17/06/2010

FILHO PRÓDIGO

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Como recebemos bem nossos irmãos e irmãs perdidos? Correndo na direção deles, abraçando-os e beijando-os. Vestindo-os com as melhores roupas que temos e fazendo-os nossos convidados de honra. Oferecendo-lhes a melhor comida e convidando os amigos e a família para a festa. E, acima de tudo, sem pedir por desculpas ou explicações, mostrando nossa imensa alegria por estarem novamente conosco (Lucas 15.20-24).

Isso é ser perfeito como é perfeito nosso Pai celeste. É perdoar, do fundo do coração, sem um traço de hipocrisia, recriminação ou mesmo curiosidade. O passado é apagado. O que importa é o aqui e o agora, em que tudo que se encontra em nossos corações é a gratidão pela volta de nossos irmãos e irmãs.

O pai da história do filho pródigo sofreu muito. Ele viu seu filho mais moço partir, sabendo das decepções, rejeições e abusos que enfrentaria. Viu seu filho mais velho tornar-se rancoroso e amargo, sem querer receber afeto e apoio. Uma grande parte da vida do pai foi dedicada à espera. Ele não podia forçar seu filho mais moço a voltar para casa ou seu filho mais velho a abandonar os ressentimentos. Só eles poderiam tomar a iniciativa de voltar.

Durante o longo tempo de espera, o pai muitas lágrimas derramou e muitas mortes morreu. Estava vazio pelo sofrimento. Mas esse vazio criou um espaço para as boas-vindas a seus filhos, quando viesse o tempo de se retorno. Somos chamados a nos tornar como esse pai.

O pai da história do filho pródigo é também a mãe. A atitude de correr em direção ao filho, abraçá-lo e beijá-lo, oferecer-lhe as melhores roupas, o anel, as sandálias e a festa não é característica de um patriarca distante. Ela expressa tanta ternura, alento e modesto perdão que nela vemos a plena presença do amor paternal e maternal.

O amor perfeito de nosso Pai celeste abrange e transcende todo o amor que um pai e uma mãe podem ter por seus filhos. Podemos pensar nas duas mãos de Deus que nos abraçam como uma delas sendo a mão de uma mãe e a outra de um pai: uma acaricia, consola e conforta; a outra apóia, encoraja e fortalece. Somos também chamados a ser pai e mãe daqueles que querem voltar para casa.

henri nouwen

FONTE:  | vineyard café || blog