II Tm. 3.1-9
Disse Jesus: ”…aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador... O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir... o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas.” Jo.10.1,10,13.
Definição de “Rebanho”: É uma linguagem simbólica para Congregação. Biblicamente define-se por uma Igreja local ou uma Assembleia, formando um corpo que se rege pelos mesmos princípios,DOUTRINAS, fé, e pela mesma regra, a palavra do Senhor, para chegar à unidade da fé ao conhecimento do Filho de Deus e à estatura completa de Cristo.
A missão do “rebanho” é atrair a si outras “ovelhas” (pessoas) extraviadas, sem rumo e sem pastor, para as conduzir aos pastos verdejantes (que já desfruta) da salvação; a vida eterna por Jesus, o único e verdadeiro Pastor do “Rebanho”
Um “rebanho” está sujeito a muitos e diversos perigos e, na maioria das vezes, eles vêm de onde menos se esperam. Por esse motivo deve ser devidamente preparado para os poder conhecer e identificar a fim de os poder enfrentar e resistir. O maior perigo a enfrentar é ignorar os perigos a que está sujeito.
O propósito desta mensagem é alertar devidamente para esses perigos com base nas Sagradas Escrituras, desde os exemplos com Israel, no Antigo Testamento, e do início da Igreja até aos nossos dias.
Os perigos dos nossos dias para a Igreja
A nível interno
Isto levanta a grande interrogação: Qual ou quais as diferenças, entre o povo no Antigo Testamento - Israel - e o povo de todas as raças, tribos e línguas no Novo Testamento, que formam as Igrejas locais e a Igreja Universal “Corpo de Cristo”?
É uma constante ouvir dizer que os tempos são diferentes; que a evolução sócio-cultural, o aumento do conhecimento, as novas sociedades e suas regras, têm ditado as suas leis e o mundo observou grandes mudanças.
A pergunta é: Tudo isto ultrapassou as Escrituras, que com o seu poder moral de ética, leis e valores, para reger qualquer tipo de sociedade, sendo elas em absoluto atuais, ou são ignoradas, por serem classificadas como questões religiosas e cheias de preconceitos? É na forma em como se aceita a sua autoridade ou não que os perigos podem surgir.
A desvirtualização do evangelho de nosso Senhor Jesus
Gl.1:1-8 - Altera a base do ensino proclamado e estabelecido por Jesus v. 7.
Depois do sucesso do ministério de Paulo e Barnabé em Icóneo, Listra e Derbe, por mão do Senhor, com grandes poderes, sinais e a pregação da salvação em Jesus, chegaram a Antioquia.
At.15.1-2-E logo alguns ensinavam os irmãos, baseados nos ritos e tradições…. Paulo escrevendo aos Gálatas disse: Mesmo que um anjo do céu vos anuncie outro evangelho seja anátema (Gl.1: 8-9).
As murmurações
Fazei tudo sem murmurações nem contendas; (Fp.2:14) é queixar-se em surdina, falar mal de alguém, criar intrigas. Aconteceu assim com Moisés Êx.15. Durante o seu ministério, o Senhor Jesus foi constantemente assediado pelas murmurações dos fariseus, dos escribas e até das do povo. O resultado foi mandar prender a Jesus (Jo.7:32) As murmurações surgiam sempre que Jesus fazia ou ensinava algo que mexia com eles ou os incomodava.
Elas produzem dissensões e contendas
(I Cor.1:10-13) - São um sinal de discórdia, uma indicação de falta de amor e humildade, são sentimentos de sobreposição e de destaque, cria antagonismos e divisões, retira o espírito de reconciliação e do perdão “… antes de tudo ouço que, quando vos ajuntais na igreja, entre vós há dissensões;” (I Co.11:18) São um municiador para a falta de espiritualidade (I Co.3:3)
Invejas - cobiçando vanglórias
(Gl.5.26) - São desejos de que outros os admirem, vaidades que produzem ostentação e um exibicionismo que procura atrair para si todas as atenções Simão, que exercia artes mágicas em Samaria, com a chegada do poder de Deus, por meio dos apóstolos, perdeu o protagonismo. Por isso procurou corromper os apóstolos para comprar os dons do Espírito Santo (At.8.9-20).
