11/07/2010

Estresse no ministério pastoral: saiba como evitar e não matar as frágeis ovelhas

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Quem nunca teve um dia de estresse no trabalho? Quando este tema vira rotina e os sintomas se tornam crônicos é preciso ficar em alerta. Quando o assunto é o estresse em clérigos(as) é mais grave ainda porque estes se sentem responsáveis por uma gama de atividades e funções. Quando não dá para desempenhar todas as funções, automaticamente surge a cobrança pessoal. Se o trabalho se transforma em um tormento, você pode estar sofrendo a Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico causado por esgotamento físico e mental intenso associado ao trabalho. Isso sugere que quem tem esse tipo de estresse sente-se consumido física e emocionalmente, e começa a apresentar comportamento agressivo e irritado.

  • A matéria que você está lendo se refere ao estresse na vida dos clérigos(as). Para tal, a redação do Expositor procurou o psicólogo e pastor, Cesar Roberto Pinheiro que fez seu mestrado na PUC - Campinas. O pastor Cesar entrevistou 74 pastores(as) da 3ª Região Eclesiástica para chegar aos dados precisos do nível de estresse em clérigos(as) metodistas. O resultado do nível de estresse das pessoas pesquisadas foi maior, percentualmente, que o nível da população de São Paulo, ou seja, 50 por cento para os pastores(as) e 35 por cento para São Paulo. Isso é preocupante! Também procuramos o pastor e psicólogo, Josias Pereira, que tem uma ampla experiência em psicologia clínica e pastoral e, por fim, o ex-professor titular da faculdade de teologia e pastor aposentado, Rev. Ronaldo Sathler Rosa, por agregar uma larga experiência na área do cuidado pastoral.

    Na pesquisa realizada pelo pastor Cesar, ele identifica que os pastores em geral têm uma grande dificuldade para lidar com esse tipo de tensão, pois o trabalho pastoral "constituiui-se em um dos mais polêmicos da sociedade, exigindo um conjunto de qualidades e responsabilidades às vezes, muito acima do que é exigido em outras profissões como, por exemplo: integridade ética e moral; equilíbrio emocional em todos os momentos; conduta exemplar; conhecimento em diversas áreas (musical, administrativa, legal, relacional); dedicação exclusiva; proximidade relacional (costuma-se dizer no meio eclesial metodista que 'o pastor/a precisa ser um amigo/a'); saúde física plena ('o/a pastor/a não pode ficar doente'); e senso de empatia".

    Destaque 

    O serviço pastoral, então, gera estresse? Ao citar alguns pesquisadores da área do estresse ocupacional, Cesar Pinheiro, afirma que "qualquer tipo de trabalho possui agentes potencialmente estressores para o indivíduo". Nesse sentido, "o trabalho pastoral também está sujeito ao estresse. Os dados obtidos indicam que 50 por cento da população pastoral metodista [dentre 74 clérigos(as) entrevistadas], tende a estressar-se no exercício do ministério. Este percentual obtido é sobremaneira elevado, considerando-se dados de pesquisas recentes sobre o tema. De acordo com o estudo realizado pela Dra. Marilda Lipp, do Laboratório de Estudos Psicofisiológicos de Stress, da PUC-Campinas, a média do nível de stress na cidade de São Paulo é de 35 por cento. Logo a presença de estresse na amostra pesquisada encontra-se significativamente acima da média da população geral de São Paulo, e isto é muito preocupante".

    Vale ressaltar, também, a orientação do psicólogo Josias Pereira: "uma pessoa estressada afeta as outras com as quais convive dispersando o seu mal estar entre os demais, pois o relacionamento inter e intrapessoal é altamente afetado", portanto, o estresse pode interferir no lar.

    Período mais estressante

    Para Cesar o período mais estressante no ministério está entre os primeiros cinco anos. Ele afirma: "De acordo com minha pesquisa, os primeiros 5 anos do ministério pastoral tendem a ser os mais estressantes. Dentre a amostra estudada, 50 por cento relatou que os primeiros cinco anos foram os mais estressantes no ministério pastoral.

