29/10/2009

SADU SUNDAR SINGH - O apóstolo dos pés sangrentos

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No decorrer dos últimos cinqüenta anos, devo ter lido umas quatro ou cinco vezes (ou mais) o livro ‘O Apóstolo dos Pés Sangrentos’, que conta a vida do sadu Sundar Sing. Acabo de lê-lo uma vez mais.

O motivo é o que ele sempre representou para mim, em termos de edificação pessoal e de exemplo de cristão. Quando estou me sentindo fraco e desprotegido, apelo para várias coisas, entre elas a leitura da Bíblia (sempre) e ‘este livro’.

Para me fazer entender melhor, tenho que dizer quem foi esse sadu e quem é o autor do livro.

Primeiramente, o autor. O Reverendo Boanerges Ribeiro começou o seu pastorado na Igreja Presbiteriana no início da década de cinqüenta. Considerado um dos expoentes do presbiterianismo no Brasil e no mundo, ocupou por muitos anos a presidência do Supremo Concílio da Igreja e, também, do Mackenzie (conjunto educacional doado aos brasileiros por cristãos americanos). Sua pena sempre foi segura e fiel, atingindo profundamente os leitores, assim como sua palavra sábia.

O fato de o autor ter sido sempre presbiteriano, ou seja, de um ramo evangélico ortodoxo, emociona-me ainda mais pois, sabidamente, a Igreja Presbiteriana não anda por aí atrás de milagres e milagreiros.

Bem, mas o assunto principal é dizer a você que sadu é um termo indiano que significa santo ou separado. E tudo o que vai abaixo você poderá ler no mencionado livro.

Sundar Sing era filho de pessoa rica e proeminente da Índia, onde imperava e ainda impera uma discriminação e racismo brutais, estando o país dividido em castas que praticamente não se comunicam entre si. Conheceu Jesus através da leitura de um Novo Testamento. Essa guinada em sua vida custou-lhe o ódio e a discriminação por parte de todos – inclusive da família, levando-o a viver nos campos e matas, em extrema penúria e também, muitas vezes, em grandes cidades do mundo fazendo conferências.

Sua alegria interior compensava tudo que tinha perdido. Ele próprio dizia que queria viver, tanto quanto possível, uma vida semelhante à de Jesus.

O milagre era uma constante em sua vida. Imagine alguém que não tem onde dormir, nem o que comer ou vestir, andando por selvas, montes, desertos, montanhas geladas e que pudesse sobreviver se não fosse pelo milagre. Imagine, também, as perseguições, prisões, espancamentos de alguém que, qual Daniel, não contasse com um Deus para livrá-lo.

Pois bem, assim era a vida do sadu Sundar Sing: entre visões da glória, transportes, meditações profundas, estados de êxtase.

Certa feita, foi atirado pelos seus algozes dentro de um poço cheio de pessoas condenadas – mortas ou moribundas. Um poço de onde ninguém sairia. A despedida da vida. Quando chegou ao fundo, sentiu o contato morno de algo que nada mais era do que carne humana fétida, em decomposição. Logo em seguida fecharam a chave a boca do poço.

´Não sabia que três dias se tinham passado. Inerte, sentado entre os ossos e os cadáveres, aguardava a morte, quando a boca do poço se abriu. Um vulto irreconhecível surgiu, negro contra o céu da noite. A voz, ampliada, era como o trovão. Ordenava-lhe que agarrasse a corda. E pouco depois, tateando fracamente, encontrou-a. Tinha um nó na extremidade. Firmou ali o pé e segurou-a como pôde. Sentiu que era erguido. Seu corpo oscilou pesadamente de uma parede à outra, até que atingiu a superfície. Fortes mãos o agarraram e o colocaram em terra. O ar fresco invadiu-lhe os pulmões como a água da represa invade o vale, os diques. Tossindo, atordoado, ouviu como em sonhos o ranger da tampa, o som da chave na fechadura. Olhou em torno para conhecer o seu amigo desconhecido, mas viu que estava só na escuridão noturna. Caiu de joelhos e deu graças a Deus. Quem o visse dormindo entre o bulício da faina diária que começava não imaginaria que era o mesmo que estivera no fundo do poço por três dias´.

No final de sua vida tentou várias vezes a travessia do Himalaia, rumo ao Tibet, onde pretendia pregar o evangelho. Da última vez, na primavera, não se conteve. Pretendia atingir o seu destino pela 'Estrada do Peregrino'. Contra tudo e contra todos, foi e desapareceu — por mais que o procurassem, sumiu sem deixar vestígio algum.

O importante é salientar o papel que Jesus representa e pode representar nas vidas daqueles que buscam algo surpreendente, superior e eterno e que não têm medo de confiar n’Aquele que é poderoso para resolver.

FONTE: O apóstolo dos pés sangrentos

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