11/07/2010

Qual é a sua?

 ovelhapresa

Existem duas formas de tentar ser igreja: uma delas, é aquela que quer crescer a qualquer custo e da maneira mais rápida sem se importar se é certo ou errado. É o que você, geralmente, já vê na televisão e na mídia de uma forma geral o tempo todo mesmo, a atração não é a vida do servo humilde, não é o tomar a sua cruz, negar a si mesmo e andar como Jesus andou na verdade e na simplicidade. O que esta “igreja” propõe é somente a compra da bênção e nada mais. As pessoas adoram ouvir que elas podem ser muito prósperas, que os problemas delas serão resolvidos num passe de mágica ou na liberação de uma “palavra profética”, que elas vão ganhar ou alcançar isto e aquilo se participarem de uma campanha tal, se fizerem algum tipo de voto ou sacrifício financeiro para ofertar, se forem oradas ou ungidas pelo pastor, apóstolo ou missionário tal.

Elas querem resolver o imediato, o que precisam agora, a oração tem que ser respondida na hora, senão não vale. Às vezes reclamam com Deus porque elas fizeram um voto, determinaram, participaram de uma corrente de oração com alguém famoso, mas Deus não cumpriu a parte dele.

As pessoas vão se cansando desta loucura toda, mas por incrível que pareça é que o resultado ainda são “igrejas” lotadas, mas de gente que não quer ser tratada pelo Senhor de verdade, até fazem alguma entrega, mas é tudo muito superficial, nunca se entregam por inteiro. Estão ali enquanto a oferta da bênção é boa. Estas pessoas até resolvem os seus problemas exteriores, mas a casa por dentro continua mau arrumada e o “valente desamarrado” habitando nelas. Algumas até choram de emoção durante uma música bonita ou uma palavra bem pronunciada, mas continuam vazias de Deus.

Depois de um tempo elas descobrem um outro “mover”, um outro “homem de deus” (com “d” minúsculo mesmo) e vão pra lá, não tem vínculo, andam de “igreja” em “igreja” procurando uma bênção que nunca vem. Outras vezes se dispersam para alguma outra religião até mesmo não cristã afim de ter o encontro que nunca tiveram. Acabam culpando e achando que Deus teve alguma coisa com isto… Ledo engano!

A outra forma de ser Igreja (com “i” maiúsculo) é a da maneira simples como Jesus ensinou mesmo, é descobrir-se como Igreja serva, e servo dentro da Igreja e do Reino, como povo que não dá um passo sem ouvir atentamente a direção certa e segura da Palavra de Deus, são homens e mulheres que buscam no Evangelho puro e simples, e somente nele, sem barganhas ou “novíssimas revelações” a perfeita vontade do Senhor e entendem que nem sempre a oração é respondida na hora e da forma como queremos que seja. Nossos caprichos e vaidades, nossa própria vontade solitária, não serão atendidos, mas serão tratados se estiverem fora da perspectiva do Reino de Deus. Esta Igreja ama a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode dar financeiramente.

Nesta Igreja todos, ou a pelo menos a maioria, vivem um para o outro, o alimento é a Palavra revelada em Jesus, que trata, cuida, zela, confronta os pecados resistentes. Esta Igreja está interessada em pregar o que é certo, não o que dá certo.

Preste atenção! Existe muita diferença entre pregar o que é certo ao invés do que dá certo!
Esta igreja não ensina “os sete segredos para prosperar na vida financeira de forma mágica” e também não está interessada em ostentar o templo mais luxuoso da terra, mas ela busca as coisas que são lá do alto. Seu tesouro é outro, não é deste tempo ou desta terra, suas riquezas estão onde a traça e a ferrugem não podem destruir. Ela deseja que todos sejam alcançados pela presença de Deus de forma real e intensa, não apenas através do marketing da fé. Ela testemunha a transformação que o Evangelho provoca nas pessoas por inteiro e não na vida financeira somente. Ela não busca empresários da fé, mas sim servos de Jesus.

