20/04/2010

A MEDIDA DO AMOR DE DEUS – J. I. Parker

Devo aprender, com este plano de salvação, a ser grato pela misericórdia do meu Deus.


É correto dizer que jamais existiu uma religião que desse tanta ênfase à necessidade de oferecer ações de graças e que chamasse seus adeptos, de modo tão insistente, a dar graças a Deus, como a religião da Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os salmistas estão constantemente dando graças (SI 35.18; 75.1; 119.62) e convocando os outros a fazer o mesmo (SI 95.2; 100.4; 105.1; 106.1; cf. 47; 107.1,21ss; 118.1,29; 136.1-3,26; 147.7). Paulo, da mesma forma, dá graças repetidas vezes (Rm 1.8; 6.17; 7.25; ICo 1.4,14; 14.18; 15.57; 2Co 2.14; 8.16; 9.15; Ef 1.16; Fp 1.3; Cl 1.3; lTs 1.2; 2.13; 3.9; 2Ts 2.13; lTm 1.12; 2Tm 1.3; Fm 4) e orienta os cristãos para que façam o mesmo (Ef 5.20; Fp 4.6; Cl 2.7; 4.2; lTs 5.18).


E fácil entender a razão pela qual existe uma ênfase tão grande em glorificar a Deus por meio de ações de graças (SI 69.30; 2Co 4.15). Os dons e bênçãos divinas, que segundo as Escrituras são concedidos nas boas experiências da vida natural e pela maravilhosa misericórdia da salvação sobrenatural, são muito mais ricos e abundantes, e envolvem uma dose muito maior da generosidade divina, do que os sonhados por qualquer outra fé.


Portanto, nossas ações de graças não devem ser formalidades vazias. Pelo contrário, para que sejam aceitáveis, elas precisam ser expressões genuínas de gratidão do coração por tudo que Deus nos tem dado - gratidão que o Livro Anglicano de Oração define como sendo pela "nossa criação, preservação e por todas as bênçãos desta vida; mas, acima de tudo, pelo inestimável amor de Deus na redenção do mundo por nosso Senhor Jesus Cristo, pelos meios da graça e pela esperança da glória". O plano de salvação é o mapa deste "inestimável amor".


Amor (agape), no sentido cristão da palavra, tem sido definido como um propósito de engrandecer aquele a quem se ama. Aprendemos a defini-lo como tal a partir da revelação do amor de Deus em Cristo, o amor que salva. Como uma manifestação de amor por pecadores que merecem o inferno, ele é misericordioso. Como uma intenção de levantá-los de uma situação de destituição espiritual à dignidade do perdão e da restauração, aceitação e adoção na família de Deus, ele teve um alto preço - não para nós, mas para o próprio Deus, como as Escrituras deixam claro:


Porque Deus amou ao mundo (seres humanos em seu estado de corrupção e distanciamento de Deus) de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (Jo 3.16)


Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Rm 5.8)


Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. (1Jo 4.8-10)

Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou (Rm8.32)

A maneira de medir todo e qualquer amor é a sua capacidade de doar-se. A medida do amor de Deus é a cruz de Cristo, onde o Pai entregou o seu Filho para morrer, para que os espiritualmente mortos pudessem ter vida.


J. I. Packer

FONTE: ttp://www.oprincipaldospecadores.com/2010/04/medida-do-amor-de-deus-j-ipacker.html

EVANGELHO x RELIGIÃO: Como surgiu a "igreja/instituição" no formato em que a conhecemos

 

