos mantiveram o costume do beijo nos lábios para as cerimônias.
O beijo na boca passou também a representar uma espécie de contrato entre o senhor feudal e o seu vassalo. Era algo como "dou minha palavra". Os burgueses adotaram o beijo na face como sinal de saudação; os nobres usavam o beijo na boca para o mesmo fim.
Somente no século 17 que os homens deram fim ao beijo na boca, o substituíram, então, pelo abraço cerimonial. Paralelamente, os religiosos substituíram o beijo na boca pelo beijo nos pés, o beijo nas mãos, chegando ao aperto de mão e ao abraço da paz.
No século 19, o surgimento do Romantismo, que dava ênfase ao individualismo, lirismo, sensibilidade e fantasias, com o predomínio da poesia sobre a razão, favoreceu aos ardentes romances e tórridas paixões. Conseqüentemente, os beijos ganharam tremendo espaço e popularidade. Com o feminismo, a mulher, muito mais liberada, não tem mais vergonha de expor seus desejos. A literatura oriunda desta época, os filmes produzidos em Hollywood (quem não se lembra da cena protagonizada por Vivian Leigh e Clark Gable em "...E o Vento Levou"?, mudou hábitos tradicionais de vários povos. Entre os negros, amarelos, povos árabes e indianos, entre os quais o beijo não fazia parte dos costumes. (Adaptado do site: http://www.an.com.br/2001/abr/12/0ane.htm)

Uma Abordagem Teológica do Beijo:
Segundo a Bíblia:
Modo de saudação usado no Oriente desde os tempos patriarcais (século XVIII a.C.), entre pessoas do mesmo sexo, e em casos especiais, entre pessoas de sexo diferentes. Os pais e as mães beijavam os filhos e pessoas da mesma família, cf. Gênesis 31:28 e 55; 48:10; II Livro de Samuel 14:33. Os filhos beijavam os pais; cf. Gênesis 27:26. Irmãos e irmãs beijavam-se mutuamente – cf. Cantares 8:1. Do mesmo modo faziam outros membros da família; Gênesis 29:11. Amigos e camaradas beijavam-se reciprocamente – cf. I Livro de Samuel 20:41. Nos tempos de Jesus Cristo, os convidados a um banquete eram beijados à entrada da casa – cf. Lucas 7:45. Era assim que os antigos cristãos se saudavam – cf. Romanos 16:16, como símbolo de fraternidade cristã. O beijo parecia não ter conotação maliciosa e era encarado como um cumprimento corriqueiro entre as pessoas e uma expressão de amor fraternal. O beijo de Judas, o beijo da traição, tornou-se tanto mais vil e odioso devido ao fato de um ato de amor fraternal ter sido usado como ato de deslealdade – cf. Mateus 26:49. O beijo era um sinal de respeito, beijavam-se os pés dos reis em sinal de grande honra, ou de humildade e sujeição – cf. Salmos 2:12. A mesma idéia se ligava aos idólatras que beijavam seus ídolos – cf. I Livro de Reis 19:18. Era uso atirar beijos com a mão depois de haver beijado – cf. Jó 31:27. (Adaptado do Dicionário Bíblico de J. Davis, Editora Juerp, 15ª Edição de 1989).

O Beijo na Concepção Islâmica:

O comentário que se segue foi feito pelo líder islâmico Samir El-Hayek tradutor do Alcorão para o português. Ele comenta sobre o beijo:
“Nós muçulmanos nos beijamos. Beijamos nossos amigos e irmãos... Não na Boca! Nem a própria mulher a gente costuma beijar na boca. Beijamos no rosto, na testa. É a nossa cultura. O beijo na boca é invenção do cinema hollywoodiano, que continua ganhando muito dinheiro com isso”.

Adaptado do site:
www.pucsp.br/rever/rv2_2002/i_rodvan.htm ).

O Beijo na Concepção Católica:

Bem, como já vimos acima, o beijo amoroso foi proibido pela Igreja Católica na Idade Média e em nossas pesquisas não conseguimos a informação se esse decreto foi extinto ou não. Entretanto, a Igreja Católica Romana tem no beijo uma maneira de referência e adoração; beijam-se as imagens e abascantos, beija-se a mão do clérigo, o padre beija o altar, o Papa por várias vezes beijou o solo onde foi peregrinar, beija-se após fazer o sinal da cruz, beija-se o irmão de fé em sinal de amor cristão... Enfim, poderíamos dizer que o beijo compõe o culto e os rituais do catolicismo.

O Beijo nas religiões Orientais:

Para as religiões Orientais, o beijo é um ato muito íntimo, jamais realizado em público. É algo reservado e que dificilmente será motivo de vexatório.