    Cabe destacarmos ainda que a parte do grupo (17 por cento) referiu o período entre 6 e 10 anos como o mais estressante do seu ministério". Para Josias Pereira, sua experiência pastoral e psicológica indica que não é somente no início do ministério que o estresse atinge o pastor(a), mas também quando se aproxima da aposentadoria: "a rigor não podemos definir no início do ministério, pois tudo depende muito das condições pessoais e circunstanciais, bem como das contingências. No entanto, a experiência indica que é mais provável nos primeiros anos de ministério e nas proximidades da aposentadoria, talvez pela insegurança do porvir, que também se apresentam com freqüência em outras atividades", e acrescenta: "quanto maior convicção do chamado divino, menor é o risco de estresses, pois o principal fator determinante são os conflitos de valores, embora esteja sempre inconsciente, pois quando conscientizados os sintomas podem a ser resolvidos".

    Também nesse sentido é reveladora a pesquisa de Roseli Margareta K. de Oliveira que aponta em sua dissertação de mestrado, numa pesquisa envolvendo 38 pastores da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB) que, o nível de estresse está presente nos primeiros cinco anos do ministério, inclusive alguns dos pastores entrevistados pela pesquisadora, já se encontram com a síndrome de Burnout, ou como define o psicólogo Josias Pereira, "o esgotamento nervoso". Se você é uma pessoa extremamente exigente e perfeccionista e que não mede esforços para atingir bons resultados, é preciso tomar cuidado, pois essas pessoas são as mais vulneráveis à síndrome.

    Sintomas com maior frequência

    Os sintomas mais presentes de acordo com Cesar Pinheiro são definidos da seguinte forma: "sintomas físicos, por exemplo, dores de cabeça, boca seca, tensão muscular entre outras; sintomas psicológicos: ansiedade, vontade de fugir de tudo, hipersensibilidade emotiva...; sintomas físico-psicológicos (quando os anteriores estão presentes). Desta forma ao verificarmos a prevalência de sintomas, descobrimos que 48,65 por cento do grupo com estresse, apresentou sintomas psicológicos (com predominância entre as mulheres), 37,84 por cento, sintomas físicos e 13,51 por cento, estavam entre aqueles com ambos os sintomas. Um detalhe significativo é que, dentre as mulheres participantes da pesquisa, o segmento das clérigas casadas revelou maior índice de estresse (78,5 por cento) em relação às clérigas solteiras (45,45 por cento)".

    Para Josias Pereira pode-se considerar "os sintomas em função de suas conseqüências, isto é, há manifestações somáticas que são graves, porém, não apresentam urgência, pois suas conseqüências ocorrem a longo prazo, tais como fenômenos digestivos ou dermatológicos e outros tantos. Já as agudas são as crises circulatórias ou cardíacas, são os casos de AVC's (acidente vascular cerebral, isto é, derrame cerebral ou infarto cerebral) que exigem atendimento com muita urgência, pois qualquer demora pode ser fatal". Entretanto, ressalta o pastor, "é bom saber que para todos estes casos a prevenção ainda é o melhor remédio".

    Principais estressores ocupacionais em clérigos(as)

    A pesquisa realizada pelo psicólogo Cesar Pinheiro revela dados surpreendentes, pois os maiores estressores em clérigos(as), os três mais importantes foram: "preocupação com a educação dos filhos frente às mudanças de residência; ter que sujeitar ao processo de nomeação pastoral e, por fim, ter que negociar os subsídios pastorais com a administração da Igreja". Além do mais, as mulheres casadas tiveram um maior índice de estresse, possivelmente, "por estar relacionada aos múltiplos papéis sociais que elas precisam assumir, principalmente com respeito à vida pessoal", conclui Cesar.

    Acúmulo de funções também pode ser uma fonte de estresse, pois mesmo que a pessoa dê conta de realizar os trabalhos que lhe são designados, "quando ele não é reconhecido, a satisfação acaba se transformando em compulsão. Isso leva ao esgotamento, depressão ou transtornos ansiosos", como define a psicóloga Fernanda Elpes Nakao em uma entrevista na Revista Vida e Saúde em setembro de 2009.

