30/05/2008

BIOGRAFIAS: DANIEL BERG


 

Daniel Berg nasceu em Vargon, na Suécia, num lar genuinamente cristão. Cedo na vida, aos 17 anos, fez sua primeira viagem para os Estados Unidos, em 1902; isto porque a Suécia passava por uma crise financeira muito séria. Ao final de oito anos voltou de passagem à Suécia.
Nesta ocasião, ao visitar a casa de seu melhor amigo, soube que ele era agora um pregador do Evangelho numa cidade próxima. Ao chegar em sua igreja ouviu pela primeira vez sobre o batismo no Espírito Santo. Depois do culto conversaram bastante sobre esta doutrina, o que fez com que Daniel Berg saísse dali convicto, e buscando o seu batismo no Espírito Santo. Ainda no caminho de volta para a América ele recebeu o batismo e decidiu dedicar a sua vida inteiramente ao Senhor.
Durante uma conferência em Chicago, ele conheceu seu futuro companheiro nas missões, o sueco Gunnar Vingren, que acabara de se formar num Instituto Bíblico e era desejoso de ser um missionário. Ambos, cheios do poder pentecostal, passaram a buscar do Senhor o Seu direcionamento para suas vidas. Certo dia, o dono da casa que Gunnar Vingren morava teve um sonho e viu o nome Pará, e foi-lhe revelado que seria uma orientação para aqueles jovens. Logo descobriram que Deus os chamava para o Brasil. Apesar do pouco entusiasmo da igreja, e de nenhuma promessa de ajuda financeira, ambos foram separados para serem missionários no Brasil, cheios de convicção da parte de Deus.

A última e grande confirmação da parte de Deus foi quando o Senhor pediu a Vingren que desse 90 dólares, exatamente o valor que eles tinham para a viagem, para um jornal pentecostal. Eles, em obediência, o fizeram. Porém, extraordinariamente, o Senhor devolveu-lhes o exato montante, usando um irmão em outra cidade, que foi revelado por Deus para tal. Berg e Vingren partiram para o Brasil no dia 5 de Novembro de 1910. Durante a viagem eles já puderam experimentar um pouquinho o que seria o seu campo, e ali mesmo a primeira alma foi ganha para Jesus, desde que eles foram separados como missionários. Então, no dia 19 do mesmo mês chegaram à cidade de Belém do Pará.

Primeiramente eles ficaram hospedados no porão de uma Igreja Batista, cujo pastor era americano. Logo começaram a dirigir cultos, para ajudar aquele pastor, e sempre que sentiam de falar sobre a manifestação do Espírito Santo para aqueles dias, o faziam sem constrangimento. Mesmo sendo um assunto novo para aqueles irmãos, eles se interessavam cada vez mais, o que decorreu no grande aumento da assiduidade nos cultos e constantes visitas aos missionários. Enquanto isso, Berg começou a trabalhar na fundição, para sustentá-los, enquanto Vingren estudava português para ensinar a Daniel Berg à noite.

A pobreza, e principalmente as doenças, era uma constante naquele lugar, sobretudo a lepra e a febre amarela. Com isso, os irmãos freqüentavam cada vez mais o porão onde viviam Berg e Vingren, em busca de oração e conhecimento da Palavra. Ali o Senhor começou a batizar com o Espírito Santo e a curar muitos enfermos. Num daqueles cultos improvisados, entrou de surpresa o pastor da igreja, que foi cordialmente convidado a participar do culto. Recusando o convite, passou a declarar uma série de acusações com relação às falsas doutrinas ensinadas pelos missionários. Esperando contar com o apoio dos que ali estavam, aconteceu o contrário: um diácono, dos membros mais antigos, se levantou e defendeu com testemunhos reais de que o batismo no Espírito Santo e a cura divina é para a atualidade. Neste dia então, Berg, Vingren e mais 18 irmãos foram expulsos daquela igreja e formaram a primeira Assembléia de Deus, que a princípio se reunia na casa da irmã Celina Albuquerque, a primeira cristã batizada no Espírito Santo em terras brasileiras.
Logo depois começou a circular pela cidade um panfleto, da parte daquele pastor batista, alertando a população contra os ensinamentos dos missionários, citando inclusive as passagens bíblicas por eles usadas. O que parecia prejudicial, tornou-se num grande impulso para a propagação das verdades bíblicas, pois aqueles que os liam, ao conferir com as escrituras, passavam a crer e buscavam a igreja, que crescia cada vez mais. Dias depois, chega a primeira remessa de Bíblias e Novos Testamentos em português, o que leva Daniel Berg a se dedicar exclusivamente à venda das literaturas e pregação do Evangelho.

Quando a Palavra de Deus já havia sido distribuída em toda Belém, Berg sentiu da parte de Deus em seguir rumo à Bragança e fazer na marcha para o interior o mesmo trabalho, para o qual era vocacionado. A tarefa não era fácil; os dois maiores inimigos eram o analfabetismo e o catolicismo herdado da colonização portuguesa. Naqueles pequenos vilarejos, o padre era a maior autoridade e todos os moradores já haviam sido advertidos quanto à pregação de Daniel Berg, e temiam a leitura da Bíblia, pois a igreja os proibia.

Apesar disto, o jovem continuava a bater nas portas, a ler trechos bíblicos e a orar pelos enfermos. As portas se abriam aos poucos, e o Senhor operava sempre com milagres e maravilhas. Em pouco tempo já havia vinte novas igrejas entre Belém e Bragança. O próximo passo foi a caminho das selvas. O contato inicial foi difícil, e a primeira família se converteu num velório quando Daniel leu sobre a ressurreição ao lado do corpo inerte da mãe. Estes se tornaram evangelistas e contribuíram para a formação de uma grande igreja ali. Sofreram fortes perseguições por parte dos policiais, pois o delegado estava comprometido politicamente com a igreja católica. Por fim o nome do Senhor foi glorificado pelas vitórias dos cristãos. Berg só saiu dali quando a igreja já havia amadurecido e estava caminhando por seus próprios pés.

O passo decorrente foi sua chegada às ilhas; nesta altura os maiores inimigos eram os naturais. A travessia em barcos precários tornava o acesso muito perigoso, pois além da embarcação, havia as piranhas e os jacarés. As grandes distâncias, as horas perdidas e o esforço com os remos, junto ao grande aumento do trabalho, tornou-o quase impossível. Após um acidente sofrido por Daniel, numa daquelas pequenas embarcações, sentiu de Deus de comprar um grande barco a velas, o que fez com a ajuda da igreja de Belém. Com o barco "Boas Novas" o atendimento era mais proveitoso e em maior extensão.

Assim fez Daniel Berg em todo o país, de norte a sul. Há relatos de sua obra nos solos mais difíceis desta terra. Quem com ele caminhou citou que ele mal dormia, vivia intercendo. Falava pouco e era dirigido unicamente por Deus. Jamais viu obstáculos à obra. Andava em lombos de cavalo, a pé, comia o que se lhe servisse: macacos, raízes, frutos exóticos. Jamais reclamava e era sempre agradecido por estar no Brasil

Daniel Berg passou para o Senhor em 1963, e mesmo enfermo num hospital, saía de uma à outra enfermaria entregando literatura e orando pelos que se entregavam a Jesus.

Um exemplo de servo bom e fiel. Seu trabalho deu origem, juntamente com Gunnar Vingren, às assembléias de Deus no Brasil

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