O Beijo na Ótica Protestante Evangélica:

A Bíblia mostra que os irmãos se saudavam com um beijo no rosto em sinal de cordialidade e cumprimento (Rm.16:16). Era um costume da época, como o nosso hoje, de saudar uns aos outros com um aperto de mão. O ósculo não é colocado como uma doutrina ou ensinamento, mas apenas como um gesto de cordialidade que deveria e deve haver entre os irmãos. Em nossas igrejas o povo é livre para saudar, não frisamos o ósculo pelo fato da inconveniência. A Bíblia nos ensina a evitar a aparência do mal (I Ts.5:22). Na nossa sociedade, homem beijando homem é um tanto desconfortável, sendo considerada uma prática libidinosa. Não queremos causar escândalos a ninguém (Rm.14:13) e por isso evitamos a prática do ósculo. O beijo no culto evangélico não é usado como no caso do catolicismo.
No casamento, na intimidade do casal evangélico, não há restrição no ato do beijo na boca. Entretanto, no caso do namoro, todo cuidado se faz necessário, pois a fornicação é um pecado segundo a Bíblia (Ap. 21:8). O beijo caloroso demais entre o casal de namorados pode sair da esfera de carinho e se tornar carícia, por isso a necessidade de se ter os devidos cuidados. No meio evangélico, geralmente, existe um conselheiro que acompanha o casal de namorados e fornecendo-lhes as devidas orientações e precauções que devem ser aplicadas no dia a dia.

FONTE: MinistérioCACP - A História do Beijo e as Religiões

26/09/2008

O CONTROLE DA MENTE NAS ESCOLAS DOS EUA



Este texto é um alerta aos pais. Fiquem mais atentos ao que é ensinado nas escolas em que os seus filhos estão, e nunca deixe que eles se afastem das verdades que Deus nos deixou para orientarem nossas vidas para o melhor desta terra e da vida eterna.