CONSTANTINO, LACTÂNCIO E O CRISTIANISMO IRREFORMÁVEL...
Depois da Era Apostólica Original, a comunidade mais ampla dos discípulos que permaneciam fiéis à Palavra dos Apóstolos, já mortos, estava cansada...; e as coisas somente pioravam...
Já tinham passado por dez grandes perseguições gerais, muitas outras em regiões especificas e infindas de natureza individual e pessoal.
Os Apóstolos haviam dito que “o tempo estava próximo”; mas eles próprios haviam partido e o Senhor não voltava...
Enquanto isto [...] os discípulos não sabiam se ficavam nas cidades ou se buscavam refugio nos montes, covas, florestas, regiões distantes, em cidades subterrâneas, ou nos infindos túneis que cavaram [...], como ainda hoje se vê em muitos lugares, especialmente em Capadócia, na Turquia.
Aos olhos deles todas as predições de Jesus e dos Apóstolos estavam já cumpridas, pois, tudo o que tinham visto nos últimos 280 anos eram guerras e rumores de guerra, revoluções, terremotos, vulcões poderosos e devastadores, pragas, mortes em quantidade impensável, pestes chacinadoras, como nos dias do Imperador Décio; além de que não lhes faltaram [de Nero em diante] inúmeros candidatos perfeitos ao posto de Besta e de Anti-Cristo na Roma/Babilônia, na Grande Meretriz, na Cidade das Sete Colinas.
Entretanto, apesar de tudo, quanto mais sofriam, mais cresciam e se espalhavam; de modo que a perseguição sempre foi o maior espalhador das sementes do Evangelho pelo mundo, desde o tempo dos Imperadores Romanos.
Todavia, o Senhor não voltava...; as perseguições não cessavam; e nem o Império se convertia...
Foi nesse tempo de cansaço de esperança, porém de crescimento pela perseguição, que surgiu o Imperador Constantino.
O Império estava divido, enfraquecido, invadido. Somente se impunha pela força dos mercenários e das expansões feitas pela brutalidade; enquanto Roma sucumbia à devassidão, à lassidão, à volúpia, a dês-humanização...
Do mesmo modo que o Império estava enfraquecido [...] seus deuses também estavam; posto que não impediam as invasões bárbaras; nem as rebeliões de escravos; nem as revoltas das nações conquistadas; nem os terremotos, nem as pragas, nem os vulcões, nem davam aos romanos nada que não fosse por eles tomado no saque que faziam às nações que submetiam..., ainda que nunca definitivamente...
O Senhor não voltava, mas Constantino apareceu... Aleluia!... Gritavam os crentes!
Metido na sua corte, como seu escriba, estava um cristão chamado Lactâncio. Foi Lactâncio o “profeta” de Constantino. Foi dele a interpretação de que o meteoro caído diante deles antes do ataque a Roma, para tomar o poder, era um sinal de Jesus de que Constantino era o “escolhido”, o “cristo da história”, o Imperador que, pela espada, imporia o Reino de Deus, ainda que a proposta fosse que o império romano de Constantino não teria fim, sendo uma espécie de “reino davídico dos cristãos” — o que se tornou realidade/engano pelo fato de a Igreja Católica Apostólica Romana ser a Roma de Constantino e viver até aos dias de hoje...
Lactâncio teve um papel fundamental na construção de Constantino como o Décimo Terceiro Apóstolo de Jesus, o apóstolo imperador, o apóstolo da espada, o apóstolo das glórias terrenas e da Igreja Triunfante na Terra, não nos céus.
Foi de Lactâncio a inspiração de que o “tamanho da igreja e sua presença em todo o império” seria de grande valor político para Constantino. Foi dele a idéia de colocar a chamada Cruz de Constantino como novo Emblema do Império, substituindo a Águia.
Também foi dele a idéia de fazer da fé em Jesus uma Religião Oficial no Império. Sim, o escriba Lactâncio foi um cristão cansado de ser perseguido e que estava próximo demais do poder para não tentar influenciar em nome de Jesus...
Ora, Lactâncio começou apenas buscando mais tolerância para os cristãos [...], no entanto, depois de um tempo suscitou no Imperador a certeza política de que o grupo dos escravos amantes de Jesus era a melhor base de apoio que ele poderia ter no Império, dado ao tamanho e à capilaridade da igreja dos discípulos de Jesus.
Foi dele também a idéia de que o Imperador agradaria aos cristãos construindo Basílicas nos lugares mais históricos para a fé dos cristãos...
Ele foi a peça fundamental também na construção dos elos entre o Imperador e os bispos das igrejas locais, ainda escondidas e intimidadas.
Da noite para o dia os bispos viravam eminências pardas.
