15/04/2010

O FILHO QUE NÃO VOLTOU

 viagem-mochileiro-2

por Mário Machado

O prato é raso e a fome afunda o olho que só!

O seu semblante é de dar medo, de dar dó.

Seus passos são vacilantes...

Nem sombra daquele rapaz impetuoso, confiante...

Saiu buscando alegrias, desejos e fantasias,

Sequer olhou para traz! Que um dia fosse voltar, ninguém diria!

Não desse jeito! Tão quebrado! Tão sofrido!

Nas voltas que o mundo dá, ele deve ter caído.

Apostou alto, pagou pra ver!

Os holofotes o cegaram, às armadilhas do vício e às curvas do prazer.

Ele tinha a vida inteira pela frente, mas não esperava por essa.

Como é que uma vida inteira pôde acabar tão depressa?

Sua beleza se foi, junto com sua alegria!

Sua honra, seus talentos, seus sonhos, sua esperança, tudo antes do fim do dia.

A noite trouxe a tristeza, a miséria, a realidade e a saudade do pai.

Se arrependimento matasse! Mas, o pior é que mata! E esse não volta mais!

Não volta com as próprias pernas, mas dentro de um saco preto ou no fundo de um caixão!

Não suportou a overdose dessa droga de vida! Já  era! Perdeu meu irmão!

A sua ultima dose selou seu primeiro passo pra longe do Deus fiel.

Morto antes do tempo! Salvo como que pelo fogo!

Teu pai te espera ansioso diante dos portais do céu.

Para ruminar vida afora:

"Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem." 1 Corintios 11:30

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