Para quem gosta de futebol este é um período intenso. Os campeonatos terminam na Europa e a cada semana há novos campeões. Logo começará o Campeonato do Mundo e o planeta vai acompanhar e torcer até a grande final e ao grande campeão. Ninguém vai falar do segundo classificado, ninguém vai lembrar do segundo classificado. Há que vencer. Há que triunfar. No nosso tempo há que ser um vencedor a todo custo.
Empresas e instituições apostam em vencedores. No Brasil há escolas secundárias particulares que pagam a alunos com médias altas para estudarem em sua escola. O objectivo é obterem as melhores notas nas provas nacionais a fim de servirem de propaganda da escola. Nos Estados Unidos as grandes faculdades são vasculhadas a procura de talentos. Os melhores alunos já terminam os cursos com emprego garantido. Todos querem investir nos melhores. Mas o evangelho nos conta uma história diferente. Jesus foi um líder que investiu em perdedores.
Do ponto de vista dos recursos humanos modernos, episódios como os de Jesus com Nicodemos ou o Moço Rico, ou ainda o fariseu rico em cuja casa jantou, são de arrepiar. Ali estavam homens vencedores. Líderes na sociedade, vistos com bons olhos por todos. Mostravam claro interesse em Jesus. Estavam dispostos a ser vistos com Ele e fazer parte de seu grupo. Seriam excelentes "aquisições". Imagine um Nicodemos ao lado de Cristo em público. Seu ministério cresceria em status da noite para o dia. E o que Jesus fez com esses vencedores? Não se impressionou com seus currículos e títulos e colocou a fasquia da adesão ao seu grupo tão alta que se retiraram em silêncio. Um director de recursos humanos moderno desesperaria.Jesus investiu em pessoas que eram perdedores aos olhos do mundo. A maioria dos discípulos (Judas foi a excepção) era da Galiléia. Desprezados por serem de uma região pobre, por seu sotaque e seus modos provincianos. Jesus investiu em Mateus e Zaqueu, publicanos odiados pelas massas. Em zelotes, famosos por sua violência; em Pedro, um pescador voluntarioso mas descontrolado; em Maria Madalena, uma mulher que fora liberta de demónios. Jesus conversava com samaritanos, parava para atender uma mulher cananéia, tocava em leprosos, elogiava uma viúva pobre. Que grupo! O que Ele esperava deles? Como colocar o futuro do evangelho nas mãos de tais pessoas? O que Jesus viu neles?
Creio que Jesus investiu nessas pessoas por várias razões, a primeira é que eram e são ainda hoje a maioria. Representavam de modo muito mais fiel a realidade da humanidade sem Deus. Se Ele tivesse investido nos nicodemos da vida, nós certamente ficaríamos de fora. Mas o evangelho era para todos. Era para a maioria, era para os que são considerados perdedores pela cosmovisão dominada por sucesso e fama.
Jesus investiu nesses porque os vencedores, segundo o mundo, têm a tendência de se acharem suficientes. Pensam que por terem sucesso não precisam de ninguém e podem seguir sozinhos. Na verdade vivem sós, porque o sucesso é um lugar extremamente solitário. Descobrem que o sucesso segundo o mundo na maioria das vezes representa fracasso nas áreas mais importantes do viver: a vida espiritual e familiar. Esses vencedores não queriam se dobrar ao Senhorio de Cristo e Ele veio para ser Rei e Senhor.
Jesus investia em perdedores porque essas eram as pessoas que estavam mais abertas a sua mensagem. O mundo não lhes podia oferecer nada mais. O que o mundo mostrava de apetecível estava fora de seu alcance. A própria religião dominante lhes dizia que eram perdedores exatamente porque Deus não gostava muito deles. Então Jesus veio e lhes disse "Felizes são os pobres de espírito, os perdedores segundo o mundo, porque estão mais perto de se deixarem dominar pelo senhorio de Deus e viverem o reino dos céus". Que alivio! Que consolo! Que EVANGELHO!
Jesus investiu em perdedores porque viu neles o que mais ninguém via. Atrás de um Pedro descontrolado Jesus viu um líder dinâmico e poderoso. Atrás de um Zaqueu ladrão Jesus viu um generoso benfeitor. Atrás de uma Madalena possuída pelo mal Jesus viu uma discípula amorosa e dedicada. Atrás de um Mateus controlador Jesus viu em evangelista criterioso. Os olhos do Criador são capazes de ver o potencial da criatura porque Ele os criou e sabe do que poderão ser capazes se receberem o incentivo certo, as condições certas e sobretudo se tiverem a atitude e o Espírito certo.Louvo a Deus ao ver o investimento de Jesus. Ele me leva a duas conclusões principais. Primeiro que a Igreja deve investir do mesmo modo. Deve ser capaz de alcançar os que o mundo despreza. Deve ter a capacidade doada por Deus de ver além da superfície e antever o potencial. Evangelho será sempre a mensagem eterna do resgate completo do homem para sua salvação e potencial máximo.
Mas também concluo com gratidão que se Jesus investiu em gente menos bem sucedida irá investir em nós. Nem sempre somos exemplos de sucesso. Muitas vezes o mundo nos faz sentir como fracassados. Isso não muda nem o amor nem o investimento do Senhor em nós. Aleluia! Ele investe em mim apesar de tudo. Aleluia! Por causa de seu investimento, e sem me importar com o julgamento do mundo, podemos ser "mais que vencedores por aqueles que nos ama". Amém! Certo desse amor e desse investimento podemos crescer no Senhor, ser melhores, desenvolver nosso potencial e viver de tal modo a reflectir a Glória do Senhor para que o "mundo veja as nossas boas obras e glorifique nosso Pai que está nos céus". Que assim seja.
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