Facciosismos
“Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis...onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” (Tg.3:14,16) são gerados da inveja e o seu resultado cria partidarismos que, por sua vez, geram as dissensões e contendas (I Co.1:12-13) “…cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo”.
Introdução de heresias através de pseudo-ensinadores
(I Pd.2:1-3) Pedro invoca a história do Antigo Testamento para avisar que, tal como no passado houve falsos profetas, também agora haveriam falsos doutores ou mestres. Os seus ensinos, negando a verdade do evangelho, farão desvios do caminho da verdade e usarão tudo para negócio com palavras fingidas.
Paulo, escrevendo aos Colossenses (2:18-23), advertiu a igreja acerca deste tipo de mestres cujo propósito era introduzir outras formas de culto, de preceitos, doutrinas e legalismos, sem valor algum, motivando apenas a satisfação da carne.
A tolerância e a versatilidade
(I Jo.2:18-19) A liberdade de expressão, mesmo que se julgue falsa e de permitir a vivência em conformidade com a opiniões expressas, é a via que conduz à mudança ( inconstante) de algo devidamente estabelecido e aceitO Foi assim que reagiram Coré, Datã e Abirão, quando puseram em causa a liderança de Moisés estabelecida pelo Senhor João, na sua primeira carta, avisou destes perigos e da forma como ele minava o meio e os corações dizendo: “Filhinhos...muitos se têm feito anticristos, …Saíram de nós, mas não eram de nós; porque se fossem de nós, ficariam connosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.”
Os perigos das potestades dos ares:
Foi o Senhor Jesus que fez o primeiro aviso, deste perigo, para todos aqueles que são discípulos e servos do Senhor Jesus, depois da contenda entre os discípulos de qual deles parecia ser o maior (Lc.22:24). Falando para Pedro disse-lhe: “ …Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo” (Lc.22:31). Desde o Éden que ele não descansa. O nosso Salvador, Mestre e Senhor travou lutas constantes com ele. Jesus sabia bem do perigo que o príncipe das trevas representa para todos os que fielmente O querem seguir e ao nosso Deus, nosso Pai.
E seguindo o príncipe das potestades dos ares, que detém o poder sobre todos os que não têm Jesus, também nós andávamosnosseus caminhos, antes da manifestação do poder de redenção de Jesus, por meio do Espírito Santo para a nossa salvação (Ef.2:2). Hoje, tendo iluminado as nossas mentes e corações pela Luz, podemos ver as diferenças. Por isso sabemos, que o príncipe das trevas não nos dá descanso. Por este motivo, devemos manter uma boa “forma” espiritual, para assim travar as lutas no dia-a-dia (Ef.6:12).
O nosso amado irmão Pedro, na sua primeira carta, descreve a forma como ele se move em nosso redor, procurando os momentos de fraqueza para desferir os seus fortes e poderosos ataques. Por isso comparou-o ao poderoso leão que, antes de avançar para o ataque letal, anda bramando com o seu assustador rugido, com o propósito de separar os mais débeis, para ter sucesso (I Pe.5:8). Portanto a importância de manter uma boa saúde espiritual, para sermos capazes de resistir firmes na fé (I Pe.5:9), porque está escrito que, apesar de estarmos sujeitos às maiores provações e aos ataques mais mortíferos, por amor de Jesus, somos mais que vencedores (Rm.8:34-37).
Os perigos a nível externo:
A influência do Mundo
O aviso do apóstolo João - o mundo está cheio de concupiscência: a)- Os desejos da carne, satisfação da natureza humana e pecadora: b)- Dos olhos, a força da cobiça despoleta o egoísmo: c)- A soberba da vida, a sede de poder gera a vaidade e todo o tipo de hipocrisia e engano. “Não ameis o mundo nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo (I Jo.2:15-16).
