HAITI, 13 DE JANEIRO
Estamos numa casa que não foi afetada pelo terremoto. Na verdade, desde ontem passamos a maior parte do tempo no jardim da casa, e quando estamos dentro evitamos ir ao segundo andar e estamos sempre atentos aos inúmeros tremores que se sucedem. Desde ontem a população dorme nas ruas, e períodos de silêncio são entrecortados por cânticos e clamores, sobretudo após os tremores. Em frente a nossa casa, foram erguidas barraquinhas, onde dezenas de pessoas se preparam para passar mais uma noite. Os vizinhos servem comida e água para os que se abrigam nas barracas. Há pouco tocaram a nossa campainha. Nos convidaram para dormir nas barracas, compartilhando um espaço já pequeno, e afirmando ser perigoso nossa permanência na casa. Ficaram mais tranquilos quando viram que, por trás dos muros, dormimos nos jardim.
Via Omar Ribeiro Thomaz
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