29/10/2008

OS NOMES DOS DOZE DISCÍPULOS


Bem cedo no Seu ministério público, o Senhor Jesus chamou a Si os Seus discípulos, e dentre eles escolheu doze, aos quais deu o nome de apóstolos.

Comparando as várias listas de seus nomes, descobrimos lições que são tão interessantes quanto importantes. Que possamos aprendê-las e pô-las em prática.

Existem quatro das referidas listas no Novo Testamento, a saber: Mateus cap. 10, Marcos cap. 3, Lucas cap. 6 e Atos cap. 1 (embora a de Atos contenha apenas onze nomes, omitindo o de Judas Iscariotes, por ele não pertencer mais ao número dos doze). A ordem em que os nomes são apresentados não varia muito, mas as modificações que se verificam são realmente significantes e sugestivas. Havemos de considerar este fato em estudos futuros ao examinarmos o caráter de cada discípulo.

O nome de Pedro ocupa o primeiro lugar em todas as listas, enquanto a última posição está sempre reservada a Judas Iscariotes (exceto na lista de Atos cap. 1, pela razão já mencionada). Isto é sugestivo: as listas começam com aquele que negou a Cristo, e terminam com aquele que O traiu. O verdadeiro crente, Pedro, tropeçou, mas levantou-se outra vez, mantendo a sua posição entre os discípulos; Judas, porém, o falso, caiu para nunca mais voltar.

O melhor crente está sujeito a tropeçar, pois ainda possui a natureza adâmica, mas logo se manifesta a diferença entre aquele que é nascido de novo e aquele que tem apenas o nome de viver. Se o crente verdadeiro tropeçar, levantar-se-á; o mero professo, porém, desmentirá a sua profissão.

É interessante notar como o número três se destaca nestas listas.

• Embora elas sejam quatro, e apareçam em quatro livros do Novo Testamento, os seus escritores são apenas três (Lucas escreveu duas).

• Os doze apóstolos se dividem em três grupos, cada qual contendo quatro nomes. Embora haja modificações nas posições ocupadas por alguns dos discípulos, nenhum deles deixa o seu grupo. Cada grupo é sempre liderado pelo mesmo nome:

1º grupo: liderado por Pedro;

2º grupo: liderado por Filipe;

3º grupo: liderado por Tiago de Alfeu.

• Notemos também que o Senhor deu sobrenomes a três dos discípulos: Simão, em quem pôs o nome de Pedro; Tiago e João, nos quais pôs o nome de Boanerges.

• Entre os doze, três foram escolhidos para ocupar um lugar de especial intimidade com o Senhor: Pedro, Tiago e João.

• Outro fato interessante é que as ocasiões em que estes três desfrutaram deste privilégio também foram três:

1) Na casa de Jairo. Não foi permitido aos outros discípulos presenciarem a ressurreição da menina;

2) No monte da Transfiguração. Somente estes três viram a Sua glória quando Ele se transfigurou;

3) No Jardim de Getsêmani. Oito discípulos foram deixados para trás, enquanto somente os três acompanharam o Senhor mais um pouco.

As três ocasiões são sugestivas: ressurreição, glorificação e sofrimento. Antes de verem as agonias do jardim, os três presenciaram uma manifestação do poder de Cristo na casa de Jairo, e contemplaram a beleza da Sua majestade lá no monte. Notamos algo semelhante no Salmo 23, onde por duas vezes lemos que o Senhor nos guia. Primeiramente Ele guia-nos às águas tranqüilas, e depois, dirige os nossos passos pelas veredas da justiça. Quão misericordioso e compassivo é o nosso Deus! “Ele conhece a nossa estrutura; lembra-Se de que somos pó” (Salmo 103:14).

• Há três pares com o mesmo nome:

1) Simão: Pedro e Zelote;

2) Tiago: de Zebedeu e de Alfeu;

3) Judas: de Tiago e Iscariotes.

• Também há três pares de irmãos:

1) Pedro e André;

2) Tiago e João;

3) Tiago de Alfeu e Judas (não o Iscariotes).

• Se pensarmos na sua vocação, veremos que houve três etapas nelas:

1) Salvação — João cap. 1;

2) Discipulado — Marcos cap. 1;

3) Apostolado — Lucas cap. 6.

Irmãos, se já possuímos a salvação, não nos esqueçamos da segunda parte. Somos salvos para servir. Fomos comprados por bom preço, de sorte que não nos pertencemos a nós mesmos. Tomemos, pois, sobre nós o Seu jugo, e aprendamos dEle como verdadeiros discípulos.

A palavra “apóstolo” significa “enviado”, e cada pessoa salva é mais do que discípulo; é um enviado. O próprio Salvador nos enviou à toda criatura em todo o mundo. Irmão, como podemos aceitar a salvação e deixar de anuncia-la a todos? Na fábrica, na escola, na loja, ou onde quer que estejamos, somos os enviados do Senhor. Que correspondamos sempre aos propósitos de Deus.

Pela leitura de Marcos 3:14 e 15, verificamos que o Senhor tinha três objetivos para os doze ao escolhê-los:

1) Estarem com Ele;

2) Pregarem;

3) Fazerem milagres.

Devemos notar bem a ordem. Primeiro, estar com Ele. Depois, testificar e manifestar o Seu poder. Primeiro, a comunhão; depois a confissão. Compare o caso de Maria e Marta. Esta se ocupava em muitos serviços — e note bem que eram serviços para Cristo. Hospedou-O em sua casa, e estava muito ocupada, certamente preparando alguma coisa para Ele. Maria, porém, ocupava-se com o Senhor.

Irmãos, o serviço do Senhor é importante, mas o Senhor do serviço é tudo! É a comunhão com Ele que dá valor ao serviço que fazemos por Ele.

Agora, resta-nos apenas dizer que dos doze escolhidos, apenas um não era Galileu — Judas Iscariotes, natural da Judéia.

R. E. Watterson

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