Os exemplos de Demas, Alexandre e Himineu e outros…;
Demas, companheiro de Paulo no mistério, referido em Col. 4:14, seduzido pelo mundo, amou-o, abandonando Paulo e o Senhor (II Tm.4:10).
Himineu e Alexandre e outros que naufragaram na fé (I Tm.1:19-20). Alexandre o latoeiro, que causou muitos males a Paulo (II Tm. 4:14).
Digladiação da fé abertura de locais de culto, quase porta com porta. Atualmente, com base em um número percentual de somente 0.5% de pessoas evangelizadas nas localidades com trabalhos evangélicos, surgiram novos grupos que com base nessa percentagem, justificam a autoridade para abrir casas de culto para levarem almas a Cristo. Todavia o resultado é o proselitismo, o sugar crentes às congregações por essas não terem efervescência espiritual - Paulo disse que sempre se esforçou por anunciar o evangelho onde Cristo nunca fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio (Rm.15:20) ou, como disse aos coríntios: “Não nos gloriando fora da medida nos trabalhos alheios... para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem…” (II Cor.10:15-16)
A extrema corrupção dos últimos tempos (II Tm3:1-9) induzirá muitos a apostatarem da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demónios (I Tm.4:1-5).
Medidas preventivas para impedir a entrada dos perigos:
Ter em atenção o que disse o Senhor Jesus sobre muitos que se dizem estar ao seu serviço “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus... (Mat.7:21-23).
Evitar a discórdia perseverando pela unanimidade:
(Rm.12:16 “Sede unânimes entre vós...”, é ter um mesmo sentimento e uma mesma regra, um mesmo amor, percorrendo o mesmo caminho (Fp.2:2 e 3:16). A vivência unânime, estreita e fortalece os laços do amor, da sinceridade e da unidade. São elos que formam a corrente inquebrável da comunhão, que forma o corpo indivisível e perfeito, refletindo a unidade absoluta do Pai e do Filho (Jo.17:21-23) “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós...Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim...)
Revestimento de humildade
“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo...”, seguindo o exemplo de Jesus, “Que sendo em forma de Deus...humilhou-se a si mesmo...” (Fp.2:3,6-8).
A humildade é o manto com o qual nos devemos revestir, para que vivamos numa sujeição mútua (I Pd.5:5). Por ela se lança fora a ira, a cólera e se estabelece a mansidão (Ef.4:2) que nos capacita para viver vidas irrepreensíveis no meio de uma geração perversa (Fp.2:15).
Vidas de oração e santidade:
A oração pode quebrar as prisões que agrilhoam os corações (At.16:25-26) “Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam. E de repente sobreveio um tão grande terremoto”. Paulo, apercebendo-se dos perigos que rondavam os colossenses, exortou-os a perseverarem na oração (Col.4:2). Ele sabia que a oração dá poder para vencer e amar. Por isso, escrevendo aos tessalonicenses dizia-lhes para orarem sem cessar (I Ts.5:17). A oração deve ser uma constante, para manter um espírito forte, vigilante e com poder para discernir as coisas do Senhor (Ef.6:18 e Rm.12:12/Cl.4:2) perseverando na oração e orando sem cessar.
A oração gera consagração; é o motivopara se viver vidas santas “ Sede santos, porque eu sou santo.” (I Pe. 1.16), e está escrito que sem santidade ninguém verá o Senhor (Hb.12:14).
Conclusão:
Para se evitarem os perigos, é importante ter conhecimento das formas como eles se nos deparam; ter muita cautela, ter em atenção a tudo o que se passa em redor, o que se vê e o que se não vê; saber que o menor descuido, negligência, abre as portas para a sua manifestação. Só podemos ultrapassar os perigos com muita precaução, sensatez, obediência aos avisos e muita sabedoria.
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