    Dicas de como prevenir o estresse

    Existem meios de prevenir o estresse? O pesquisador Cesar Pinheiro dá algumas dicas: "É preciso considerar alguns aspectos importantes no controle e prevenção do estresse: alimentação, descanso, exercícios físicos, apoio psicológico e o cuidado pastoral". Cesar afirma, ainda, que "a fé é um aliado poderoso no processo de enfrentamento do stress".

    O professor Ronaldo Sathler Rosa afirma que "a prática rotineira de atividades físicas, devidamente orientadas e ajustadas à condição particular de cada um, é fator positivo para a eliminação de cansaços desproporcionais e para o equilíbrio da personalidade. A vida sedentária atinge, obviamente, o humor, a vitalidade, e pode comprometer o exercício prudente e responsivo do ministério pastoral". O professor lembra ainda que "em nossa cultura brasileira os homens, em geral, não dão muita importância ao aspecto preventivo para o seu próprio bem-estar integral. O 'cuidar de si', tanto corretiva como preventivamente, é condição para 'cuidar de outrem' por meio do cuidado pastoral".

    Sathler conclui que outro fator que contribui para que não se dê maior atenção à saúde entre pastores, "é a ausência de uma Teologia da Saúde: a saúde considerada como inserida na mensagem cristã da salvação. Não se restringe, portanto, às curas das patologias individuais e da sociedade. A mensagem da salvação visa à criação de novo modo de vida, de renovação da mente, de novas atitudes em linha com os ensinamentos das Escrituras. Uma causa provável da pouca atenção da teologia sobre a saúde, deve-se à ênfase unilateral na 'união da alma com Deus'. O corpo, é, então, ignorado. Sofre a alma com o corpo danificado; sofre o corpo com a alma ferida!".

    Algumas regrinhas básicas para evitar o estresse:

    Peça ajuda para resolver os problemas; fragilidades? Não tenha medo ou receio de expô-las; repense se você é uma pessoa perfeccionista. Ninguém consegue ser perfeito em tudo e controlar todas as situações; jamais se sobrecarregue, delegue funções; mantenha organizada sua rotina de trabalho, como por exemplo, horários para ler e responder e-mail's, estudo, visitação, separe a sua folga pastoral para a família; desfrute do lazer, atividade física e vida social. Enfim, a vida de qualquer pessoa, independente de ser clérigo(a) ou não, precisa de um equilíbrio entre o prazer e as obrigações. Essa seria, em nossa conclusão, o segredo para uma vida saudável, tanto pastoralmente profissional como pessoal.

    Pr. José Geraldo Magalhães Jr.

    Fonte: Revista Metodista
    Postado por: Felipe Pinheiro

    Via: www.guiame.com.br

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    Qual é a sua?

     ovelhapresa

    Existem duas formas de tentar ser igreja: uma delas, é aquela que quer crescer a qualquer custo e da maneira mais rápida sem se importar se é certo ou errado. É o que você, geralmente, já vê na televisão e na mídia de uma forma geral o tempo todo mesmo, a atração não é a vida do servo humilde, não é o tomar a sua cruz, negar a si mesmo e andar como Jesus andou na verdade e na simplicidade. O que esta “igreja” propõe é somente a compra da bênção e nada mais. As pessoas adoram ouvir que elas podem ser muito prósperas, que os problemas delas serão resolvidos num passe de mágica ou na liberação de uma “palavra profética”, que elas vão ganhar ou alcançar isto e aquilo se participarem de uma campanha tal, se fizerem algum tipo de voto ou sacrifício financeiro para ofertar, se forem oradas ou ungidas pelo pastor, apóstolo ou missionário tal.

    Elas querem resolver o imediato, o que precisam agora, a oração tem que ser respondida na hora, senão não vale. Às vezes reclamam com Deus porque elas fizeram um voto, determinaram, participaram de uma corrente de oração com alguém famoso, mas Deus não cumpriu a parte dele.

