19/09/2008

A IDOLATRIA NOS ÁTRIOS


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Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus…não as adorarás nem lhes darás culto…” (Ex. 20: 4-5)

“…o ídolo em si mesmo não é nada”… (I Cor. 8:4) “…Fugi da idolatria” (10:14). “eles sacrificam a demônios, não a Deus…” (10:19, 20)

“Deus é Espírito e importa que seus adoradores o adorem em Espírito e em verdade” (Jo. 4:24)

“Eles têm boca mas não falam…tornem-se semelhantes a eles todos os que os adoram” (Sal. 135:15-18)

“…aparência nenhuma vistes no dia em que o Senhor, vosso Deus, vos falou…para que não vos corrompais e vos façais alguma imagen esculpida na forma de ídolo…” (Deut. 4:15-19)

Introdução: o Ensino da Bíblia

O segundo dos 10 mandamentos revelados por Deus a Moisés proíbe explicitamente o fabrico ou a adoração de imagens de escultura (Exo. 20: 4, 5). Até mesmo imagens representando o Deus verdadeiro foram proibidas pelo Senhor (Deut. 4:15-19). Por causa desses estatutos, os judeus nunca fizeram imagens representando a Deus, os profetas, nem outras imagens com conotações religiosas – nem esculturas nem pinturas ou desenhos. No Tabernáculo e Templo de Salomão as únicas imagens permitidas – de querubins – encontravam-se no Santíssimo lugar, ocultas ao povo; somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, podia contemplá-las.

A Igreja fiel através da história nunca fez imagens de Jesus, Maria ou dos apóstolos e mártires em razão do segundo mandamento. Foi esse o entendimento da Igreja da Reforma no século XVI. Até o século XX nenhum grupo protestante ou pentecostal admitiu o uso de gravuras ou imagens representativas de Deus (o maior dos absurdos, pois ninguém jamais viu a Deus, e Deus é Espírito), do Senhor Jesus, da Virgem Maria, dos apóstolos ou dos mártires.

A serpente de bronze que Moisés levantou no deserto não foi feita para ser cultuada. Quando, mais tarde, tornou-se uma relíquia sagrada e começou a ser venerada pelo povo, que passou a lhe oferecer incenso, o Rei Ezequias (II Reis 18.4) “quebrou em pedaços o bronze da serpente que Moisés fizera; pois até aquelas dias os filhos de Israel queimavam incenso para ela e a chamavam Nehushtan”. É por essa razão que o Senhor não se agrada de objetos religiosos que, no início, em si mesmos não são ídolos, mas depois se tornam objetos de idolatria.

A Idolatria Penetra na Igreja Histórica

As imagens começaram a entrar na Igreja porque se argumentava que representações visíveis das personagens das Escrituras ou dos acontecimentos bíblicos seriam úteis ao ensino das verdades religiosas. No século terceiro havia três grupos na Igreja que mantinham opiniões diversas sobre esse assunto, propugnando respectivamente:

a) A rejeição de imagens de escultura e pinturas religiosas, qualquer que fosse sua forma;
b) A utilização de imagens de escultura e pinturas religiosas apenas com o propósito de instrução; e
c) O uso de imagens de escultura e pinturas religiosas não apenas para a instrução mas também para o culto.

Quando o Papa Gregório, o Grande (590-604 AD), aprovou o uso de imagens nas igrejas, insistiu que elas não deveriam ser cultuadas, admitindo o uso de imagens apenas como meio de instrução. As imagens seriam os livros dos analfabetos. As imagens se tornaram, contudo, o centro de atenção e de culto, mais do que as próprias pessoas (Deus Pai, Jesus, Maria, os santos) que elas supostamente representavam.
Obs. Até hoje as autoridades da Igreja se referem a uma imagem como à própria pessoa que elas representam, razão pela qual se inclinam diante da imagem como o fariam diante das próprias pessoas representadas e a elas dirigem suas rezas.