Nem sempre esta Igreja vai atrair “clientes” tão rápido, mas com o tempo as pessoas em volta, pelo testemunho da Graça de Deus, saberão distinguir quem é sério e quem não é. Quem está pregando por amor ao Reino e quem está somente tentando se beneficiar do Reino e das ovelhas do Reino por amor ao dinheiro e poder que eles lhe dão.

Nesta Igreja a cura, o milagre, a libertação de poderes do mau, a bênção estão presentes também e de forma muito mais intensa e poderosa mas esta não é sua propaganda. A propaganda aqui é a presença de Jesus. O que ela experimenta na presença do Espírito verdadeiro de Jesus é o que atrai as pessoas, é o amor não fingido que transforma e retém quem dela se aproxima.

Um dia o Senhor vai olhar para muitos daqueles que expulsavam demônios, falavam em outras línguas, profetizavam nas igrejas, faziam grandes sinais e maravilhas, os grande homens e mulheres que nós achamos importantes, até mesmo aqueles que andam entre nós hoje em dia; e Ele, o Senhor, vai dizer assim: “apartai-vos de mim todos os que praticam pecado, porque eu não vos conheço” (Mateus 25.41). Pecado aqui é não se esforçar por amar de forma prática, é o pecado de não fazer o bem podendo e sabendo que é para ser feito.

Isto é muito sério! Certamente não são as “boas obras” que nos salvam como muitos pensam, mas a nossa fé e nível de relacionamento com Deus são medidos e mensurados pela forma e intensidade com que temos vontade de externar, espontaneamente, sem hipocrisia e com muita alegria de Deus o nosso amor a quem precisa de nós, seja essa pessoa quem for. Irmão da fé ou não.

O apóstolo João nos ensina como é este amor, ele diz assim: “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (1 João 3.18)

Quem ama, crê; e quem crê é seguido pelos sinais do Reino. A libertação, as curas e os sinais acontecem naturalmente quando o amor de Deus é experimentado sem barreiras. O poder e a autoridade espiritual são conseqüência do amor, nunca o contrário.

Este é o convite para a cura através do amor de Deus: “Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” (Isaías 1.17-18)

Existem muitos que querem vencer na força e no grito, na demonstração pública de autoridade, subjugando e impondo medo aos irmãos. De fato o que eles conseguirão é um arregalar de olhos, podem assustar e deixar outras pessoas admiradas, serão chamados de poderosos e talvez até de sábios, mas sem amor nunca quebrarão cadeias mais fortes. Aquelas que se alojam no mais profundo da alma, onde só o amor verdadeiro consegue penetrar, sondar e amolecer até a pessoa não suportar mais o constrangimento da presença do amor de Deus e desejar se libertar das cadeias da falta de perdão, do rancor, da avareza e do ódio.

Logo, é até possível que uma “igreja” consiga crescer sem amor, é possível experimentar até coisas sobrenaturais como uma aparente libertação de alguns poderes espirituais, profecias, curas e cultos com sensação de grande visitação de Deus. Podemos até ver pessoas chorando, se emocionando, entregando tudo o que possuem. Sim, é possível! Mas tudo isso sem amor é um grande nada diante de Deus.

A Palavra nos convida a aprender a amar de verdade, a olharmos para dentro de nós mesmos e sermos confrontados pelo poder do Evangelho. Deus é amor, somos filhos amados, se você ainda não descobriu como viver nesta dimensão do amor de Deus, convide ao Espírito de Jesus, o Espírito Santo, para mudar seus sentimentos agora mesmo e quebrar todas as cadeias e travas que lhe impedem de amar livre e totalmente.

Você verá como é fácil conseguir amar quando descobrimos que já somos amados por Ele antes mesmo de merecermos ser amados. A revelação do amor de Deus é a nossa grande motivação, é a nossa “mola mestra” para amarmos como Jesus nos amou e ser uma Igreja da Verdade.

O Deus que nos ama irremediavelmente te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Autor: Pablo Massolar

fonte: Qual é a sua?

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