A programação da educação
(Como resistir às três estratégias da UNESCO, a qual vem treinando os estudantes para rejeitarem a verdade e conformarem-se ao consenso pré-planejado).
A discussão na sala de aula chegou ao fim e Ashley começou a colocar seus livros em ordem. Sua classe de Inglês havia estudado Édipo, o rei mítico obcecado por uma trágica predição do oráculo de que ele iria matar o próprio pai e casar-se com a mãe. Momentos antes, a campainha havia tocado e os alunos da 10ª. Série na Califórnia ouviram a professora anunciar um trabalho escrito: "Você vai consultar um oráculo e este lhe diz que você vai matar o seu melhor amigo. É algo destinado a acontecer e não há como fugir. Você vai comentar esse assassinato. O que fará antes de se dar tal evento? Descreva como se sentirá após ter-se preparado para o mesmo. Como você realmente matou o seu amigo? (1)
Ashley ficou assustada. Que tarefa estranha! Por que o professor exigiu que ela imagine algo tão horrível? "Não quero fazer isso", ela falou para si mesma. Muito após ter contado aos pais, estranhas sensações continuaram a perturbá-la interiormente, durante a noite.
No dia seguinte, sua mãe falou com a professora para que fosse dada à filha uma tarefa alternativa: "Não posso encorajar minha filha a escrever uma história sobre assassinar o seu melhor amigo", ela explicou.
"Certamente Ashley sabe a diferença entre a fantasia e a realidade", falou Miss Sawyer", acrescentando o argumento clássico dos pais, através de todo o país, que ela havia aprendido a aguardar. "Ninguém se queixou disso, antes".
"Isso é vergonhoso", respondeu a mãe. "Acho que esses pais deveriam ficar alarmados."
"Se eu der a Ashley uma tarefa diferente, ela irá se considerar uma tola."
"A Sra. está dizendo que ou ela consegue um F ou então se considerará uma tola? Não se trata de uma situação sem escolha para ela?"
A professora não respondeu, o que deixou a mãe de Ashley preocupada. Que tipo de educação era essa?
1. - Confusão cerebral - A terapia de choque emocional tornou-se uma coisa normal, de costa a costa, nas escolas públicas. Ela produz dissonância cognitiva - confusão mental e moral - especialmente nos alunos treinados a seguir diretrizes divinas. Conquanto os tópicos das salas de aula possam oscilar entre as práticas homossexuais e ocultistas, à eutanásia e ao suicídio, todas elas confrontam e ampliam suas fronteiras morais. Mas por que?
"[Nosso objetivo] é exigir uma mudança na cultura prevalecente - nas atitudes, valores, normais e meios aceitos de se fazerem as coisas" (2), diz Marc Tucker, o mentor mestre por trás da escola para o trabalho e do desenvolvimento da "força de trabalho", o qual está sendo agora implementado em cada estado. Trabalhando com Hillary Clinton e outros líderes globalistas, ele exigiu um movimento paradigma - uma transformação completa na maneira popular de pensamento, de crença e de percepção da realidade. Essas novas regras de paradigma, estão fora dos valores tradicionais e das verdades bíblicas, sendo estes agora considerados odiosos e intolerantes. (Ver "Clinton's War on Hate Bans Christian Values" - A Guerra de Clinton ao Ódio Anula os Valores Cristãos). Todas as religiões devem ser moldadas na fôrma da nova espiritualidade global. (3) Visto como os líderes globalistas patrocinam esta religião mundial, como um meio de criar uma conscientização pública da nossa suposta unidade planetária, o Cristianismo Bíblico não se adapta. Ele é simplesmente descrito como "exclusivista" e "crítico" demais.
O Pres. Bush resumiu o objetivo, em seu anúncio do América 2000, a versão republicana do programa de reforma da educação, mundialmente adotado pela UNESCO:
"As nações que pretenderem obstaculizar antigas noções e ideologias vão cambalear e cair. Por isso hoje aqui estou para dizer que a América vai seguir em frente... Novas escolas para um novo mundo! Nosso desafio chega a nada menos do que uma revolução na educação americana." (4)
Mergulhar os estudantes em situações imaginárias, que clamam contra os valores ensinados no lar, confunde e distorce a consciência dos mesmos. Cada história chocante e cada diálogo de grupo tendem a enfraquecer a sua resistência à mudança. Os absolutos bíblicos simplesmente não se adaptam a histórias hipotéticas, as quais se destinam a preparar as crianças para questionar e substituir os valores ensinados no lar. Há muito tempo que o modelo divino do que é certo e errado vem sendo colocado numa gangorra e o comportamento inadmissível já começa a se mostrar mais normal do que a obediência a Deus.
