Esperar que Deus faça tudo enquanto nós não fazemos nada, não é fé, isto é superstição. - Martin Luther King Jr.
Nos dias hodiernos, como nunca na história da Igreja, necessitamos da presença crucial de alguns estrategistas do Senhor que possam planejar, de tal maneira, que venhamos terminar a tarefa de evangelizar todos os povos, línguas, tribos e nações em nossa geração.
Hoje, temos todos os obreiros que se necessita para essa empreitada e, mais ainda, não faltam recursos econômicos, tecnológicos, informativos, treinamento adequado etc. O que falta é comprometimento de investir e direcionar todos esses recursos para aqueles que são esquecidos e preteridos pela Igreja mundial, isto é, os povos não-alcançados da janela 10-40.
Os irmãos morávios, que viveram há mais de 200 anos, como simples camponeses, tiveram para cada 25 membros um missionário transcultural, enquanto nós, brasileiros, que temos a 32 maior Igreja evangélica do mundo, e que somos a 9á potência mundial, temos necessidade de 10.000 crentes para sustentar cada missionário transcultural. E, se pensarmos em janela 10-40, teremos de multiplicar isto por dez. Você consegue acreditar que, 20 séculos depois da ordem da Grande Comissão, temos nações que ainda não têm um crente nacional conhecido?
Confessamos que ficamos sumamente impressionados com o comprometimento dos mórmons. Eles têm 7.000 pessoas nos EUA que falam o árabe e estão na expectativa da queda do Islamismo e não temos sequer dez missionários que falem fluentemente o árabe.
A Igreja Evangélica Brasileira Hoje somos a 3ª maior Igreja evangélica do mundo, somente superada pelos EUA e China. Temos mais evangélicos no Brasil do que toda a Europa e o leste europeu juntos, isto é, 30 países fazem parte do berço da obra missionária. Há mais libaneses no Brasil do que libaneses no Líbano. Patrick Johnstone, o autor do livro Intercessão Mundial chama o Brasil de o cadinho das nações.
Diante do grande desafio missionário de alcançar os povos não-alcançados, em nossa geração, se faz necessário um melhor treinamento do candidato ao campo missionário. O Senhor Jesus, mestre por excelência, não enviou seus obreiros aos campos sem nenhum treinamento prévio e tampouco isso foi feito às pressas. Treinamento não significa somente conhecimento teológico: a História tem provado que isso não é o suficiente, mas, sim, parte de um TODO. Portanto, vejamos o que é necessário para um treinamento completo:
1. Tempo - um período de quatro anos é o ideal, mas que neste tempo o candidato tenha experiência formal, não formal, informal e prática de evangelismo pessoal no Brasil e transcultural. O Projeto Radical da Missão Horizontes está sendo desenvolvido em quatro anos, sendo os primeiros seis meses no Brasil, seis meses num país latino, de língua hispânica, seis meses de volta no Brasil, seis meses num país de língua francesa ou inglesa, dependendo do país ao qual será enviado o obreiro, e dois anos no campo de janela 10-40 e, mesmo assim, sob a orientação de um mentor que já tenha experiência de campo. Este foi o método utilizado por Jesus no treinamento de seus discípulos. Após esses quatro anos, o obreiro estará de volta à sua igreja para compartilhar do ministério, mas agora com experiência provada, visão global e parâmetros para poder definir que tipo de ministério desejará desenvolver no futuro.
2. Caráter cristão - muitos missionários não têm conseguido ter uma boa convivência com outros missionários, com a liderança local e nacional, e isto tem sido uma grande causa do retorno prematuro de vários missionários. É o ponto crucial na área de treinamento missionário.
3. Trabalho em equipe - este foi o método de Jesus e está provado ser o método ideal para o bom desenvolvimento dos dons naturais e espirituais. A Bíblia diz que um cordão de três dobras não se quebra facilmente. Trabalho em equipe diminui tremendamente o custo financeiro, estresse cultural, e ajuda muito na área de cuidado missionário, pois em vez de visar a um candidato somente o custo será dividido para toda uma equipe.
4. Conhecimentos de primeiros socorros - as regiões não-alcançadas são as mais pobres da terra, e se faz necessário que se tenha esses conhecimentos que irão ajudar nos primeiros socorros. Outros conhecimentos, na área de agricultura, e técnicos em diversas outras áreas são sumamente importantes.
5. Treinamento bivocacional - professor de língua inglesa, francesa, espanhola, representante comercial, esportista ou outra profissão pode ter um bom ministério de fazedores de tendas. O apóstolo Paulo usou este método em algumas oportunidades, mas isto não implica que a Igreja deva ser negligente no sustento missionário.
6. Inteligência emocional - um grande número de candidatos a missões vem de lares desestruturados e esses traumas terão um reflexo negativo no sucesso do missionário. Ressentimento, mágoa, falta de auto-estima, falta ou excesso de autoconfiança, orgulho, falta de humildade, complexos tanto de inferioridade como de superioridade, preconceitos, falta de autocontrole, autocomiseração, preguiça de ler e, em geral, incredulidade etc..., tudo isso terá um aumento assustador quando explodir no campo missionário, e terá um reflexo negativo no desenvolvimento do processo missionário da igreja envolvida.