    As pessoas vão se cansando desta loucura toda, mas por incrível que pareça é que o resultado ainda são “igrejas” lotadas, mas de gente que não quer ser tratada pelo Senhor de verdade, até fazem alguma entrega, mas é tudo muito superficial, nunca se entregam por inteiro. Estão ali enquanto a oferta da bênção é boa. Estas pessoas até resolvem os seus problemas exteriores, mas a casa por dentro continua mau arrumada e o “valente desamarrado” habitando nelas. Algumas até choram de emoção durante uma música bonita ou uma palavra bem pronunciada, mas continuam vazias de Deus.

    Depois de um tempo elas descobrem um outro “mover”, um outro “homem de deus” (com “d” minúsculo mesmo) e vão pra lá, não tem vínculo, andam de “igreja” em “igreja” procurando uma bênção que nunca vem. Outras vezes se dispersam para alguma outra religião até mesmo não cristã afim de ter o encontro que nunca tiveram. Acabam culpando e achando que Deus teve alguma coisa com isto… Ledo engano!

    A outra forma de ser Igreja (com “i” maiúsculo) é a da maneira simples como Jesus ensinou mesmo, é descobrir-se como Igreja serva, e servo dentro da Igreja e do Reino, como povo que não dá um passo sem ouvir atentamente a direção certa e segura da Palavra de Deus, são homens e mulheres que buscam no Evangelho puro e simples, e somente nele, sem barganhas ou “novíssimas revelações” a perfeita vontade do Senhor e entendem que nem sempre a oração é respondida na hora e da forma como queremos que seja. Nossos caprichos e vaidades, nossa própria vontade solitária, não serão atendidos, mas serão tratados se estiverem fora da perspectiva do Reino de Deus. Esta Igreja ama a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode dar financeiramente.

    Nesta Igreja todos, ou a pelo menos a maioria, vivem um para o outro, o alimento é a Palavra revelada em Jesus, que trata, cuida, zela, confronta os pecados resistentes. Esta Igreja está interessada em pregar o que é certo, não o que dá certo.

    Preste atenção! Existe muita diferença entre pregar o que é certo ao invés do que dá certo!
    Esta igreja não ensina “os sete segredos para prosperar na vida financeira de forma mágica” e também não está interessada em ostentar o templo mais luxuoso da terra, mas ela busca as coisas que são lá do alto. Seu tesouro é outro, não é deste tempo ou desta terra, suas riquezas estão onde a traça e a ferrugem não podem destruir. Ela deseja que todos sejam alcançados pela presença de Deus de forma real e intensa, não apenas através do marketing da fé. Ela testemunha a transformação que o Evangelho provoca nas pessoas por inteiro e não na vida financeira somente. Ela não busca empresários da fé, mas sim servos de Jesus.

    Nem sempre esta Igreja vai atrair “clientes” tão rápido, mas com o tempo as pessoas em volta, pelo testemunho da Graça de Deus, saberão distinguir quem é sério e quem não é. Quem está pregando por amor ao Reino e quem está somente tentando se beneficiar do Reino e das ovelhas do Reino por amor ao dinheiro e poder que eles lhe dão.

    Nesta Igreja a cura, o milagre, a libertação de poderes do mau, a bênção estão presentes também e de forma muito mais intensa e poderosa mas esta não é sua propaganda. A propaganda aqui é a presença de Jesus. O que ela experimenta na presença do Espírito verdadeiro de Jesus é o que atrai as pessoas, é o amor não fingido que transforma e retém quem dela se aproxima.

    Um dia o Senhor vai olhar para muitos daqueles que expulsavam demônios, falavam em outras línguas, profetizavam nas igrejas, faziam grandes sinais e maravilhas, os grande homens e mulheres que nós achamos importantes, até mesmo aqueles que andam entre nós hoje em dia; e Ele, o Senhor, vai dizer assim: “apartai-vos de mim todos os que praticam pecado, porque eu não vos conheço” (Mateus 25.41). Pecado aqui é não se esforçar por amar de forma prática, é o pecado de não fazer o bem podendo e sabendo que é para ser feito.