Contudo, é preciso mais do que uma consciência elástica para construir cidadãos mundiais complacentes. Novos valores devem substituir as antigas verdades divinas e nenhuma estratégia funciona melhor do que o antigo processo da dialética (consenso) explicado por Georg Hegel, abraçado por Marx e Lênin, o qual foi incorporado à educação americana nos anos 1980.
2. - Processo de Consenso - A Matt Piecora, aluno da sexta série na área de Seatle, foi ordenado que completasse a sentença: "se eu pudesse desejar três coisas, eu desejaria..." Matt escreveu: "Infinitamente acima de mais desejos, encontrar Deus, e que todos os meus amigos fossem cristãos."
Uma vez que os desejos de cada aluno deveriam ser colocados "em exposição" numa parede, estes deveriam ser corretos. Matt não passou. A professora lhe disse que o seu último desejo poderia magoar as pessoas que não compartilhavam suas crenças. Matt não queria ferir pessoa alguma, portanto teve de acrescentar: "se eles quisessem". (5)
Outra sentença a ser completada assim começava: "Se eu pudesse encontrar qualquer pessoa, gostaria de encontrar..." Matt escreveu: "Deus, porque foi Ele quem nos criou". A professora mandou que ele acrescentasse: "em minha opinião".
Quando os pais de Matt foram à escola, notaram as frases que haviam sido adicionadas às sentenças de Matt. "Por que você acrescentou isso?" Sua mãe perguntou: "A professora não quis que eu magoasse os sentimentos de outras pessoas", ele respondeu.
"Mas estes são exatamente os seus desejos...". "Achei que eram, mamãe". Max parecia confuso. Mais tarde, a professora explicou aos pais de Matt que ela queria "diversidade" em sua classe e precisava pensar nos outros alunos. Contudo, essa desculpa não convenceu. Como se supunha que os papéis expressavam as "diversas visões dos estudantes", se Matt não podia compartilhar as suas? Por que os seus desejos não se adequavam? Ou porque o problema real era o Cristianismo? "Tento instilar as verdades divinas em meu filho", disse o pai de Matt, "mas parece que a escola deseja removê-las". (Nota da Tradutora: Desde que Teoria da Evolução inundou as escolas, a tendência é anarquizar com tudo que Deus ensina em Sua Palavra e instilar mentiras tão diabólicas como esta na mentes dos estudantes]. Ele tem razão. As antigas crenças judaico-cristãs não se adaptam às novas crenças e valores exigidos pela unidade global. A planejada unidade exige "novo pensamento, novas estratégias, novo comportamento e novas crenças" (6) que rebaixam a Palavra e os valores de Deus. Grupos de discussão dirigidos são a chave para essa transformação. O Prof. Benjamin Bloom, chamado "Pai da Educação Dirigida Para Fora" resumiu isso muito bem: "O propósito da educação e das escolas é mudar o pensamento, os sentimentos e as ações dos estudantes" (7) "...Uma grande parte do que chamamos 'bom ensino' é a habilidade do professor em conseguir objetivos afetivos através do desafio às crenças fixas dos estudantes e levar os mesmo a discutir assuntos" (8)
O último comentário de Matt foi especialmente assustador para a professora. Sua declaração "Deus nos criou" é uma verdade absoluta, a qual não poderia ser modificada pelo grupo. Desse modo, não se ajustava ao processo de consenso - a principal estratégia psicossocial do novo sistema nacional internacional de educação, designado aos cidadãos do mundo. (9) Ele exige que as crianças participem de um grupo de discussão e concordem em;
* Ser abertas a novas idéias.
* Compartilhar sentimentos.
* Deixar de lado valores aprendidos no lar, os quais poderiam ofender os grupo.
* Comprometer-se no sentido de buscar um terreno comum e agradar o grupo.
* Respeitar todas as opiniões, não importa quão contrárias sejam estas às diretrizes divinas.
* Jamais argumentar ou violar a zona de conforto de alguém.
Primeiramente testado nas escolas soviéticas, este processo de mudança da mente exigia que os estudantes na URSS, China e outras nações comunistas "confessassem" seus pensamentos e sentimentos em seus respectivos grupos. Dia após dia, os professores treinados para facilitar isso conduziriam esses grupos em direção ao pré-planejado consenso.
Opiniões ou idéias contrárias - "teses' e "antíteses" eram misturadas a quaisquer "verdades" mais elevadas que surgissem.
Cada nova verdade ou "síntese" refletiria idealmente uma mistura dos sentimentos e das opiniões de cada participante.