Apenas no século VIII, no Concílio de Nice (787 AD), o culto de imagens foi inteiramente aprovado. Tomás de Aquino, teólogo da Igreja, defendeu o uso de imagens no culto, sustentando que sentimentos piedosos são criados mais facilmente pelo que o povo vê do que pelo que ouve. No entanto, a verdade é que as imagens não têm condições de gerar a verdadeira fé nos adoradores, pois a Bíblia afirma que ¨a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de Deus¨.

A Reforma e a Idolatria

Na época da Reforma do século XVI, os protestantes condenaram o culto de imagens, por contrariarem a vontade de Deus expressa no segundo dos Dez Mandamentos e por darem margem a abusos no seu uso, como é o caso da veneração ou culto. As imagens foram excluídas de todos os lugares de culto nas igrejas protestantes.

João Calvino, o grande reformador, afirmou que é vaidade e falsidade tudo o que o homem possa aprender através das imagens a respeito de Deus. Esse ensino é corroborado pela Palavra de Deus, segundo a qual “a imagem moldada é uma ensinadora de mentiras” (Hab. 2.18).

Tratando do tema, o Catecismo de Heildelberg(protestante) registra: ¨Poderiam ser toleradas imagens nas igrejas para a instrução dos analfabetos? De maneira nenhuma; pois não é conveniente ser mais sábio do que Deus, que quis que sua igreja fosse instruída não por imagens mudas, mas pela pregação de Sua Palavra.” Na verdade, aprende-se em I Coríntios 12 que a igreja do Senhor não mais é guiada por ídolos mudos. É guiada pelo Espírito Santo, segundo se infere do mesmo capítulo.

Quanto a Deus-Pai, já foi esclarecido que Ele não apareceu sob forma alguma para que o Seu povo não fizesse imagens dele. No entanto, a Igreja começou a representá-lo como um ancião barbudo de cabelos brancos. Com relação ao Senhor Jesus, nota-se que em nenhuma parte da Bíblia, quer no Velho quer no Novo Testamento, existe alguma descrição da aparência física do Senhor Jesus, a não ser o que está registrado em Isaías 53:2. Essa “descrição” curiosamente contraria as imagens que se fazem do Senhor para a moderna literatura protestante, pois revela que ele seria como uma “raiz de uma terra seca”, “sem aparência nem formosura”, não havendo nele “beleza alguma para que o desejássemos”.

É significativo, ademais, que a Igreja não produziu nem utilizou gravuras do Senhor Jesus durante os primeiro quatro séculos. Sendo Ele próprio a verdade, é seguro que o Senhor Jesus não aprova qualquer forma de ensino falso a respeito de si mesmo. As gravuras de Jesus não são, portanto, uma ajuda ao seu conhecimento ou ao culto à Divindade. Antes, são um obstáculo ao verdadeiro culto, a ser prestado “em Espírito e em Verdade”.

Idolatria e Superstição

Na Igreja Romana a cruz tem que estar em cada altar, nos telhados das Igrejas, na escola e nos quartos de hospitais, e nas casas dos católicos com a finalidade de proporcionar bênção ou proteção. Em interiores, o crucifixo é em geral mais utilizado do que a cruz. Pequenas cruzes ou crucifixos suspensas sobre uma cadeia sobre os trajes ou pendurados no pescoço são freqüentemente usados por sacerdotes e freiras O misticismo ligado à cruz leva muitos cristãos a fazerem o sinal da cruz para serem abençoados ou protegidos..

Não há exemplos nas Escrituras de uma cruz material ser usada para qualquer finalidade religiosa. Tampouco há evidência de que a cruz fosse usada como um símbolo cristão durante os primeiros três séculos da era cristã. De qualquer forma, a cruz, nos tempos de Cristo sempre foi vista como um instrumento de tortura e vergonha.

Esse conceito de objetos religiosos ou sagrados (cruzes e imagens) é uma manifestação de materialismo pois estimula a confiança em um objeto material, ao invés de confiança em Deus. É o oposto da fé, que é a certeza de coisas que não podem ser vistas e tem por objeto o próprio Deus – confiança em Deus. “Andamos por fé e não por vista” (2 Cor. 5:7), afirma o apóstolo Paulo. A Bíblia afirma que “fé é a substância de coisas que se esperam, a vidência de coisas não vistas...Sem fé é impossível agradar a Deus …” (Heb. 11: 1, 6). No entanto, certos cristãos confiam no poder desses objetos para transmitirem a bênção de Deus, de Jesus, de Maria ou dos santos.