    Isto é muito sério! Certamente não são as “boas obras” que nos salvam como muitos pensam, mas a nossa fé e nível de relacionamento com Deus são medidos e mensurados pela forma e intensidade com que temos vontade de externar, espontaneamente, sem hipocrisia e com muita alegria de Deus o nosso amor a quem precisa de nós, seja essa pessoa quem for. Irmão da fé ou não.

    O apóstolo João nos ensina como é este amor, ele diz assim: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1 João 3.18)

    Quem ama, crê; e quem crê é seguido pelos sinais do Reino. A libertação, as curas e os sinais acontecem naturalmente quando o amor de Deus é experimentado sem barreiras. O poder e a autoridade espiritual são conseqüência do amor, nunca o contrário.

    Este é o convite para a cura através do amor de Deus: “Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” (Isaías 1.17-18)

    Existem muitos que querem vencer na força e no grito, na demonstração pública de autoridade, subjugando e impondo medo aos irmãos. De fato o que eles conseguirão é um arregalar de olhos, podem assustar e deixar outras pessoas admiradas, serão chamados de poderosos e talvez até de sábios, mas sem amor nunca quebrarão cadeias mais fortes. Aquelas que se alojam no mais profundo da alma, onde só o amor verdadeiro consegue penetrar, sondar e amolecer até a pessoa não suportar mais o constrangimento da presença do amor de Deus e desejar se libertar das cadeias da falta de perdão, do rancor, da avareza e do ódio.

    Logo, é até possível que uma “igreja” consiga crescer sem amor, é possível experimentar até coisas sobrenaturais como uma aparente libertação de alguns poderes espirituais, profecias, curas e cultos com sensação de grande visitação de Deus. Podemos até ver pessoas chorando, se emocionando, entregando tudo o que possuem. Sim, é possível! Mas tudo isso sem amor é um grande nada diante de Deus.

    A Palavra nos convida a aprender a amar de verdade, a olharmos para dentro de nós mesmos e sermos confrontados pelo poder do Evangelho. Deus é amor, somos filhos amados, se você ainda não descobriu como viver nesta dimensão do amor de Deus, convide ao Espírito de Jesus, o Espírito Santo, para mudar seus sentimentos agora mesmo e quebrar todas as cadeias e travas que lhe impedem de amar livre e totalmente.

    Você verá como é fácil conseguir amar quando descobrimos que já somos amados por Ele antes mesmo de merecermos ser amados. A revelação do amor de Deus é a nossa grande motivação, é a nossa “mola mestra” para amarmos como Jesus nos amou e ser uma Igreja da Verdade.

    O Deus que nos ama irremediavelmente te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

    Autor: Pablo Massolar

    fonte: Qual é a sua?

    PASTOR METRALHADORA

     

    Para alguns, ele é conhecido como o pregador mzungo (homem branco). Para outros, é um bad boy regenerado. Talvez o nome de Sam Childers entrará para a história apenas como o "pastor metralhadora". Mas para as pequenas crianças do sudeste do Sudão que correm risco de morte ou de se tornarem escravos pelas mãos do grupo rebelde "Exército de Resistência Lord", ele é sinônimo de salvação.

    Sam Childers sequer concluiu o ensino médio, tendo começado a usar drogas aos 11 anos de idade, metendo-se em mais brigas que é capaz de lembrar. Este homem problemático, que muitos consideravam uma causa perdida, cresceu numa família cristã, mas o envolvimento com drogas, sexo e violência consumiram muitos anos de sua juventude e parte da sua vida adulta. Porém, a constante oração da sua mulher, Lynn, cristã desde 1987, ajudou a levá-lo a Cristo em 1992.

    “Creio que a maior coisa que as pessoas precisam saber não é até que ponto fui no passado. Não interessa o que alguém era. A única coisa que interessa é o que se pode fazer para alterar o amanhã,” disse Childers durante uma entrevista. E acrescentou, “Penso que se eu pude mudar, qualquer um pode mudar.”