Na realidade, os estudantes eram manipulados para comprometer os seus valores e aceitar a compreensão soviética politicamente correta do assunto discutido. Pior ainda, as crianças aprendiam a negociar o pensamento individual por um modo de pensar coletivo. Visto como o consenso conclusivo poderia mudar com o próximo diálogo, o processo os imunizaria contra a fé em qualquer verdade ou fato imutável.
Este revolucionário programa de treinamento foi oficialmente introduzido em nosso sistema educacional em 1985, quando o Pres. Reagan e o Pres.
Gorbachov assinaram o Acordo de Troca de Educação entre os USA e a URSS. Isso colocou a tecnologia americana nas mãos dos estrategistas comunistas e, em troca, nos trouxe as estratégias psicossociais usadas nas nações comunistas, para doutrinar as crianças soviéticas com a ideologia comunista e conduzi-las à complacência ao monitor, pelo resto de suas vidas.
Hoje em dia, as crianças americanas, de costa a costa, aprendem leitura, saúde e ciência, através do trabalho de grupo e do diálogo. A maior parte dos assuntos é "integrada" ou misturada em conjunto, a fim de ser discutida num contexto multicultural. Desse modo, os alunos da 4ª. Série em Yowa "aprendem" ecologia, economia e ciência pela imersão da "vida real' nas culturas nativas americanas. Eles ensaiam a vida tribal e idealizam a religião moldada pelos imaginários xamãs. Em busca de um terreno comum através de um professor treinador facilitador, eles compartilham suas crenças, sentimentos e experiências entre si.
Eles devem concordar em que "existem muitos deuses" ou "um deus com muitos nomes", e comparar os exagerados tremeliques espirituais do xamanismo com as experiências em suas próprias igrejas. Qual a religião que seria mais excitante para o grupo?
O consenso poderia ser meramente uma resposta temporária em um mundo de contínua evolução, em direção à melhor compreensão da verdade - conforme é definido pelos líderes que visualizam uma força de trabalho uniforme e um sistema de gerenciamento operando através de grupos complacentes, em toda parte.
Tolerância zero para fato e lógica - "A revolução ... no currículo é que não estão mais ensinando fatos às crianças" (10) anunciou a Dra. Shirley McCune em seu discurso de encerramento, na Conferência do Governo Sobre Educação, em 1989.
Os fatos e a verdade absoluta encorajam as pessoas a pensar por si mesmas. Contudo, nas comunidades gerenciadas dos dias futuros, o pensamento individual deve ceder lugar ao pensamento coletivo. O conhecimento factual deve ser expurgado, junto com as verdades bíblicas, visto como estes possibilitam as pessoas ao debate, à argumentação, dando-lhes resistência à manipulação.
Até mesmo a Matemática e os fatos científicos entram em conflito com o novo pensamento. Então, na exigência de uma "contínua mudança", os estudantes devem aprender "uma nova matemática" - matemática sem fatos matemáticos, e computação - e uma ciência embasada em sentimentos, em lugar de fatos, os quais podem ancorar a mente da criança a certas realidades imutáveis.
Os estudantes que discordarem do plano de consenso devem enfrentar a intimidação e o ridículo, sendo marcados como "não cooperadores" e "sob risco". Muitos deles são submetidos a tratamentos de mais intensa sensibilidade, descritos sob rótulos bonitos, tais como "solução de conflitos" e "gerenciamento de anseio". Como o "pensamento crítico" e outros eufemismos educacionais, todos esses rótulos se destinam ao processo dialético que molda a complacência e demonstra a pouca tolerância à verdade bíblica.
As crianças cristãs podem sentir tudo, menos a liberdade de "expressar" as suas crenças e sentimentos em tal situação. Isso faz parte do plano de intimidação.
Seguir a Deus - Para ficar fora de um mundo que exige o consenso, as crianças precisam:
1. - Conhecer e memorizar a Palavra de Deus: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).Se elas não renovarem suas mentes com a verdade, serão transformadas pelo mundo, não por Deus. Até mesmo Jesus foi tentado a comprometer a verdade e seguir a sedutora racionalização de Satanás. No deserto, Ele mostrou a maneira de sair vitorioso, alicerçando cada palavra na imutável Palavra de Deus. Ele respondeu: "Está escrito" E não "Eu acho", "eu sinto". Manejando a Palavra da Verdade, Ele neutralizou o engano e venceu a batalha (Lucas 4 e Hebreus 4:12).
A memorização é a chave. Verdades e fatos memorizados provêem uma âncora mental para a visão bíblica do mundo, a qual é necessária para se reconhecer e resistir ao comprometimento.