Atribuir poderes sobrenaturais a objetos tais como relíquias, a cruz, o crucifixo, um escapulário, como se encontra nas igrejas romana ou ortodoxa, é um conceito não aceito pela igreja fiel desde o tempo dos Apóstolos. Esse conceito de objetos sagrados é exatamente o que se denomina fetichismo. Um dicionário descreve fetiche como um objeto natural que, segundo se crê, é a morada de um espírito ou representa um espírito que pode ser induzido ou forçado magicamente a ajudar ou proteger o proprietário de danos ou doenças.

Protestantes e Pentecostais no século XX

Ao se considerar a História da Igreja, nota-se que as imagens penetraram a Igreja apenas para serem usadas no ensino, não para propósitos de culto. Posteriormente, pouco a pouco, tornaram-se objetos de reverência e adoração. A história repete-se atualmente. Imagens estão entrando nas igrejas protestantes e pentecostais com objetivo semelhante: ilustrar livros religiosos e decorar residências.

Curiosamente, até meados do século XX, apenas os Adventistas e Testemunhas de Jeová – que não eram considerados pelos protestantes e pentecostais como verdadeiros crentes por não crerem na salvação apenas pela graça mediante a fé no Senhor Jesus – usavam gravuras religiosas de Jesus e dos apóstolos em seus livros de ensino e nas próprias Bíblias.

Seguiram-se a eles, nessa prática, as igrejas que rejeitaram o batismo com o Espírito Santo e com fogo (Luteranas, Anglicanas, Presbiterianas e Metodistas) dos Estados Unidos, razão pela qual seu amor não foi renovado pelo calor do Espírito.
Esses grupos aceitaram o uso de pinturas ou desenhos representando Deus-Pai, imagens de Cristo, de Maria e dos apóstolos em sua literatura religiosa e, a seguir, em quadros destinados a decorar residências ou templos religiosos. A justificativa para o uso de imagens era que os crentes precisariam de objetos para estimular sua fé, as crianças precisariam de imagens e de cenas da vida de Jesus e dos apóstolos para entender as histórias ou para se concentrarem no ensino.

No entanto, os crentes nunca necessitarão dessas representações artísticas para alcançarem esses objetivos. O que biblicamente inspira o crente é a operação do Espírito por meio da Palavra de Deus (a Bíblia). E o que santifica um lugar é a presença do Espírito Santo, que se manifesta apenas onde há santidade e fé nos corações dos crentes – e não onde há imagens religiosas. Ao contrário, essas imagens impedem a plena operação do Espírito Santo, dando margem à operação de espíritos enganadores que proporcionam experiências místicas.

A aceitação progressiva de imagens religiosas por crentes protestantes ocorreu paralelamente à atuação do movimento ecumênico e à divulgação do entendimento de que a “doutrina divide” e que o importante é o amor.

Entre os pentecostais, em particular, surgiu essa tolerância com respeito a imagens como fruto de um entendimento errôneo do batismo com o Espírito Santo: se católicos estavam sendo com o Espírito Santo seria porque Deus referenda sua doutrina – inclusive a veneração de imagens, orações aos santos, rezas em favor dos mortos, etc. Na verdade, uma finalidade do batismo com o Espírito é guiar os crentes a toda a verdade (João 16:13-14).

Outro elemento que proporcionou apoio significativo à tolerância ecumênica com relação à idolatria surgiu nos Estados Unidos, onde as doutrinas filosóficas do relativismo, da igualdade entre as culturas (divulgadas pela antropologia) e, inclusive, entre as religiões penetraram a sociedade e até mesmo muitos seminários protestantes. Esse entendimento contaminou não apenas meios espiritualmente mornos, mas até mesmo muitos círculos carismáticos e evangélicos naquele país. Desse país, esse entendimento começou a se espalhar pela Europa e, até mesmo, pela Europa Oriental.

