Quero levantar algumas possíveis razões:
1. A teologia de grande parte das mulheres é formada dentro de uma linha machista das Escrituras. Hoje temos estudos avançados dos textos bíblicos, suas fontes, para dar mais luz sobre muitas questões, como por exemplo autoridade, colocadas como impedimento para o ministério pastoral por mulheres.
2. Muitas mulheres temem a perda do seu espaço confortável e conhecido de atuarem em suas igrejas. Muitas cresceram ouvindo limites e limites para o seu papel eclesiástico e é difícil admitir que não precisa ser assim. Cada tempo é um tempo. Hoje, todo o papel da mulher na sociedade avançou e ela pode exercer todo o seu potencial no Reino. Por que não poderia?
3. Uma considerável parcela de mulheres se vê como ser de segunda categoria, principalmente nas igrejas, uma vez que fora delas elas exercem todo o tipo de liderança e se orgulham disso. Muitas mulheres se acostumaram com todo o tipo de humilhação e limites e não conseguem se enxergar como pessoas plenas diante de Deus, da sociedade e da igreja.
4. Grande parte das mulheres nas igrejas não tem opinião própria, fruto de reflexão e investigação, principalmente no campo teológico, e então aceitam palavras de outros, principalmente homens, como verdade.
5. Se uma mulher acha que mulheres não podem ser pastoras, então porque mulheres ensinam em igrejas, muitas são salvas mesmo sem terem filhos, se enfeitam e outras coisas mais? Há uma incoerência da aplicação dos ensinos bíblicos. É lógico que estamos falando de textos que eram aplicáveis para aquele contexto, naquele momento histórico, e existe um outro olhar a ser aplicado em todos os textos repetidamente usados para impedirem o ministério feminino.
6. Parece que há em nosso meio um medo de se admitir, publicamente, que se é favorável ao pastorado feminino. As mulheres que apóiam, se calam, por medo de serem estigmatizadas, taxadas como feministas, perderem privilégios e outras questões: "Quem sabe para este tempo chegaste a este Reino?". Enquanto muitas se calam, outras se levantam ostensivamente e reeditam todo o papel opressivo sobre as mulheres ao longo da história. Mulheres oprimindo mulheres.
7. Falta em nosso meio estudos de gênero, em todos os níveis e segmentos, como teológicos, ministeriais, para as mulheres, homens, crianças, etc. Nós, pelo menos como batistas, nem começamos a engatinhar nessa questão. Até quando seremos coniventes com essa mentalidade que impede que mulheres sejam pessoas plenas em todas as esferas? Até quando pactuaremos com a injustiça e opressão?
Temos que caminhar com esperança. Caminhar contra a esperança. E agir para que o pastorado feminino seja o início de toda uma mudança real de mentalidade quanto à mulher e a sua dignidade e valor como pessoa. Esse é o caminho para que muitas mulheres, também, valorizem e respeitem outras mulheres.
Pra. Zenilda Reggiani Cintra
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