2. - Reconhecer a natureza da batalha - Na URSS o processo dialético foi usado para criar trabalhadores complacentes com o Comunismo, prontos para servir ao estado. Hoje em dia, o objetivo do processo de consenso é o mesmo: criar cidadãos globais complacentes para as visualizadas "comunidades sustentáveis" (Ver Agência 21, em nosso website)
Daqui para a frente, quem se opõe (ao certo ou errado, verdades ou mentiras, fatos ou ficção) deve ser desafiado, imergido ou redefinido, a fim de que seja esmagada a resistência e se estabeleça uma nova unidade, complacência e prontidão para acompanhar a "contínua mudança".
A inspiração vem de Satanás (1 João 5:19), o qual adapta suas estratégias aos tempos em mutação. No início da história, ele usou verdades torcidas e um diálogo sedutor para desafiar a compreensão de Eva em relação a Deus e aos Seus caminhos. Hoje ele usa o mesmo processo nos grupos.
Uma multidão pode ser facilmente manipulada - especialmente quando treinada para desprezar a verdade absoluta e os fatos contrários. (Provérbios 13:20; 2 Timóteo; Hebreus 13:9; 1 Timóteo 6:20).
3. - Usar a Arma de Deus - A verdades estratégicas delineadas em Efésios 6:10-18 poderão denunciar e contra-atacar qualquer engodo. Estudem o encarte - "A Armadura de Deus" (Encontrado na página "Armor" do nosso website, cap. 4 do Brave New Schools). Ele dá a lista das Escrituras chaves e mostra porque as seis partes da armadura denunciam e enfrentam todas as principais mentiras da Nova Era ou das religiões embasadas na terra.
Em seguida, ensine seus filhos a orar através das peças da armadura.
Simplifique cada parte, a fim de adaptá-la à idade deles. Tenha a certeza de que eles conhecem as Escrituras que embasam suas orações, de modo que a sua fé seja alicerçada na Palavra de Deus e não na imaginação deles.
4. - Avalie o custo - "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu SENHOR. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou" (João 15:19-21). Se os seus filhos se recusarem a conformar-se com o mundo, este na certa os rejeitará. Será que eles vão preferir a aprovação de Deus, como sendo mais preciosa do que a aprovação de sua turma? Qualquer que seja o nível de sua compreensão, eles vão precisar escolher: "...escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR" (Josué 24:15).
5. - Faça o compromisso de seguir o Pastor - Paulo o fez e regozijou-se: "Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé" (Filipenses 3:7-9). Ele havia se dedicado a Deus e nada poderia removê-lo dessa resolução.
As crianças que escolhem seguir a Jesus podem perder amigos, mas ganharão o maior de todos os prêmios: amor sem fronteiras, vida e proteção do nosso Rei soberano. Ele proverá toda a sabedoria e força de que necessitarem no andar com Ele. Lembrem-se: "Fiel é o que vos chama, o qual também o fará (1 Tessalonicenses 5:24). Nele todos estarão seguros para todo o sempre!
"Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas" (Lucas 6:22-23). [As ilustrações acima são excertos da Brave New Schools].
(Mind Control) - Berit Kjos/tradução: Mary Schultze, maio 2005.
Notas de Rodapé:
1. This quote is written according to Ashley's recall.
2. Marc Tucker, "How We Plan to Do It," Proposal to the New American School Development Corporation: National Center for Education and the Economy, July 9, 1992.
3. See "The UN Plan for Your Mental Health" and "Trading U.S. Rights for UN Rules."
4. Former President George Bush announcing America 2000, White House, April 18, 1991. America 2000: An Education Strategy (Washington: The U.S. Department of Education, 1991), 50, 51, 55.
5. Matt's parents explained to me what happened and sent a copy of the completed form.
6. Lee Droegemueller, Commissioner of Education, "Assessment! Kansas Quality Performance Accreditation (QPA), Kansas State Board of Education, Topeka, KS, January 1992.
7. Benjamin Bloom, All Our Children Learning (New York: McGraw Hill,1981); 180.
8. David Krathwohl, Benjamin Bloom and Bertram Massia, Taxonomy of Educational Objectives, The Classification of Educational Goals, Handbook II: Affective Domain (McKay Publishers, 1956), 55.
9. For a summary of the main points of Goals 2000, read "Zero Tolerance for Non-Compliance." For practical understanding of the whole program, read Brave New School.
10.Shirley Mc Cune, Senior Director, Mid-continent Educational Laboratory, speaking at the 1989 Governors' Conference on Education. />Matéria retirada do site www.crossroad.to/text/articles/mc9-24-98.html
Por Berit Kjos FONTE:Ministério CACP