    Esse ex-motociclista, que chegou a andar com os Hell's Angels, hoje percorre o território conflituoso do Sudão de arma na mão. O perigo espreita em cada esquina e a todo o instante. Seu espírito guerreiro de sempre continua o mesmo nesta nova luta que abraçou, mas de um modo diferente. “A diferença é que hoje eu luto pelas crianças e famílias que Deus me enviou para proteger.”
    Sacrificando a vida confortável que tinha nos EUA, esse pregador incomum passou a maior parte dos últimos dez anos no sudeste do Sudão e no nordeste de Uganda. Ali fundou a aldeia de crianças Anjos da África Oriental, um orfanato cheio de crianças que ele resgatou dos ataques mortais do Exército de Resistência Lord (ERL), liderado por Joseph Kony.
    Sam escreveu sua história no livro Another Man’s War: The True Story of One Man’s Battle to Save Children in the Sudan, que em breve deverá virar um filme estrelado por Gerard Butler (de 300) e Michelle Monaghan (de Controle Absoluto). (Veja matéria aqui)
    Sua biografia descreve cenas terríveis dos ataques do ERL. Numa aldeia, ele recorda “o fedor intenso de carne humana queimada” e os gritos que ouvia dos feridos. Viu também uma mulher jovem ficar ensopada no próprio sangue ao ter o peito cortado pelo machado de um soldado. Em outros ataques, os soldados do ERL queimaram pessoas vivas e as forçaram ao canibalismo. Fizeram inclusive crianças matarem as próprias mães, pois do contrário seriam mortas. As crianças capturadas com vida são forçadas a unir-se ao ERL, servindo como soldados infantis, escravas sexuais, ou carregadoras de cargas e continuarem aterrorizando aldeões no sudeste do Sudão e nordeste de Uganda.
    Childers sentiu-se obrigado a usar armas para defender as crianças, dando origem a seu apelido. Ele diz ser contra a violência, mas afirma que não se pode deixar que as crianças sejam estupradas e assassinadas. “Ajo em auto-defesa, procurando proteger as crianças”, afirme. "Não sou um assassino. Não gosto de machucar ninguém. Mas estas pessoas têm de ser paradas. Você ficaria indiferente se visse alguém fazer mal a uma criança?”
    Desde 1988, o ministério de Childers distribui cerca de 2.400 refeições por dia. A aldeia que contruiu tem dormitórios, uma escola de ensino fundamental, creche, clínica, campo de esporte e uma igreja. Seu trabalho na África libertou mais de 900 refugiados de todas as idades, e mais da metade são crianças que foram capturadas pelo ERL.
    “Com toda certeza um pregador normal, com formação universitária, nunca poderia fazer o que faço”, afirma Childers em seu livro. “Se eu tivesse morrido antes, certamente teria ido para o inferno,” admite o ex-usuário e traficante de drogas. “Mas quando me rendi ao Senhor, um novo plano entrou em ação, e nasceu um novo ministério.” Ele fez sua primeira visita ao Sudão em 1998 como voluntário para um projeto de construção dirigido por um ministério cristão. Mas a injustiça e necessidade desesperada que viu durante a viagem prendeu o coração de Childers e levou-o a decidir dedicar toda a sua vida para ajudar as pessoas do sudeste do Sudão. Lynn e Paige, a filha do casal, tem apoiado Childers em seu ministério, mesmo passando longos períodos longe dele.

    “Sim, eu fui duro e mau, tendo causado uma série de prejuízos quando era incrédulo. Mas essa dureza e maldade prepararam-me para sobreviver num ambiente hostil onde poucos pregadores poderiam ir e voltar vivos,” escreve Childers no último capítulo do livro. “Deus endureceu-me e treinou-me para ser seu instrumento no sudeste do Sudão e em Uganda. Não sou um pastor normal. Sou um soldado, membro do Exército Cristão de Libertação do Povo. Eu ando armado. Luto pela liberdade. Jesus disse: 'Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma.' [Lucas 22:35-38] Jesus não condenava a violência. Mas se alguém pegar o seu filho e eu dissesse que podemos trazê-lo de volta, o que você diria?”

    FONTE:  PavaBlog