15/02/2010

Solidão pode se espalhar pela rede social

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solidão de uma pessoa pode ser contagiosa, pois quando esta se torna solitária o sentimento pode comprometer outras pessoas de seu círculo social, e seus amigos podem também se tornar ou se sentir solitários, levando a um efeito dominó.

O estudo americano, conduzido por John Cacciopo, da Universidade de Chicago, James Fowler, da Universidade da Califórnia e Nicholas Cristakis da Universidade de Harvard, foi publicado no periódico the Journal of Personality and Social Psychology.

“Nós detectamos um padrão de ‘contágio’ que pode levar outras pessoas ao extremo do seu círculo de amizades, onde elas se tornam solitárias”, diz Cacciopo. “Nesse limiar as pessoas têm pouquíssimos amigos, mas sua condição de solitários faz com que eles caminhem na direção de perder os poucos laços afetivos que ainda têm.”

A solidão é normalmente associada a condições físicas e mentais e que podem encurtar a vida. Por conta disso, diz o pesquisador, é importante reconhecer e ajudar que essas pessoas se reconectem ao seu grupo social antes que elas ultrapassem esse limiar.

E apesar de saberem que solidão e laços afetivos estão ligados de alguma maneira, não se sabe como acontece o “contágio” para outras pessoas. Mas o fato é que isso acontece: as pessoas compartilham o estágio de solidão com outras pessoas de seu grupo social.

Amizades podem ser mais impactantes que a família

A partir de dados coletados de mais de 5 mil pessoas que participam de um estudo maior, chamado Framingham Heart Study (FHS), e que vem acompanhando milhares de pessoas e seus descendentes pelos últimos 60 anos. Os dados incluem informações atualizadas a cada dois ou quatro anos e que incluem amigos e contatos sociais das pessoas envolvidas.

Para a pesquisa de Cacciopo, o pesquisador e seus colaboradores colheram depoimentos do círculo de amizades de diversas pessoas acompanhadas pelo FHS e confrontam com os dados daquelas que reportavam o sentimento de solidão. Isso mostra um padrão comum em todos os indivíduos que diziam ter poucos amigos e aparentemente isso se espalhava para outras pessoas ligadas a esses indivíduos, como se o sentimento levasse a conexão de mais pessoas solitárias.

Um indivíduo, por exemplo, que reportasse ter um maior sentimento de isolamento, automaticamente fazia com que seus vizinhos e pessoas próximas afirmassem sentir algum sentimento similar. Por conta disso, essas pessoas passavam cada vez menos tempo juntas.

“Esses efeitos reforçadores podem significar que o tecido social pode estar se descosturando entre essas pessoas”, explica Cacciopo.

Outros pontos encontrados pelos pesquisadores também apontam que as mulheres eram mais propensas a serem “contaminadas” pela solidão do que os homens. Mas esse dado pode ter relação com o fato das mulheres serem mais abertas para admitir os sentimentos, explicam os pesquisadores, o que já não é uma tarefa mais fácil para os homens.

Além disso, as pessoas indicavam um maior sentimento de solidão quanto mais mudanças radicais haviam ocorrido nas amizades (morte de algum amigo ou quando esse se mudava de cidade ou região), ou seja, mais ainda do que a mudanças observadas nas dinâmicas familiares.

“A sociedade como um todo poderia sentir um impacto positivo caso houvesse algum tipo de política efetiva para ajudar essas pessoas a repararem seu círculo de amizades e criar alguma barreira de proteção contra a solidão. Isso poderia gerar uma reação em cadeia que mantivesse as pessoas mais felizes e com um melhor bem estar, de uma forma geral”, explicam os pesquisadores.

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da Redação

com informações do Journal of Personality and Social Psychology

fonte: Solidão pode se espalhar pela rede social | O que eu tenho?

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