É curioso observar que nos países onde as igrejas pentecostais se encontram em estado de avivamento (América Latina, por exemplo), não existe essa tolerância com relação à idolatria. Ao contrário, há um claro entendimento de que o disposto no segundo mandamento e nas demais Escrituras acima mencionadas permanece sendo expressão da vontade de Deus com relação à idolatria. No entanto, entre os meios pentecostais dos Estados Unidos e da Europa, onde o crescimento numérico das igrejas é mínimo e onde é praticamente nula a operação dos dons espirituais, há uma grande tolerância e, até mesmo, aceitação aberta da idolatria.

Como resultado da divulgação de imagens de Jesus e dos santos muitos crentes verdadeiros começaram a se acostumar – e até mesmo admitir como nada grave - às práticas das igrejas históricas nas quais os ídolos ou ícones - inclusive imagens de Jesus, Maria e os apóstolos – se tornaram objeto de adoração. Essas imagens não são mais tão chocantes para os crentes, pois estes se acostumaram a ver essas imagens nos livros da Escola Dominical e nas suas Bíblias. Esquecem-se do que dizem as Escrituras a respeito da Nova Jerusalém: “Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira” (Apo. 22:15).

O mesmo aplica-se às imagens de anjos. Além de gerarem impressões religiosas contrárias ao conteúdo da verdadeira fé (“a certeza de coisas que não se vêem”, resultado de ouvir a Palavra de Deus), as imagens de anjos estão tão distantes da realidade desses gloriosos seres celestiais que na verdade passam a ensinar falsidades a respeito deles. As imagens representam, por exemplo, anjos-bebês, anjos com aspecto efeminado, o que não corresponde à realidade desses seres.

Essas imagens contribuem para gerar um entendimento dos anjos como seres ridículos e risíveis, tornando difícil a crença na própria existência de anjos. Mas, ao contrário do que se vê, os anjos do Senhor são seres sérios e poderosos que transmitem o temor do Senhor quando aparecem no meio do povo de Deus.

Experiência da Igreja Fiel

As experiências que o Senhor têm dado hoje à Sua Igreja confirmam que imagens são uma fonte de opressão pois, ao contrariarem expressamente a vontade de Deus, constituem uma brecha, permitindo que o maligno penetre uma pessoa ou operem em uma casa, causando dissensão, inimizade e falta de entendimento da verdadeira vontade de Deus.

Imagens são, também, um obstáculo à operação do Espírito Santo na igreja ou em uma pessoa. A presença de imagens em um ambiente frequentemente impede que pessoas recebam livramentos espirituais, curas físicas ou entendimento da Palavra de Deus. Por outro lado, permitem que o Inimigo espalhe doutrinas ou práticas erróneas, inclusive promovendo experiências místicas (não sancionadas pelas Escrituras).

A presença de imagens em um ambiente de culto é um obstáculo ao recebimento pela igreja de dons espirituais, pois impedem que o Espírito Santo tenha plena liberdade no meio da igreja e conceda discernimento de espíritos e sabedoria no uso dos dons (II Cor. 6:16, 17).

Imagens são uma brecha que permite que o Inimigo perturbe um culto manifestando sua presença por meio de uma pessoa possessa, transmita um dom espiritual falso em um culto ou uma falsa interpretação de um dom espiritual.

Conclusão

A Obra do Espírito Santo não pode, portanto, ser plenamente estabelecida em uma Igreja onde há ídolos. Se uma igreja se livra das imagens, o Senhor se agrada dessa igreja, havendo, assim, plena liberdade para a operação do Espírito Santo (II Cor. 6:16, 17). A presença de ídolos em um ambiente impede, igualmente, a igreja de receber dons espirituais e revelações do Senhor.

Nesta última hora em que o Senhor está batizando com o seu Espírito Santo seus servos em toda a parte da terra, o Inimigo tenta destruir a Igreja fomentando a tolerância da idolatria e certas práticas que são mais facilmente introduzidos em ambientes onde os ídolos são tolerados: experiências místicas (não sancionadas pelas Escrituras), louvor voltado para agradar o homem e exaltação de líderes eclesiásticos.

A IDOLATRIA NOS ÁTRIOS

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