25/09/2008

O PERIGO DAS SEITAS


 

As Seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e amplamente aceitas. Outras são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar um exame de suas ações. Elas estão crescendo e florescendo a cada dia. Algumas seitas causam grande sofrimento aos seus seguidores, enquanto outras até parecem muito úteis e benéficas.
Hoje em dia têm surgido novas seitas religiosas e filosóficas responsáveis pelos mais absurdos ensinamentos com relação ao final dos tempos. Essa confusão de idéias estão sendo despejadas em cabeças incautas, acabando muitas vezes em tragédias de grandes proporções.
Em 1978, o então missionário norte-americano Jim Jones, foi responsável pela morte de 900 seguidores, na Guiana Francesa, todos envenenados após Ter anunciado a eles o fim do mundo. Um fato interessante desse trágico acontecimento foi o depoimento de um dos militares americanos responsáveis pela remoção dos corpos. Ele disse que, após vasculhar todo o acampamento, não foi encontrado um só exemplar da Bíblia. Jim Jones substituiu a Bíblia por suas próprias palavras.
Em 1993, o líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do Senhor Jesus, promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde ficava a seita Branch Davidian. Seduzindo os seguidores com a filosofia de que deveria morrer para depois ressuscitar das cinzas, derramou combustível no rancho e ateou fogo, matando 80 pessoas, incluindo 18 crianças.
Em 1997, outra seita denominada Heaven’s Gate (Portão do Céu), que misturava ocultismo com fanatismo religioso, levou 40 seguidores ao suicídio. Na ocasião, essas pessoas acreditavam que seriam conduzidas para outra dimensão em uma nave que surgiria na cauda do cometa Halley Bop.
No Brasil também existem muitas seitas e denominações que se reforçam em profecias do Apocalipse. Uma das mais conhecidas, devido ao destaque dado pela mídia, são as Borboletas Azuis, da Paraíba, que em 1980 anunciou um dilúvio para aquele ano.
Em Brasília, encontra-se o Vale do Amanhecer, que conta com aproximadamente 36.000 adeptos. No Paraná, um homem de nome Iuri Thais, se auto-intitula como o próprio Senhor Jesus reencarnado. Fundador da seita Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade, ele parece ter decorado a Bíblia de capa a capa e, com isso, tem enganado a muitos.
Muitas das seitas são conhecidas dos cristãos brasileiros, a saber: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, etc. Mas muitas novas seitas pseudo-cristãs estão chegando ao Brasil e são pouco conhecidas: Igreja Internacional de Cristo/Boston (Igreja de Cristo, no Brasil), Ciência Cristã, Escola Unida do Cristianismo, Meninos de Jesus etc.
Quase todas essas seitas refutam a Trindade (com a conseqüente diminuição do Senhor Jesus Cristo), a ressurreição, a salvação pela Graça e contrariam outros princípios bíblicos.
ASPECTOS COMUNS
Existem muitos aspectos comuns entre as seitas que têm se disseminado pelo mundo. É importante que nós saibamos reconhecer suas características, a fim de que não sejamos enganados ou até mesmo desviados da verdadeira fé cristã.
1. As seitas subestimam o valor do Senhor Jesus ou colocam-no numa posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos como conseqüência.
2 Crêem apenas em determinadas partes da Bíblia e admitem como "inspirados" escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa parte daquilo que crêem;
3. Dizem ser os únicos certos;
4. Usam de falsa interpretação das escrituras;
5. Ensinam o homem a desenvolver sua própria salvação, muitas vezes, sob um conceito totalmente naturalista;
6. Costumam buscar suas presas em outras religiões, conseguindo desencaminhar para o seu meio, inclusive, muitos bons cristãos.
Conhecendo mais
Este esboço básico lhe dará informações de como as seitas trabalham e como evitá-las. Se você tem alguém conhecido que está perdido numa seita, é preciso orar e pedir ao Senhor que tire essa pessoa de lá e lhe dê a perspicácia e as ferramentas para ajudá-lo neste trabalho. Pode ser uma tarefa longa e árdua, porque, definitivamente, este não é um ministério fácil.
O que é uma seita?
A. Geralmente é um grupo não-ortodoxo, esotérico (do grego esoterikós, que significa conhecimento secreto, ao alcance de poucos). Podem ter uma devoção a uma pessoa, objeto, ou a um conjunto de idéias novas. As seitas costumam fazer uso das seguintes práticas:
1. Freqüentemente isolacionistas – para facilitar o controle dos membros fisicamente, intelectualmente, financeiramente e emocionalmente.
2. Freqüentemente apocalípticas - dão aos membros um enfoque no futuro e um propósito filosófico para evitar o apocalipse.
3. Fornecem uma nova filosofia e novos ensinos – revelados pelo seu líder.
4. Fazem doutrinação - para evangelismo e reforço das convicções de culto e seus padrões.
5. Privação – quebrando a rotina do sono normal e privação de comida, combinados com a doutrinação repetida (condicionamento), para converter o candidato a membro.
B. Muitas seitas contém sistemas de convicção "não-verificáveis".
1. Por exemplo, algumas ensinam algo que não pode ser verificado:
1. Uma nave espacial que vem atrás de um cometa, para resgatar os membros.
2. Ou, Deus, um extraterrestre ou anjo apareceram ao líder e lhe deram uma revelação
2. Os membros são anjos vindos de outro mundo, etc.
1. Freqüentemente, a filosofia da seita só faz sentido se você adotar o conjunto de valores e definições que ela ensina.
2. Com este tipo de convicção, a verdade fica inverificável, interiorizada, e facilmente manipulada pelos sistemas filosóficos de seu(s) inventor(es).
C. O Líder de uma Seita:
1. É freqüentemente carismático e considerado muito especial por razões variadas:
1. O líder recebeu revelação especial de Deus.
2. O líder reivindica ser a encarnação de uma deidade, anjo, ou mensageiro especial.