7. Sentimental - a carência afetiva, quando estão longe da família ou pátria, tem levado diversos candidatos a cometer vários deslizes e tem tirado muitos dos campos. Deve-se estipular um tempo mínimo ao candidato solteiro antes de se pensarem algum envolvimento sentimental a fim de se evitar feridas desnecessárias.
8. Mental - uma mente bem preparada é fator preponderante do sucesso no campo, pois é onde a batalha mais forte acontece. Muitos candidatos têm até uma boa formação teológica, mas quando se defrontam com desafios grandes, se entregam facilmente. Ter uma mente renovada pelo Espírito Santo é imprescindível.
9. Prática transcultural prévia - devido às grandes distâncias culturais entre nossa cultura e a dos povos não-alcançados, se faz necessário ter uma experiência transcultural prévia. Não sai caro, e ajuda muito na seleção de candidatos que estejam dispostos a ir aos lugares mais difíceis da terra.
10. Mobilização missionária - o candidato deve ser bem preparado nesta área, pois ele não pode ir para o campo sem ter uma boa base segurando as cordas da intercessão e do sustento. Para que isto seja uma realidade, o candidato e a missão devem se comunicar com a igreja, família, amigos, líderes etc. com todas as informações necessárias, tais como: cartas, fotos, estatísticas e vídeos.
11. Treinamento lingüístico - é necessário para o aprendizado de qualquer idioma um treinamento com experiência prática numa outra língua que virá ajudar muito no aprendizado. Da segunda para a terceira língua, o processo é muito mais fácil e assim sucessivamente. O espanhol é um bom filtro neste processo de seleção de candidatos para os povos não-alcançados. Aprender uma língua totalmente diferente da nossa exige muito esforço e dedicação integral, de cinco a oito horas por dia.
12. Visão global - uma visão global irá levá-lo a um trabalho de interdependência ministerial e, o mais importante, à expansão do Reino, e não a um projeto denominacional ou de uma missão isoladamente.
Diante do quadro exposto, precisamos repensar nossa posição como Igreja de Jesus. Cremos ser necessário pensar em uma Igreja com propósitos. Propósitos de cunho prático e imediato. Temos de nos esforçar para terminar a tarefa a nós confiada há 2.000 anos pelo Mestre e duplicar esforços. Oswald Smith, autor dos livros Paixão pelas Almas, Clamor do Mundo e tantos outros disse: Por que uma pessoa tem o direito de ouvir o Evangelho várias vezes, enquanto que muitos outros não ouviram sequer uma vez?!. Precisamos começar a fazer isso dentro de nosso contexto. Devemos, repensar a mensagem de missões, principalmente com os povos não-alcançados, em nossos seminários, congressos, conferências etc., enfatizando a ação prática, e não o simples falar.
Precisamos enviar, urgentemente, obreiros aos povos não-alcançados e isto irá requerer muito mais do que simples palavras no ar. C.T. Studd, multimilionário e desportista inglês, vendeu todos os seus bens e propriedades e doou todos os recursos angariados para várias organizações missionárias e se dirigiu como missionário, para a China e índia onde dedicou o melhor de seus anos na proclamação do Evangelho. Com 51 anos, alquebrado e cansado pelo trabalho estafante, voltou para a Inglaterra para levantar sustento para empreender uma nova empreitada de embrenhar-se nas matas do interior da África a fim de levar o Evangelho àqueles que estavam escondidos e esquecidos pela Igreja da época. Deparou com alguns jovens corajosos e que tinham o fogo missionário, e estes lhe disseram: "Carlos, isto é muito sacrifício para você, pois você já fez a sua parte. Sua resposta foi enfática e clara: "Se Jesus Cristo é Deus e morreu por mim, então não há sacrifício demasiadamente grande que eu possa fazer por Ele".
Precisamos de guerreiros valentes, como os de Davi, que tinham um propósito de coroá-lo rei: que escrevam uma nova página na história do Evangelho e das missões brasileiras, dispostos a deixar as comodidades e os prazeres deste século e serem conhecidos como os guerreiros de um novo século: que estejam dispostos a coroar Jesus como o Rei de todas as nações, tribos, línguas e raças. Portanto, a palavra ENVIO deve permear nossas vidas e ministérios. Somente assim poderemos com certeza trazer JESUS de volta em nossa geração!
Você Sabia? Cada dia, 5.000 novos convertidos são acrescentados à Igreja evangélica brasileira?
Na igreja o crente brasileiro investe somente R$ 1,30 por ano para missões transculturais. Se este valor for aumentado 100 vezes, mesmo assim ainda não chega à condição de sacrifício, pois daria em média, para cada crente, a importância de R$ 10,00 por mês.
David Botelho
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