Depois Constantino aprendeu a andar com as próprias pernas, manobrando os bispos na medida em que lhes dava poder...
Foi por tal poder que o antigo crescimento dos cristãos se perdeu, virando inchaço e adesão... Logo surgiram os sincretismos... A seguir a bruxaria tomou conta em nome de Jesus. Por outro lado, surgiram os eruditos oficiais dos ditos de Deus, os teólogos; tudo sob o patrocínio do Imperador.
Constantino continuou matando e sendo inclemente com muitos... Foi ele quem primeiro invocou em “nome de Jesus” o principio diabólico da guerra santa e da igreja de espada na mão.
As raízes do Cristianismo Constantiniano [aliás, o único Cristianismo, posto que Jesus nunca tenha fundado nenhuma religião ou Cristianismo] — determinam até hoje quase tudo aquilo que a “igreja” chama de “Deus”, de “Jesus”, de “Igreja”, de “Doutrina”, de “Poder”, de “Estado”, de “Direito”, de “Ciência Teológica”; e está presente em todas as formas de governo e disciplina na “Igreja”.
Ora, como Jesus não voltara, mas Constantino aparecera como um ladrão de noite, os crentes logo celebraram a vitória de Constantino como uma manifestação da vinda do Senhor de forma diferente; como reino glorioso feito pelo poder de um império de trevas...
Em menos de trinta anos um grupo de milhões de discípulos de Jesus, que viviam de modo singelo e hebreu no caminhar, se tornou o poder dominante de um Império, do maior de todos os Impérios, do Império Romano; e, assim, sem pestanejar, reinterpretaram Jesus e a Sua vinda; e celebraram o reino de Deus nas garras da Meretriz Oportunista, que agora apenas dava aos famintos a chance de transformarem pedras em pães, de pularem do Pináculo do Templo com a escolta de anjos imperiais, em troca de darem apenas apoio político ao Imperador, enquanto eles, agora não mais Igreja, mas apenas “igreja” [...], ganhavam todos os reinos deste mundo...
Praticamente ninguém mais conseguiu ser cristão sem levar alguma marca da Besta Constantiniana; sim, seja nos temas da vida; na idéia acerca de quem é Deus; ou acerca da Trindade [esquartejada em Nicéia]; ou da noção de influencia do Reino de Deus neste mundo; ou de guerra santa e justa; ou de evangelização; ou de teologia; ou de credo; ou de modo de governo; ou de importância humana e histórica; e de um monte de outras coisas... — que não nos tenham vindo como herança de Constantino; e que influenciaram toda a “Cristandade”; e que deram forma ao Cristianismo, que fizeram uma Dieta no Protestantismo, mas que nele não perderam o DNA; e que hoje estão revividas com todas as forças entre os Evangélicos, todos eles, mas especialmente entre os Neo-Pentecostais.
Hoje Constantino tem no Brasil a cara de um Macedino!...
Constantino é o Pai do Cristianismo!...
O Católico, ou Universal em Constantino, não são termos que têm o sentido da catolicidade e da universalidade do espírito de tais termos conforme o espírito do Evangelho.
Católico e Universal em Constantino são termos que significam exatamente aquilo que os termos Católico e Universal se tornaram no Cristianismo...
Sim, Constantino é o Pai do Cristianismo!... Somente ele; e Jesus esteve fora...; sempre...
Jesus esteve presente [...] como apenas sempre apenas nos corações [...]; mas nada teve a ver com toda a História da Igreja [...] de Constantino para cá.
Jesus teve a ver com a história de milhões de pessoas, mas não com a História da Igreja de Constantino, que é todo o Cristianismo, especialmente em sua manifestação ocidental, ainda que o fenômeno tenha sido “católico” em sua influencia “universal” do reino imperial de “Deus”...
Esta é a razão de a “igreja” ser tão diferente de Jesus e tão semelhante a Constantino.
Sim, pois o espírito do Cristianismo sempre foi e será “romano” em seu DNA; e tal espírito é anticristo em relação ao Evangelho de Jesus.
Somente o diabo faz de conta que não foi e não é assim!
Sim, mano, olhe no espelho e veja que você é a cara do Imperador Constantino; pois, se seu espírito é do Cristianismo, então, é de Constantino que você é filho!
É por esta razão que eu creio que o Cristianismo é irreformável...
Nele, em Quem não tenho nenhuma dúvida acerca do que disse acima,
Caio Fábio (10 de novembro de 2009)
Retirado do site www.caiofabio.com (http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=05510)
Theo Pimenta

fonte: EVANGELHO x RELIGIÃO: Como surgiu a "igreja/instituição" no formato em que a conhecemos