3. O líder reivindica ser designado por Deus para uma missão
4. O líder reivindica ter habilidades especiais
2. O líder está quase sempre acima de repreensão e não pode ser negado nem contradito.
D. Como se comportam as Seitas?
1. Normalmente buscam fazer boas obras, caso contrário ninguém procuraria entrar para elas.
2. Parecem boas moralmente e possuem um padrão de ensino ético.
3. Muitas vezes, quando usam a Bíblia em seus ensinos, utilizam também "escrituras" ou livros complementares.
1. A Bíblia, quando usada, é sempre distorcida, com interpretações próprias, que vão de encontro à filosofia da seita.
2. Muitas seitas "recrutam" o Senhor Jesus como sendo um deles, redefinindo-o adequadamente.
E. Algumas seitas podem variar grandemente...
1. Do estético ao promíscuo.
2. Do conhecimento esotérico aos ensinamentos muito simples.
3. Da riqueza e poder à pobreza e fraqueza.
2. Quem é vulnerável a entrar para uma seita?
Todas as pessoas são vulneráveis.
1. Rico, pobre, educado, não-educado, velho, jovem, religioso, ateu, etc.
B. Perfil geral do membro em potencial de uma seita (alguns ou todos os itens seguintes)
1. Desiludido com estabelecimentos religiosos convencionais.
2. Intelectualmente confuso em relação a assuntos religiosos e filosóficos
3. Às vezes desiludido com toda a sociedade
4. Tem uma necessidade por encorajamento e apoio
5. Emocionalmente carente
6. Necessidade de uma sensação de propósito, um objetivo na vida.
7. Financeiramente necessitado
Técnicas de recrutamento
A. As seitas encontram uma necessidade e a preenchem. As táticas mais usadas são:
1. "Bombardeio de Amor – Love Bombing " – que é a demonstração constante de afeto, através de palavras e ações.
2. Às vezes há muito contato físico como abraços, tapinhas nas costas, toques e apertos de mão.
3. Emprestam apoio emocional a alguém em necessidade.
4. Ajuda de vários modos, onde for preciso.
1. Desta maneira, a pessoa fica em débito então com a seita e procura de algum modo retribuir.
5. Elogios que fazem a pessoa pensar que é o centro das atenções.
B. Muitas seitas usam a influência da Bíblia ou mencionam Jesus como sendo um deles; dando validade assim ao seu sistema.
1. Escrituras distorcidas
2. Usam versículos tirados da Bíblia fora do contexto
3. Então misturam os versículos mal interpretados com a filosofia aberrante delas.
C. Envolvimento gradual
1. Alterando lentamente o processo de pensamento e o sistema de convicção da pessoa, através da repetição dos seus ensinos (condicionamento).
1. As pessoas normalmente aceitam as doutrinas de uma seita um ponto de cada vez.
2. Convicções novas são reforçadas por outros membros da seita.
4. Por que alguém seguiria uma Seita?
A. A seita satisfaz várias necessidades:
1. Psicológica - Alguém pode ter uma personalidade fraca, facilmente manipulável.
2. Emocional – A pessoa pode ter sofrido um trauma emocional recente ou no passado
3. Intelectual – O membro tem perguntas que este grupo responde.
B. A seita dá a seus membros a aprovação, aceitação, propósito e uma sensação de pertencer a algum grupo.
C. A seita pode ser atraente por algumas razões. Podem ser. . .
1. Rigidez moral e demonstração de pureza
2. Segurança financeira
3. Promessas de exaltação, redenção, "consciência mais elevada" ou um conjunto de outras recompensas.
5. Como as pessoas são mantidas na Seita?
A. Dependência:
1. As pessoas querem freqüentemente ficar porque a seita vai de encontro às suas necessidades psicológicas, intelectuais e espirituais.
B. Isolamento:
1. O contato com pessoas de fora do grupo é reduzido e cada vez mais a vida do membro é construída ao redor da seita.
2. Fica muito mais fácil então controlar e moldar o membro.
C. Reconstrução cognitiva (Lavagem cerebral):
1. Uma vez que a pessoa é doutrinada, os processos de pensamento deles/delas são reconstruídos para serem consistentes com a seita e ser submisso a seus líderes.
2. Isto facilita o controle pelo(s) líder(es) da seita.
D. Substituição:
1. A Seita e os líderes ocupam freqüentemente o lugar de pai, mãe, pastor, professor etc.
2. Freqüentemente o membro assume as características de uma criança dependente, que busca ganhar a aprovação do líder ou do grupo.
E. Obrigação
1. O membro fica endividado emocionalmente com o grupo, às vezes financeiramente, etc.
F. Culpabilidade
1. É dito para a pessoa que sair da seita é trair o líder, Deus, o grupo, etc.
2. É dito também que deixar o grupo é rejeitar o amor e a ajuda que o grupo deu.
G. Ameaça:
1. Ameaça de destruição por "Deus" por desviar-se da verdade.
2. Às vezes ameaça física é usada, entretanto não freqüentemente.
3. Ameaça de perder o apocalipse, ou ser julgado no dia do julgamento, etc.
6. Como podemos tirar alguém de uma Seita?
A. A melhor coisa é não tentar um confronto direto no primeiro encontro, o que pode assustar o membro e afastá-lo de você.
B. Se você é um Cristão, então interceda em oração pela pessoa primeiro.
C. Para tirar uma pessoa de uma seita é necessário tempo, energia, e apoio.
D. Ensine a verdade:
1. Dê-lhe a verdadeira substituição para o sistema de convicção aberrante que ela aprendeu, ou seja, o Evangelho da Graça de Jesus Cristo.
2. Mostre as inconsistências da filosofia do grupo, à luz da Bíblia.
3. Estude a seita e aprenda sua história, buscando pistas e informações
E. Tente afastá-lo fisicamente da seita por algum tempo, para quebrar o laço de isolamento.
F. Dê o apoio emocional de que ele precisa.
G. Alivie a ameaça de que se ele deixar o grupo, estará condenado ou em perigo.
H. Geralmente, não ataque o líder do grupo, deixe isso para depois. Freqüentemente o membro da seita tem lealdade e respeito para com o fundador ou líder.
I. Confronte outros membros da seita ao mesmo tempo, somente quando for inevitável.
Copyright Christian Apologetics and Research Ministry l
por Matthew J. Slick B.A., M. Div.
* extraído do Centro de Pesquisas Religiosas